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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tema do Mês de Agosto

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Caríssimos amigos:
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Hoje foram publicados apenas os textos referentes ao Tema do Mês:
“Cartas de Amor”.
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Participantes
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Aaron Caronte Badiz
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Ana (2)
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Clarice A.
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Dália Negra
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Lélia
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Luiza
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Penélope Charmosa
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Saulo Rosa
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Soraya Rocha
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Muito obrigado a todos que colaboraram com esta “blogagem coletiva”!
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Um grande abraço!
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Metáfora da Rendição - por Alba Vieira

Estrelas se acendem em sequência,
Iluminando o negror do céu sem lua,
Todas as vezes que minha mente pensa
Que naquele momento minha boca é sua.

E o meu corpo aquecido se umedece
Como pétalas orvalhadas na madrugada
Que enfim se mostram. E rejuvenesce
Nas manhãs se abrindo em flor, sua amada.

Como é difícil conceber a minha vida
Sem a certeza de encontrar o seu olhar,
Farol que me protege das tormentas.
Eu que aprendi a me lançar em alto mar...

E então movida pela saudade que castiga,
Sem que exista ainda uma outra forma de chegar,
Peço perdão e rogo a os deuses com essa missiva:
Volte pra mim, meu coração é seu lugar.



Visitem Alba Vieira
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Meu Amor: - por Aaron Caronte Badiz

Digo, primeiro, que sinto saudade. Que viver sem você é doloroso e insuportável. Que apenas sonhar com seus beijos e carinhos numa insônia constante é tortura inominável. Que olhar sua foto ao lado da cama, sempre sorrindo para mim, entristece porque lembra sua ausência. Que sentir seus braços ao redor do meu pescoço quando estão tão longe é loucura irremediável. Que ouvir sua voz chamando meu nome pela casa é delírio incurável. Que estar distante de você é como viver sem coração.
E agora digo: volta. Para meus abraços, para minha alegria, para nosso aconchego, para nosso amor. Volta, porque a minha saudade é a sua, porque sua paixão sou eu e somos nós, porque tristeza tem fim e sua felicidade está aqui. Não volta porque te amo, e sim porque você sabe que me ama e que só o amor é capaz de completá-la. Volta, volta logo, minha querida, antes que eu te afogue em tantas palavras óbvias.
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Carta de Amor - por Adhemar

Amada.

Porque e pra quê são as únicas perguntas. Lembrar de você, pensar e desesperar num nó: esquecido por ti me pergunto por quê. Por que tua obsessiva presença nos meus sonhos? E nos meus pensamentos? A razão da procura está em cada canto onde passo.

Músicas sensíveis me retiram da realidade e me fazem procurar-te no mais alto onde tu possas estar. Depois, o pensamento se desvia, eu fico triste, registro no bloco os pensamentos opressivos - nesse calor que tua lembrança me traz... Mais uma vez estás aqui, tão viva que já nem posso ver a tua flor.

Sinto vontade de escrever, chorar, escrevo e choro numa esperança insana de te comover; choro pela tua flor morta nessa minha inépcia de te amar desesperadamente...

E é só o que posso fazer.

P/BSF
Visitem Adhemar
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Uma Carta de Amor - por Adir Vieira

Meu amor,
Como eu esperava, ainda não consegui dormir.
Estou sozinha na cozinha, envolvida pelos ruídos do prédio ao lado e ao mesmo tempo, espantada com a minha coragem. Em condições normais não vou nem ao banheiro sem acompanhante, nessa casa imensa. Mas hoje sinto que não importam os medos, não importa nada...
Só importa o meu arrependimento e a grande vontade de falar com você agora, como se você estivesse aqui.
Continuo carente, ansiosa e com raiva de mim mesma.
Você, só você me deu o céu, descobrindo o caminho das minhas vontades, dos meus anseios e, com isso, me deixou mais exigente, mais mimada, mais rebelde.
Estou terrivelmente arrependida de ter magoado você e, consequentemente, ficado frustrada.
Com a frustração de constatar que não sou tão poderosa e que é muito possível outros fatores interferirem no nosso amor. Acho que tenho me apoiado nos seus elogios e hoje, quando machuquei você, não esperava que você se rebelasse.
Lamentavelmente não sei disfarçar, nem acho que devo disfarçar pra você. Sei que deveria ser compreensiva como você acha que sou, mas não sou.
Você é carinhoso, dócil, amigo e eu magoei você. Não sonho com você. Tenho você.
Estou triste e não consigo chorar. Estou ávida por você de novo, como antes, inteiro...
Acho que estou ambiciosa demais nas minhas exigências.
Não sei de mais nada...
Só sei que você é minha vida e que eu não vivo mais sem você...



Visitem Adir Vieira
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Mando Notícias - por Alba Vieira

Escrevo-te somente após tanto tempo, não porque só agora me lembre de ti. Antes, recordo-me por quantas vezes tive que, a força, segurar o ímpeto de enviar-te muitas outras cartas que te escrevia apenas em minha mente, dizendo do meu amor.
Não, não estive afastada de ti, embora seja o que decerto te pareça.
O que ocorre é que me debati até agora em dúvidas de como estarias e como ficarias após teres notícias do meu amor que permaneceu inalterado, melhor dizê-lo, crescendo exponencialmente com o passar dos dias de tua ausência.
Pensava em ti, como ainda penso em todos os momentos. Imaginava-te pensando em mim, certa do meu amor e eu com a certeza do teu. Mas, como ousar e enviar-te uma só palavra que poderia, se eu estivesse enganada, despertar em ti qualquer rejeição ao meu amor? Afinal, quem ama teima em oscilar entre dúvidas e certezas, mesmo sabendo que se há amor, ele é certo.
Entretanto, aquele que ama como eu amo, não suporta a rejeição que o faz, ante essa possibilidade, preferir a própria morte.
E assim, covarde diante da incerteza do que ainda nutres por mim em teu coração, me deixei ficar em silêncio...
Até este momento supremo em que a vontade de gritar-te, mesmo que só por mais uma vez que te amo ainda, foi maior que o meu temor pelo teu silêncio.
E somente tenho uma coisa a dizer-te: que ainda te amo e te quero de volta para viver esse nosso amor do qual estou certa de que não te esqueceste.

Visitem Alba Vieira
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Feliz Dia dos Namorados - por Ana

Pelo chão que você pisa eu caminho devagar para não acordar as marcas de sua passagem que são guias do meu destino.
Pelo caminho que você traça eu sigo confiante e apaixonada, percebendo seu perfume entre as flores que o contornam.
Pela estrada de sua vida eu viajo sem bagagem, levando apenas minha alma tranquila que se une à sua nos momentos em que os atalhos de nossos traçados passos confluem para nosso encontro.
Por esta vida flutuo, amena, sorrindo alegrias gratuitas nascidas de nosso carinho e de nossa infinita paz.
Feliz Dia dos Namorados.
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Uma Carta de Amor - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Andava pelo parque e me sentara à sombra de uma árvore, curtindo a manhã de sol e a suave brisa que fazia com que aqueles atletas de fim de semana não suassem tanto, não cansassem tanto.
As folhas das árvores haviam caído e eu remexia com um pauzinho, galho partido de uma delas, quando toquei em algo.
Senti-me como um arqueólogo que acha uma tumba. Cuidadosamente, vasculhei as folhas e vi onde meu pequeno bastão arqueológico tinha emperrado.
E assim ela surgiu: um envelope não colado, com folhas dentro como se fosse uma carta. O envelope amarelado, não se sabe se pelo tempo ou por estar exposto ao tempo e às folhas, me dava a intuição de estar ali por muito tempo. Mas ele estava ali. Ávido para ser descoberto.
Fiquei em dúvida se devia ler o que estava ali ou se eu estaria adentrando na intimidade de alguém. Mas minha curiosidade de arqueólogo fez com que eu a pegasse delicadamente. Como se fosse um pincel, meus dedos espanaram a poeira e vi no envelope apenas uma frase: “A você com amor”.
E assim, fui me colocando numa história de vida, vivida por uma carta de amor datada de 2004.


Meu sempre querido,

.....Não sei se você chegará a ler esta carta ou se terei a coragem de te enviar, mas sei que preciso colocar aqui o que me vai à alma e o que me atormenta a ponto de me tirar o sono.
.....Não sei se você conseguirá entender o meu ato, mas espero que realmente você entenda.
.....Meu amor por você vai além do consciente, do racional. Amanheço com você no meu pensamento, passo o dia convivendo com sua imagem que circula pelos meus olhos e à noite, quando me deito, é você que vem povoar meus sonhos.
.....Não tenho tempo para mais nada a não ser ver você, pensar em você e amar você.
.....Por você abandonei meus sonhos, meus ideais, minha vida construída ao longo de dez anos. Abandonei uma família, marido e filhos.
.....Por você me transformei, mudei, melhorei, pois queria lhe dar sempre o que de melhor existisse em mim.
.....Não exigi nada, não pedi nada, não ousei nada.
.....Limitei-me a esperar, a ser paciente, a ter você sempre que desse.
.....Mas o tempo passou e o seu amor, apesar de não ter diminuído, mostrava-se acomodado e percebi que eu já não queria somente momentos perdidos, queria mais, muito mais. Queria você, queria viver, queria amar, mas queria você completo não pela metade.
.....Mas você não podia. Tinha sua filha doente que precisava de você. Eu sabia que ela não sobreviveria sem você ao seu lado.
.....E assim fui ficando e você continuava a sua vida mesmo me amando ao lado de outra que sequer sabia de minha existência.
.....Quando você me disse que não podia mais ficar sem mim, quando imaginei que você poderia também largar tudo e depois se arrepender, senti medo. Medo de você me culpar, medo de você se frustrar, de você se violentar e aos poucos se deixar morrer.
.....Não poderia conviver com isso, não suportaria te ver triste e culpado atormentado e acabado ao meu lado sem poder viver o grande amor que temos.
.....Por isso tomei essa decisão. Amo você demais para sentir sua dor e não poder curá-la.
.....Se a coragem não me faltar estarei hoje, depois de estarmos aqui no parque, te entregando essa carta e me despedindo de você. Não sei para onde irei, mas levarei comigo o amor a você.
.....Se não tiver coragem rasgarei essa carta e me abandonarei aos seus braços e viverei esse amor do jeito que der.
.....Seja qual for minha decisão ou minha coragem, saiba que sempre te amei e sempre te amarei.
.....Se acreditasse em almas gêmeas diria que você é a minha e eu a sua.
.....Mas não sei se posso ou se devo acreditar nisso, por isso prefiro crer que a razão do nosso encontro é divina, mas que mais divina é a sua tarefa e por isso saio do seu caminho como entrei: devagar, sozinha.
..........Perdoe,
..........Sou, como disse um poeta,
..........“Quem muito te quis bem”.

Tua amada amiga


Vinha um nome que prefiro não lembrar para não colocar a intimidade desse amor assim na poeira do vento.
Mas uma coisa me fez pensar: se ela tinha dado a ele a carta e ele a deixou perdida no parque, se chorou, desesperou-se e abandonou a carta com a raiva dos que foram abandonados. Ou se ela não teve coragem, abandonou a carta e a perdeu no meio das folhas e se foi com ele caminhando de braços e mãos juntas vivendo um grande amor...
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Cartas que Não Enviei - por Cacá

Eu gostaria que você sentisse imensamente essa carta como as escritas à mão. Há hoje tantas maneiras de dizer as coisas que se quer, que a caneta está sendo usada quase somente para as primeiras letras da alfabetização de escolas públicas ou para assinaturas em cheques. E mesmo esses meios já vão se tornar obsoletos já-já. O governo tem prometido colocar computadores em todas as escolas. Um tal “programa um computador por aluno”. E quanto às assinaturas, já há as digitais. Só falta os estabelecimentos aderirem. E então, a antiga pena, a shaffer, a montblanc e a indispensável bic estarão banidas à lembrança. Como os carteiros estão ficando.

Já não se escrevem mais cartas. Não da forma mais romântica que há para dizer “saudade de você”, “eu te amo”, “mande notícias pelo correio”. Eu não sei se você sente como eu uma diferença fria entre abrir um e-mail e rasgar um envelope depois de ter visto a letra no destinatário e remetente. Ali a carta já começa a me dizer alguma coisa. Há pessoalidade, há intimidade. Dizia o Milton que “qualquer maneira de amor vale a pena”, mas umas formas são tão portadoras que valem mais a pena. O adiamento das coisas em cumprimento à sina do tempo é a palavra saudade exercida em sua plenitude mais bonita. Tem graça eu falar tanto de sua falta e sem que ouça a minha voz, sem que espere o tempo de ir à caixa de correio, sem abraçar o papel da carta depois de lido o conteúdo? Esses afagos tão caros ao coração, modernidade nenhuma é capaz de subtrair de nós. Que outra forma é aceitável de se sentir amada por mim se não estamos perto? Há calor em meio eletrônico? Há desespero maior do que uma webcam com uma imagem que a mão não alcança? Que o beijo não refresca na tela?

A virtualidade só pode ser aplacada pelo papel de carta em cuja tinta escorreu amor junto com as palavras. Em caso extremo sou capaz de lhe mandar uma lágrima manchando a folha. E você poderá levá-la em sua bolsa, para o quarto, para o banheiro, dormir com ela sob o travesseiro ou ao seu lado. Tem calor essa lembrança.

Bom, também chega de comparações, senão fugimos do objetivo mais grandioso que é nunca esquecermos o nosso amor, independente de suas manifestações antigas ou modernas. Não deixarmos de nos amar será a modernidade eterna, onde quer que estejamos.

Vou lá correndo postar com um selinho bem bacana. O correio fecha às cinco. E vou contando as horas em forma de empurrão para ver se adianto o fim de semana de poder te ver de pertinho. Aí sim, entre beijos, abraços, carinhos profusos, seremos uma carta a quatro mãos dadas. Enquanto isso, repito aquela frase que é o sinal da sua ausência em mim: sem você o vazio tem hora marcada em meu coração.

Cacá



Visitem Cacá
Milton Nascimento

Oferenda - por Clarice A.

Vivia perto do mar e ia com frequência, geralmente à tarde, não para banhar-se mas para sentar-se na areia e perder o olhar na linha do horizonte ouvindo as ondas que quebravam suavemente nos seus pés. Ficava afastada das outras pessoas porque tinha adquirido um hábito de conversar com o mar em voz alta, fizera dele seu confidente e contava-lhe as coisas de sua vida, coisas boas e principalmente coisas mais íntimas que não gostaria de contar a outras pessoas. Eram as melhores horas do seu dia e saía dali renovada.
Num desses dias de contemplação e confidências notou bem próxima a ela uma garrafa com algo dentro. Recolheu-a e viu que era um papel dentro da garrafa. Seria uma mensagem? Um pedido de socorro? Levou-a para casa, quebrou a garrafa e abriu o papel que estava um pouco amassado mas bem legível, a caligrafia parecia de homem embora seja difícil precisar isto. Era uma carta. Começou a ler:
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AO MEU AMOR
........Amo-te a cada dia mais e sinto imensamente a tua falta. O teu corpo já é parte do meu. A tua voz, o teu sorriso e o teu olhar me acompanharão por todo o tempo que eu viver. A tua lembrança faz as horas passarem mais rápido porque sei que em breve estaremos juntos vivendo o que de melhor temos em nossas vidas: o nosso amor. Pensar em ti é o meu alimento e o meu descanso, amar-te e ser amado por ti é a razão da minha vida. Sinto falta do teu aconchego, tuas mãos acariciando os meus cabelos enquanto contas como foi teu dia e ouves atenta como foi o meu.
........Breve nos reencontraremos. Beijo tuas mãos, teus olhos e tua boca com todo o amor que sou capaz de amar.
..........DO TEU AMOR
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Uma carta de amor! Mas uma carta sem nome de destinatário ou remetente? Era um amor real ou pretendido, apenas sonhado? Escrita talvez para espantar a solidão? E existirá um amor assim para toda a vida? Perguntas para as quais jamais terá respostas. Ela apaixonou-se várias vezes, casou, separou, e por uma vez achou que seria para sempre, mas acabou. Um amor assim é matéria para romances literários.
Quem sabe ele seria um homem do mar? As viagens e a distância, o combustível inesgotável deste amor. O cotidiano costuma minar o amor. Por outro lado, a distância também não afasta, propiciando novos encontros? O que faz um amor resistir a tudo? Mais perguntas, imprecisas respostas.
A carta a tirou do estado letárgico em que se encontrava. Estava entrando em terreno perigoso, da desilusão, desinteresse e melancolia com uma frequência já preocupante.
Precisa contar ao mar sobre a carta, espera ansiosa pelo entardecer e quando a tarde enfim chega dirige-se para a praia. Como se aguardasse uma boa notícia e tivesse se preparado para ela, o mar tem o tom de verde que ela mais gosta. Aproxima-se até que a água toque seus pés, conta-lhe da carta, começa a ler e, naquele instante, com a luminosidade natural que ainda resta, ouve sua própria voz falando docemente palavras de amor. As palavras parecem tomar seu corpo e sua mente e ela entende que vive um momento especial. Está em outra frequência, sintonizada no amor. Entrega-se àquele momento, não procura explicações metafísicas ou transcendentais, também não se limita às suas crenças. Apropria-se da carta, aquela carta de amor é para ela. Agradece a Netuno, rei dos mares, e à Iemanjá, rainha das águas, a oferenda que recebeu deles. Sim, fez a via inversa, recebeu uma oferenda. A oferenda pressupõe uma oferta por uma boa causa. Recebe dos deuses a mensagem de que para amar é preciso estar em sintonia com o amor, e o amor, isto ela sabe, é múltiplo, de vários tipos e várias intensidades. E embora tudo indique o contrário, confia que o amor será a nossa estrela guia, de preferência já, neste novo milênio.
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Carta ao Amor - por Dália Negra

Eu amei muito.
Eu amei muito
E sofri

Sofri reveses
Perdas, decepções
Agressões, injustiças, dores

Sangrei sozinha
Perdida, tonta
Inexplicavelmente sangrei

Chorei calada
Lágrimas negras que mancharam meu rosto
Para sempre

Gritei revoltas
Pela vida, por não ter saída
Inutilmente gritei.

Eu amei muito.
Não sinto mais nada
E ainda estou aqui.
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Seu Amor Era o que Faltava - por DAS

Te conhecer mudou minha vida
Passei a perceber coisas
Que antes eram confusas para mim
As tempestades que existiam em meu mundo,
na verdade eram incertezas, pois eu não sabia o que queria
e nem em que acreditar

Quando seus olhos cruzaram com os meus
tiraram-me da escuridão
e passaram a ser a luz a me guiar
Então consegui finalmente ouvir meu coração,
Mas ele já não me pertencia
Estava completamente entregue a você

Te amar foi muito fácil
Só precisou abrir suas asas
e me chamar num abraço
Então percebi que já estava perdida
Pela sua doçura, seu sorriso...

Acho que esperei a vida toda por você
pois só agora eu percebo
o vazio que havia em mim
antes de você aparecer

A certeza desse amor me persegue
dia e noite, sem trégua
E mesmo quando não está comigo
Consigo sentir sua presença

A lua e estrelas são testemunhas
De que encontrei o que faltava em minha vida...



Visitem DAS
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Anulei-me por Ti... - por Esther Rogessi

Olhamo-nos, e num repente... sentimos que nos pertencíamos.
Tu, mais jovem que eu – aparentemente não se percebia –, esta foi a causa da relutância em aceitar-te. Enfim, o amor falou mais alto que a razão. Vencida entreguei-me. – Sou dessas pessoas, que ama uma única vez – Não entendo, como pode alguém amar, amar, seguir amando a quem encontrar... Volúpia jamais será amor!
Quando amamos, o nosso coração é preenchido na sua totalidade; não há lacunas, carências... Não se procura o que se tem!
O mal foi que me doei de uma forma espetacular...
Estava sempre pronta para ouvir-te, e aconselhar-te, docemente. Foste descobrindo a vida ao meu lado... Cursos, faculdade... Eu sempre quis algo mais de ti... A forma de me amares sempre foi tão diferente da minha... por isso, sofro!...
Para alguns, a impressão que passas é de que não me amas tanto quanto eu te amo. Sei que não podemos julgar a medida do amor de alguém por nós, simplesmente por este não agir como gostaríamos que agisse... Mas como me faria bem se deixasses de fazer algo por colocar-me à frente de um sonho teu!... Tenho estabilidade financeira, visão em um futuro promissor, porém o meu maior sonho é ter a minha família... Cuidar do meu esposo e filhos. Não são bens materiais, porém a tranquilidade, o aconchego de um lar que me atrai. Quando estávamos prestes a casar, tudo marcado, tiveste a idéia de ir para a Inglaterra, aprimorar o idioma, trabalhar, melhorar teu currículo... Deixando-me pra trás. Jamais disse não... sempre te incentivei, melhor antes do que depois. Porém, não estou suportando a saudade, saio correndo do trabalho para chegar a casa, tranco-me em meu quarto, para ficar contigo – encontro virtual – falando e vendo-te, através da webcam. Isolei-me... anulei-me!... Não estou suportando, preciso viver! A vida está passando... Escoando entre meus dedos, tal qual pedra de gelo...
Volta... Esquece a terra da rainha... Sou mais eu!...



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Carta para Minha Menina - por Flavio Braga

No dia em que te conheci não fazia sol. Muito pelo contrário, parecia que havia uma enorme nuvem carregada sobre minha cabeça. Mas dei uma olhada pela janela e vi que o tempo estava feio. Quanto ao meu tempo, ele já estava fechado tinha um bom tempo. Mas ele precisava melhorar, bem rápido. Ou ele melhorava, ou eu viveria com aquela nuvem carregada que insistia em ficar sobre minha cabeça o resto da vida. Queria céu de brigadeiro, sol. E você de biquini. Ainda lembro da primeira vez que vi você, e tudo que consegui falar foi uma cantada mais barata que bala Juquinha. Foi a cantada mais infame, mas a mais sincera que falei para alguém. Eu disse “você é linda” e você ficou sem graça. Eu falei que você era linda, uma, duas, três vezes, muitas vezes. Quando vi, não parava de pensar em você. E quando me dei conta, você estava gostando de mim. Perguntei a você se você era maluca, mas eu perguntei só uma vez, porque você é uma maluca linda. E sabe quando uma doida tão bonita quanto vai me dar mole de novo? Nunca.
E tive amnésia. Esqueci de todas as mulheres que vieram antes de você. Esqueci delas porque perdi tempo com elas. Elas gastaram meu tempo precioso. Tudo que me lembro é da primeira vez que vi seu sorriso, das vezes em que meu estômago revirava de nervosismo quando eu ia te ligar, das piadas horrorosas que te contei – mas eu sempre te arranquei um sorriso – e do dia em que você falou que me amava. E de todos os dias que você fala que me ama, e de todas as vezes que falo que te amo. Todos os momentos ao seu lado são especiais, meu anjo, seja uma manhã ensolarada, uma noite fria – que dá pra dormir juntinho e que sempre acabam quentes -, numa segunda-feira chata de trabalho ou num sábado preguiçoso. Eu te amo. Não tem tempo nem hora ruim para te dizer isso. Te amo.



Visitem Flavio Braga
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Declaração de Amor - por Gena Maria

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Eu te amo ao acordar, durante meus dias...
E ao anoitecer, adormeço pensando em ti.

Eu te amo, pelos sorrisos que emano
pelos encontros e desencontros nossos

Eu te amo quando ouço um pássaro a cantar,
quando vejo crianças a brincar, te amo
quando ouço o barulho da chuva pelos mananciais

Eu te amo quando sinto o frio em meu corpo...
Quando sinto teu calor me aquecendo

Eu te amo quando vejo as gaivotas felizes
sobrevoando as águas do mar...

Eu te amo quando sinto o sol em meu corpo...
Quando mergulho nas águas cristalinas

Eu te amo quando cavalgo em pastos distantes...
Quando volto galopando para te encontrar

Eu te amo quando sinto o orvalho da manhã...
Quando me deito na relva molhada a te esperar

Eu te amo quando sinto a cachoeira das matas
jorrando suas águas que irão rio abaixo
ao encontro do mar

Eu te amo cada vez que pisco meus olhos marejados
de lágrimas pela saudade que sinto de ti

Eu te amo quando me alimento a cada dia...
Quando sei que viverei muito contigo

Eu te amo quando me sinto triste, quando estou feliz
quando choro e quando sorrio

Eu te amo quando estou entre a multidão,
quando estou na solidão, quando estou dormindo

Eu te amo quando sonho com teu sorriso
quando me diz palavras de amor...

Eu te amo quando estou longe de ti
e mais ainda quando estou em teus braços

Eu te amo quando me beijas e diz com emoção
que também me amas e que me tens
em todo espaço do teu coração.
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Visitem Gena Maria
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Talvez - por Gio

Querida L.,

............Já me foi difícil escrever esse “querida” antes de seu nome, porque, mesmo que não pareça, ainda sofro. Talvez seja a minha resistência a perdoar, talvez seja minha dificuldade em esquecer. E talvez nada disso seja justo, pois sou desigual ao perdoar amigos e amores: amigos ficam, a convivência pesa, e o valor da amizade faz a gente se retratar; amores podem sumir de repente, deixando a dor sozinha, se alimentando de cada lembrança ruim, e fazendo de cada lembrança boa mais um motivo na hora de abraçar o travesseiro.

............Talvez nada disso importe para você. Talvez você, ao ler isso, nem saiba o porquê de eu estar escrevendo. Mas talvez você, mais que sabendo, sinta o que está prestes a ler, e esteja com o coração palpitante, na mesma frequência que bate o meu ao escrever estas palavras. Já quis me convencer do contrário – é assim que sempre nos ensinaram a resolver nossas desilusões, forçando-se a acreditar na frieza do outro –, mas tenho meus motivos para acreditar que eu não sou o único que ainda não esqueceu aquela noite. Um fim de noite mais ingênuo do que qualquer coisa que se imagine quando se fala em “fim de noite”, mas certamente um dos fins de noites mais felizes dos quais eu consigo lembrar.

............Pena que essa felicidade durou tão pouco. Dizem que o que vem fácil vai fácil. Não me avisaram que o que se demora a conquistar pode se esvair com a mesma facilidade. Talvez “conquistar” não seja exatamente a palavra mais apropriada, visto que estávamos entregues desde que nos olhamos, desde que conversamos, e desde que passamos a conviver. Mas faltava a oportunidade, faltava estarmos livres, faltava um impulso que, quando finalmente se deu, terminou comigo estatelado no chão. Você me fez pensar que sabia voar, mas me abandonou na hora de aparar a queda.

............Você poderia estar se perguntando porque eu prefiro escrever a falar isso pessoalmente. Seria um erro, pois você sabe como ninguém o quanto é mais fácil escrever do que falar. Ah, se sabe. Eu vou um pouco mais fundo. Escrevo porque palavras podem ser esquecidas, de verdade ou não, e é muito mais pesado rasgar uma carta do que dissimular uma conversa, principalmente quando se sabe que tudo o que está escrito é verdade. Mesmo rasgando a carta, as palavras ecoariam em sua mente... Mas eu sei que você não vai rasgá-la. E é por isso que eu escrevo, para que essa carta seja testemunha de que eu ainda te amo, e talvez você ainda sinta o mesmo.

............Talvez, talvez... Esse é o nosso problema – o “talvez”. Colocamos nossa felicidade de lado, sempre pelo benefício da dúvida. Por querermos segurança, tivemos medo de arriscar, porque talvez não desse certo, e o medo de ficar sozinho era maior. Ficamos sempre nessa gangorra, com excesso de ciúmes e falta de um recomeço, tudo pela insegurança, porque talvez o outro não quisesse. Se deixássemos... E por que não? Se deixarmos essa dúvida de lado, e deixarmos que nossas bocas falem o que nossos olhos já sabem, ficaremos juntos, sem nenhum “talvez” no meio do caminho.

De quem ainda não desistiu,
G.
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Visitem Gio
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Toma.Amor - por Ju Blasina

Toma
Amor
O líquido doce
Que transborda
Este cálice ornado

Toma
Amor
Lave os lábios sedentos
Leve aos olhos vendados
Ao conteúdo desconhecido

Toma
Amor
Gole a gole, gota a gota
Sacie a sede que só
Tua’alma sente

Toma
Amor
Até que escorra
Lentamente, até
Adentrar-se-fundir

Toma
Amor
Até o mesmo pulsar
Em tuas veias pálidas
Até que possa aplacar

A insaciável e lasciva fome
Que em silêncio e entrelinhas
Nos consome, em noite cálidas
Por mim, por ti, eternamente
Toma.Amor



Visitem Ju Blasina
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Notícia de Terra Distante - por Leandro M. de Oliveira

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“É possível que uma pessoa se torne obcecada por outra sem nunca tê-la visto? E essa outra, poderia ver através de seu dilema e não sofrer? O que segue é um fragmento, extraído da história de um homem e de uma mulher que optaram por querer-se em plenitude livrando-se assim de uma existência vulgar...”

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Bom dia minha sempre cara,
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Foi ontem e foi há mil anos, tenho pensado em ti como não se deve pensar, meu espírito deixa a condição de sombra alçando um voo de condor, no pensamento, vou dar em paragens do desconhecido entrando por lugares que jamais ousei. Depois do pouso, é como eu passasse em revista a minha vida, ouvindo o eco dos perdidos sonhos. Como tudo já foi belo... Minhas mãos carregam diamantes desbotados, arrancados da terra distante da inocência; hoje, não brilham mais. E cada nome é um fantasma, e cada assombro traz na boca o sabor acre do sangue paralisado. Há um segundo tudo era azul mas, como é inútil eu tentar iludir a mim mesmo... Agora, depois desse tempo cinza, venho a uma sala que já não cria. Depois daquele horizonte baço não desejava mais que um pouco de luz, e tu colocaste o sol a meus pés. Mas como posso querer dizer como é se sentir vivo outra vez? Como é ser desacreditado na vida e ao passo do teu menor sorriso entender que tudo é possível?
Há pouco tempo vim saber teu nome, embora conhecesse a tua vinda desde antes do sempre. Eu conheço tua respiração e cada passo de tua estrada, sei que não posso evitar as feridas do caminho, mas posso oferecer meu bálsamo pra trazer conforto a seus pés. Às vezes me coloco em um ponto remoto e fico a observar nós dois, me perco e cismo que você é um anjo, porque o teu rosto me faz pensar em Deus. E tremo por cada polegada de teu corpo, e por cada sulco que o exílio tenha gravado em tua pele. Permaneço não aqui, estou no pretérito, revendo coisas que não existem mais... Rasgo o tempo com a memória, no regresso febril das impossibilidades, os nomes pelos quais chamei pensando ser você passam por mim, como um desfile de almas que passa ao purgatório. E reencontro minha confiança; meu escudo e lança, no teu nome sem nome, no teu santuário sem corpo.
Tenho em ti tudo quanto há de belo e puro nessa terra amaldiçoada. Todavia, a alma é vil e meus sentidos profanos. E, quando mais, saio louco por entre bosques e abismos, em noites sem lua e sem alento, me odiando por maculá-la em pensamento. Quero estar em ti antes mesmo de minha chegada, quero arrancar teu sexo com meus dentes pra que te conserves pura de mim. A alma bestial vacila ante o sacrário que és, dá-me de beber o teu sangue, dá-me de comer tua carne, morra em mim pra que eu renasça em ti. Imola-te em meu nome, e esse sacrifício será o sinal de um mundo novo...
Minha cara, meu não existir e meu Ser sem termo. A você tudo de melhor.

Porto Firme, 31 de agosto de 2009.


*Thay, a você o meu carinho e as minhas reverências.
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Apenas Diga Sim - por Lélia

Escrevo esta carta para dizer que depois de tantos anos tentando esquecê-lo, vi você ontem à noite saindo do shopping sozinho e era dia dos namorados. Naquele instante, tudo voltou: nosso esbarrão engraçado no parque de diversões, o primeiro encontro com aquele beijo desajeitado de despedida, os passeios, a primeira briga debaixo da chuva, os carinhos (muitos) e a separação quase sem motivo.
Ontem, ao ver você, percebi o quanto foi bom e que tenho saudade. Eu sinto falta. Havia algo entre nós que não encontrei em mais ninguém; uma coisa boa, um entendimento, uma cumplicidade difícil de explicar.
Gostaria de viver tudo de novo, de tê-lo a meu lado, de dividir com você esta outra parte da minha vida. Quero muito isso, com toda força do meu ser. E quero tanto assim porque descobri o quanto o amei e ainda o amo quando vi você.
Só te peço uma resposta: SIM.
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O Tema da Canção do Verdureiro - por Luiz de Almeida Neto

Amor,

..........Passei muito tempo pensando em como te dizer isso. E só há duas formas.
..........A primeira é um cãozinho, que eu comprei pra criar. Ele ia passando e avistou um brinquedo sujo, meio esculhambado, que eu até já pensava em jogar no lixo. Acabou que se apegou de tal forma a esta peça que não a larga mais. É o dia inteiro pra cima e pra baixo com o brinquedo em baixo do braço, ou melhor, da pata.
..........A segunda é aquele verdureiro imbecil, que fez de minha rua palco para suas vendas e que não para de gritar nem por um instante, querendo falar das ofertas a qualquer um dos transeuntes que lhe dê atenção.
..........Deu-se que eu acabei descobrindo que ele tem um entendimento com Dona Gertrudes, aqui do 375, e que os dois passam as noites a fazer peripécias. Pois é, certo dia eu também ia passando e, ao avistá-lo, escondi-me logo atrás de uma outra banca e fui dando a volta cuidadosamente para não ser abordado por um de seus berros.
..........Eis que o sujeito estava cantarolando uma melodia fraca, feia, e sem sentido, que falava coisas sobre cachaça, mulheres de caráter duvidoso e outras desgraças afins. Mas eu parei pra contemplá-lo e acabei descobrindo que ele não estava cantando aquilo. Na verdade ele estava feliz, apaixonado, e cantando a única canção que sua farta ignorância lhe pôs à mão.
..........Assim é o que sinto por você. Passava eu por você tal qual Aderbal pelo meu brinquedo velho, e desde então tenho tido muitas atitudes irracionais que minha grande estupidez me põe à mesa. Mas de todas as atitudes que eu tomo, no fundo, e depois de pensar bastante, vejo que o tema é você. E eu tenho que arrumar pelo menos uma canção para cantarolar.


P.S.: “É rapariga, é cabaré, é ‘bagacera’, muita mulher. De primeira qualidade...”.
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Carta de Amor - por Luiza

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Imagem: Galeria pública de Niamh

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Não sei o que faço aqui escrevendo-lhe estas linhas. Acho que não tenho mesmo vergonha na cara. Depois de tudo o que você me disse, ainda tenho coragem de lhe procurar!
Mas é que o amor é cego, é surdo, é idiota mesmo.
Na ausência do objeto do amor, fazemos tudo, tudo mesmo para tentar preencher este vazio que se instala e que nenhuma outra pessoa consegue preencher. E aí, escapam pela mesma fenda que se abre no nosso peito, o amor-próprio, a vergonha e a sensatez. E um grito desesperado se faz ouvir pedindo que volte aquele que se fez dono do nosso coração sem ter pedido licença.
Assim, estou aqui implorando para que volte pra mim, não para encontrar a pessoa que você pensou que eu era e que por não ter conseguido concretizar quando vivemos juntos, se decepcionou. Mas para descobrir aquela que sou na realidade, com luz e sombra, de carne e osso, de mãos ternas e unhas afiadas, que sabe calar e que pode gritar para que sua voz seja ouvida.
Eu tenho o direito de me fazer conhecer e de lhe pedir que seja homem e que enfrente o despertar de um sonho bom. Quero que acorde e venha comigo construir um amor verdadeiro, feito de acertos e erros e superação.
Estou aqui porque sei que nos amamos. Eu sei o quanto o amo e, como você talvez ainda não tenha compreendido a dimensão do seu amor por mim, sou eu quem deve pedir: volte, tente me encarar e encontrar no fundo do meu olhar o lugar que é só seu, onde nossas almas se encontram e se reconhecem.
Te amo.
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Carta de Amor... - por Manhosa

Meu eterno amor...

Saudades... Saudades... Saudades... São tantas que meu coração se contrai para segurar tua imagem...

Hoje é o teu quarto aniversário que passamos distantes...
Comprei cerveja e uma torta fria de atum e uma doce de chocolate... como gostavas... Ninguém mais lembrou...
Estou ficando forte... risos... não estou chorando... estou tomando uma cervejinha e te escrevendo esta carta... pois se ficar conversando... risos...
Tens uns filhos muito especiais... daqui a alguns dias se darão por conta e... vão procurar milhões de desculpas por terem me deixado sozinha...
Mas... era exatamente o que eu estava querendo... te escrever esta carta de amor...
Mesmo eu brigando contigo... dizendo que fugiste e me deixaste sozinha... sabes que meu amor por ti não diminuiu um grama se quer...
Hoje tenho uma vida não muito diferente... trabalho casa... casa trabalho... raramente saio com alguma amiga para jantar ou um show qualquer...
Minha maior saudade são nossos papos sobre coisa alguma... madrugada adentro... risos...
Não acho mais graça em ler... sem alguém para comentar... risos... Principalmente um “Advogado do Diabo”...
Hoje meu maior passatempo é juntar letrinhas... falar de amor... risos... te procurar nas estrelas...
Sabes... muitas vezes já pensei em ter outro companheiro... mas... risos... velho não quer velha...
...risos... alguém que gostasse de jardim... flores... frutas diferentes... temperos...
Vais dizer como sempre que sou uma bobona... que chame alguém e mande fazer... grgrgrgrgr...
Na verdade hoje tenho novos amigos(as) diferentes... chamo eles de Meus Amigos Virtuais do Coração... são através do PC... risos... isto descobri depois que partiste... e me ajudaram muito... muito mesmo...

Vou parar aqui... esta carta esta se estendendo muito e perdendo o sentido...
As lágrimas começaram a querer lavar meu rosto... risos...
Feliz Aniversário... um abraço de ursa... muito apertado... me segura forte um pouquinho...

Te Amo

Manhosa


Obs.: Olha pelo nosso menino que está longe de mim... sabes que ele é diferente...



Visitem Manhosa
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Morris West

Uma Carta de Amor - por Mari Amorim

Em tempos dominados por mensagens curtas, por torpedos de celular, conversas em MSNs e e-mails, as cartas de amor acabaram virando quase que peça de museu, coisas que a vovó fazia. Pergunte para alguém se escreve ou recebe cartas de amor, especialmente escritas de próprio punho, e veja a resposta. São poucas as pessoas que dedicam tempo, energia e atenção – que sentam para redigir um texto dedicado exclusivamente ao objeto da adoração. No dia 12 de junho, para fazer diferente, quem sabe vale colocar o “coração no papel”, deixar os bytes de lado por um tempo, e agradar a quem se gosta? O importante, neste caso, é não temer o ridículo, pois como escreveu Fernando Pessoa, a partir de seu heterônimo, Álvaro de Campos, “todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”.
Ainda não defini se o que escrevi é uma carta eletrônica de amor, que por razões pessoais não enviei, quem sabe por estar envolvida naquele momento no recente processo de desconstrução de um amor tão amigo, cúmplice, acreditando que houvesse muitas Manhãs e Amanhãs!
Ah! Grande menino, poeta, Lep e sorrisos, que tem a negação como afirmação...

Ouça-me...
Goste de alguém que te ame, que te espere que te compreenda mesmo nos momentos de loucura. De alguém que te ajude; que te guie, que seja seu apoio, sua esperança, seu tudo... Não goste do Amor...
Goste de alguém que não te traia, que seja fiel, que sonhe com você, que só pense em você, no seu rosto, na sua delicadeza, no seu espírito; e não no seu corpo, nem em seus bens... Não goste do Amor...
Goste de alguém que te espere até o final, que sofra junto com você, que ria junto com você. Que enxugue suas lágrimas, que te abrigue quando necessário, que fique feliz com suas alegrias e que te dê forças depois de um fracasso... Não goste do Amor...
Goste de alguém que volte pra conversar com você depois das brigas, depois do desencontro; de alguém que caminhe com você, que seja companheira, que respeite suas fantasias, suas ilusões... Goste de alguém que te ame... Não goste apenas do Amor...
Goste de alguém que sinta o mesmo sentimento por você. Enxergue esta pessoa, como eu te enxerguei...
Nosso desencontro nasceu quando encontrei Narciso cantando Djavan “Amar é perder o tom nos comas da ilusão...”



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Carta ao Amigo Distante - por Mari S

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Querido amigo

Que saudades de você, como sinto a sua falta. Há dois anos que não o vejo. Guardo grandes lembranças dos momentos em que passamos juntos, dos abraços apertados e das crises de risos intermináveis. Lembro-me das festas de aniversários. Você sempre esteve lá, comigo, para me abraçar, apagar a velas e segurar-me pela mão na hora de desejar um grande pedido.
Às vezes, quando fecho os olhos, ainda posso ouvir-te. Posso escutar aquela risada cativante que fazia qualquer pessoa sorrir contigo... Lembro-me das suas palavras e da imensa satisfação ao saber que havia conseguido realizar um dos meus grandes sonhos. Como seus olhos brilhavam... Comemoramos juntos a minha pequena vitória.

Naquela mesma noite, o telefone tocou. Para a minha alegria, era você. Estava feliz, radiante. Dizia-me palavras de ânimo, de motivação. Dizia-me que sempre acreditou em mim, em meu potencial. Como eram doces aquelas palavras.

Naquela madrugada, o telefone tocou. Como eu queria que fosse você... Era alguém que me dizia que você havia partido. Partido para sempre... Meu mundo havia desabado. E agora? Quem iria segurar a minha mão? Quem iria pegar-me no colo e me chamar de princesa? Não pude desperdi-me e minhas lágrimas sufocaram o meu grito de adeus. Dois dias depois, fui concluir mais uma etapa do meu sonho. Não sabia se me concentrava ou se fazia o meu melhor para cumprir a promessa que lhe fiz. Era o meu presente. Meu presente de despedida.
Infelizmente, eu não consegui. O tempo passou e a promessa ainda arde e urge vivamente dentro do meu peito. Sei que não poderemos comemorar juntos. Mas tenho fé e força de vontade para lutar. O corpo, às vezes, sucumbe de cansaço, mas a alma renasce todos os dias. Quando eu conseguir, em meios aos gritos e pulos de felicidade não pintarei meu rosto de tinta com dizeres APROVADA. Pintarei de verde e em letras garrafais: MANO, EU CONSEGUI...

Com amor,

Mari



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Carta de Amor - por Mellon

Cair de costas na cama depois de passar o dia todo fora, trabalhando. Coca-cola numa praça de alimentação num dia à tarde. O cheiro do meu perfume em dias muito, muito quentes. Você encostando a boca na minha mão de leve, como se fosse dar um beijo. Robert Smith dizendo “inspire me the desire in me to never go home”. Falar com o Leite. Lembrar do sorriso do meu pai, sentado na poltrona enquanto me olhava brincando. Minha caixa de e-mails vazia. Livros novos. Livros antigos. Meu tênis sem cadarço. O sol batendo no rosto. A chuva batendo no rosto. Suco de maracujá. Ouvir um cd antigo, mesmo que seja Legião ou Paralamas. Cantar no banho. Um abraço de quem sabe abraçar. Trem apertado e eu sem conseguir controlar o riso, sozinha. Uma estrada vazia num dia azul como esse. Sair de casa sem rumo. Thom Yorke cantando. O computador travado. Crise. Crise. Quando você acorda e sente que não vai conseguir levantar.

O olhar que eu te dei quando você soube que eu poderia ser. Nós somos acidentes, esperando. Esperando acontecer.



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Carta de Amor - por ParadoXos

carta de amor seria uma palavra só uma lágrima um suspiro meu de tudo o que na garganta me ficou colado carta de amor seria eu não escrever não ter sentir não sonhar a insónia que as noites me oferecem seria o que não consigo sorrir seria algo sério como o mundo que partiste em delícias de cacos não seria nada nem mesmo tu seria apenas uma carta de um amor sem vírgulas nem pontos finais seria minha loucura que é tua morada!



Visitem ParadoXos
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Milorad Pavitch e Uma Carta de Amor - Citado por Penélope Charmosa

Em algum lugar, no litoral dos mares do sul, lá onde as estrelas estão mais distanciadas de suas imagens, os passageiros de um navio comeram uma tartaruga gigantesca. Quinhentos anos depois, um marinheiro encontrou o casco sobre a mesma praia e nele se escondeu para passar a noite. Pela manhã, descansado e alegre, enfiou braços, pernas e cabeça através dos furos do casco e entrou no mar, brincando consigo próprio.
Depois de meio milênio, o casco de tartaruga novamente ecoa as batidas de um coração, e novamente consegue nadar.
É assim que o teu coração ecoa dentro de mim.



In “Paisagem Pintada com Chá”.
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Você Foi Embora... - por Renata Zonatto

Você foi embora e eu não tive a chance de dizer-lhe adeus. Não tive um minuto, não tive nenhum momento. Você foi embora, sem eu lhe dizer que o quanto o amava.
Não fui forte o bastante, estava confusa... com medo dos meus sentimentos.
A essa hora você deve estar muito longe, e eu não sei onde lhe procurar.
Você foi embora, eu pensei que não sentiria a sua falta.
Eu não queria que isso tivesse acontecido, eu não queria que acabasse assim.
Eu não tive coragem de lutar pelo meu amor, mas meu egoísmo não queria que você deixasse de lutar por mim.
Eu queria voltar no passado... Voltar o tempo.
Me sentir a dona do mundo... ao menos por um segundo!



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Lúdico - por S. Ribeiro

Sem vontade, murcho,
te digo inerme que enquanto vais e voltas,
desprezo ou alegria imensa,
tudo é a mesma coisa, a boca é a mesma, o corpo magro mas imensamente
desejado,
tudo isto misturado a esta lua que
parece ter sido feita em Dubai;
porém creia, que toda dor,
tesão em ódio
e inspiração ainda parecem com amor,
para que provem o contrário.

Uma tarde inteira está a ser aquecida com
as mãos que me tocaram neste sábado
e finalmente gemerei pensando em ti,
longe de qualquer rastro do Pornosleuth.

Ainda assim, e com tudo e nada e todos em ninguém,
te ter como amado é impreciso e fraco,
é como todos os versos que
tramei mas acabaram pifados;
ei, moreno,
ainda te quero longe de tudo,
longe dos sonhos inclusive,
quero finalmente saber o que a cegueira mundana
esconde sobre tuas formas e teus mitos.

Mais ou menos como poetou Meschonnic,
vou me esconder em computadores ou
biombos e vinho barato,
vou buscar todas as Stella Artois
do mundo pra relembrar esquecendo
minhas invenções por dois
anos, evocar no silêncio
de cravos ou rosas
aquela minha decisão unilateral
de te querer.



(RETIRADO DE MEU BLOG PARA VOCÊS, COM PRAZER!)
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Carta de Amor - por Saulo Rosa

Resisti a escrever-lhe por este tempo, já que palavras não teriam como expressar completamente o que sentia. Agora, sabendo que é a única forma de estar outra vez em contato com você, envio-lhe esta carta. Você pensa que o que senti por você esvaiu-se? Engana-se. É um fogo que se nutre com o passar das horas de sua ausência. E que ilumina até agora todo o meu ser que só sobreviveu à sua partida para reencontrá-la uma outra vez. E que espera ansioso por este momento, pode ter certeza disso.
Quando você me pediu um tempo, eu fiquei atônito por não entender como isso seria possível, uma vez que toda a minha existência estava voltada unicamente para você e eu supunha que era um sentimento recíproco, de mesma intensidade. Mas não me foi concedido o direito de recusar. Afastei-me de você e busquei sozinho a compreensão do que estava acontecendo. Supus que tivesse feito algo de muito errado, mas logo concluí que não era possível ser esta a causa, que você me amava profundamente e recebia feliz tudo que partisse de mim. Imaginei que seus sentimentos pudessem ter mudado sem que eu percebesse, que talvez estivesse envolvida com outro, mas descartei também esta hipótese porque o tempo passou e fiquei sabendo que você continuava sozinha.
Pensei muito em tudo que vivemos. Refugiei-me no trabalho enquanto, em minha mente, o mesmo filme montado com as passagens felizes de nossa vida se desenrolavam em segundo plano. Perdi o gosto por tudo, lutei muito para suplantar uma depressão que não me largava e que, finalmente, afetou meu desempenho profissional. Sobrevivi.
Nunca me conformei em perdê-la. Alimentei meu coração com as lembranças e vivi da esperança de um dia tudo ficar esclarecido e ser revertida esta ruptura descabida.
Tentei me desligar e até cedi ao assédio de outras mulheres. Acho que quem sofre de amor atrai pessoas em busca de afeto. Tentei, mas nenhum caso passou de algo fortuito que nunca pôde lançar raízes. E depois dos carinhos e de fazer amor com qualquer outra pessoa, o sentimento de perda ficava mais evidente, o rebote trazia ainda mais dor e desalento.
Depois de muito resistir, de tentar endurecer, viver distante da emoção, fui enredado em outra história que começou, hoje eu sei, por conta de muitas semelhanças físicas e de temperamento dessa mulher com você. Foi impossível ignorar um jeito tão semelhante ao seu de sorrir, os mesmos cabelos, o toque suave das mãos. Até uma voz que na expressão muito se assemelhava e quando dei por mim já tinha me envolvido e percebi que algum entusiasmo se insinuava em meus dias. Passei a ter sonhos com ela e em dado momento quem me aparecia era você. Quando percebi, já corria pros braços dela, mas era você que eu desejava encontrar. Fantasiei sem sentir que tínhamos nos reconciliado, estava feliz e um sorriso passou a ficar pregado em meu rosto, insistente. Daí para que ela também passasse a investir em nossa relação foi um pulo. E como eu andava todo enamorado, gentil, emanando uma vibração de puro amor, a moça deixou brotar em seu coração o mesmo sentimento.
Assim, eu chegava, ela sorria. Ficávamos juntos, era imensamente difícil nos afastarmos. Dormíamos juntos, queríamos mais: passar todo o dia juntos. Não demorou muito para percebermos que estávamos tão ligados que não era mais coerente morarmos em casas separadas. Nossas roupas já se misturavam nos armários da minha e da casa dela, nos encontrávamos muitas vezes “por acaso”, falávamos por telefone e e-mail repetidamente e já ousávamos fazer planos futuros juntos.
Posso dizer que voltei a viver novamente neste período, o que não acontecia desde que nos separamos.
Entretanto, em algum nível, eu sabia que não estava tudo bem. Havia em mim uma inquietação, uma ânsia, uma sensação de ferida que parecia ter cicatrizado, mas que voltava a sangrar de repente e ainda doendo muito, dizendo que ainda havia vida.
Levei esta história, este fogo fátuo somente até o dia em que acordei ao lado da moça depois de uma noite de amor e procurei por você na cama com a certeza de que era você e só você que eu queria, era você que eu amava nela sem que ela ou eu percebêssemos de pronto. Nesta manhã em que tive a certeza do que estava acontecendo comigo contei tudo a ela, me expus completamente e rompemos em definitivo, com marcas para ela bem menores do que o estrago que um casamento depois poderia trazer-lhe.
E, a partir daí, com este insight que me situou em relação a nós, decidi deixar de lado possíveis elocubrações que eu já tenha feito ou volte a fazer sobre o que motivou nossa separação e procurar você para me esclarecer.
Esta carta tem por objetivo mostrar a você o que aconteceu, como estou agora e lhe pedir que me diga o que de fato aconteceu com a gente, porque se separou de mim.Afinal, não é possível conceder um tempo pura e simplesmente, sem buscar a explicação, a alguém que despertou um amor que é tão imenso, que resistiu a um tempo grande demais e só aumentou. Te amo e te quero. Volte para mim ou então me liberte deste amor definitivamente.
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Promessas - por Soraya Rocha

31/08/09

.....Perdão, amor. Perdão por tudo que prometi e não cumpri até hoje. Por não te ouvir, por tentar impor a você minhas manias e complexos, por chorar tanto e não respeitar suas vontades. Por implicar sempre com sua diversão e seus amigos. Desculpe meu ciúme, minha infantilidade, minha falta de companheirismo no dia a dia. Desculpe meu egoísmo.
.....Para te ajudar a me perdoar, vou argumentar a meu favor: sou sincera, consciente, amiga nas horas difíceis, tenho a maior paciência com a sua mãe jararaca e entendo como ninguém aquele seu pai maluco. Sou provedora, cozinho bem, te dou de presente tudo o que você deseja e sou muito organizada.
.....Prometo tentar melhorar em tudo aquilo que causa conflito e que deixa por um fio a nossa relação. Prometo ouvir com atenção as histórias que você me conta quando chega do serviço; prometo que não vou querer mais que você seja uma cópia fiel de mim; prometo começar uma terapia para resolver estes meus problemas emocionais; prometo deixar de ser chorona; prometo não arrumar tudo o que é seu do jeito que acho melhor; prometo não me importar quando te vir feliz com outras pessoas; prometo não fazer mais cenas de ciúme; prometo te dar atenção no dia a dia e não ficar tão voltada para mim.
.....E prometo, sinceramente, que é a última vez que você lê estas promessas. Porque, desta vez, eu vou cumprir! (Deus me dê forças...)

..........Com amor,
....................Soraya
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Você Me Faz Tão Doce - por Theresa Russo

Não, não chore. Há dias em que eu somente queria ver e sentir o sol. Como se eu fosse uma árvore sábia e tranquila. Há dias que eu queria ser apenas uma folha brincando de cair na poça d’água da chuva mansa, da chuva brava. Não, não chore. Essa noite ainda vai acontecer. Deixa chover a chuva de dentro, espera ser gerado o novo entardecer. Ainda é muito cedo pra sofrer! Não, não chore agora. Espera esse sol brincar de ator principal nesse palco entre as montanhas dessa cidade tão pequenina e simples. Espera o barulho do sol apagando seu fogo dentro do rio doce que corre ao teu lado. Vamos, vem logo! Os pardais estão como enxame de loucas libélulas buscando sentir a mudança do planeta virando pro outro lado. Ainda está tão lindo esse nascer de mais uma noite! Vê as estrelas coladas num brilhoso papel azul marinho lá em cima? Elas caem e adentram o mar para serem estrelas-do-mar. Eu mesma já observei daqui algumas subindo por uma corda provinda dos braços da lua. E cada uma delas subia sem medo de cair novamente. Estrelas do céu, estrelas-do-mar, estrelas do céu, estrelas-do-mar. Olha - eu pertenço a você e você pertence a mim. Agora, nesse entardecer, você me faz tão doce...



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Fica Comigo... - por Thiago de Sá

Que tudo passe,
Mas você permaneça em mim.
Fica no meu peito como uma marca que o tempo não pode apagar!
Fica comigo nas noites frias e no pôr do sol do meu fim de dia.
Teu sorriso me refaz dos pés à cabeça,
Teu sorriso me deixa a pairar nos mais belos pensamentos.
Teu corpo é o repouso do meu,
É onde eu me conforto,
É onde eu me perco,
É onde me esqueço do que sou e passo a ser teu.
Sem medidas,
Sem formas,
Sou somente teu.
Teu agora e teu amanhã.
Sou teu no desejo de beijar,
No desejo de abraçar,
Em todos os teus desejos mais secretos eu sou teu.
Não tarde o nosso encontro,
Os segundos são lentos longe de ti.
Que o drama das minhas palavras te aproxime,
Mas se, por má ventura, eles te afastarem,
Restará em mim o desejo de reconquistá-la.
Doce e cheio de amor te espero ansioso!




........................Visitem Thiago de Sá
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Meu Rei - por vestivermelho

Querido amor

Que saudades! Estas letrinhas saem direto do meu coração que está melancólico com sua ausência.
Leia e depois venha correndo, estou te esperando.
Na nossa pedra, vendo nosso lago, ele está brilhando com os raios do sol.
Me enche os olhos de água disfarço e deixo as lágrimas correr...
Venha logo, senão morrerei...

Obs. Quem está te entregando essa carta é a nossa querida coruja.

Sua rainha



Visitem vestivermelho
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O Que Fazer, Meu Amor? - por Ana

Eu tenho um amor infantil de se jogar no sofá, me jogar no seu pescoço, brincar, te fazer cócegas, me esparramar no tapete, nos imprensar contra os móveis, lambuzar de mel ou marshmallow, fazer guerra de almofadas, amar sobre revistas e livros.
Mas você cuida das coisas que não podem se quebrar, sujar ou desarrumar.
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Eu tenho um amor adolescente que fica horas a fio deitado, agarradinho, a conversar mirabolantes e doces histórias que trazem este amor que morde, ataca, sacode, implica, aperta, agarra, arremessa, crava as unhas.
Mas você cuida que seu corpo não se machuque, não marque, não doa, não sofra nenhum dano.
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Eu tenho um amor jovem que pega com força, domina, possui, ama por dias a fio, exagerado, sem horas, sem compromissos, sem outro mundo que não o seu.
Mas você tem relógios, telefones, preocupações e fome inadiáveis.
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Eu tenho um amor mulher que se enrosca, aquece, envolve, aconchega, desliza um tigre sobre seu corpo, escorre calda que te penetra os poros, se deixa possuir pelas vontades, se perde de prazer a cada instante.
E você ama esta mulher com paixão.
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Mas o que fazer se não sou uma? Me diga, amor, o que fazer com aquilo meu que não há em ti? Me diga o que fazer se sou mesclada, indivisível? O que fazer se um negado impede todos?
Me diga, amor, o que fazer?
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Amor Único - por Esther Rogessi

Aproxima-se o final do ano, mais um ano que está sendo findo... sem que eu te veja, ou sequer, saiba algo de ti.

Durante anos, vi chegar natais e tantos outros festejos e feriados sem que eu pudesse ver-te. Estive em tantos lugares e a cada um deles te levei comigo... nas viagens, bem ao meu lado, coxa a coxa no carro, longos percursos fiz, conversando baixinho contigo. E, tu... sempre mudo - melhor assim... essa é a forma perfeita de ouvires tudo, sem contestar. Quantas vezes, no trânsito, meus olhos ansiosos buscavam encontrar-te... Outras tantas, num repente, surgias tão verdadeiro, tão forte... que eu apertava a fronte, querendo deletar-te. Deletar a quem eu mais quero!... É, que... se não posso ter-te, melhor não ver-te...

Quanta coisa acontece em um momento, de repente...
Quantas coisas aconteceram, nestes anos... fatos marcantes, boas surpresas, porém passageiras... muito passageiras...
E, mesmo assim, confesso: nada é realmente satisfatório, sem ti.

Por que será que as coisas que nos fazem felizes são sempre muito breves? E ainda... por que as coisas dolorosas permanecem?...
Estão sempre presentes, que queiramos ou não!
Por que absorvemos mais a dor? E, quando ao longo do tempo, esta passa, em seu lugar fica um amargor? Mesmo que sutil...

Estás tão perto, porém o imenso amor que por ti sinto, não é maior que o respeito e dignidade que tenho por mim mesma... não irei a ti! Se Deus é nesse amor, Ele te colocará a minha frente, no tempo e na hora Dele... Já fiz a minha parte.... Agora cabe a Deus!
Sei e creio que há coisas que o homem faz e há coisas que só Deus pode fazer!
Se Ele não fizer... se não mais nos encontrarmos, jamais estarei só... estarás sempre comigo. Afinal, ninguém morre de amor, vive-se por ele!



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domingo, 30 de agosto de 2009

As Nossas Palavras XXIII - por Alba Vieira

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Ter virtude pode honrar alguém, mas abrir portas para o sucesso, somente se entrar junto a beleza.
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Visitem Alba Vieira
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O “Invocado” - por Adir Vieira

Não sei demonstrar carinho,
Só sei manifestar minha dor.
Quando o racional me bate,
Fujam, pois é um horror!

Às vezes tento ouvir
Pessoas experientes,
Mas no meio da conversa,
Afio logo meus dentes...

A outra pessoa, surpresa,
Finge não perceber, prá agradar,
Mas eu, com o pé atrás,
Dou outra só prá acirrar...

Será que ao longo da vida,
Por sorte ainda não surtei
Ou será que ainda melhoro
Esse belicoso poder?

Com certeza acho que não,
Pois já sou muito velhinho,
Penso que se eu mudar,
Só se for para os “anjinhos”!



Visitem Adir Vieira
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A Mulher Invisível - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Era uma mulher de estatura média, porém passava despercebida por onde quer que fosse. Ninguém a enxergava, ninguém a via.
Entrava nos gabinetes, nos palácios, nas mansões e nenhuma câmara a fotografava.
Dizem que era de outro planeta, de outra dimensão...
Há quem jurasse que ela era descendente do Drácula: nos espelhos e nas máquinas fotográficas, nos filmes que gravavam as pessoas, ela não aparecia...
Outros menos crédulos achavam que ela não era nada disso, mas sim que os equipamentos de segurança não funcionavam, como tudo falhava na República das Bananas e como tinham defeitos sérios, só registravam por um segundo e depois apagavam.
Tudo isso não seria motivo de escândalo, se não fosse a visita secreta que ela fez a Tia Mariquinhas. Foi escondido comer bolo durante a noite ou foi ouvir o pedido da tia para abandonar o vício de ficar verificando a vida dos outros.
Ninguém sabe, mas o que se sabe é que ela, atendendo ao pedido da tia, acelerou o processo. A tia disse que ela estava surda e que não ouviu direito. A prima jura que ela não esteve lá, que foi um sonho e que tia Mariquinha não pediu nada.
O tio, que era o dono da casa, considerou que ela estava mentindo ou que devia estar com Alzheimer e assim se lembrava de coisas muito antigas e confundia com o presente...
Como ninguém sabe quem estava com a razão, o caso foi levado ao Conselho de Astracam e contratado o maior de todos os detetives para tentar descobrir onde estava a verdade, com quem estava a verdade... E um moço de boné de xadrez e um cachimbo na boca, diante de tanta confusão, disse, do alto de sua sabedoria inglesa:
- O que acontece é que ela realmente é a mulher invisível, por isso não foi vista pelos sensores da casa. E no dia da visita ela se esqueceu de colocar a máscara nas mãos e na face e assim, diante de sua invisibilidade, ninguém conseguiu ter a chance de ver que ela estava realmente ali. Assim, ninguém a viu, mas as conversas foram ouvidas por ela que, acostumada a ajudar a tia, levou o pedido adiante.
E ele terminou dizendo:
- ELEMENTAR, MEU CARO WATSON... Elementar...



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Um Dia de Chuva... - por Duanny

Você, por acaso, já reparou como os dias de chuva são deprimentes?! Não, não é porque esses dias te inspiram um automático tédio, ou porque o céu nublado e aquele vento frio te fazem lembrar de coisas tristes ou no que você poderia estar fazendo se estivesse um sol daqueles.
Talvez seja porque a chuva seja como uma descarga de emoções, um furinho no barco da alma, o ralo dos sentimentos reprimidos... Sim, porque não? Quem nunca ouviu a expressão “Por mais que a chuva venha, sempre vem o céu azul” (ou algo parecido)? Ué... talvez porque depois de descarregar certas emoções, deixar vazar inconveniências da alma ou mandar ralo abaixo os sentimentos atormentados, vem o céu azul, como se você se sentisse leve, aliviado, por ter “descarregado”.
É como se a chuva de fato nos lavasse por inteiro, levando para os bueiros, para as ruas, de forma escancarada, tudo o que não desejamos de forma alguma, que nos negamos sentir ou acreditar.
Pessoas como eu acham a chuva deprimente. Pra mim, deixar certas emoções ou sentimentos vazarem estupidamente é como tirar uma parte de minha personalidade; sei que são inconvenientemente indesejavéis, mas fazem parte do meu ser, da minha opinião, do meu caráter. Mas há pessoas que simplesmente adoram a chuva, o vento frio perfeito pra filme e pipoca, o barulhinho da chuva pra dormir... Talvez a vida para essas pessoas seja de fato mais fácil, estão acostumadas a mudanças (ou não?), podem se livrar do que as incomoda e seguir seu caminho, como se nada houvesse sido jogado bueiro abaixo(?!). Acho que a resposta seria óbvia demais, não?!
Apesar de se livrar de tudo deliberadamente - ou deprimidamente (porque de qualquer forma você se livra) -, a bainha da sua calça vai continuar molhada, como se dissesse “certos sofrimentos, dores ou amarguras são essenciais para você entender o verdadeiro valor da vida”.
Por mais que você tente pular as poças, correr para se abrigar, aquela bainha vai continuar ali, molhada, te lembrando do esquecido, fazendo você sentir o que já se foi, mas não há com o que se preocupar, é só mais um dia de chuva.
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Fora, Racismo Camuflado! - por Esther Rogessi

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Belo é sonhar, acordado ou dormindo...
Terrível é ter pesadelo e fazer da vida um... Vivê-lo!
Como somos pequenos... Esquecemos o que ontem sonhamos,
E do que sonhamos há anos lembramos...
Sonhamos de forma clara, com pessoas e lugares desconhecidos,
Situações enigmáticas, mistérios jamais resolvidos.
Os nossos sonhos podem ser... A consequência dos nossos atos,
Desejos contidos, revelados no enigmático...
Ou o que há de vir, realidade futurista...
Ou ainda a deformação do caráter,
Através de um pensamento sombrio, enegrecido pelo mal...
Mesmo que sejamos brancos, caráter não tem cor!...
O pensamento do homem nem sempre é bom.
Porém o chocolate, branco ou negro, bom sempre será!

(O racismo camuflado só vindo de um perfil deformado, continua sendo crime!)


Nota: Este artigo é resposta a um infeliz pensamento racista, grosseiro e vil quanto à mulher negra, publicado de forma camuflada em um site. E ainda vem o tal sujeito se dizer filho de mãe negra e que vibrou com a vitória de Barack Obama, e que ainda admira o Rev. Martin Luther King, porém tem tesão pelas branquinhas, mas não descarta umas negrinhas vizinhas dele, para tocar “algo que não é música!”
Estudiosos dizem que Adolf Hitler, por parte de sua avó (Karla), tinha em suas veias sangue judeu. Foi isto que o levou a dizimar quase doze milhões deles, causando o maior genocídio da história?



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Temerário - por Kbçapoeta

Tanto medo do verso
Do resto
Do teto que ameaça cair.
O tijolo
O bloco
O concreto
O acabamento que ainda está por vir.
Tanto verso do medo
Do teto
Do resto que acaba de cair.
O acabamento concreto
O bloco
O tijolo que ainda está por vir.
Tanto verso concreto
O resto
O concreto que ainda está por vir.
O tijolo
O teto
O verso que acaba de cair.
Tanto medo do bloco
Do Baco
O resto que ainda está por vir.



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Bruna Lombardi em “Sanha” - Citada por Penélope Charmosa

Eu vou te infernizar com minhas perguntas
e vou te seviciar com minhas malícias
vou te pulverizar com meus poderes
e vou te influenciar com meus abraços

e vou te transformar com meus pecados
e vou te conseguir com minha sede
e vais agonizar com meu verde
e vais me suplicar o meu veneno.

Eu vou te misturar à minha terra
e vou te possuir com meus desejos
vais aprender a rir com os meus dedos
e aprender a brincar com meu fogo.

E eu vou te salvar com minha loucura
e vou te remontar com meus pedaços
e vou te sacudir de imprevistos
e tu vais te soltar com meu galope
e aprender a voar com meus gestos.

Tu vais me aguentar com minhas pedras
e vais me esmagar com a tua força.
Tu vais me despertar o meu caminho
e vais me apontar sempre o teu norte.

E eu vou te enfeitiçar com as minhas manhas
e vou te sufocar com meus delírios
e vais me suportar com minhas lágrimas.
E vou te carregar dentro do sangue
e me embrenhar adentro da tua mata.

Eu vou silenciar sobre teu crime
e te esconder nas pregas do meu leito
e te afundar nas dobras do meu ventre
e te alimentar com a minha seiva.

E vou te atiçar com minhas propostas
vou te prender dentro das minhas coxas
te sussurrar no ouvido o meu segredo
tu vais te acostumar com o meu cheiro
e aprender a usar a minha faca.

Tu vais me atormentar com o teu peso
e me fazer cair no teu abismo
e eu vou me arrastar no teu tapete
com todo esse lirismo na barriga.



In “No Ritmo Dessa Festa”.
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Fernando Pessoa em “Autopsicografia” - Citado por vestivermelho

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.



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sábado, 29 de agosto de 2009

Ele Desatinou... - por Ana

(Paródia de “Ela Desatinou”, de Chico Buarque)

Ele desatinou!
Viu tanta bobeira,
aceitou a brincadeira
e foi se enturmando
e foi se apresentando...

Ele desatinou!
Viu tanta alegria,
vestiu fantasia!
Os dias foram passando
e ele foi rimando...

E ele não viu que toda gente
estava torcendo normalmente...
Todo Duelos andava animado
com os lindos versos, bem-humorados...

Então ele desatinou...
Viu morrer alegrias,
rasgou fantasia,
os versos sem sal mandando...
e inda ficou chorando...

Ninguém inveja o infeliz, tri infeliz
No seu mundo de cetim, assim,
Reclamando da dor, do pecado,
Do duelo perdido, do jogo acabado...

Ele desatinou...
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As Nossas Palavras XXIV - por Alba Vieira

Toda abelha quer ser livre.
Claro que sabe o que é bom.
Sair da colmeia e ter seu arbítrio,
Fazer o mel no seu próprio tom.



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Na Sala de Espera de um Consultório Médico - por Adir Vieira

Estou na sala de espera de um consultório dentário.
Aqui um grupo de profissionais dessa área atende em salas separadas e, por isso, o local relativamente grande para acomodar os pacientes das cinco salas está verdadeiramente apinhado.
Num balcão ao fundo, três recepcionistas recebem os que chegam confirmando a marcação das consultas e solicitando que aguardem. Já ali somos obrigados a esperar a vez, visto que, simultaneamente, consultas também são reservadas pelo telefone, o que impede que qualquer uma delas seja solícita de pronto.
No banco comprido à minha frente, um senhor, aparentando quase oitenta anos, ressona sem se importar com a plateia que olha e ri a cada tombada de cabeça que seu sono tranquilo causa. A senhora ao seu lado parece ser sua esposa e com certeza tem uns dez anos a menos do que ele. Ela vê tudo e nada faz, preocupada que está em manter seguro na face o lenço quadriculado em tons marrons com que protege a própria boca.
Procuro manter a calma – odeio dentistas e porque não dizer toda a turma de jaleco branco –, mas lá já se vão vinte minutos do horário para mim marcado e torço para que não seja a velhinha paciente do meu dentista.
Próximas aos dois, duas meninas de aproximadamente quatro anos brincam com uma “bola de encher”, jogando-a uma para a outra e logo se cansam dessa brincadeira e inventam outra totalmente imprópria para aquele pequeno espaço, agora ainda mais cheio, comportando grande parte das pessoas em pé.
Elas arquitetam um jogo de queimada diferente, onde uma corre em volta da outra que, parada e de posse da bola, tenta acertá-la a cada jogada na menina que corre e que, pela própria brincadeira, vai ganhando velocidade a cada corrida.
De repente, como se tivesse sido ensaiado, as pessoas próximas soltam uma gargalhada em uníssono, ao grito de “puta que o pariu” do senhor que foi violentamente despertado com a pisada e o esbarrão da menina que corria.



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