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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 4 de janeiro de 2009

Vida Seca - por rosa.vei

Vida que se vive só, cruzada traçada pelo general dos anjos
Que compadecido e muitas vezes em soluços guia-me nas escolhas;
Coração vazio, exaurido e em pedaços
Vida sem laços, sem abraços

Sonhos condenados à existência na imaginação,
Lembranças sombreadas como fumaça no espaço
Coração faminto esgoelando ao mundo suas dores
Corpo guiado na busca por amores

Olhos fechados, o rosto cansado pelos fracassos,
Olhar sondado, olhar desconfiado em prontidão
Silenciosa vida seca, que se vive só
A um só nó, rumo ao pó

Dissabores, desamores;
Ao meu guia pedi, implorei: socorrei-me!
Anseio encontrar numa tarde luminosa, a agitação sem assombração;
Ai então, explodir o vulcão em ponto de erupção;
que hora afoga meu coração

Silenciosa vida que se vive só;
ao sopro do vento na noite adentro,
infelizmente segue só…

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Pílulas de Sinceridade - por Mellon

Cair de costas na cama depois de passar o dia todo fora, trabalhando. Coca-cola numa praça de alimentação num dia a tarde. O cheiro do meu perfume em dias muito, muito quentes. Você encostando a boca na minha mão de leve, como se fosse dar um beijo. Robert Smith dizendo “inspire me the desire in me to never go home”. Falar com o Leite. Lembrar do sorriso do meu pai, sentado na poltrona enquanto me olhava brincando. Minha caixa de e-mails vazia. Livros novos. Livros antigos. Meu tênis sem cadarço. O sol batendo no rosto. A chuva batendo no rosto. Suco de maracujá. Ouvir um cd antigo, mesmo que seja Legião ou Paralamas. Cantar no banho. Um abraço de quem sabe abraçar. Trem apertado e eu sem conseguir controlar o riso, sozinha. Uma estrada vazia num dia azul como esse. Sair de casa sem rumo. Thom Yorke cantando. O computador travado. Crise. Crise. Quando você acorda e sente que não vai conseguir levantar.
O olhar que eu te dei quando você soube que eu poderia ser.

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Haushaushaus, tumtumtum, buááááá - por Raquel Aiuendi

Você em meus dias, é na confusão distinta ilusão de um dia voltar a esse coração
Beijos que passam por minha cabeça, são carinhos na carência soberba
Onde está você, me pergunto se devo ou não me responder,
Enquanto o sol nasce, hoje, depois de mim
Enquanto eu fujo, ainda tudo tão difícil
Sem diários, agenda e uma chata rotina
Da falta constante que nos abate, atina e atiça.
Fogos espocam ao longe, perto tiros são mais que poucos
Nunca mais ouvi polca, xaxado, frevo
Quaraminguá, chororó, tique-tique-tá.
Quando meu coração está pegando fogo
Ligo o alarme logo
E lágrimas resolvem o incêndio.
Mas há uma coisa que não compreendo
Porque você não liga para mim
Se nosso amor não tem fim?

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Expansão - por Alba Vieira

Há momentos nesta vida em que somos intimados a alterar comportamentos. É como se, finalmente, retirássemos o véu que nos impedia de enxergar claramente como são as coisas e as pessoas. Antes que o véu seja levantado, passamos tempo demais envolvidos com falsas idéias, conceitos e julgamentos errôneos sobre as mesmas situações e pessoas. Mas, a partir do instante mágico em que o quadro da realidade é, então, totalmente alcançado, é impossível voltar atrás. Estou num destes momentos agora.
É como se a Vida estivesse me empurrando até a beira de um abismo onde posso olhar do ponto mais alto de uma montanha, tendo a noção completa do todo lá embaixo e estivesse, entretanto, morrendo de medo de olhar para baixo. Poderia, ao ter a maravilhosa visão abrangente, tontear e cair, me espatifando entre os rochedos do fundo ou, então, vendo a paisagem infinita, perfeita e harmoniosa, inspirar o ar puro inflando os pulmões e saltar confiante sobrevoando (com meu sistema respiratório planador natural) as belezas incontáveis, descendo segura entre as árvores e, finalmente, pisando em solo fértil e aquecido.
É um ponto de mutação. É obrigatório escolher.
Não há como não olhar agora, a não ser que me faça cega. Ainda tenho esta opção, mas nunca quis isto, muito menos neste momento em que me amplio em tantas outras coisas. Identifico em minha vida uma sucessão de acontecimentos me levando ao mesmo ponto crucial: o desapego, a aceitação do que é, sem tentativa de controle, a obtenção do verdadeiro poder, de ser só o que se é, sem medo, sem resistências.
Se expresso o que sou apenas, aceito todo mundo do jeito que é, sem querer moldá-los antes para caberem nas exigências do meu olhar imaturo e equivocado, portanto, enganável.
É imperativo que eu, serenamente, encare cada pessoa dentro de cada possibilidade sua e simplesmente aceite.
Só assim atinjo a liberdade, me solto das amarras impeditivas, limitadoras, ofensivas da ilusão.
E, ao mesmo tempo que vou conseguindo olhar para cada pessoa e situação como de fato são, ajustando a minha maneira de interagir, deixando de ter um comportamento padronizando e teoricamente correto e adequado segundo minha visão idealista, torta, tomo posse da minha totalidade, integro a minha sombra e amadureço, ainda que tardiamente, ampliando meus limites, tornando-me então infinita que sou realmente.
Vejo tudo a partir de agora.

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Em Saia de Onça... - por Raquel Aiuendi

Orange tange
A onda da praia
Onde a onça
Nem
Ensaia
Ou sem
Pensa
Deixemos a onça
New wave
I love you
Nosso amor
Ou range, tange.

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Haikai - por Kbçapoeta

Vento outonal
Céu rosado reluz
O fim do dia



Feliz 2009 a todos do “Duelos”
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