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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 9 de dezembro de 2018

ELEFANTA


De repente a vida começa a exigir mais do que podemos dar; ou que queremos. Movimentos inesperados, esforços além do que planejamos; perspectivas antes impensáveis parecendo tão essenciais agora... E os pensamentos tumultuados  querendo organizar algo inimaginável levantando o ânimo para o enfrentamento. A divisão do que fica e o que vai embarcar nessa novidade desdenhada, mas, de certa forma, desejada.

De repente a gente começa a exigir mais da vida.


[Adhemar - São Paulo, 02/04/2011]

sábado, 10 de novembro de 2018

ENTARDECER

"Entardecer" (Imagem da Internet)


Saí assim, contrariado...
Um tanto quanto por fazer,
um tanto quanto avariado...

Saí assim, ao entardecer.
Talvez assim, meio de lado,
um tanto pra enternecer.

Saí assim, meio zangado,
um pouco antes do anoitecer,
com tantos bares fechados...

Saí assim, pra acontecer.
Meio teatro de tablado,
um meio pão pra amanhecer.

Saí assim: olhos vendados,
só pra te ver.


[Adhemar - São Paulo, 08/11/2016]

domingo, 7 de outubro de 2018

FUTURO OU DESTINO?

Algum apelo de impedimento.
Altivez.
Cativeiro.
Perspectivas frágeis.
Processos ineficazes.
Manifestações.
Protestos e cartazes.
Posições insustentáveis.

Algum apelo de impedimento.
Pessoal.
Lamentável.
Lamento de perdição,
de perda, desolação.
Cativeiro em condições miseráveis.
Acordes dodecafônicos.
Poluição degradante.
Painel de aviso fechado.
Desesperançado.
Placa fosforescente de aviso:
é o futuro!

Algum apelo de impedimento.
Escolha de um lado da lua:
o escuro.


[Adhemar - São Paulo, 26/05/2017]

domingo, 30 de setembro de 2018

SEMICONSCIÊNCIA

[Imagem: Espaço integrado (pixabay.com)]

Adormeci abraçado às tuas pernas
Apagado de mim
Apagado do mundo

Adormeci sonhando estradas
Fugas, viagens longas

Adormeci abraçado aos sonhos
Sonhos de vê-la mais
de tê-la mais nos braços

Adormeci na penumbra desse sentimento
Adormeci nesse berço, ou ninho dourado
Adormeci na tua ausência, ora eterna...

Adormeci na ilusão
Adormeci entre teus cachos dourados
imerso em pesadelos coloridos

Adormeci só,
no seio do teu adeus.


[Adhemar - São Paulo, 18/02/2018]

domingo, 26 de agosto de 2018

FLASH

Esguia e leve eu te vi,
meio que de repente;
estava séria e... vestida!
Que indecente!

Cabelos curtos,
com uns flashes prateados
e seus olhos - ah meu Deus!
Atrás de uns óculos quadrados...

Era branca, a camiseta,
tinha uma estampa bem fora de moda;
e as calças jeans...
desenhavam, claramente, a coisa toda.

Os pés descalços,
ou num falso mocassim.
Sem maquiagem,
só o rosto ou coisa assim...

Os gestos leves;
mas, eram severos,
indicando uma zanga, por decerto,
ou imitando um dançarino de bolero...

Decidida,
sentou-se firme em seu lugar
entre outras moças,
no certo ângulo de se observar.

Almoçou pouco, comedida e prudente,
como se a vida fosse assim, toda frugal;
mas, distraída, se entregou,
palitou dentes...

Matemática, noves fora, levantou-se.
Olhou em torno procurando a saída.
Fez-se de boba, fez que ia mas voltou,
até que enfim, acercou-se e surgiu.
Circunscrita em minha área de influência,
passou reto, pelo jeito nem me viu...



[Adhemar - São Paulo, 23/05/2018]

domingo, 5 de agosto de 2018

segunda-feira, 9 de julho de 2018

TARDE, TARDE, REBELDE...


Me mandaram, eu fui.
Não me pergunte aonde.
Me mandaram, obedeci.
Não me pergunte o quê.
Me mandaram, recebi.
Não me pergunte por quê.

Me mandaram...
Se tinham autoridade, não sei.
Me mandaram...
Mas eu banquei a passagem!
Me mandaram de graça.
Tá aí!

Mandaram,
mandaram,
mandaram.

Saí,
obedeci,
recebi.

Até que olhei firme, abri os braços.
Aí, me disseram:
Até que enfim!Nunca é tarde...


[Adhemar - São Paulo, 14/05/2008]

segunda-feira, 18 de junho de 2018

SAÍDA POR CIMA

Deixe cair o que for preciso.
Só não abaixe o olhar,
permaneça altivo.
Finja uma pesada indiferença
de forma a não transparecer a dor.
Engula aquela lágrima teimosa.
Queime a tristeza
junto com as fotos do seu ex-amor.
Agarre-se na corda desse fundo poço
com elegância e destemor.
Mas saiba que a vida é uma joça,
não há remédio pra essa dor.
Por fim, seja orgulhoso
e vá em frente sem vacilo.
Não deixe que o vejam mancar.
Mantenha-se ereto e positivo.
E, quando ninguém mais te olhar,
sente-se e chore, é preciso...


[Adhemar - São Paulo, 30/06/2017]

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Tudo está no seu Lugar








Lula na senzala
  Temer na varanda
    Casa grande clama
 Louros da vitória

Na senzala Lula
    Na varanda Temer
       Casa grande: Louros
  Clamam a vitória



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quinta-feira, 31 de maio de 2018

CÃO SEM DONO

Entre tantas dores me levanto,
recordo outros amores,
em prantos me derramo.

Entre tantas amadas te escolho,
me recolho da timidez de tonto,
no coração me escondo.

Entre tantos estrondos, um eco,
tenho um treco, te escondes.
Como é que escondestes o que amo...?
Para onde tu fugiste...?

Entre tantos remorsos, tantas lágrimas,
páginas derramadas do teu sofrimento,
um momento, me arrependo...

Entre tantas declarações, tu as fizeste,
não que não preste o meu não.
Covarde coração repleto de ilusões.

Entre teus olhos tristes, tuas mãos;
desespero, lassidão e abandono.
Eu, na fome, cão sem dono...

Entre teus desejos eu deserto.
Nada perto, nada beijos.
Teu abraço, nem de perto.

Entre tantas dores me levanto,
em prantos me derramo;
mas o destino quis assim;
eu só lamento, não reclamo...


[Adhemar - São Paulo, 27/02/2017]

domingo, 8 de abril de 2018

PALIDEZ

"Harmony does not exist, my love, harmony does not exist"
[MAC-100, Swarovski, Milão, 2010 (foto: Adh2bs)]

Uma lembrança cruel tomou corpo,
invadiu minha impaciência.
Me cercou, circundou e zombou
desenterrando um velho cadáver.
Expulsou um sentimento,
emoldurou o teu rosto.
Emoldurou teu sorriso,
imortalizou o teu gesto.
Gravou tua voz,
imprimiu - ou impôs - teu olhar.

Uma lembrança cruel escarneceu
o curto tempo de então.
Não comoveu nem lamentou
os diferentes rumos que tomamos.
Você sumiu para sempre,
só essa lembrança restou.
Cruel ela se levanta, 
pra me assombrar, meu amor.


Para um dos fantasmas d'antanho...
[Adhemar - São Paulo, 14/01/2010]

sábado, 10 de março de 2018

DOMÍNIOS

Números primos.
Inúmeros amigos.
Pedras nas metáforas.
Sonhos antigos.

Uma grande guerra.
Sinistra. Interna.
Estratégias diáfanas,
perdidas na fumaça.

Plateia de estádios,
entusiasmo de torcida.
Aplauso em estágios.
Adeus em expectativa.

Sorte lançada,
numerosos inimigos.
Vaia ensaiada, 
jogada de improviso.

Quem avisa é amigo.
Decida-se: fique ou saia.
Não importa; acerte ou encerre,
www ponto com ponto br...

[Adhemar - São Paulo, 13/01/2017]

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

PLANO DE JOGO

Neste cárcere de papel
tento aprisionar um momento,
um pensamento, um fato.
Tecendo um breve relato,
relatório, poema.

Nem sei se é prisão ao certo,
o correto, a expressão.
Só sei que é uma corrente,
torrente, escorrente...

Neste cárcere de papel
tento aprisionar uma ideia,
megera, Medéia,
tratado ou documento.
É tudo tão revirado,
carece de esforço e sentido.

Neste cárcere de papel,
destrancado,
um breve registro,
ou breve passagem,
para não perder a viagem;
lugar comum, logaritmo.
Liberdade concentrada,
ir e vir circunscrito.

Neste cárcere de papel
não conta o que já foi dito;
é só o testemunho silencioso
de pensamentos barulhentos...

[Adhemar - São Paulo, 14/01/2010]

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Última carta


Quando me disseram conhece a ti mesmo, não esparava encontrar tanto de outra pessoa naquele lugar, nem que esta estrada desse num poço sem mim.

No lusco-fusco do horizonte, sem a negra íris ou o arco-e-flecha, fui me despossuindo até deixar de ser meu, até que o conteúdo permanecesse apenas na entrega.

Teu nome de intensidade absorveu-me a inconstância. Passei a viver, eu também, fora daqui - na tua carne, tua fala e teus cabelos.

https://poesiaincidente.blogspot.com.br/

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

TRANSFIGURAÇÃO RETICENTE

Por que existe melancolia?
Céus!
Que palavra que diz o que quer dizer,
com tanto de si mesma!
No fundo da mais funda fantasia
há uma verdade encoberta
que nos excita e nos perturba.

Tentei fugir de mim mesmo quando estive sozinho.
Agora choro,
pensando num truque velho
para velar meus olhos.
Perdi a noção do tempo
enquanto estava perto de ti.

Num canto do coração
um menino sentado observa
as lágrimas rolando dos olhos.
Vai acolhendo uma a uma,
a cada uma denominando emoção.

E... descobre mais emoção.

Emoção é um frio na espinha.
Emoção é uma lágrima da memória.
Emoção é um sorriso amigo,
um piscar de olhos,
um afago de mão.

Emoção é o sol poente,
um bicho voando,
um aperto no coração.

Emoção é a saudade rápida
de um relâmpago bom.
Emoção é a luz de uma alma
e o carinho do som;
do som da voz amiga,
do brilho nos olhos
e do beijo, então...
Do suspiro roubado,
de eu ter perdido a noção...


P/ BSF
[Adhemar - Pedro Juan Caballero, 27/07/1987; São Paulo, 31/07/1987]