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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aldeia - por Leo Santos

Na aldeia global tem fumaça
porque o progresso é viciado
preconceito religioso e de raça
violência por todo lado

Tem fronteiras ideológicas
muralhas de protecionismo
formas de governo fisiológicas
cuidando o próprio organismo

Tem comício na Suíça de ricos
e Fórum Social Mundial
aqueles, pra manterem seus picos,
esses, pra dizer que vivem mal

Aeroportos que recebem bichos
e outros que deportam gente
locais de reciclar lixo
sujeira matando vertentes

Geleira que derrete no polo
pinguim que erra no trópico
o cavaleiro ecológico no solo
perseguindo seu sonho utópico

tem bestas mutilando mulheres
e as livres vendendo carcaça
essas mercadejando prazeres,
aquelas, fadadas à desgraça

Tem bola pra todo gosto
e quem nem dê bola pra esporte
e o trânsito lançando em rosto,
o seu consórcio com a morte

Há quem creia em progressão
mesmo que a lógica o desfaça
afinal, o ápice da evolução
predaria a própria raça

Uns poucos que crêem na queda
e aceitam ao que levanta
mas mesmo a Esse se preda
mão no bolso, e pé na santa

tem muito cacique indigno,
e nenhum sábio pajé,
sistema mau, maligno,
que confusa a aldeia é!



Visitem Leo Santos
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Brincadeira de Roda - As Nossas Histórias VIII

À tarde, em lugares calmos e familiares, muitas coisas podem acontecer: as brincadeiras das crianças nas calçadas, os sonos dos cachorros nos portões, as fofocas gerais dos vizinhos nas cadeiras enfileiradas diante das casas, as corridas dos grupos enlouquecidos dos meninos atrás das pipas avoadas, as notícias chegando nas mãos de carteiros cansados arrastando os sapatos gastos, os ônibus escolares despejando bagunças nos braços de mães zelosas, chuvas repentinas que esvaziam as ruas de toda esta vida cotidiana... E depois das chuvas, de novo as crianças brincando, chapinhando na água que escorre no meio-fio...
Agora há um mar que quase me afoga, qualquer rima, qualquer droga e nenhuma solução... Somente uma doce e feliz recordação onde tudo era bom, hoje nem existem mais brincadeiras de crianças nem gritos de mães zelosas, somente uma luz muito fraca que clareia um quarto ou mesmo uma saleta e uma pequena escrivaninha... onde há tudo: alegria, tristeza, recordações, encontros de pessoas que sem ao menos se conhecer mandam abraços e beijos no fim de cada conversa mesmo sendo virtual, que coisa boa... mas que somente um pessoa no real está ali solitária, às vezes triste, outras alegre, outras curiosa... O mundo virtual é maravilhoso quando estamos em frente a uma telinha... sós, completamente sós...
E no meio desta solidão me domina uma lembrança antiga: as brincadeiras de roda da minha meninice.
“Terezinha de Jesus numa queda foi ao chão acudiram três cavalheiros todos três chapéu na mão”
“A Alba não é capaz de botar o pião no chão, a Alba não é capaz de botar o pião no chão, lá vai, lá vai, lá vai, lá vai o pião no chão”
“Atirei o pau no gato to to mas o gato to to não morreu rreu rreu, dona Chica ca ca admirou-se se do berro, do berro que o gato deu, miau”
Vestidos rodados, laços de fita nos cabelos, mãozinhas dadas na mais pura alegria infantil. Que saudade boa!
Quanta emoção extravasando nos nossos corações! Tantas vivências da infância que estruturaram as vidas de quem hoje conta com esta telinha abençoada para organizar tantos conteúdos até agora represados e que ainda continuam imprimindo as cores dos nossos dias, evidenciando o quanto é terapêutico escrever e se relacionar com as pessoas, mesmo que virtualmente.



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Banho - por Ana

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Inquieta, com nuvens ainda mais escuras dentro de mim, procurava resolver aquela aflição de forma racional. Impossível... Minha alma estava cinzenta, dolorida, o coração batia com dificuldade, como se quisesse parar diante de tanto esforço. Resolvi não pensar, sentar e me acalmar aos poucos. Fiquei quieta, olhos no nada, mente vazia, enquanto os olhos se inundavam de uma dor que eu jamais conhecera. As lágrimas escorriam pesadas, abundantes, mostrando-me um sentimento que havia em mim num lugar intocável, numa tristeza anônima. Sem soluços, sem desespero, sem compreensão, banhei-me naquela fonte repentina e, lavando-me em dor, clareei minha alma, libertei meu coração e perfumei meu dia. Ao levantar, era um outro alguém que se despedia de uma realidade interior absolutamente desconhecida e enigmática.



Texto cujos título e início foram utilizados para Banho - As Nossas Histórias VII.
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As Nossas Palavras VI - por Alba Vieira

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A teimosia e a persistência constituem uma forma de resistência pacífica, através da qual coisas impossíveis podem ser conseguidas.



Visitem Alba Vieira
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As Nossas Palavras VI - por Clarice A.

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Coisas impossíveis de conseguir com teimosia? Tente a maneira pacífica e verá como elas podem ser entendidas e conseguidas de uma forma bem mais fácil.
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Duelando Manchetes I: Aborto - por Clarice A.

Kbçapoeta:
Estamos falando sobre o mesmo tema mas sob pontos de vista diferentes. Eu, sobre o princípio, e você sobre as circunstâncias. Quero que saiba que admiro sua posição de defesa das mulheres que realmente sofrem todas as consequências psicológicas e físicas, correndo risco de vida muitas vezes.
O meu ponto de vista pressupõe uma sociedade evoluída e protetora na qual o princípio da vida tenha a importância moral que deva ter. É o nosso objetivo, a minha crença. Tenho dois filhos que não foram programados e em função deles mudei muita coisa na minha vida. Não quero dizer com isto que sou exemplo de nada, apenas quero dar minha contribuição, de que deu certo para mim.
Acho sua posição mais realista, acho que toda mulher com o intuito de abortar, nos casos descritos por você, deveria ter todo o apoio psicológico e orientação médica possível e, desde que decida por isso, a ninguém cabe julgá-la.
Apesar de entender a sua posição e ver que é principalmente na mulher que reside sua defesa, gostaria que entendesse também a minha, que é proteger a vida.
Você vive o real e eu o ideal, mas é assim que somos e certamente é isso que nos enriquece, aceitar a diversidade e aprender com ela, respeitando-nos mutuamente. Bom o duelo com você.
Um grande abraço
Clarice



Resposta a Duelando Manchetes I: Aborto, de Kbçapoeta.
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Cartola diz que “O Mundo é um Moinho” - por Anônimo

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
E em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés
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Oi, Rita.
Linda essa música, não é mesmo?
Se você não conhece a história dessa música, visite o endereço abaixo e saiba um pouco mais.
http://blogs.abril.com.br/lenidavid/2009/03/segundo-cartola-mundo-um-moinho.html
Veja também a versão de Cazuza para essa composição (é de tirar o fôlego!).
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Nos Bastidores da Notícia - por Ana

Bonzinho...



Sinopse: Cineclick
Trailer: Spout
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Resposta a Um Estranho no Ninho, de Luiz de Almeida Neto.
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E você? Que filme gostaria de comentar aqui?
James L. Brooks

Excalibur - por Clarice A.

Ótima fotografia e o roteiro também é bom.



Sinopse: Cineclick
Trailer: Youtube
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E você? Que filme gostaria de comentar aqui?
John Boorman

Casulo - por Casé Uchôa

A menina escreve o que lhe vem à cabeça
Terá alma de poeta a menina que escreve?

A menina sonha
E eu vejo o seu sonho ali,
Nas palavras,
No papel

É linda a menina que sonha
É linda a menina que escreve
É linda a menina que é

E o tempo vai passando...
Amores e desamores
Encontros e desencontros
Vão fazendo da menina,
De mansinho,
Uma mulher




Visitem Casé Uchôa
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Érico Veríssimo - por Ana

Érico Veríssimo... Li Clarissa, Olhai os Lírios do Campo, O Tempo e o Vento, Incidente em Antares, Música ao Longe. Amei todos! Dos infanto-juvenis li: A Vida de Joana d'Arc (gostei) e As Aventuras de Tibicuera (gostei muito não).



Resposta a “Obras”, de Leo Santos.
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E você? Que autor gostaria de comentar aqui?
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O Difícil Caminho de um Histórico Profissional - por Jorge Queiroz da Silva

Vivia eu a alternativa da busca do emprego ideal, aquele que colocaria à prova todos os meus conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Aquele que iria confirmar se realmente eu estava preparado para assumir todos os desafios de uma grande Empresa.
Com esse objetivo, participei do processo de seleção que, por sinal, considerei o mais complicado de todos os que eu já havia, até então, disputado.
Naquela época desconhecia o mecanismo desses processos e transitei por uma longa estrada em várias entrevistas.
A primeira delas foi com um funcionário federal lotado na Superintendência de Marinha Mercante, como Diretor da Divisão de Auditoria, e que, por via política, assessorava um grande industrial europeu.
Foi bastante desgastante. Atendi a cinco convocações em dias diferentes e a cada uma delas eu respondia a perguntas do meu entrevistador, que sempre afirmava que dispunha de pouco tempo e não poderia me entrevistar como desejava.
Dessas cinco convocações, a primeira durou cinco minutos em uma das salas, a segunda, com outro entrevistador, aconteceu na recepção da Empresa, a terceira dentro de um elevador no trajeto entre a cobertura e o andar térreo, a quarta andando pela Av. Rio Branco e, finalmente, a derradeira e quinta entrevista, já dentro da sua sala, onde me anunciou que eu seria admitido após a apresentação dos exames e documentos necessários.Lembro-me bem do seu sorriso quando me deu os parabéns por ter sido escolhido entre quase vinte candidatos.Completou que por aquele motivo iam inicialmente pagar-me o mesmo salário do antigo emprego e após trinta dias de experiência, teria um reajuste de vinte por cento. Julguei, naquele dia, que o referido senhor pensava estar admitindo o mais fraco dos candidatos para garantir-se, sem precisar ter medo de perder o lugar.
Talvez pensasse ele que eu não tivesse os conhecimentos necessários para comandar um Departamento Financeiro de um grande grupo internacional que envolvia importação e exportação, câmbio, dívida externa, Bancos Nacionais e Internacionais, contas caucionadas, balancetes, cobrança em nível nacional, além das aplicações financeiras.
Quis fazer de mim um mero assistente do trabalho que desenvolvia. Colocou-me ao seu lado na mesa e pediu-me que ficasse observando como trabalhava.
Assim eu fiz, fiquei calmo e atento.
Após o primeiro expediente, ele me disse que era um assessor somente de meio expediente, pois tinha um emprego público e por aquele motivo os Diretores estavam com a idéia de substituí-lo.
Convidou-me para um lanche com o propósito, como disse, de me passar algumas “dicas”.
Já na lanchonete, fiquei surpreso, pois o prato a mim oferecido era simplesmente uma cilada, para que eu ficasse impedido de assumir aquela posição. O MEU LANCHE ERA COMPOSTO DE LINGUIÇA FRITA COM CACHAÇA!
Foi problemático estar novo no emprego, numa função de responsabilidade, trabalhando com finanças e durante o período experimental ter que conviver com bebida alcoólica e comidas perigosas oferecidas por aquele senhor.
Mas aquela posição falsificada de assistente foi modificada quando o presidente do grupo, muito inteligente, observou o que se passava e determinou que as posições deveriam estar invertidas, pois eu assumiria a mesa de trabalho e ele observaria a minha desenvoltura.
Aquela ordem modificou seus planos e, no dia seguinte, ele não mais compareceu ao serviço.
A justiça então se fez e eu, sozinho, conduzi todo o trabalho e segurei a posição, graças a Deus!



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