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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
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domingo, 28 de junho de 2009

Viagem da Viagem de Quase Lua de Mel - por Bruno D’Almeida

Olhando para o teto da cama, Daniel Limeira relembrou o momento em que encontrou uma pessoa do passado na rua. Foram cinco intermináveis segundos até o sinal abrir. E ele lembrou mais ainda, mais do que gostaria. Aquela mulher recebeu a maior declaração de amor que ele fora capaz de fazer. Mas é o seguinte: essa história não tem final feliz. Tem certeza de que precisa relembrar? Daniel mandou seu anjo-diabo da guarda calar a boca.

Primeira viagem dos noivos. Ela dá a ideia de colocarem as alianças na mão esquerda e fazerem de conta de que já são casados assim que entrassem no avião. Ele obedece prontamente, mas tem uma ideia melhor. Vai ao banheiro, escreve um bilhete para o comandante do voo:
Esta é a lua de mel de Daniel e Maria Rita. Por favor anuncie boas-vindas para nós.

Pronto, só bastava isso. Entraram com as alianças na mão esquerda. Atrás de Rita, Daniel entregou o bilhete à aeromoça, que recebe o papel desconfiada, provavelmente achando que se tratava de algum terrorista. Devidamente acomodados no Boing 737 da Varig, começam a tirar as fotos de recordação ali mesmo. Chega a comissária de bordo com cara de poucos amigos. Meus senhores, disse ela, devido a um overbooking, houve duplicidade na venda de assentos. Os senhores precisam se levantar imediatamente.

Barraco. Não sabia que uma moça tão fina e requintada, moradora da Ladeira da Barra, pudesse falar aquela quantidade de palavrões. Aprendi alguns, inclusive. Criatura ignóbil. Sacripanta. Levantamos, ela furiosa batendo os tamancos atrás da aeromoça, que ia dizendo minha senhora, tenha calma, isso acontece, mas não se preocupe, vamos fazer o possível para resolver este problema. O que estou tentando dizer aos senhores é que seus lugares foram devidamente transferidos… para a primeira classe.

Ritinha não sabia se morria de vergonha pelo barraco ou pela alegria da surpresa. Suplicou duzentos e noventa e quatro pedidos de desculpas para uma comissária que, pelo visto, não aceitou nenhuma delas e saiu com cara de quem ajuda todo mundo e só recebe coice. Ao sentarem naquela poltrona azul grande, confortável e imponente, o comandante falou pelo microfone: senhoras e senhores, este é o voo 7257 de Salvador com destino a Fortaleza. Dia lindo de sol. Eu sou comandante Rodrigo Lopes, desejo a todos uma boa viagem. Gostaria de parabenizar o casal Daniel e Maria Rita pela lua de mel. Faremos o possível para tornar este momento inesquecível.

Nem sabia que um avião podia servir champanha em taças de cristal. Mas era verdade. Era verdade também o prato de costeletas de cordeiro com creme de maracujá. De dez em dez minutos, o comandante felicitava o casal. Maria Rita já havia acabado com todos os lenços de papel de tanto chorar. Até mesmo na hora de avisar que o avião daria voltas em loop por quinze minutos antes de começar a aterrissagem, por conta de uma chuva forte de verão, ele felicitou o casal. Desceram. Chegaram. Foi tudo lindo, cinco dias de felicidade. Comemoraram intensamente um matrimônio que nunca existiu de verdade. Acabou sem nunca ter sido.

Daniel acendeu a luz, pegou a agenda de telefones, leu um número que lembrou ter decorado uma vez e ligou. Enquanto chamava, pensava em todas as besteiras que fizeram depois, tanta imaturidade que desfizeram uma história sem fim ter fim. Ela atendeu. Ele não teve coragem de falar. Ela também não disse nada. Sabiam exatamente quem estava do outro lado da linha. Desligaram. O simples fato de jurarmos esquecimento perpétuo de uma lembrança demonstra nossa incapacidade de esquecê-la. Ele apagou a luz, mas manteve seus pensamentos acesos por toda a madrugada.



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As Nossas Histórias XIII

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AFLIÇÃO


Hoje o dia é de aflição... acordei assim.
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Separação - por Alba Vieira

Eu não quero nossa separação. Não quero, porque ainda o amo da mesma forma. Eu não observo nenhum desgaste na nossa relação, os meus objetivos em relação à nossa vida em comum são os mesmos, eu me sinto realizada, apaixonada, plena do seu amor. O nosso sexo é tão gostoso ou mais do que antes, há o mesmo interesse, a mesma sedução, as mesmas sensações de completude e transcendência. Quero criar nossa filha junto com você. Você continua sendo tão bom pai como sempre foi. Sua companhia para nós é especial como sempre e seu papel em nossas vidas é tão imprescindível ainda... Nesses mais de sete anos de convivência, evoluímos juntos, construímos algo para nós, tivemos uma filha, queremos, de maneira geral, um futuro semelhante. O que mudou? Você diz que me ama da mesma forma, com o mesmo ardor, que a separação não diz respeito ao sentimento que temos um pelo outro. Não entendo. Não aceito. Estou sofrendo porque não fiz esta escolha que você me trouxe de forma tão repentina. O que você quer? Que eu aceite o que me justifica: que o destino o está levando para um outro lugar que é longe de mim? Que é um novo momento em sua vida do qual eu não devo participar como sua companheira? Que é imposição da vida? Que não é pessoal? A minha mente pode entender, mas meu coração se despedaça e detona meu corpo em agonia por esta separação imposta a quem ainda ama tão profundamente.



Texto cujos título e início foram utilizados para Separação - As Nossas Histórias XII.
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As Nossas Palavras XIV - por Lélia

O elogio pode parecer algo muito positivo à primeira vista, mas nem sempre é. Ele é adequado e bom quando fizemos por merecê-lo, então temos a certeza de que a pessoa está sendo sincera e justa. Mas, algumas vezes, ele surge da falsidade, da inveja e da dissimulação. Por isso temos que ter sempre a clareza de nossas atitudes, do valor de cada uma delas, a consciência de nossos atos e consequências deles. Se você tiver contato com alguém que te elogia sem motivo ou excessivamente, tente evitar esta pessoa, pois sua motivação, definitivamente, não é positiva; fuja dessas palavras amáveis e não deixe que sua vaidade impeça a percepção de que você está lidando com alguém mal-intencionado.
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Voltando aos Tempos de Escola... - por Adir Vieira

Vivo hoje a expectativa de um reencontro com minha melhor amiga de escola. Exatamente 44 anos nos separam. E foi sem querer, como se fora uma obra do destino, que a achei na internet. Desde então, há mais ou menos um ano, vimos nos falando e vendo pela web cam e, logicamente, recordando mutuamente os momentos e situações presas em nossa mente, em época tão pueril de nossas vidas.
Amanhã, depois de tanto tempo, estaremos juntas e ao vivo e a cores, nos encontraremos.
Uma coisa, no entanto, chama minha atenção nesse momento tão especial - vejo-me repetindo um tique nervoso (um pigarro na garganta) que era presente nos dias de prova, quando a ansiedade tomava conta de mim.
Já lá se vão muitos anos e muitos e muitos fatos ocorridos, cheios de momentos de tensão, expectativa ou alegria esfuziante e nunca mais esse “pigarro” apareceu sorrateiro, para me fazer pensar.
Engraçado... agora, quando o retorno do passado se faz presente, ele, o “pigarro” emoldurar a ocasião...



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De Amor em AMOR - por Alba Vieira

Aurora de sóis escaldantes
Espargindo vermelho-alaranjado no horizonte,
Aquecendo a manhã da minha existência
Você chegou eternizando aquele instante...

Inesperada explosão naquela esfera
Prateada e sombria dos meus dias,
Entrou dançando e trazendo alegria
A quem dormitava em interminável espera.

E hoje, passados tantos anos,
Duvido que exista sobre a Terra
Alma que seja só luz e primavera
Como esta que cedeu aos seus encantos.

Sigamos fortalecendo os elos radiantes;
Pelo caminho espalhando flores perfumadas;
Harmonizando, esclarecendo, sendo amparo na jornada
Dos que amamos e de qualquer outro semelhante.



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Taquilafila - por Ana

Pô, Duanny, não brinca! Fila é horrível! Detesto fila!

Vamos sentar aqui nas mesinhas do Litercafé para conversar sobre isso e veja se não tenho razão...

Paciência para esperar eu tenho de sobra, mas não para ficar sendo intimada a comentar sobre o tempo de espera, o clima, as tragédias do mundo, a política do país, ou a ouvir relatos de acontecimentos familiares, conflitos, dúvidas existenciais, tudo isso daquele jeito exclusivo de fila: tô falando já indo embora.
As pessoas falam por falar, provavelmente porque não aguentam o próprio silêncio. E falam olhando para todos os lados, não se fixam no coitado que escolheram pra pinico, parece que estes faladores de fila compulsivos (FFC’s) são todos médiuns: vivem acompanhados de espíritos e ficam falando com os encostos que estão por todos os lados enquanto fingem que falam com você.
E quando estão na fila do banco para pagar contas atrasadas e resolvem justificar pra VOCÊ o não pagamento (e eu com isso...)? Os FFC’s são malucos! Você tá no seu canto, tranquilo, na boa, tentando ler um livro ou pensando na sua vida, e os doidos te chamam pra dizer que as contas deles estão atrasadas, te mostram os boletos (!!!!) e começam a desfiar um monte de histórias familiares mirabolantes ou contar sobre a falta de pagamento dos seus salários para justificar o atraso das contas. (Como assim?!!!) Daí para começarem a falar sobre o emprego, o patrão, os filhos, todas as grandes e pequenas desgraças vividas desde a primeira encarnação, é um passo (se a fila andar).
Desconfio que existam FFC’s profissionais. Sabe aquelas pessoas que ficam no início da fila deixando todo mundo passar enquanto, na maior animação e sem pressa nenhuma, falam alto conversando com o banco inteiro, como se estivessem num palco? Pois é, são estes.
Há, também, os FFC’s emocionais. São aquelas donas de casa que sorriem, felizes, quando dão aquela paradinha para entrar numa das filas do supermercado. Ato contínuo, começam a falar sobre preços, descontos, supermercados concorrentes, filhos, netos, cunhados, sogras, noras, cachorros, papagaios e tartarugas até serem atendidas. Quando isto acontece, pode notar que elas desabam, murcham, perdem o brilho e saem da fila cabisbaixas, deprimidas mesmo...
E esta última categoria se divide em dois tipos distintos: os conformados e os totalmente inconvenientes. Os primeiros são estes que falam com você apenas enquanto estão na fila e ficam tristes quando saem dela. Os segundos são os inconformados: puxam assunto com a pessoa de trás porque depois de atendidos continuam conversando com o infeliz, esperam ele sair da fila e o acompanham pelo supermercado, falando pelos cotovelos, como se fossem amigos de longa data. Fazem perguntas pessoais, tipo: onde você mora, é casado, quantos filhos tem, onde trabalha, pedem seu telefone, ficam na fila do caixa com você, te ajudam a embalar as suas compras e, se você não conseguir se livrar deles num momento em que parem para respirar, corre o risco de irem com você até sua casa “porque moram pertinho”...
Ou seja, a fila é multifuncional: pode ser divã, pinico, palco, local para fazer amizades, além de muitas outras coisas... Porque não falei dos que entram na fila para azarar, dos que ficam quietos durante horas e vão embora de repente sem serem atendidos e dos possíveis ouvintes de fila compulsivos (OFC’s). Mas estes ficam para outra vez...
E agora vou indo, pois tenho que ir ao banco enfrentar uma fila.
Beijo!



Resposta a “A Fila”, de Duanny.
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Há um Amor - por Passa-Tempo

Há um amor maior que tudo nessa vida,
É aquele amor que nos faz acreditar que tudo é possível,
Que nos dá forças para enfrentar qualquer dificuldade, qualquer distância,
Um tipo de amor que nos dá a mais pura alegria, que nos faz reviver a infância.

Há um amor que só quem sente sabe o que é,
Um amor diferente de qualquer outro,
Os sonhos de menina com os desejos de mulher,
Amor que nos alimenta e nos satisfaz, que nos mostra que a vida não é apenas uma passagem, e sim uma viagem para encontrá-lo.

Há um amor lindo e puro,
Um tipo de amor idoso, sem preocupações, escondido no interior de algum lugar tumultuado;

Há esse amor, o amor que eu quero,
O amor desejado e querido,
O amor que acende a vontade de sorrir pelas manhãs nos sonhos de sua silhueta distante.

A esse amor deixo minha promessa para nosso futuro:
Eu te amo.
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