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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Abandono - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Me sinto assim às vezes: abandonada, esquecida como o livro que lemos, gostamos e deixamos numa gaveta qualquer.
O abandono nos traz a sensação terrível de rejeição.
A rejeição nos leva diretamente à frustração e à sensação de que somos como fotografias que ficam amareladas no fundo do álbum.
Mas tem sempre alguém que faz pesquisas de fotos mesmo amareladas, que consegue enxergar a paisagem desbotada e vê a beleza das flores que ali existem.

Abandonamos muita coisa na vida e nem percebemos: às vezes abandonamos sonhos, ideais, amores e rancores.
Abandonamos o corpo, a alma, o coração amante.
Abandonamos os desejos pueris, inconsequentes.
Abandonamos a criança que existe em cada um de nós.
E depois choramos e lamentamos o tempo corrido e não vivido.
Os amores que deixamos sem experimentar.
Os vestidos que não ousamos usar.
Abandonamos as lutas achando que não vale a pena lutar.

Abandono… abandono...
Quero mesmo te resgatar e em ti me abandonar.
Abandonar meus controles, minha mania de perfeição, minha rigidez diante de algumas coisas.
Quero poder ser imperfeita e abandonar, então, a maturidade absurda que me obriga a esquecer de agir de forma irresponsável.
Quero ser assim.

Que me abandonem
os pensamentos destrutivos,
a solidão,
o desejo de juntar para o futuro.
Quero viver o hoje irresponsavelmente.



Inspirado em “Abandono”, de Ana.
.

Estrelas do Mar - por Ana Maria Guimarães Ferreira

O abandono das estrelas
e o aconchego do mar...

Uma sensação quase que gostosa
de ser abandonada assim,
no vaivém das ondas,
até que alguém nos encontre
perdidas no fundo do oceano
e resgate a poesia
de cada estrela do mar...

Inspirado em “Abandono”, de Ana.
.

Tô Nem Te Entendendo... - por Raquel Aiuendi

Não se trata de um duelocídio
Porque aqui não é blog disso
Vamos ser muito claros
Enquanto não esclarecer
Garanto, eu não paro.

Pensei mesmo, sem caô
Que fosse um blog atual
Não do tempo do meu avô
Um blog de liberdade
E não cheio de fricotade.

Para que tanto nhenhenhê
Por causa da língua que uso
Ou não, pensa comigo você:
É pra entrar em parafuso
Mas não vou me submeter.

Acho mesmo que a Ana
Não entende inglês
Por isso esse auê fez
Diz que é uma soldada
E não foi nada bacana.

Ela até se comparou
Com Che e a mim a Fidel
Também achou que sou
Caim, e se pensou ser Abel
E veio com histórias do céu?

Com toda certeza lhes digo
Para versejar neste blog
Podem contar comigo
Não reagirei como dog
Meu lance é mais cog
(nitivo).

Sou contra a exploração
Contra todo apartheid
Contra guerras genocidas...
Agora como é que pode
Achar nisso contradição?

Vou continuar aqui
Poetizando como quiser
Queira ela ou não queira
A atitude dessa mulher
Tô achando uma besteira.


Resposta a “E Caim Matou Abel...”, de Ana.
.

Sick - por Léo...

Escoa.
Denigre meus sujos olhos vermelhos
Roubados das vistas dos outros;
Inteiros

(Das minhas páginas riscadas
Vejo que hoje é passado mal malhado
Embrólho-os em mim com cuidado
Re-ssinto - nem tão estúpido - os fatos
De mente calada)

Na superfície esticada
Do li(so) rio negro; qual observo - Aéreo -
O que enxergo
São apenas clarões instantâneos
- E segundos -
Os fogos desfeitos
Fugazes relampejos disformes
Que pairam no ar que tento, cheiro
Intrépidos espíritos aptos (ventos)

A mágoa Pensa -
Logo inexiste
Fecha a caixa do sonho
É Ru in-triste
Não há quem -
Oriente -
contraponto
abre espaço
No truculento ambiente
Que lavo
Incontinente (ultra) som
Da queda d’água
Na poça
Que faço

.

À Queima-roupa - por Ana

Mas tu tá de brincadeira!...
Qual o problema do meu nome?
O que é que tem eu ser só Ana,
Não apresentar sobrenome?

E não tô aqui pra ser bacana,
Tô aqui para deixar
Textos que acho legais,
O Duelos prestigiar.

Cultura bem a la carte?!
Agora tu engrossou!
Começou a ofender!
Isto agora não prestou!

Que mané livros didáticos!
Eu vivi toda esta História!
Falei do que acompanhei
E está vivo na memória!

E o que tem falar da Bíblia?
O que escrevi foi blasfêmia?
Se toca, ô filha das índias,
Vê se não cria problema...

Pode ficar à vontade
No Duelos e onde quiser...
Mas não mexa mais comigo
Que pra você não dá pé

Seguir nesta briga doida,
Duelar abertamente:
Vou até o fim certeira,
Te abato intelectualmente.


Resposta a “Duelando...”, de Raquel Aiuendi.
.

Haikai - por Alba Vieira

Sol nasceu lindo,
Aquece meu coração:
Você vem vindo…

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Saudade - por Raquel Aiuendi

Sentir saudade não é sentir falta.
Saudade é um sentimento que se manifesta quando da ausência de alguém, não necessariamente da falta de alguém.
Diria que saudade é muito mais o desejo de estar junto do que o sentimento da falta. Ora, mesmo com saudade de pessoas queridas, eu consigo viver e levar minha vida adiante. Não preciso que estejam aqui para que eu gerencie as demandas de vida. Ah, mas desejaria que estivessem aqui! São situações diferentes. Foi bom descobrir isso, não me gera agora, a saudade, uma falsa dependência (mesmo que momentânea) e isso é tão bom, que posso receber a saudade de maneira mais leve e até saudável.
“A vida continua” e continua melhor quando temos lembrança de pessoas que nos foram importantes e permanecem no que somos para sempre. A saudade não precisa nos aniquilar, matar, apenas deve servir para edificar, nos fazer pessoas dignas de felicidade. Ruim se não sentíssemos saudade.
Quanto à falta que alguém pode nos fazer, procuremos supri-la com nossas próprias capacidades na medida do possível.
Ser feliz é mais recompensador que dependente e triste, e a felicidade é uma conquista de superação das dificuldades (estruturais ou não) que trazemos.
Ter saudade é uma benção, só sente saudade quem foi capaz de amar e ser amado por alguém, só quem teve essa oportunidade sente saudade.

.

Vida - por em

não sabemos para onde vamos mas temos em nós os lugares por onde passamos; séculos feridos à luz da nossa crença. sei de ti lá, não só aqui, sei de ti em todos os lugares que se escondem da nossa memória, mas que estão no destino como um diário que nos rompe a alma e nos acende a alegria de sermos dois e ao mesmo tempo um.
jornadas sentidas na ponta dos teus dedos a sorrir na minha pele. fomos tanto um do outro, algures num tempo perdido; mas tudo se recupera, pois o que fomos Ontem seremos sempre, e Amanhã seremos sempre mais.
alma que me seguras na noite do tempo, nas ondas do futuro… sei de ti aqui, continuando o amor que cruza o mundo da progressão no infinito

.

Doce Ilusão - por dani_hmetal

Quando livres nos encontrarmos,
quão doce hão de ser
as horas passadas juntos um do outro
num qualquer alvorecer.

Quando os sonhos diluírem-se no ar
e a realidade tornar-se presente,
saberemos que é chegado o momento
do florescer de um sentimento crescente.

O agora, porém, nos faz retidos
num manto de escuridão
sem sentidos.

E até que chegue a hora da libertação
viveremos imersos
em uma doce ilusão.

.

Fêmea - por Jorge Queiroz da Silva

Nunca tive o prazer acentuado,
nunca senti uma fêmea tão esperta,
que me tirou de um mundo
tão trancado
e me jogou numa conquista
tão certa…

Que doce é você, amorzinho,
que loucura de mulher e que é todo
o meu charminho…

Quero gozar em teu corpo,
o maior amor indiscreto,
quero saber de você,
se sou o teu homem
tão certo…
Não responda com palavras,
mas me responda com beijos,
assim que eu esteja por perto…

Quanta força num corpo só,
quanta força exibimos juntos…
Quanto carinho e deslumbramento,
quantos afagos e desprendimentos…

O amor louco, somamos…
o gozo forte, transplantamos…
o sorriso certo, trocamos…
e por tudo isto, vibramos…
que coisa linda!

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Automóvel x Homem - por Jorge Queiroz da Silva

Está na hora de uma revisão geral, já que começou um novo ano e o nosso velocímetro virou.Precisamos ter cuidado, vamos devagar e com toda a paciência.
Lembremos que os bons automóveis são aqueles bem cuidados pelos seus donos e mesmo assim é muito difícil chegarem a cem mil quilômetros. Mesmo que apliquemos a melhor perícia, são poucos aqueles que atingem esta marca sem um arranhão sequer e sempre precisam de um reparo aqui ou ali.
E se usarmos um método de comparação, a vida da gente tem alguma coisa a ver com a vida dos automóveis.
Se considerarmos que o motor de um carro, se seccionado ponto a ponto, é muito parecido com a nossa estrutura física e mental, necessitaremos constantemente estar ligados em nossas revisões médicas que nos darão um certificado de garantia no nosso dia a dia. Que pena! Porque poucos somos a ter direito à medicina preventiva, num país sem saúde.
Temos um coração que trabalha abrindo e fechando válvulas e distribuindo o nosso sangue venoso e o nosso sangue arterial.
Por necessidade, tem que funcionar com toda a sua liberdade e com a pressão normalizada, sem nenhum coágulo, senão a circulação sanguínea vai para o brejo.
Isto, com certeza, vai afetar o nosso bem estar geral e irá pesar em nossas caminhadas.
O carro também faz caminhadas e tem o seu coração. Ou melhor dizendo, o seu carburador, que recebe a gasolina pura e faz as injeções necessárias aos comandos das explosões do seu motor, que aciona o seu eixo comando de válvulas e que também não podem estar congestionadas por nenhuma impureza.
E, comparando, vamos verificar que nós também temos o nosso filtro central, que é representado pelo nosso aparelho renal, responsável direto pela limpeza do nosso sangue, o combustível que move e transporta as vitaminas, distribuindo os aditivos necessários a todo o nosso organismo.O carro também possui um filtro, que tem a mesma função e que libera um ar puro, necessário a uma boa combustão para o funcionamento equilibrado de todas as outras partes mecânicas responsáveis pelo seu melhor desempenho.
Sabemos que um organismo, seja ele de ordem humana ou de ordem mecânica, como o automóvel, tem que estar limpo, puro, bem aditivado e bem lubrificado, e só assim vamos encontrar condições de alcançarmos a virada do velocímetro.
Mas as coisas estão muito mudadas. Para os carros, lançaram determinados aditivos para aumentarem o seu desempenho; coisa para os jovens motoristas, que normalmente dizem: o meu carro é uma fera, está totalmente envenenado.
Estes jovens esquecem que o mau uso, o excesso, só traz a imprudência e põe em risco vidas que, por certo, não irão fazer a virada do velocímetro.
Como se não bastasse, além do envenenamento químico que sofrem os automóveis, ficamos por demais preocupados com o uso indiscriminado da bebida, da maconha e da cocaína pelo homem.Vamos estar atentos, dar uma olhada nos nossos faróis, ver se as nossas rodas precisam de reparos, se as nossas setas estão funcionando bem, se o nosso cano de descarga não está caindo, se os limpadores de para-brisa estão funcionando com perfeição, se a água do nosso radiador está sendo trocada corretamente e se nosso eixo de comando central não está empenado.
Depois disso, com certeza, vamos ter todas as garantias de que estaremos preparados para a virada do nosso velocímetro na entrada de cada ano.

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As Esporas da Caminhada de Meu Pai - por Bruno D’Almeida

Era a primeira vez que podia ver meu pai consciente na UTI do hospital. Depois de dezessete dias de agonia, um enfarte agudo no miocárdio na mesa de cirurgia, duas safenas, uma mamária, erro médico que causou ruptura de pontos, nova incisão, nova cirurgia, coma induzido, infecção hospitalar com salmonela, rezas, choros, noites sem dormir, brigas com a direção do hospital, desunião, união, esperança, eis que Deus (ainda bem que ele perdoou meus xingamentos) cria um novo “para sempre enquanto dure” ao humor de José Fernando.
Ao entrar, a enfermeira me diz que o velho se levantou da cama do leito, de madrugada, e disse quase inaudível que iria em casa rapidinho, apontando pra janela, que ninguém se preocupasse, falou ele arrancando todos os drenos e artefatos no seu corpo. Causou o maior rebuliço e teve que dormir depois de um remedinho básico que deixa a boca mole e o juízo relaxado. Olhando de soslaio, meu pai logo virou o rosto. Olhou para a enfermeira, fez sinal alisando os cabelos com as mãos. Ele queria um pente.
Só naquele momento me dei conta que meu pai não era um paciente internado, um homem que quase morreu nas mãos de uma médica autista. Ele não era um número de prontuário nem um apito na maquininha que media todos os dados do seu corpo. Ele era um homem. E queria ser visto como homem e não como um pobre coitado. Deslizando suavemente o pente entre os poucos cabelos grisalhos, pela primeira vez vovô Zé me ofereceu um sorriso aberto e cheio de vontade, aquele mesmo que todo mundo diz que eu tenho e todo mundo sabe de quem puxei.
Um sorriso. Diante de todo torpor, apenas um sorriso. A beleza da vida se resumiu a um sorriso. Ele não podia falar direito, tinha uma voz raquítica ainda por conta de uma sonda de respiração mecânica recém-tirada devido à infecção pulmonar. E ele ajeitava a roupa e aos poucos apontava pras inúmeras cicatrizes no seu corpo para incisões de procedimentos cirúrgicos e entrada e saída de medicamentos. Ele contava suas marcas como quem exibia troféus. Troféus da existência. Afinal, o que somos nós além de esporas de caminhadas árduas e coisas marcantes na vida para celebrar?
Meu pai melhorava a passos firmes. Ninguém tinha visto uma luta tão bem travada pela vida, um homem que suportou a tudo e estava ali devidamente recauchutado. E ele, já falando baixinho, ria das vezes em que achava haver uma conspiração internacional para assassiná-lo, que duvidava de tudo e de todos, que queria fugir do hospital. Teve que ser induzido ao coma para não atrapalhar a própria recuperação. Ele formalmente não sabia ainda do erro médico, mas acredito que não era bobo nem nada para perceber que algo deu errado. Não o suficiente para o dia do seu juízo particular final.
Meu pai tem hoje uma saúde invejável, parece mais novo do que eu. Ele me deu uma estranha oportunidade de sorrir diante de qualquer desgraça. Cada vez que passo por um problema, como falta de fundos, sinusite ou o diabo, eu sorrio, eu acredito que da próxima vez vai dar tudo certo. Meu sorriso é minha fé. Naquele dia, ao me despedir de meu pai na visita, passei as mãos nos seus cabelos e lhe dei um beijo na testa. Sabe o que ele fez? Passou novamente o pente entre os cabelos. E, é claro, sorriu para mim.


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Haikai - por Alba Vieira

Aqui não chove.
Terra seca, infértil:
Dá retirante.

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Silêncio - por Casé Uchôa

Nada fala mais alto que o silêncio
Nada nos diz mais claro que o não dizer
Se é pra falar, falemos
Se é pra gritar, fiquemos mudos
Quem da vida bem conhece vai nos entender

Falar é importante, calar é soberano
O infinito, apenas o silêncio traduz
Feito faca cortante, o grito dilacera
O som do nada é bálsamo que a dor reduz

Silêncio pra pensar, pra se dizer que ama
E para contemplar a imensidão do céu
Olhar o pôr-do-sol com um silêncio n’alma
Silêncio que acalma

Uma pedra preciosa no caminho
O silêncio é uma flor sem o espinho



Inspirado em Sensibilidade, de Érica Amorim.
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Arrepios - por Luiz de Almeida Neto

Meus órgãos se arrepiam
e minha alma transpira
tanto quanto eu te desejo

Os meus olhos cintilam
e meu corpo te expira
tanto quanto pede um beijo

Os meus rastros te contestam
meus amigos te detestam
mas até hoje te exijo

Minha vida espera a tua
e a solidão que me pontua
até hoje eu respiro

O meu beijo não é maior
que a tua boca que é tão só
que o teu olhar
inda pior
E ainda te suspiro

O sentimento não é mais seu
Porque até hoje
ainda é meu
mas com fé
em meu bom Deus
eu ainda te preciso.

Você não tinha o direito
de tratar com tanto esmero
quem tanto se desmereceu.

Não podia desbaratar
quem tanto se pôs a pensar,
mas assim mesmo procedeu.

Não devia angustiar
quem muito se fez relaxar
e que agora só tem aflição.

Que com todo teu olhar
chegou onde não devia estar
e agora se acha então

no direito de abençoar
ou então de maltratar
tão singelo coração.

Digo que tá tudo certo
que não sou mais que um inseto
que é tua minha mão.

Que se quiseres esmigalhar
e até mesmo pisar
em tão frágil cidadão

não darei mais que um pio
não serei tão arredio
e aceitarei tal situação.

Só posso te pedir
se assim você decidir
que me dê mais uma chance

porque se tudo que eu disser
e provar que és minha mulher
não valer mais que um romance

posso dizer que tudo se acaba
que o que aprendi não valeu nada
que o que vivi foi só um rompante

Pois exiges homem feito
de onde se vê, com muito efeito,
não muito mais que um amante.

Ainda existe algum remédio
se viveres mais que o médio
pra aprender o que um homem quer

que não quer mais que uma briga
que uma cerveja na barriga
que o teu corpo de mulher.

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Epitáfio - por Escrevinhadora

Quando eu morrer na minha lápide
alguém poderá escrever
aqui jaz uma que se imaginava eterna
que se julgava capaz de passar a perna
na morte
também podem acrescentar
aqui jaz uma que tentou adiar a partida
e que esteja onde estiver
sentirá saudade da vida.

.

Oriah Mountain Dreamer em “O Convite” - Citado e Adaptado por Elyana Cordeiro

Não me importa o que você faz para sobreviver.
Quero saber qual a sua dor e se você tem coragem de encontrar o que seu coração anseia.

Não me importa saber sua idade.
Quero saber se você se arriscaria parecer com um louco por amor, pelos seus sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me importa saber quais planetas estão quadrando sua lua.
Quero saber se você tocou o âmago de sua tristeza, se as traições da vida lhe ensinaram, ou se omitiu por medo de sofrer.
Quero saber se você consegue sentar-se com as dores, minhas ou suas, sem se mexer para escondê-las, diluí-las ou fixá-las.
Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar com selvageria e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite sem lembrar de suas limitações de ser humano.

Não me importa se a estória que você me conta é verdadeira.
Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se pode suportar a acusação da traição e não trair sua própria alma.
Quero saber se você pode ser fiel e consequentemente fidedigno.
Quero saber se você pode enxergar a beleza mesmo que não sejam bonitos todos os dias, e se pode perceber na sua vida a presença de Deus.
Quero saber se você pode viver com as falhas, suas e minhas, e ainda estar de pé na beira do lago e gritar para o prateado da lua cheia…? Sim?!

Não me importa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se você pode levantar depois de uma noite de pesar e desespero, exausto, e fazer o que tem de fazer para as crianças.

Não me importa saber quem você é, ou como veio parar aqui.
Quero saber se você estará ao meu lado no centro do fogo sem recuar.

Não me importa saber onde, o que, ou com quem você estudou.
Quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba.
Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se verdadeiramente gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios.

Feliz caminhada a todos…

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Haikai - por Alba Vieira

Sou diferente
Tudo é relativo
Vale o olhar


Inspirado em “Engano dos Sentidos”, de Geise Meireles.
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O Amor - por Raquel Aiuendi

Na verdade, o amor que se adequa aos caprichos humanos não é Amor, é vontade pessoal. O verdadeiro Amor é impassional e rege a vontade pessoal, aproxima o que precisa ser aproximado e dá livramento do que precisa se apartar. Passaporte para a transcendentalização: o Amor é base de toda boa obra.

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