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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tema do Mês de Fevereiro: Amor Virtual

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Caríssimos amigos:
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Hoje foram postados os textos referentes ao tema do mês de fevereiro: “Amor Virtual”,
sugerido por ZzipperR e vencedor da enquete de janeiro.
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Participantes:
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Aaron Caronte Badiz
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Dália Negra
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Lélia
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Penélope Charmosa
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Soraya Rocha
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Muito obrigado a todos que colaboraram com esta “blogagem coletiva”!
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Um grande abraço!
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Amor Virtual - por Artemisia

Pensando bem, não é difícil viver um amor virtual. As coisas acontecem bem na nossa cara e não nos damos conta.
Levei dias achando que não conseguiria escrever sobre tal assunto. Quando de repente, bem ao alcance da mão, um mini Aurélio, século XXI!
A ideia não poderia ser melhor. Abro. Olho. Leio. E a definição salta em 3D na minha frente.
Vir.tu.al adj2gn. 1. Que existe como faculdade, porém sem efeito atual. 2. Suscetível de realizar-se; potencial. 3. Inform. Que é efeito de emulsão ou simulação...
Escolho a opção dois. Amor virtual e virtuoso!
Viver um amor virtual há mais de trinta anos. Simples assim...
Adolescentes. Moravam na mesma cidade. Estudavam na mesma única escola. Os amigos eram comuns aos dois. A vida era sem grandes realizações. Mas o amor era virtual.
Ela no interior. Ele na capital. Sempre quis dar umas voltas pelo mundo à procura de melhores dias. Mudou-se de uma capital para outra. E o amor virtual foi acontecendo dentro das possibilidades.
Não havia outra forma de comunicação além de cartas através dos Correios. Década de setenta. Intelsat? Somente conheciam na música de Paulo Diniz. Mas o amor era virtual. Tão virtual se fez que são casados há mais de trinta anos e têm três filhos maravilhosos...
Quer amor mais virtual que esse? Faça a experiência sem medo de ser feliz.
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Visitem Artemisia
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Amor Virtual - por Alba Vieira

Cada um ama, no contexto pessoal, como sente, quer e pode.
Considerando cada elemento: terra, água, fogo e ar, o amor pode ter várias manifestações. Assim, de acordo com o elemento que predomina em cada ser e pode ser analisado do ponto de vista astrológico, o amor se expressará de forma particular.
O amor virtual tem a ver mais com o elemento ar, diriam alguns. Claro, é a mente que comanda. Cada um se coloca na rede como bem quer, se traveste daquela imagem que deseja mostrar, às vezes para atrair, outras para afastar (ou seja, atrair exatamente o que mais abomina e garante que a relação não poderá ir além do mundo virtual).
Mas será mesmo que os outros elementos também não têm vez no mundo virtual?
Será que os românticos do fogo não tremem, aceleram o coração e suam frio quando, em sua página do orkut ou facebook recebem mensagens daquela figura que cabe exatamente na idealização de seus sonhos?
E os nativos de água, também não se derretem e passam horas dos seus dias fantasiando com os elementos daquelas histórias construídas pelos seus novos amigos virtuais?
E o que dizer dos que são filhos da terra, que a cada dia, depois dos lances inesperados do cotidiano, sentem-se seguros quando podem vivenciar, a seu modo, o amor virtual, do jeito que lhes agrada e não oferece qualquer perigo (ou será que não se deram conta ainda dos perigos do transitar num mundo que exatamente por não ter como base o concreto é tão estranho para eles, apesar de serem tão desconfiados)?
O fato é que todos nós temos em nossa constituição psíquica todos os elementos e o mundo virtual é vivido por cada um de acordo com o que predomina no seu ser e, em última instância, tudo se mistura nesta rede que é a vida.
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Visitem Alba Vieira
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Virtuosidade - por Dália Negra


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Minha vingança é ser outra na rede
Te rastrear até te trazer pra mim
E rastejar até te matar de sede
Me fingir tua do início ao fim.
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Após te prender em laços primorosos
Ver-te buscar-me por todo lado em vão.
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Se regozijam, meus olhos criminosos,
Sabendo-te triste, com o coração na mão.

Amores Moribundos - por Runa

Ouço ainda o rumor dos teus lábios de cinza
a espernear de encontro às tábuas gastas do meu peito,
e dou por mim, num delírio febril,
a murmurar as sílabas nostálgicas do teu nome,
que dançam, numa vertigem de fumo,
ensombrando os versos obscuros do poema.
Um pássaro de cera derretida,
pousado no luar arruinado dos meus ombros,
digere a ressaca de um eco distante,
no vazio destroçado do papel
onde tento fixar as últimas sombras
do teu sorriso desfeito.

Vozes escondidas murmuram nos recantos da memória
a litania decadente dos ventos,
invocando, num ranger de ossadas,
a réstia contaminada de remotos sonhos
enterrados dentro de mim.
Sacudindo o feitiço,
acendo as palavras efervescentes do teu nome
e deixo-as, a queimar, no rebordo encardido do cinzeiro,
entre duas baforadas de fumo baço
e a insónia lenta da tua ausência,
renegando para os confins do poente
aquilo que já não me serve.

Esta noite, num derradeiro gemido,
entrego o teu rosto calcinado
às chamas fugazes do esquecimento
e, definitivamente, te fecho a porta.
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Visitem Runa
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Diluído - por Davi Rodrigues

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O torpor, contínuo
Frágil habilidade
Continuamente se fornece
Mas não se pode possuir
Aflora a mente
Desfalca seu pensar
Atravessa a cortina reluzente
A visão distorcida
O ar falta
Falta a presença
Não há ninguém lá fora
Só quem eu queira
O querer agora é meu
Único!
Quem pode me impedir
Desejo e não possuo
Só a lembrança
Essa não me abandona
Agora é cristalinidade
A pura transparência do pré-suicida
Falta algo?
Que não seja o que desejo!
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Virtual - por Soraya Rocha


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Minha cama sem teu corpo,
Minha mão sem tua mão,
Minha mente, teus carinhos,
Mato a fome sem ter pão.
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Minha casa em silêncio,
A luz fria na solidão,
Tuas palavras, carícias,
Em meus sonhos, tua afeição.
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És meu amor virtual,
Linda bolha de sabão.

Mário Quintana e o “Poeminha Sentimental” - Citado por Penélope Charmosa

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O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
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Verdades, Previsões, Lamúrias e Outros Bichos - por Ana

Queridos Bródi:

Pois é... ano novo, vida nova... Eu que o diga!... Mais responsabilidades, mais trabalho, ligação intensa com a família... Eu GOSTO MUITO de todas estas coisas, mas... diz o horóscopo chinês que as pessoas de galo, tigre e sei-lá-o-quê vão ter um 2010 de muita sorte. Até agora, eu, que sou tigre de acordo com o povo de lá, não vi isso não. Tô vendo é muita coisa pra fazer, demandas que não acabam mais... De tigre refestelado em galho de árvore depois de um ótimo almoço sem muito esforço, tenho é nada. Não existe o cão labrador? Pois é, sou o tigre laborador. E tô mais pra outros bichos... Pareço um castor consertando desesperadamente seu dique antes de uma baita tempestade, formiga reparando formigueiro recém-pisado ou um polvo trabalhando numa linha de montagem em alta velocidade. Daqui a pouco meus tentáculos vão dar nó.
Não pensem que tô reclamando do trabalho, porque, como não sou normal, eu ADORO trabalhar. Mas é que então acontece uma coisa que tem tudo a ver com o Duelos: nesse ritmo frenético eu não consigo me inspirar... Quando termina a cota de tarefas do dia, sobra um tantinho de tempo pra ler o livro emprestado (o mais rápido possível, que eu não gosto de ficar com nada de ninguém) até não aguentar ficar mais de olho aberto.
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Eu visito o Duelos logo cedo, antes de ser atingida pela avalanche de tarefas esperadas e inesperadas (entendeu, Escrevinha, por que apareci no chat de “madrugada”?). Como sempre, passeio pelas mentes alheias com curiosidade e satisfação, pensando em interagir com elas e dizer estive aqui e gostei ou deixar comentários mais longos ou até sentar nas cadeirinhas do Duelos Café, calmamente, e fazer um lanchinho ouvindo boa música. Mas... qual o quê! O pc já está aberto em outras janelas, o telefone começa a tocar, outras palavras estão povoando minha mente de tal forma que não vem nem aquela maravilhosa centelhazinha de inspiração que sempre surgia quando eu lia vocês. Então lá vou eu arrancada, definitivamente, para outros mundos.
Ando me sentindo deserta, árida, pior que os coitadinhos de “Vidas Secas”: nem um cadáver de árvore ou caveira de jegue no meu horizonte pra contar história...
E assim começou meu auspicioso 2010: uma odisseia de concretude e a inspiração indo pro espaço...
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Referências: “2001: uma odisseia no espaço” e sua sequência “2010”; Ao Querido Brógui, de Fatinha.
Imagem: Dedo de Gente
Graciliano Ramos, Stanley Kubrick
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Era... Pegar ou Largar... - por Manhosa

Paixão...
Ela surge
... acontece...
Fica presente...
Ela é independente...
Derruba qualquer barreira...
Na distância ela é Virtual...
Nasce... cresce... vive...
Marca... arranha cria raízes... profundas...
Se torna natural...
Queima nosso corpo...
Nos deixa frágil...
Joga com todos os sentimentos...
Nada mais importa...
Só vale viver... intensamente ...
Compartilhar o todo que só nos dá alegrias...
Faz o coração palpitar mais forte...
Em um simples toque...
... um simples suspiro...
Paixão é dádiva sem cobrança...
Ela prende... suga... sempre quer mais...
Como a abelha... recolhe o melhor néctar...
A cada ato... renova-se...
Com ou sem blefes...
Tudo que tenho sonhado...
Corri... busquei... apostei...
Apostei fixas boas...
Apostei alto...
Sem disputa... pois era eu a minha antagônica...
Apostei contra os medos...
Quebrei a banca...
Estou pagando pra ver...
... risos...
Esta já selado meu destino...
Embaralhei nossas vidas...
Tudo é nosso... enquanto for...
... É pra valer...
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.....................Visitem Manhosa
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Tarde Demais - por Runa

O vento virou nos quintais
soprando de encontro às portas fechadas,
agora é tarde demais,
grasnam nas árvores as aves empoleiradas.

De regresso ao jardim
sombras nostálgicas cantam ao luar
cantigas de amores sem fim
e da felicidade que não pode voltar.

Sobrado a um canto
o coração faminto deita-se e chora,
tanta mágoa, tanto pranto,
pelo sonho que demora.

Na praia distante ainda brilha
a velha fogueira ateada,
sua luz é agora uma ilha
cercada de areia gelada.

Teimoso, o sonho arde,
agarrado à fantasia,
mas, amor, agora é já tarde,
o tempo quebrou a magia.
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Visitem Runa
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PARTICIPE TAMBÉM!

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182 PESSOAS JÁ PARTICIPAM DO DUELOS!
BEM-VINDA, ARTEMISIA!
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COMPONHA UM TEXTO SOBRE QUALQUER TEMA LISTADO NAS CATEGORIAS
(OU PROPONHA OUTROS), DEIXE AQUI EM “COMENTÁRIOS”
OU ENVIE PARA O E-MAIL shintoni@terra.com.br, QUE SERÁ POSTADO.
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AGRADEÇO A TODOS VOCÊS QUE COLABORAM E NOS PRESTIGIAM!
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Amor Virtual - por Leo Santos

Ao amor virtual falta um tchan
aquilo, que a todos impele;
por fazer de teclas e mouse
um acesso que é coisa de pele

Ainda que seja touch screen
o carinho se faz na lata
um toque que não toca enfim
e a suspeita face da gata

é fácil conquistar o IBOPE
sem carecer pesquisa alguma
basta a magia do photoshop
e a perfeição preenche a lacuna

Agora, se viva a webcam
o disfarce é psicológico
onde é tarde se fala manhã
e o improvável se faz de lógico

Majestosa ilha da fantasia
onde aportam os desavisados
encenando ou aplaudindo magia
que verte por todos os lados

o opositor virtual é sincero
não se fabrica contradição
ter com estes, antes, quero
a ser ninado pela ilusão

Como veem, não creio em tal amor
sucesso, contudo, ao que a ele se entrega
que colha fruto depois da flor
ao menos, como exceção, confirmando a regra

boa sorte ao nauta que se ilude
que encontre a felicidade,
mas amor é vassalo do reino da virtude
www.sentimento.com verdade
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..............Visitem Leo Santos
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Fazendo Amor Virtual - por ZzipperR

A capacidade da relação humana virtual pode ser comparada ao perfume profundo de um vinho fino e para desfrutar do calor gerado por esse aroma virtual temos que aprender a cheirar as palavras, saboreá-las e invadir as profundezas da sua fragrância se embriagando e desatando as amarras para desvestir as roupas cruéis e pesadas de culpa desse mundo real.
Muitos não acreditam ser possível, mas é.
Não sei afirmar a localização exata do mundo virtual, mas posso apontar um mundo paralelo entre o real e o sonho. Às vezes pisamos em solo real e outras vezes nos sentimos perdidos nos sonhos, porém os sentimentos são reais, o prazer é real e a outra pessoa também é real.
O ato.
Se não é real por que sinto sua falta?
Porque sinto falta do seu toque que arrepia? Do seu beijo doce e melado de prazer? Das suas palavras queimando de desejos? Do seu carinho íntimo e do seu corpo suado?
O ponto G da relação é inexplicável, pois permanece camuflado em um esconderijo de amor decorado com suas cores e suas flores misturadas ao cheiro do prazer. A verdadeira localização desse esconderijo deve ser o sonho que consegue provar que eles não estão distantes e sim juntinhos, nos braços, no abraço, no beijo, no colo, nos pensamentos, nas palavras, no olhar e no ato do amor.
Se o mundo virtual não é real, por que as dores profundas da paixão? A explosão de um amor devorador que faz querer mais e mais e o ciúme vivo?
São só palavras! Então chega pertinho de mim. Escuta o que eu tenho pra lhe dizer, mas não diga nada, fique quietinha. Apenas sinta! Vou tocar o meu dedo nas suas costas! Aproximar-me bem pertinho do seu ouvido e perguntar bem baixinho: - Adivinha quem chegou?
- Não sei! Quem?
Não se surpreenda se a resposta for:
- O amor virtual!
Se isso acontecer e você o deixar entrar no seu coração, nunca mais ele será o mesmo e nesse momento você também ficará em dúvida se o amor é virtual, pois o que você está sentindo é real.
Só as palavras podem esclarecer, pois é surfando por elas que tudo isso se torna possível e tudo isso prova a capacidade da força mágica e infinita embutida no conteúdo da poesia.
Um amor inexplicável que queima gostoso o coração dos dois, meditando concentrados no teclado, envolvidos e receptivos às palavras com grandes segredos de amor íntimo entre eles surgindo no monitor. Nesse momento eles estão distantes do teclado e podem estar em qualquer lugar, mas com certeza estão juntos e podem estar correndo num parque, namorando, escondidinhos na cama, dançando e até brigando por amar loucamente o outro e não poder ter nas mãos.
O computador está desligado. As luzes estão apagadas. Nem música eu estou ouvindo, mas você permanece como um vírus virtual e real nos meus pensamentos que não conseguem se desligar dos nossos bons momentos. Mesmo ciente de tanto amor. Por que terminamos sempre sozinhos, vivendo como fantasmas a assombrar a vida do outro e desaparecendo como fumaça sem explicação?
Melhor não pensar e seguir os impulsos do coração, pois somos virtuais, nos amamos como loucos e somos felizes quando estamos juntos em nosso mundo.
Com certeza vocês sabem do que eu estou falando, pois também são virtuais e também estão reféns dos sentimentos reais.
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Zip...Zip...Zip...ZzipperR
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Visitem ZzipperR
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Conceitual - por Davi Rodrigues

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Os pés estão descalços
A areia fina massageia a sola
Os dedos tentam alcançar o maior volume possível
Tentam resgatar o formato antigo de meus passos de menino
Dos meus não temores
Da pura ânsia de desejos sem premeditações
Ténue caminhar para adultos
Torrencial e desbravador para o garoto
Passadas vigorosas
Objetivos audaciosos
Onde consigo essa dúctil emenda
Onde deixei escapar a fusão
Foi algum olhar qual não enxerguei?
Foi um sorriso que desejei e jamais obtive?
Qual virtual desejo se apossa em nosso existir particular, que sempre se opõe à fase qual vivemos?
O inatingível e o inalcançável
O visível e o pueril
O que nos impele a isso?
Desejo do impalpável ou sociedade imposta a qual nascemos?
Creio que somente esse meu desejo por respostas...
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Chuva Produtiva - por Daisy

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engano-me nos
planos que faço;
perco-me nos
caminhos que sigo;
esqueço-me no
amor que sinto;
encontro-me nos
erros que cometo.

nada é impossível.
até o deserto floresce
mesmo com pouca chuva.

aproveitemos
a chuva que cai
em nossos desertos.
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Visitem Daisy...........................
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Dança das 7 Luas - por Runa

Sete ciganas dançavam loucas
Sacudindo o corpo enfeitiçado
Sete luas chorando roucas
O triste e insólito fado

Sete ventos sopravam no monte
Velhas cantigas de solidão
Sete almas vagando no horizonte
Sem asas nem coração

Sete fogueiras sempre ateadas
Traçavam círculos na escuridão
Sete mágoas na noite afundadas
Rolando o ventre pelo chão

Sete rezas teciam ao luar
As tranças negras da dor
Sete ciganas loucas a dançar
Sobre as cinzas do amor
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Visitem Runa................
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Amor/Amigo Virtual - por Vera Celms

Não lhe conheço os olhos,

Não sei do calor da sua pele,

Seu cheiro, não imagino,

Sei que em algum lugar deve existir um elo,

Algo que liga nossa existência,

Por mais que me distancie lhe atraio,

Por mais que me distancie quero lhe atrair,

Posso não me importar com sua distância,

Nem mesmo com a sua proximidade,

Mas me faz bem saber que me procura,

Que me quer,

Seu pulso viril se faz sentir,

No seu olhar virtual,

No seu pouco gesto,

Parece-me tão familiar sua silhueta,

Suas poucas palavras, não guardei,

Todas as minhas negativas, rebateu com um único talvez,

E abateu-as todas, de uma só vez,

Mas voltou... só não sei porque,

Nem por quanto, só tempo dirá...
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........................................Visitem Vera Celms
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Devaneios de um Certo Amor - por Débora Paula

Ficaram eles ali, sentados, a conversar; o pôr-do-sol não puderam ver,
entre quatros paredes nada se pode ver.
Trocaram confidências, desejos, figurinhas, cansaram-se e ficaram apenas a observar um ao outro,
aproximaram as mãos, mas não as tocaram.
Perderam a noção do tempo, nem viram a noite adentrar como um fantasma, escura e silenciosa.
Dali não saíram um minuto sequer, fome não sentiram, o sono há muito havia desistido de puxá-los para a cama.
Verbalizaram juras eternas de amor, imaginaram seus corpos unidos.
Não estavam perdidos, mas queriam se encontrar, estavam separados, colocados em pontos distantes;
unidos por metros e metros de fios de energia, ligados por um quadro, uma tela.
Jamais estiveram juntos, mas se conheciam o suficiente para saber que amavam um ao outro.
A máquina era o passaporte para a felicidade;
A rede o meio mais fácil de estarem próximos.
Um pertencia ao outro, mas estavam sós;
Amavam-se enquanto cada um estivesse frente a sua própria tela, embalado pelo tic-tic do teclado e clique do ratinho.
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Amor Virtual - por Lélia

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Nosso amor virtual seguiu o caminho normal: chat, orkut, facebook, msn, celular.
Nos entendemos muito bem, nos pedimos pra namorar, trocamos confidências importantes, descobrimos amigos virtuais comuns, namoramos por longas madrugadas, comemoramos o aniversário de nossa relação, nos consolamos mutuamente em momentos difíceis.
Nunca esquecerei de seu rosto na tela de meu pc, tão real, tão presente...
Nosso amor virtual durou mais que o esperado: foram 43 dias de felicidade e frisson.E terminou com um torpedo.
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Saudades - por Renata Zonatto

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Eu aqui, morrendo de saudades.
Você aí.

Eu aqui, com vontade de beijar sua boca.
Você aí.

Eu aqui, louca pelo seu corpo.
Você aí.

Eu aqui, sentindo vontade de estar aí.
Você aqui!
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Novidade ou Na Falta de um Poema Mais Intenso - por S. Ribeiro

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Um homem enraizou-se aqui, todo ou as
partes plenas. Seus olhos verdes são inegáveis, a
tarde também; mas há a pressa que
esconde o medo, mal interpretando-o.

O silêncio é uma constante, parece que
esperando minha morte, desidratando meus
fatores e meu homem
de fantasia.
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.....................Visitem S. Ribeiro
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Nosso Amor Não Virtual - por Aaron Caronte Badiz

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Virtual nós nunca fomos, mas a distância nos amamos. Por tantos anos, tantas cartas trocamos com amor. A espera ansiosa, as notícias recentes, os longos debates existenciais e o eterno “Com amor” ao final. A saudade cruel, as lacunas dolorosas, a longa ausência e o infindável amor permeando tudo. Ah! Se naquela época houvesse webcam!... Se eu tivesse podido ver seus olhos todas as vezes que desejei meu reflexo neles... Teria sido um amor virtual tão feliz e profundo quanto sempre foi nossa paixão de todos estes anos.
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Mundo Paralelo - por ZzipperR

Nesse mundo azul e triste, as cores não conseguem alegrar as pessoas, pois a maioria delas está num mundo paralelo.
Não que seja ruim viver nesse mundo paralelo virtual, mas vivenciá-lo é viver como amigo. Você pode querer! Tentar e até imaginar, mas não conseguirá encontrar um cruzamento e desta forma estará condenado ao mundo paralelo.
Quem vive no mundo paralelo?
Quem vive no mundo paralelo são amigos, aqueles que nunca vão cruzar com você, pois seu coração está protegido contra eles, lacrado com uma capa de proteção.
Amigos vivem num mundo paralelo, amigo não cruza com amiga, amigo não come amiga. Amiga dá pra outro que nem conhece e depois conta para o amigo, que muitas vezes é apaixonado por ela. Se ele tentar alguma coisa. Ela fala:
- Você é meu amigo!
Ele não serve porque está no mundo paralelo e sua vida nunca cruzará com a dela.
Penso que quando namoramos ou somos amantes, vivemos em uma linha toda embaraçada, num mundo todo cruzado, onde os cruzamentos são inevitáveis e ficamos cruzando o mundo do outro a todo o momento. Temos o prazer de cruzar o caminho do outro e queremos que o outro cruze o nosso também, pois queremos o seu carinho, a sua presença e a sua voz sem medo e sem restrições de corpo e alma.
Estou aqui falando e vivendo num mundo paralelo ao seu, nossos caminhos nunca se cruzarão, se cruzarem com certeza seremos apenas grandes amigos.
Viver num relacionamento paralelo é viver na ilusão, na imaginação, nos sonhos, na vontade e na incapacidade de tornar possível, pois tudo está além das forças e do alcance. Nem tente pegar o que não vê. Se não vê é porque não vai ter.
Fico imaginando como poderíamos fugir desse relacionamento no mundo paralelo e concluo que não há solução. Mesmo você vivendo no mundo paralelo e tomando todas as precauções não está livre do amor. Uma hora o coração vacila se encantando e você é pego desprevenido. No momento em que você percebe que já está encantado e caiu na armadilha do amor leva uma flechada do cupido. A partir desse momento você perde os domínios do sentimento e é levado para a paixão, acaba apaixonado.
Somos jogados num mundo paralelo e para cruzarmos deve haver atração. O que nos leva a ter atração pelo outro? O que ele tem que nos atrai e ficamos tão fascinados, ao ponto de ficarmos apaixonados mesmo estando no mundo paralelo?
Eu estava em uma estrada paralela e quando olhei para o lado vi uma garota toda de vermelho, tentei dar a minha mão para ela, tentei catar na mão dela, mas não foi possível. Eu olhei e o que vi não sei se foi real ou imaginação, pois não tinha como cruzar o caminho dela seguindo naquela estrada paralela, na qual todas as passagens estavam fechadas e seguindo no mesmo sentido.
Quem cria o mundo paralelo somos nós mesmos não abrindo as passagens para o outro. Mantemos as portas fechadas e ficamos escondidos enquanto o tempo usa suas armas para nos afogar e matar pouco a pouco destruindo tudo de bom que foi construído, depois não adianta gritar porque a distância não deixará o outro escutar, pois mesmo em estradas paralelas as velocidades não são as mesmas.
Se um dia você amar alguém! Abra a porta para ele entrar. Não o deixe seguindo no mundo paralelo, pois você pode perdê-lo de vista para sempre.
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Zip...Zip...Zip...ZzipperR
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Visitem ZzipperR
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Virtualidade - por Davi Rodrigues

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Tento lutar contra o desejo
Com o tempo se torna vã tal luta
Meu titubear constante inibe a ação
Mas o desejo se torna incontrolável
Posso sentir a respiração de seu sussurrar
Vem como o vento de madrugada litorânea
Traz o frescor pós dia de insuportável calor
Tento mudar a direção
Não resta rotas que me desviem
O incontrolável sempre foi meu segundo nome
Não há tempo para se mudar agora
O que se desiste não se pode se desejar
O que não se deseja jamais se poderá obter
São canções que compus, poemas e poesias que escrevi
Não há outros respirares
Não há outros desejos
Só o impossível elo físico que nos separa
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Sonho de uma Noite de Verão - por Runa

O estranho bater de tuas asas
Sacudiu meus desejos acorrentados,
Voaremos por cima das casas
Roçando o ventre pelos telhados.

À noite desenterramos segredos
No seio da areia molhada,
Longe, sepultaremos nossos medos
Numa curva longínqua da estrada.

Vem, juntemo-nos aos cães vadios
Que rimam o amor nos passeios,
Esperando pelos dias frios
Para adormecer em teus seios.

Juntemo-nos aos ventos uivantes
Que fecundam as manhãs de verão,
Esperando pelos dias triunfantes
Para darmos forma à nossa ilusão.
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Visitem Runa
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