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sábado, 5 de janeiro de 2013

Bruna Lombardi: “Ela” - Citada por Penélope Charmosa

Ela tinha o teu fantasma
quando a conheci.
Ela ainda te carregava dentro.

Havia muito pouco dela
e quase tudo teu
e o caminho que tive que transpor
para chegar a ela
foi a distância impossível
que afasta as pessoas
de seus reflexos.

Havia gestos teus
na ponta dos dedos dela
quando a conheci.

Seu corpo, reminiscências
resíduos de amor suado
tinha teu cheiro ainda.
E febre tua.

Ela tinha o desespero calmo
dos que enlouqueceram
quando a conheci.

A carne contraída e aquela espécie
de sentimento que separa as pessoas
da realidade.

Ela trazia teu germe
lhe doendo nas entranhas
quando a vi pela primeira vez

atravessando o lado esquerdo da avenida
sem olhar em direção alguma.
.
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In “No Ritmo Dessa Festa”.
.
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Friedrich Nietzsche, Absurdo, Liberdade e Projeto - Citado por Penélope Charmosa

Uma vez admitidos dois fatos: que o devir não tem fim e que não é dirigido por qualquer grande unidade na qual o indivíduo possa mergulhar totalmente como num elemento de valor supremo, resta só uma escapatória possível: condenar todo esse mundo do devir como ilusório e inventar um mundo situado no além, que seria o mundo verdadeiro. Mas, logo que o homem descobre que este mundo não é senão construído sobre as suas próprias necessidades psicológicas e que ele não é de nenhum modo obrigado a acreditar nele, vemos aparecer a última forma do niilismo, que implica a negação do mundo metafísico e que a si mesma se proíbe de crer num mundo verdadeiro. Alcançado este estado, reconhecemos que a realidade do devir é a única realidade e abstemo-nos de todos os caminhos afastados que conduziriam à crença em outros mundos e em falsos deuses - mas não suportamos este mundo que não temos já a vontade de negar.
(...) Que se passou portanto? Chegamos ao sentimento do não valor da existência quando compreendemos que ela não pode interpretar-se, no seu conjunto, nem com a ajuda do conceito de fim, nem com a do conceito de unidade, nem com a do conceito de verdade. Não chegamos a nada, não logramos coisa nenhuma dessa espécie; a unidade global não aparece na pluralidade do devir: o caráter da existência não é o de ser verdadeira, mas o de ser falsa (...) não há razão alguma para nos persuadirmos de que existe um mundo verdadeiro. (...) Em suma, as categorias de fim, de unidade, de ser, graças às quais demos um valor ao mundo, retiramo-lhas e o mundo parece ter perdido todo o valor.
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In “A Vontade de Poder”.
.

Hibridismo.com - por InEx TrEe FaLLs


Consoante por consoante
Vogal por vogal
Edificam palavras
Traçam-lhe o sentido
Pontuando-lhes o fim


Mas há final

Quem as extendeu
No varal da lembrança
Em pleno temporal

Devem ter retornado
Cobrando silêncio
Ou um minuto

Até certo ponto
consagrado