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domingo, 24 de maio de 2009

A Odisseia do Menino Infante e seu Cachorro-quente - por Bruno D’Almeida

De repente aquele menino magrinho se encontrou perdido no meio da praia. Alexsander olhava para tudo e não via nada. Nada além de vendedores de óculos escuros, de água de coco, de picolés e de bronzeadores que besuntavam corpos morenos na areia. Ele via o mar de gente na água, os adultos brincando de frescobol, ele via o mundo passar pela janelas dos seus olhos e não se reconhecia em nenhum rosto, nenhuma paisagem mirava seus pais e sua piscina de plástico azul com peixinhos multicores.

Olhou para o pedaço de cachorro-quente na mão e pensou Papai do Céu, agora só tenho isso para comer pelo resto da minha vida. Fez uma trouxinha com o papel laminado ao redor do seu lanche e o segurou firme como seu talismã da sorte. Apertava com cuidado seu alimento para a alma, a única coisa que lembrava seus pais e a possibilidade de se sentir com eles, de não parecer estar tão sozinho. Minha mãe está aqui comigo, pensava. Nenhuma presença se faz mais concreta do que a lembrança exata de quem mora dentro da gente.

Depois de meia hora sentado e de sentir o ardor do sol na sua pele amarela e fina de pêssego, um casal de idosos vê aquele infante olhando sozinho para o infinito. A pergunta sobre os pais de Xandinho foi seguida de braços abertos e de uma cara de não sei. Partem todos em busca do tão esperado encontro que só precisava acontecer. O garoto começa andar, andar, andar, cansar, cair, levantar, andar, nausear, vomitar, beber uma água de coco e sentar novamente na areia. Vamos levar você para casa e divulgar seu desaparecimento ao mundo, disse a senhora idosa com cara de Dona Benta do Sítio do Pica-pau Amarelo.

Chegou na casa do casal com cara de nunca mais. Nunca mais ia tomar banho de mangueira com sua cachorrinha Nina, que pulava feito louca no vazio do ar e depois se sacudia, distribuindo jatos de água e de pulgas. Nunca mais contaria as estrelas fluorescentes adesivadas no céu de seu quarto, nunca mais comeria bolo-pudim, nunca mais receberia sermões de seu pai por colocar os pés na mesa da sala de aula e de responder à professora com mais e mais porquês. Nunca mais tantas coisas pairavam naquela cabecinha de sete anos, e a velocidade de imagens fluía com a mesma densidade das lágrimas de seus olhos. A única coisa que ele via era tudo que não gostaria de ver.

O velhinho Pascoal, com cara de Visconde de Sabugosa das mesmas histórias de Monteiro Lobato, chamou o menino para o noticiário da tevê. A jornalista relatava o nome e a descrição da criança perdida com o telefone para contato. E aquele aparelho telefônico preto com teclas de disco não era mais apenas um telefone. Era o centro do universo, e seu silêncio ensurdecia os ouvidos da criança que, de tão concentrada com os olhos fixados naquele objeto em cima da escrivaninha de vime, ouvia apenas as vozes da sua momentânea loucura de falar em pensamento frases desconexas. É necessário lembrar que o telefone não tocava. E foi assim durante duas horas e quarenta e três minutos. Tocou. E para tristeza daquela alminha sardenta e dentuça, quando alguém ligou era para perguntar se, caso encontrasse os pais da criança, receberia alguma recompensa. Pascoal devolveu dizendo que não sabia que urubu falava e bateu o telefone.

Engolido por uma camisa listrada de malha piquê e ao lado de um saquinho de supermercado com sua sunga molhada, ele apagou no sofá. Dormia e babava e até em sonhos estava na mesma posição de cão-de-guarda do telefone. E dormindo sentia o tempo passar e despassar. Sentia o vazio de um desejo cheio de desesperança. Sentia a mão fria e sedosa de uma senhora dizendo acorde, meu filho, seus pais ligaram e estão vindo pegar você. Correu até a porta do apartamento e parou de repente. Sentiu falta de si mesmo. Foi até a geladeira, pegou o cachorro-quente embalado com alumínio amassado e cheio de areia e correu até o elevador, onde as portas se abriram para um mundo que por um instante, um eterno momento de instante, parecia não ter fim.



Feliz Aniversário, Jorge! - por Alba Vieira

Hoje é seu aniversário e tantos desejam com você comemorar! É dia de ser feliz, do sol brilhar, de abraços, de beijos, de festa e de alegrias. Mas, a comemoração maior é sua, particular, de louvar tudo que possui de mais precioso: a lucidez, o espírito humanitário, a capacidade de amar, a capacidade de expressão.
Você é um cidadão do mundo, interessado em tudo que acontece nos seus arredores, no seu estado, no seu país, no universo. A globalização tem tudo a ver com você.
É pessoa compassiva que ao longo da vida misturou-se a muitas outras pessoas, muitas vezes responsabilizando-se por suas vidas, sempre ajudando a conhecidos e desconhecidos que surgiram no seu caminho.
Foi chamado à responsabilidade muito cedo e tornou-se a figura do pai amoroso, aquele que acompanha, que instrui, que abre caminhos e, principalmente, dá liberdade aos filhos. Teve oportunidade de ser o pai não apenas dos seus filhos naturais, mas também de tantos que necessitaram de sua orientação e cuidados.
Seu interesse por gente, sua capacidade de observar além das aparências fez com que amealhasse ao longo da sua vida, muitas histórias interessantes que você traz na memória e, de uma forma toda especial, brinda os seus amigos e conhecidos com seu relato apaixonado.
Mas, o aspecto mais interessante de sua personalidade é a abertura para o numinoso. As ocorrências da sua vida têm muito de extraordinário, de espiritualidade manifestada. E, creio eu, isto só acontece com os grandes homens, aqueles que vão deixar sua marca nos corações de tantas pessoas, pois que sua passagem por esta vida, deixa um rastro de luz.
E, esta luz você necessita refletir e o faz, perfeitamente, nas manifestações artísticas. A expressão pela arte embeleza a sua vida e a dos que o acompanham. É um presente para todos.
Parabéns pelo seu aniversário. Encontrar com você nessa vida foi um presente especial. Que você tenha muitos anos para viver perto de todos nós dividindo suas experiências e irradiando a sua luz. Um grande abraço. Felicidades!



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Chuva em Salvador - por Bruno D’Almeida

As chuvas estão muito fortes, alagando tudo e deixando a cidade num inferno. Moro numa região alta e tenho procurado não sair muito daqui. Houve um caso muito triste de uma mãe com uma criança que, ao andarem pela rua alagada, foram sugadas por um bueiro adentrando na rede de esgoto da cidade. Muitas mortes, muitos desabamentos, muita revolta, muita dor e desesperança. Espero que isso tenha fim. Nessas situações, depois da tempestade, vem a contagem dos mortos e feridos.



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Conflitos Internos - por DAS

Sinto-me perdida, confusa
Meus pensamentos se confundem
Em tantos sentimentos
Todos sem direção exata
Sem alvos certos

Procuro por uma luz
Uma direção
E só encontro indecisão...
Nada parece certo ou errado
Apenas inadequado

Sinto saudades, medo, raiva, amor, ciúme, desejos...
Na verdade, nem sei o que sinto
A única coisa certa é o vazio
Algo pesado dentro de mim

Queria estar em outro lugar
Queria que fosse outra hora...
Ou então que este momento passasse logo... rápido!
Amanhã sentirei outra coisa
Melhor?
Não importa agora
Será outro dia e hoje passado, finalmente.
Minha mente estará mais aberta e poderei refletir, definir, decidir...



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Meniina, Olha o Drama! - por Duanny

Quem nunca na vida fez um drama? Quem nunca na vida presenciou um drama ou até mesmo foi vítima de um?

O que podemos concluir? O drama, quando praticado por nós, tem grande chance de dar certo.
Lá estava eu conversando com a minha mãe a respeito de uma possível viagem de intercâmbio, quando me peguei no meio de um drama.

- “Mas, mãe, assim... Você investir no futuro da sua ÚNICA filha, a única... Você não sente um vazio dentro de você quando nega a melhor educação para sua filha??”
- “AI MEU DEUS! Vazio dentro de mim vou sentir quando eu for pagar esse intercâmbio!!”
Enfim, se vou viajar? Sim, quando eu terminar o ensino médio, mas vou! =D
Bom, pelo menos esse diálogo mãe e filha foi muito melhor que o último, quando, por um triz, o Drama não acaba com todas minhas chances de ser a menina responsável!

Para os mais radicais, guerras não passariam de um Drama construído para esconder o egoísmo ou a arrogância de não saber dividir. Para mim, um Drama não passa de uma ferramenta utilizada por NÓS (sim, todos usam, é fato) para curtir nossos pobres valores adolescentes que foram cruelmente proibidos por tiranos conhecidos como Pais (e lá vou eu de novo).
Beijoos!



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Estou Lendo... - por Alba Vieira

Radiestesia Médica Fácil y Práctica, de Profesor D’Arbó.
A Ciência e a Arte do Pêndulo, de Gabriele Blackburn.
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E você? Que livro está lendo?
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