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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quarta-feira, 30 de março de 2011

As Nossas Palavras IV - por Ana

Levante-se deste marasmo!
Às vezes tu parece um asno!
Sete vezes repetiu a mesma série,
Se repetir oito, nem sei o que faço!
Eu vou cair em desgraça!
Não tem a mínima graça
Ter um filho dessa espécie!
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quarta-feira, 23 de março de 2011

As Nossas Palavras III - por Ana

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Sempre haverá de existir uma forma obsoleta de se ver as coisas, depende do que preferimos, e isto vale tanto para o trabalho, para a religião, para as relações inter-pessoais, quanto para a forma de lidarmos com o sentido da vida.
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domingo, 20 de março de 2011

Campanha Livro Amigo do Duelos

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Um dia saio, vejo um livro interessante na rua e, ao abri-lo,
leio que era de alguém do Duelos, de uma outra cidade (outro país... será?!),
que já viajou muitos lugares e pessoas e chegou às minhas mãos.
(Ana)



No Dia Nacional do Livro (29/10), nossa amiga Ana propôs aos amigos do blog a Campanha Livro Amigo do Duelos.
Ela iniciou a campanha escrevendo o seguinte na contracapa dos seus livros já lidos:


Eu participo de um blog, o Duelos Literários,
Lá eles publicam seus textos, é só deixar nos “comentários”.
Lá também iniciaram a “Campanha Livro Amigo”:
Ele fica um tempo comigo e, depois, um tempo contigo.

Se você o levar pra casa, leia e passe adiante.
Antes, escreva seu nome nele, cidade e data, em letra elegante.
E se quiser falar com a gente, digite o endereço e não erre:
É duelosliterarios.blogspot.com.br.

1. Ana - Rio de Janeiro - 29/10/09
2.
3.
4.
5.


E deixou-os em pontos de ônibus, praças, parapeitos de muros... para serem lidos por aqueles que se interessassem por eles.

Então propôs que fosse deixado sempre um post fixo divulgando esta campanha.
Quem quiser participar da campanha, basta fazer a mesma coisa que ela fez com seus livros e deixar nos “comentários” deste post o título do livro que deixou nos locais públicos, em que cidade e a data.

Difundam o hábito da leitura! Participem!
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Sintonização Coletiva - por Vera Celms

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SINTONIZAÇÃO COLETIVA DAS 23:00 ÀS 23:05 HORAS - TODO DIA
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POSITIVIDADE - SINTONIZAÇÃO COLETIVA
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Nosso planeta passa por uma crise sem precedentes. Muitas catástrofes estão acontecendo. E outras virão. Jamais uma época teve tão duras provas a enfrentar. Muitas iniciativas estão sendo tomadas para amenizar a situação atual.
Apesar disso, nem todas as pessoas podem fazer tudo aquilo que desejariam, pois, cada vez mais, a vida exige sérios compromissos de todos. Compromissos que, por vezes, tomam todo o tempo daqueles que gostariam de poder contribuir e ajudar a humanidade nesta época tão dramática pela qual passamos.
Para compensar a falta de tempo na qual todos estão submersos, alguns grupos espíritas e espiritualistas, como a Sociedade Espírita Ramatis e outras, tiveram a excelente ideia de sincronizar suas meditações por cinco minutos, num horário comum, que permita à maioria das pessoas se interligar, formando uma corrente mental.
Mas para que esse horário? Para que todos possam ter a oportunidade de, mesmo sem tempo, ajudar, de alguma forma.
A iniciativa consiste no seguinte: todos os dias, das 23:00 às 23:05 horas, milhares de pessoas estarão enviando suas vibrações positivas ao planeta.

Não importa se você é católico, umbandista, candomblista, batista, messiânico, espírita, budista, hinduísta, agnóstico, ateu, judeu, teosofista, gnóstico, confucionista, adventista, espiritualista etc.

Enviar vibrações positivas nada mais é do que visualizar o planeta com harmonia, paz e amor, vibrando positivamente ou mentalizando o planeta sendo envolvido por energias benéficas com cores vibrantes, tais como o branco, o dourado e o violeta (que são os mais usados).
Mas também podemos mentalizar o planeta e irradiar luz e paz como se estivéssemos fora do planeta.

Obs.: Se você não acredita que seja possível enviar vibrações positivas ao planeta e aos seres humanos, não precisa abster-se deste momento. Poderá aguardar o período de 23:00 às 23:05 horas para, simplesmente, refletir sobre possíveis soluções para os problemas atuais. Simbolicamente, saberá que milhares de pessoas estão fazendo o mesmo, apenas o fazem de forma diferente.
O importante é a união dos pensamentos de todos, sabendo que estamos iniciando um primeiro esforço no sentido de tornarmo-nos atentos e abertos aos problemas e dificuldades que assolam nosso planeta.
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Horário para a vibração: De 23:00 às 23:05 horas. Todos os dias.

“A Terra não pertence ao homem; o homem é que a ela pertence. Disto nós sabemos.
Todas as coisas estão interligadas, como os laços que unem uma família.
O que acontecer com a Terra acontecerá conosco.
O homem não teceu a teia da vida cósmica, ele é um fio da mesma.
O que ele fizer para a Terra estará fazendo a si próprio”.

AOS QUE CREEM, PASSEM PARA SEUS CONTATOS...

P.S. - Se quiser e puder, mande esta mensagem para o maior número de pessoas possível. Quanto maior o número, melhor para o Planeta.
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Visitem Vera Celms
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Vazio - por Alba Vieira

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Um vazio que se instala é momento de estar atento para as opções de uma encruzilhada. Temos de refletir sobre como estamos nos conduzindo ao longo do caminho. É momento de parar e se deixar ficar por um tempo, até que sejamos atraídos pela direção que será a mais indicada naquele instante. Nada de apressar o coração, tremer as pernas ou ficar ofegante. Abrir os sentidos, observar longamente, perceber os mínimos detalhes e imprescindível. Só assim seguiremos com segurança, sabendo que a trilha é a certa e que fomos nós mesmos que a escolhemos quando tínhamos total consciência dos desígnios do plano maior. Venho de um momento assim, quando me sentia perdida, como se nada mais tivesse que aprender ou compartilhar, me sentindo árida e sem-graça. Agora estou parada, estanquei no caminho e apenas observo com todos os sentidos em alerta, esperando o sinal que virá. E quando eu for capaz de detectá-lo, retomarei minha jornada, com a emoção dos novos desafios que irão se apresentar a partir da estrada que eu escolher, das armadilhas, dos atalhos, das montanhas a escalar, dos vales, das noites sem luz e do alvorecer que com certeza acontecerá.
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Visitem Alba Vieira
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Me Divulguem, Por Favor! - por Davi Rodrigues

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Tenho o ar que insisto em respirar
E um que me envenena
Tenho o passo que me faz chegar
Outro que me distancia
Tenho voz que me faz ser ouvido
E uma que repele
Tenho mãos que acariciam
E outras que me deixam sentir frio
Tenho palavras que amo escrever
E outras que merecem ser apagadas
Mas tudo é pessoal
Tudo é nostalgia
Breve refugo de auto-estima...
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Indecifrada - por Marília Abduani

Só me entendo como sou
tão transparente e carnal.
Tão sem lume, unicamente,
tão somente carnaval.

Só me entendo como sou,
construtora indecifrada.
Trabalhando-me sem pressa,
cara solta, alma lavada.

Só me entendo como sou,
eu me reservo ao acaso.
A vida me desenhou
somente esse poço raso.

Só me entendo como sou,
arco-íris, nuvem clara.
Sendo a chuva, sendo o vento
passos lentos, peito estala.

Só me aceito como sou,
cavalo solto e veloz.
Galopando meus anseios,
minha lei é minha voz.
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Identidade - por Leila Dohoczki

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Sem nexo
Vivo no contexto
Complexo,
Incompleto
Nem sou só alegria
Tampouco apenas sofrimento
Sou também a canção dos ventos.
Ora brisa abrindo cortinas
E por vezes ventania que assovia no telhado.
Levo a pipa para o céu, deslizo nuvens alvas
Sem dizer uma única palavra,
Apenas faço.

Sou causa e sou resultado
Um universo em parágrafos
Todas as palavras existentes
As que sei e as que invento
Pensadas, indefinidas
As escritas, as ditas e as caladas
Esquecidas e lembradas
Todas!Todo o tempo.

E quando me junto em frases
É que tudo faz algum sentido.

Em poema, rimo
Em prosa, converso
O controverso e o aceito
Em conto aconteço
No que fantasio ou vivo
Nem adulta, nem criança
Um livro incompleto que ainda escrevo
Dia a dia, cada página...

Sou meio cônica,
Meio crônica,
De grandes detalhes
Que se estreitam no fim.

Mas quem não é também assim,
Um universo a se revelar?
Onde a noite e o dia acontecem
Despercebidos e silenciosos
Sem que se consiga explicar.
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Festa na Floresta - por Leila Dohoczki

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Para as crianças, um presente diferente.
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(Clique na imagem)
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Beijos a Todos!
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Pra Que Serve? - por Fatinha

Querido Brógui:
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Para que serve uma porta se ninguém bate antes de entrar? Essa é uma dúvida vivenciada por um monte de gente que conheço e que compartilha o mesmo teto com outras pessoas (por opção ou falta dela). Essa gente tolinha tenta, no mais das vezes sem sucesso, garantir um pouquinho de privacidade utilizando-se do singelo expediente de fechar a porta do cômodo no qual se encontra. Gente tolinha, sedenta por um minuto pra chamar de seu, que após a décima segunda invasão, começa a pensar seriamente que melhor seria retirar todas as portas da casa. Melhor ainda seria morar num loft, já que o espaço seria comum a todo mundo mesmo, evitando a ilusão de que a privacidade e a intimidade existem quando se trata de “família-a família-ê”. Eu sou mais heavy metal. Meto logo a chave na porta, mesmo correndo o risco de o invasor se sentir ofendido porque eu deixo claro que sua presença não é bem-vinda. Essa é a máxima expressão da máxima: “se tiver que haver opressor e oprimido em uma relação, eu serei a opressora.”
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Visitem Fatinha
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Liça - por Leo Santos

Retido o clamor do instinto animal,
o fado inda tem seus feitores;
vencido o embuste do vil metal,
priva, então, da ternura das flores.

O tempo garboso, em suas alfaias,
sisudo passa, e nunca envelhece;
trombetas naturais, tocam os atalaias
a alma ouve, mas logo esquece.

Às vezes o ciclo da liça,
renova a surrada lição;
o ventre desafia a preguiça,
e as pedras se partem em pão.

A tinta verde breve se esvai,
a cinza inda enche a pena;
sonho fecha a porta e sai,
enquanto realismo, encena.

Flocos de neve já cobrem o pêlo,
efeito estufa? Desconhece o tal.
Hibernam quimeras, utopias, apelos,
e o ser volta à era glacial…

Resignado lamento, menos que isto,
por apurar a vista, quando tarde é;
masmorra fez o Conde de Monte Cristo,
e a liberdade faz a nobreza da ralé.
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Visitem Leo Santos
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Convite - por Dan

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Oi, Amigos!
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Estou mandando endereço de meu novo blog, jazz, podem abaixar.
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Abraços,
Danilo.
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O Bolinho de Batatas que me Deixou Embatatada! - por Adir Vieira



Ontem me aventurei a fazer frituras. Confesso que não é hábito meu. Não sei porque acordei sonhando com um bolinho de batatas recheado com salsicha. Talvez se eu não tivesse em casa os ingredientes, até mudasse de ideia, mas a vontade era tanta que, logo após o café da manhã, coloquei mãos à obra nessa atividade.
Como de praxe, descasquei as batatas e as cozinhei até o ponto de purê. Fiz como sempre faço. Esperei a massa esfriar, para a ela juntar os ovos e a farinha de trigo. A qualidade da batata talvez não fosse propícia para aquela preparação, coisa que notei ao moldar os bolinhos, mas acreditei que envolvendo-os numa fina película de farinha de trigo, o óleo quente segurasse a massa, não causando o desastre não esperado.
Um minuto na frigideira e os bolinhos derretiam-se dentro do óleo, desagregando as salsichas que boiavam isoladas, para o meu desespero. Já tinha preparado uns seis bolinhos, junto aos quatro da frigideira, quando decidi desligar o fogo e jogá-los fora, literalmente.
Tencionei, com a massa restante, experimentar o forno. Novo trabalho. Untar tabuleiro, moldar novos bolinhos e besuntá-los com ovo no azeite. Programei o forno para vinte minutos e, ao soar do timer, minha surpresa foi ainda maior. Como na frigideira, se formou no tabuleiro uma massa única, tal qual uma torta malfeita, com a sombra das salsichas por baixo.
Enfim, lá se foram umas duas horas da minha manhã e não consegui saciar meu desejo, tendo ainda perdido dois quilos de batata, dois ovos, farinha de trigo, gás, meio quilo de salsichas, meia lata de óleo etc. etc. etc.
À noite, vendo o jornal da TV, tomei conhecimento de que, devido às chuvas, a qualidade das batatas estava inapropriada para consumo.
Antes tarde do que nunca!
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Visitem Adir Vieira
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Convite para o Sarau da Mentira e Lançamento do Fanzine da Gaveta - por Poty

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Visitem Poty
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Play Guitar - por Yuri

E eu quero que a arte toque meu corpo como se eu fosse uma guitarra, agora!
eu quero ser uma inspiração, quero tê-la!
quero que passe por todas minhas veias, assim me tornando algo exótico
eu preciso sair
ver o mundo
ver coisas
ver pessoas
me divertir
fazer algo louco
algo mais educado que o normal
preciso olhar nos olhos de alguém que eu não conheça
eu quero explodir na cidade! remexer os prédios!
quero fazer parte das cores quentes que o Rio tem
as cores de todas essas pichações que existem por aí
e, depois disso, talvez eu possa voltar pro meu mundo normal
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Visitem Yuri
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Selo “Lemonade” - Recebido de Gio

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O Duelos Literários recebeu mais um selo.
Desta vez, foi o selo Lemonade, das mãos de nosso amigo Gio.
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O Selo Lemonade é o “prêmio dado aos blogs que demonstram grande atitude ou
pelos quais você tem gratidão”.

Hoje o selo é publicado aqui, com um enorme agradecimento a nosso autor que, efetivamente,
fez por merecê-lo, pois possui um blog em que demonstra, através de suas palavras, ser uma pessoa de atitudes admiráveis.
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Regras:
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1. Colocar o logo em seu blog ou post.
2. Escolher no mínimo dez blogs que demonstram grande atitude ou pelos quais você tem gratidão.
3. Certificar-se de que publicou os links de seus nomeados em seu post.
4. Informá-los de que receberam este prêmio, comentando em seus blogs.
5. Partilhar o carinho, publicando os links deste post e da pessoa de quem você recebeu o prêmio.

Este selo é dedicado a todos os nossos autores.
Estejam à vontade para colá-lo em seus blogs, com os cumprimentos de shintoni.
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Mirna Grzich e a Bendita Crise - Citada por Alba Vieira

Bendita crise que sacudiu o mundo e a minha vida
Bendita a crise que está reciclando tudo
Bendita a crise que veio tirar a minha ilusão de permanência
Bendita crise que vai trazer evolução
Bendita crise que vai fazer o mundo se reestruturar
Bendita a crise que traz a transformação
Bendita crise que vai me ensinar o que é verdadeiramente importante
Bendita crise que é um desafio
Bendita crise que vai me revelar a minha própria sabedoria Bendita crise que dissolve meus apegos
Bendita crise que vai ampliar minha visão
Bendita crise que me faz humilde
Bendita crise que vai abrir meu coração
Bendita crise que me traz de volta a confiança
Bendita crise que me traz de volta outras oportunidades
Bendita crise que me faz dar mais importância à vida
Bendita que me tirou do marasmo
Bendita crise que leva a um novo paradigma
Bendita crise que está me mostrando a Luz
Bendita crise que me fez voltar a ter fé
Bendita crise que me traz de volta a aventura de viver
Bendita a crise que é ponto de mutação.
De volta o amor pela humanidade.
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Visitem Alba Vieira
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Brigit - A Bruxa da Noite - por Vera Celms

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Nasceu, afinal,
BRIGIT - A BRUXA DA NOITE,
livro erótico sensual de Vera Celms.
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(Clique na imagem)

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Beijos a todos,
VERA CELMS
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quarta-feira, 16 de março de 2011

As Nossas Palavras II - por Ana

SEMPRE HAVERÁ UM CHINELO DOIDO PARA UM PÉ ALUCINADO


Jacinto:
Escrevo esta carta para lhe dizer que há muito tempo amo você. Quando você passa, meu olhar te segue buscando a explicação pra você não ter me percebido até hoje.
Por que você não me olha? Por que não retribui os olhares carinhosos que mando a você como promessas de afagos e momentos quentes de paixão?
Por que não se aproxima quando acompanho com os olhos, de longe, seus passos, desde que surge no início da rua até dobrar lá na pracinha?
Por que não dá pelo menos um bom dia quando sorrio para você com estes lábios que te desejam, que sonham te cobrir de beijos, te pintar com o carmim da minha paixão, roçar os seus devagar, sentindo a textura, o sabor e o calor?
Por que sempre segue pela outra calçada, passando longe de mim? Não quer sentir meu perfume, aquele que uso todos os dias de manhã depois do banho, antes de ir trabalhar, pensando que vai te agradar e seduzir?
Por que finge que não me vê todos os dias, ali, de pé, na porta da Farmácia Diamante, no meu uniforme limpíssimo e impecavelmente passado, do qual eu cuido tão bem só para você ver o quanto sou higiênica e arrumada?
Por quê? Por quê? Eu vivo me perguntando tudo isto...
Mas quero deixar uma coisa bem clara aqui: com esta carta eu não quero seu amor, tampouco sua paixão, só quero saber se você compreende, agora, porque fiquei trêmula e sem voz na festa da minha avó, no ano passado, lá na Anunciação. Se ainda não entendeu, eu te digo, pois não paro de pensar que você deve estar me achando uma idiota: eu não aguentei! De repente lá estava você, diante de mim, tão perto, me sendo apresentado pelo Homero. Foi ali que soube seu nome: Jacinto... Mas não consegui ter reação nenhuma, fiquei em choque! Há anos eu te via passar, com este amor todo explodindo dentro de mim e acho que foi a surpresa de te encontrar em lugar tão inesperado que me deixou muda...
Agora, depois de mais de um ano, tomei coragem e escrevo para lhe dizer tudo que sinto.
Gostaria que você me respondesse e, se quiser conversar depois, você compreenderá ainda muitas outras coisas que tenho para lhe explicar, como o dia em que você tropeçou naquela pedra enorme que estava no meio da calçada, bem no seu caminho (não era para você tropeçar, e sim me olhar quando desviasse); aquela vez em que você ouviu um berro horrível vindo de dentro da farmácia (nem foi ver o que era...); ou aquele Dia dos Namorados em que estava tocando aquela música lindíssima do Kenny G., altíssima, capaz de deixar todo mundo da rua apaixonado.
Será que você está achando esta carta longa?... Por via das dúvidas, vou parar por aqui. Só quero esclarecer, antes de me despedir, que seu endereço eu consegui com o Homero e enviei a carta pelo correio, ao invés de entregar pessoalmente, porque fiquei com vergonha. O envelope florido e perfumado simboliza uma pequena parte do imenso amor que sinto por você, meu querido Jacinto. Pode mandar sua resposta para o meu endereço, que está no envelope ou, se preferir, pode falar comigo, pessoalmente, na farmácia; não precisa se preocupar porque agora estou preparada, não vou dar vexame de novo, pode deixar.
Um beijo úmido nos seus lábios que são, ainda, um sonho, mas sei que, em breve, podem trazer, para mim, beijos reais.
Da sua, sempre sua,
Maria da Paixão.
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.Algum tempo depois, ao abrir da farmácia, um bilhete foi encontrado pelo funcionário Serafim:.
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Paixão:
Não sei quem é você, tampouco lembro da festa ou dos outros fatos. Nunca reparei em ninguém a olhar para mim e esta é a explicação para não ter te percebido. Não sei se você compreende ou compreenderá. E sua carta foi longa, sim.
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sábado, 12 de março de 2011

Renascimento - por Alba Vieira

Renascer pressupõe morte prévia. E morte é experiência transformadora. Morte parece o fim, é aniquilação, é tormento. Mas algo sempre resta, que é semente do novo. Depois do fim há sempre o recomeço, quando se compreende aquilo que já passou. Tudo passa e para que brote a semente, deve-se conhecer o propósito do criador. É tudo um ciclo, não há como escapar: tudo que morre um dia há de renascer. A roda gira e, antes embaixo, agora sobe. E tudo que se eleva, um dia vai descer.
Não há equilíbrio, a vida é eterno giro. Só na morte existe estagnação. E até isso é algo relativo, pois o que parece parado não é inerte. Depende muito de como se observa, já que energia não se visualiza, a não ser com os olhos supra-físicos. Assim só parece e na verdade não está parado.Tudo é um eterno vai e vem, um ciclo.
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Visitem Alba Vieira
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Ceifa Global - por Leo Santos

E daí, se eu pintar o desespero de verde,
somar os verbos,
conjugar a matemática?
Se tiver uma dúvida enfática,
bailar uma dança extática,
ou surfar numa raia hípica?

Afinal, vejo violentos, da paz,
defensores ladrões,
governos que são ONGs,
burocratas,em seu ping-pong,
my God! The lie is very strong!!
A razão, só conveniência política…

As alimárias não falam,
mas, mantêm coerentes grunhidos,
do outro lado do “elo perdido”,
nada, nada se perdeu!
Mas, abaixo do Equador,
bem como acima, onde ele for,
Homo Sapiens, sapiência matou
e, na implosão, morreu,

Em palavras anêmicas claudica,
sob um peso, que não é cruz;
feiticeiros coroados canonizam,
a fumaça, que oculta a luz,
Gaia e o libelo ao malfeitor,
ainda gira, mas não igual;
do affair de lucidez e loucura, nasce,
o gelo do amor, e aquecimento global…
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Visitem Leo Santos
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Amo o Duelos!!! - por Davi Rodrigues

Duelos do bem!
Todos vencem!
Não há mais falta, só encontros
Liberdade de expressão
Sopro do conhecer e do aprender
Paciência de quem administra
Proteção dos que participam
Intercâmbio e aprimoramentos
Todos os gêneros
Todas as formas
Sem plágio e sem ‘jabá’
Não temo em dizer que é
Amor aos pedaços
‘Conserva’ em mentes
Sendo deliciosamente degustada
Já não me pergunto mais onde ir
Nem onde estou
Adivinhem?
Olha eu aqui!!!
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João Cabral de Melo Neto e “Os Três Mal-amados” - por Citado por Penélope Charmosa

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
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Sabedoria - por Marília Abduani

Não fale mais que o necessário.
Guarde as palavras doces
para as crianças, para os amargurados,
as palavras serenas,
entregue aos amargurados e infelizes.
As sábias, entregue aos tolos, aos ignorantes.
As francas, use somente em casos especiais.
Elas não são tão essenciais assim.
As palavras mágicas, confortantes,
entregue aos que sofrem
dores da alma e do corpo.
Aos descrentes do amor, entregue palavras
de esperança.
Não fale tudo.
Guarde o teu mar de palavras,
renasça delas,
reescreva a tua história,
quantas vezes preciso for.
Esta ficará.
Palavras passarão
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Ainda Sorumbática! - por Adir Vieira


Creio que essa virose é sinal dos tempos.
Tempos de desarranjos, de desencontros, de muitos “des” que andam por aí.
A gripe parece ter passado, embora com a voz ainda um pouco “fanha”. No entanto, minha boca apresenta sinais de vermelhidão e muitos cortes invisíveis me fazem quase chorar ao tentar comer algum alimento.
O corpo parece, ao acordar, ter sido pisoteado a noite toda. A aparência desmente qualquer desses sintomas e por mais que a gente explique os males, não acreditam de fato.
O pior é que as pessoas todas reclamam de já ter sentido essa “virose”, um único nome para tantas formas diversas de uma doença.
Sinto-me como uma cobaia dos tempos, sem saber até quanto ela vai caminhar dia e noite comigo, me deixando assim tão desanimada e sem vontade de levantar da cama...
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Visitem Adir Vieira
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(Sem Título) - por Raquel Aiuendi

caminhos iluminados
são mais, muito mais
que passos contados
mais que a etérea
sombra que faz e desfaz
o caminho...
a luz...
se façam e sempre
sempre à frente
não importa o atrás.
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Inspirado em Juízo, de Leila Dohoczki.
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Breakfast and Lunch - por Yuri

esperava você chegar mais perto, te ver mais de perto
ter você ao meu redor e te saborear como um chá
na lista dos sem rumo eu fui parar
eu ainda espero seu sinal de fogo, ser jogado por um beijo
se você chegar mais de perto, você vai poder ver e me dizer
se é para baixo ou para cima, se é mentira ou verdade
se é perigoso ou apenas escuro
você vai me dizer?
o que vai acontecer eu não sei
só sei que ainda ouço aquela música
e quando chego perto de você as palavras se escondem de mim
as simples palavras que eu tinha em mente, sim eu tinha, elas simplesmente explodiram
pare de chegar perto de mim de mãos dadas com aquele cara
você me faz querer voar, querer ficar longe
essa mentira toda me diz que é escuridão
e essa escuridão me pergunta; porque eu não posso me salvar agora?
e sair daqui? e eu digo que dói tanto
mesmo eu sabendo que não sou um perdedor
e nem um sozinho no mundo
as feridas gritam, brilham sobre o sol
elas têm vida
mas a minha é mais importante.
e você me dá forças para voar com toda essa mentira
mesmo que minhas asas cheguem a desvanecer
eu posso correr!
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Visitem Yuri
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quarta-feira, 9 de março de 2011

As Nossas Palavras II - por Ana

Você não é burro, tampouco idiota,
Não adianta me olhar pedindo explicação.
Desta vida longa (você não compreende?),
Nenhum homem vivo compreenderá a razão.
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