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sexta-feira, 27 de março de 2009

As Nossas Palavras III - por Alba Vieira

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Vida só de trabalho é vida obsoleta. Nós, conscientes, preferimos o não fazer, que faz a maior diferença, permitindo sair desta ilusão em que vivemos e acessar outras realidades.



Visitem Alba Vieira
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As Nossas Palavras III - por S. Ribeiro

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PONTO

Preferimos sempre a vida obsoleta, este trabalho branco e rasteiro, que faz surgir em frente a nós mesmos a constância: e agora?
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Visitem S. Ribeiro
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As Nossas Palavras III - por Alba Vieira

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Nós, virginianos, preferimos sempre o trabalho. É nossa resposta em qualquer circunstância, o que faz a nossa vida não ser obsoleta.



Visitem Alba Vieira
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Parabéns, Minha Irmã! - por Ana

Hoje faz aniversário
Minha irmã arretadinha.
Nasceu positiva, a bichinha,
Com ela ninguém tira farinha.

Tem um coração de ouro,
Cabelos de ouro também tinha,
Parecia um anjo doce
Quando era pequenininha.

Hoje tem duas princesas,
Ou três, se conto com a neta,
E também uma cachorra
Que é poodle e não para quieta.

Ana Carolina, Juliana,
Ana Beatriz, pequenina,
E Biba, linda e branquinha...
Minha irmã e suas meninas...

Seu marido é muito calmo,
Calado... não emite um som...
E parece, por demais,
Com o Homer, dos Simpsons.

Esta família, pra ela,
É o cerne de sua vida,
Dedicada e incansável,
Luta sem ter guarida.

Ela tem olhar direto,
Vive afiado seu gume,
É magrinha e bem baixinha,
Um dos melhores perfumes.

Tem intolerância à mentira,
À injustiça e à covardia,
Sempre a querer tudo certo,
Briga onde ninguém brigaria.

É defensora ardorosa
Dos direitos humanos e animais,
Não quis se formar em Direito
Pois veria absurdos demais.

Mas tem alma de advogada,
Fala e eloquência também,
Quando discute um assunto,
Só dá ela, mais ninguém.

Ela me deixa orgulhosa
Por ser sua irmã nesta vida:
Desde que lhe trocava as fraldas
Sabia que era alma escolhida

Para abrandar as tristezas,
Para ajudar a quem precisa,
Para apoiar nas desgraças,
Sempre pronta a ser amiga.

Ainda tem senso de humor
Na família, quase imbatível,
Quando conta os nossos causos
É hilariante e incrível.

Ela é muito sensível,
Qualquer coisa, se magoa,
Isso, em geral, acontece,
Com quem tem a alma boa.

Anda bem desiludida
Com a natureza humana;
Já sofreu muito na vida,
Apesar de tão bacana.

Tem vontade de sumir,
De voltar pro paraíso,
Mas sempre digo que ela
Aqui tem um compromisso

Importante pra caramba,
Fundamental pra dedéu:
Ajudar as outras almas
A se aproximarem do céu.

E também de orientar
A quem se acha perdido
Nos labirintos que existem
Em nosso mundo fedido.

Neste dia especial
Eu lhe coloco uma insígnia:
De Bússola-Guardiã,
Minha amada Virgínia!
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Resposta - por Escrevinhadora

Grande Ana,
nas letras e no coração,
me faz rir, me faz vibrar
com tanta inspiração.
Pra mostrar minha lisura
na torcida por essa briga
vou impetrar “habeas corpus”
e conseguir tua soltura.


Resposta a “Das Flores às Pedradas...”, de Ana.
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Ciência Exata - por Kbçapoeta

Se existe destino,
Meus passos estão marcados.
Meu coração tem um número a bater,
Nem mais nem menos.
Vago na probabilidade de 6,5 milhões
Menos um,
Para encontrar minha alma gêmea.
Como disse anteriormente,
Tudo é quantificado,
Até as vezes que vou procurar
Minha alma gêmea,
Como quem procura agulha de ouro no palheiro.
Encontrarei muitas agulhas enferrujadas
Que irão machucar minhas mãos.
Mas tudo bem.
Pois se encontrar minha alma gêmea,
Encontrarei o amor
Que tudo cura.
Será?
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Um Estranho no Ninho - por Ana

Um Estranho no Ninho - Ken Kesey


“MUITO BOM!”
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Resposta a “Nem Todos Estão Aqui...”, de Raquel Aiuendi.
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E você? De que livro você gostou?
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Chico Buarque, Edu Lobo e “Beatriz” - por Alba Vieira

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura o rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário a casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina a vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
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A Feira de Domingo - por Adir Vieira

Estou a pé, a caminho da casa de uma amiga. Não costumo vir por essas bandas e começo a ouvir, cada vez mais perto, um burburinho de vozes gritando, ao mesmo tempo, coisas diversas. “Olha o tomate, vermelho como boca de moça bonita!” “Senhorita, a maçã está quase de graça...”
Conforme me aproximo, vou identificando a feira livre. Sorrio mentalmente enquanto me dou ao luxo de seguir os outros visitantes. Já na entrada identifico as barracas milimetricamente enfileiradas, dando um visual especial com suas lonas multicoloridas. Todos ali clamam à vida. Os que vendem, buscando recuperar, com lucros, o dinheiro empregado na madrugada, na Central de Abastecimentos; e os que compram, adquirir os produtos realmente cuidados e selecionados, concorrentes que são, nas várias barracas que os exibem.
Todos ali parecem ter uma alegria evidente e natural quando anunciam seus produtos, angariando a simpatia e a fidelidade de seus clientes habituais. Percebo que as pessoas, de um modo geral, são moradoras do local e já se tornaram quase amigas dos vendedores, tamanha a fluência do discurso entre eles.
Estrategicamente dispostas de forma a obterem altos índices de venda, as barracas se agrupam por tipo de produto, dando vez, logo na entrada, às frutas e legumes. Em seguida, as barracas de verduras, várias, até aquelas menos comuns, são organizadas nas bancadas de forma a atrair a atenção dos clientes e dão um ar forte de natureza naquele local de tanto tumulto. Entre carrinhos pequenos de transporte, bolsas de lona grossa colorida, gritinhos de crianças puxadas pela mão por mães e babás vou seguindo, observando tudo.
No meio da feira dispõem-se as barracas de roupas leves e artesanatos; mais adiante, para fazer parar toda a gente, uma barraca, com bancos e mesinhas em toda a volta, vende pastéis e salgados com caldo de cana. Penso em experimentar, mas confesso que os cuidados com a higiene não fortificam minha vontade.
Vou seguindo e já lá no fundo da feira, duas barracas me chamam a atenção. A de aves é um carrinho com balcão frigorífico e lona em cima e a de peixes tem um enorme latão ao lado com água que serve para lavar os peixes escolhidos, antes do preparo de tirar a cabeça e cortar em postas. Confesso que o odor que vem dali não se coaduna com o início da feira, tão limpo e colorido. Retorno ao início com o intuito de seguir meu destino, quando estaco diante da barraca de abóboras. Estranho não tê-la notado quando por ali passei e percebo que a aglomeração que se forma na frente não deixa mesmo o cliente que nunca ali foi, sequer ter acesso à barraca.
São muitas e muitas abóboras gigantes, cuidadosamente arrumadas, dando um visual artístico à barraca.
Tomo conhecimento de que o vendedor está no local há décadas, seu produto é confiável e a própria arrumação clama, aos que ali passam, pela compra do produto. São abóboras de todos os tipos, dispostas algumas ainda inteiras e, quando abertas, exibindo a polpa absurdamente vermelha como a lona da barraca. Como anuncia o vendedor sem cessar, servem para doces, sopas ou ensopados, enquanto suas mãos ágeis e espertas manuseiam o facão afiado, descascando e cortando o produto escolhido. Paro e observo que, pela aglomeração que ali se forma, não é necessário técnicas ou estudos para se fazer dinheiro. Como os demais, aguardo minha vez, escolho dois quilos de abóbora baiana de polpa úmida e tomo o meu caminho original, já tendo em mente o doce que vou preparar quando retornar a casa.
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Alegria de Criança II - por Rita

Não atirei o pau no gato
Nem o boi veio me assustar
Dormia ao som de um calango
Não sabe o que é?
Vou te contar
“Calango tango
No calango da lacraia
Meu cabrito tá na corda
Teu cavalo tá na baia”
Minha música de ninar
Cantada por um pai mineiro
Cheio de amor para dar
Lembranças de uma criança feliz.
.Luiz Gonzaga, J. Portella

Súplica - por Clarice A.

A chuva cai silenciosa. Anoiteceu e com a chegada do outono já começa a esfriar. As pessoas em seus lugares sob a marquise, em que passam todas as noites. Sempre o primeiro a chegar é um rapaz com seu cão, um vira-lata chamado Pretinho. São doze no grupo e Vó e a neta foram as últimas a se juntar a eles, há três semanas atrás.
Para elas tudo começou quando os pais da menina (ele, filho de Vó) foram julgados e condenados à morte pelos traficantes da favela sob a acusação de serem X9, ou seja, informantes da polícia. Eram viciados em drogas, não puderam provar inocência e, sendo assim, corta-se o mal pela raiz. Decisão do dono do local. A ordem era passar o rodo em quem estivesse no barraco, largar o aço em todos para dar o exemplo do que acontece com quem os desafia. Vó e a menina foram salvas pelo encarregado de cumprir a sentença, braço direito do chefão, que interferiu por elas e pediu que fossem poupadas. Ele ainda guarda na memória as vezes que ela lhe deu um prato de comida ou tratou de seus machucados de criança, tão pequenino e já entregue à própria sorte. Conhecido pela sua crueldade, ainda há nele um resquício de ternura, sente gratidão e admira o amor e o cuidado que ela dedica à menina. Não havia o que temer da parte delas e, por ser de confiança, a quem o chefe confia a própria vida, teve o pedido atendido, mas com a condição de que as duas deixassem imediatamente a favela, não pedissem ajuda a ninguém e nunca mais voltassem.
Sem saber o que fazer, sem poder pedir ajuda aos vizinhos ou conhecidos por carregar com elas uma sentença de morte para quem ousasse fazê-lo, perambularam sem rumo até quase a exaustão e quando, vencidas pelo cansaço, viram aquelas pessoas sob a marquise, aproximaram-se, e Vó perguntou ao dono do Pretinho se poderiam ficar ali, tendo o rapaz respondido que sim. Elas precisavam descansar e depois Vó pensaria o que fazer de suas vidas, vidas que ganhara como um prêmio pelas suas boas ações, embora nunca as praticasse com o intuito de ganhar alguma coisa por elas.
Esta noite o desânimo começara a tomar conta dela. Está ali há mais tempo do que esperava. Não conseguiu um lugar para ficarem, não consegue emprego, não pode procurar a família que mora na favela, as pessoas mal olham para elas, mesmo quando as ajudam. É como se não fossem gente. Já constatou com tristeza que tratam melhor o Pretinho do que a elas. Não é que ela não goste dele, gosta muito, é bom vigia e dá sinal quando desconhecidos se aproximam, é esperto e dá a patinha quando a menina pede, a criança o adora e é com ele que ainda brinca. Mas tratarem o cão melhor do que a neta está além de sua compreensão.
Hoje o peso de viver na rua se fez presente. Era pobre mas não era pedinte, tinha o seu canto para morar. Também a comida faz falta. Como preparar uma refeição naquelas condições? O dia foi difícil, quase não comeram e a menina sentia fome. Ali todos estavam na mesma situação. Às vezes até dividem algo, mas hoje não houve o que dividir. Vó teme o desespero, sabe que a menina só tem a ela, não pode desistir. A menina chorava baixinho e, sem ter a quem recorrer, Vó pediu aos céus. Reuniu suas forças e suplicou à Virgem Maria que olhasse por elas, que ajudasse aquela criança inocente que só faz sofrer.
Passaram-se alguns minutos e um carro parou em frente à marquise. Pretinho não latiu, o que significava que conhecia o carro. Desceram dois casais e duas jovens, certamente filhas do casal mais velho. Os homens abriram o porta-malas e entregaram às moças uma garrafa térmica bojuda e copos descartáveis e às suas mulheres, as quentinhas. As senhoras, uma ainda jovem, movimentaram-se entre eles com passos calmos e com vozes suaves ofereceram a comida olhando-os de um modo fraterno, que Vó não via há tempos. As jovens serviram a bebida e quando abriram a garrafa, o cheiro do café coado há pouco entrou pelas narinas de Vó trazendo à tona lembranças de uma vida que ficou para trás e que ela desejava ter de volta. Por uns instantes, o cheiro da comida fresca, macarrão com salsichas e do café transformaram o lugar num refeitório onde todos comeram num respeitoso silêncio.
Ao se retirarem, o homem mais velho perguntou à mulher se todos foram servidos. Ele a chamou pelo nome e Vó ouviu. Maria é o nome dela. Uma grande emoção tomou conta de Vó. O rapaz ao lado comentou que eles estavam sumidos, mas que costumavam vir pelo menos uma vez por semana. Vó não tomou conhecimento. Para ela, não foi coincidência, e sim sua súplica, que fora atendida. Precisava acreditar nisso para seguir em frente. Nesta noite, apesar do mau tempo, aquelas famílias que poderiam estar no aconchego de seus lares, vendo tevê ou simplesmente descansando, foram para a cozinha preparar aquela comida fresquinha, gostosa, feita no capricho. Vó sabia disso muito bem, entende do riscado, pois é daquelas pessoas que fazem de um feijão com arroz e ensopadinho, uma iguaria.
A menina, saciada, adormeceu com a cabeça no seu colo.
Vó está entregue aos seus pensamentos e conclui que se foi atendida hoje, quem sabe não será novamente? Enche-se de esperança, quer suas vidas de volta. Pedirá uma casinha que pode ser bem pequena: telhado, quatro paredes, uma porta e uma janela, um banheirinho onde possam fazer a higiene e as necessidades. Um lar para as duas. E ela manterá a casa bem limpa e arrumada, pedirá retalhos e fará uma colcha bem colorida e alegre. A menina irá para a escola e brincará com as crianças de sua idade enquanto ela as observará sentada na soleira da porta. E quando entrarem para dormir, a menina tomará banho e vestirá roupa fresca no calor e roupa quente no frio. Ela servirá um copo de leite e cantará ou contará histórias até que a menina adormeça.
Vó sabe que está pedindo uma graça muito grande, mas está decidida. Suplicará, suplicará e suplicará, todos os dias, com todas as suas forças, o quanto for necessário. Como o pedido é de monta, ela o fará para todos os que lembrar, e um dia a ouvirão, e um destes há de chegar: José, Pedro, Aparecida, Antônio, Francisco, Expedito, Bárbara, Conceição, Sebastião, Jorge, Benedito, Geraldo, Luzia, João, Cosme, Damião...
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O Pequeno Príncipe - por Escrevinhadora

O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry


“(...) li na adolescência e depois reli umas duas vezes. É bom mesmo.”
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Resposta a “O Pequeno Príncipe”, de Ana.
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E você? Que livro considera bom mesmo?
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Onde Está a Felicidade - por Jair Antônio Pauletto

Na televisão, um comercial, insistentemente tentando promover um filme, diz que a “felicidade está sob sol da Toscana”. Além de chato, isto me lembrou o tempo em que eu vivia me queixando que não era feliz, que a felicidade era algo impossível.
Quando era criança a felicidade vinha embrulhada em um papel colorido, mas pouco tempo depois os brinquedos deixaram de fazer efeito, pois comecei a desejar embrulhos que meus pais não podiam comprar. Apesar disso, a vida era boa, obviamente que concluí isso somente quando os brinquedos já não me despertaram mais interesse algum. No início da adolescência, tudo que precisava para ser feliz podia ser encontrado na pequena loja ao lado da praça. Nossa! Aquela loja tinha tudo para fazer alguém feliz: vendia tênis, revistas, relógios, eletrônicos, camisetas e qualquer outra coisa que estivesse na moda.
Mais tarde, a danada da felicidade mudou-se para as festas, baladas, namorada, conclusão dos estudos, independência financeira, enfim, estava sempre um passo à frente. Também passou pela ilusão de ganhar na loteria, de comprar um carro novo, de ficar famoso por um talento qualquer. No entanto, sempre que a felicidade parecia estar ao meu alcance, ela dava um jeito de mudar-se para alguma outra coisa que eu precisava alcançar. Assim, passei a acreditar que “só seria feliz no dia em que...”.
Felizmente, após muito tempo e muita pancada na cabeça, descobri que estava me impondo condições para ser feliz, e que cada uma dessas condições se tornava uma promessa para mim mesmo ou desculpas para a insatisfação. Aliás, promessas e desculpas são armadilhas perfeitas para adiarmos a ação, para jogar tudo para o futuro e continuar na ilusão de encontrar a felicidade lá adiante. Isto me fez perceber que estamos aqui para aprender com a vida sobre nós e não para ensinar à vida o que queremos. Então, compreendi que a felicidade se conquista através do desenvolvimento da consciência e que, após alcançarmos determinado patamar, ela nos introduz ao fluido amoroso da vida. Essas leis da vida são fundamentais para nos conectarmos com a sintonia da felicidade.
Mas, afinal, o que é essa felicidade que tantos almejamos? Será que todos podem alcançá-la? Se não soubermos o que ela é, dificilmente saberemos o que fazer, até mesmo, porque, ser bem-sucedido parece não dar garantia alguma, pois a maioria das pessoas consideradas pela sociedade como bem-sucedidas admitem não serem felizes.
A felicidade não pode ser adquirida, perdida ou dada, uma vez que não se pode tê-la, apenas senti-la. Todos nós possuímos uma seta interna que nos indica o verdadeiro caminho para alcançá-la, mas para isso precisamos ter a sensibilidade de sentir e compreender a linguagem da vida. Encontraremos a resposta para todos os questionamentos se tivermos coragem de seguir as sinalizações interiores e melhorarmos a percepção sobre o sentir.
O filósofo Epicuro pregava que a felicidade advém das coisas simples; Confúcio disse que “A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros”. Para Nietzsche: “Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade”. E, por sua vez, Thomas Hardy nos diz que: “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos”. No entanto, individualmente compreendemos a felicidade conforme o grau de desenvolvimento, o entendimento que temos das leis da vida e a maneira de senti-la.
Portanto, a felicidade não pode ser encontrada no shopping, naquela loja ao lado da praça, como eu pensava, ou na ilusão do “se...”. É preciso entrar na vibração amorosa para que esta atraia o que for melhor para nossas vidas, que isso nos levará à felicidade. Ser feliz é perceber o que é a vida, reconhecer as maravilhas que a natureza nos disponibiliza e enxergar a grandeza de ser humano. Porém, assim mesmo os problemas, a tristeza e a raiva não deixarão de existir, mas quando alcançarmos esse estágio de consciência, esses momentos serão acolhidos com serenidade; o que nos ajudará a perceber as lições preciosas que esses “aborrecimentos da vida” contêm.
Na minha longa jornada, essas foram algumas premissas que me ajudaram a superar bloqueios e falsas percepções, que me impediam de entrar em contato com o meu íntimo e seguir as setas indicativas para a felicidade. O grande segredo foi ter acreditado que todos os recursos e respostas, indispensáveis para alcançar a felicidade, podiam ser encontrados no próprio interior.
É natural resistirmos a tudo com que não estamos familiarizados, mas pelo menos espero que meus erros evitem que caias nas mesmas e infrutíferas ilusões e que consideres a possibilidade de explorar profundamente o imenso e surpreendente território que habita o seu ser; certamente encontrarás o porquê de ser, a felicidade, um bem precioso possível a todos. Nunca fui a Toscana, mas assim mesmo tenho certeza que não é preciso ir até lá para encontrar a felicidade. Boa semana.


Visitem Jair Antônio Pauletto
Friedrich Nietzsche

Eu o Admiro - por Raquel Aiuendi

Eu o admiro, não invejo
Admiro-o em meus versos
E em argumentos eu revejo
Na admiração pontos diversos.

Admiro o que sozinho não se mira
Eloquentemente seu rosto se vira
Para quem agora só o admira e
Lentamente vai, até que se retira.

Admiro-o versos à parte
Bem de longe, que não me veja
Minha admiração lhe farte
Nesta pobre poesia benfazeja.
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