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domingo, 13 de setembro de 2009

Do Seu Canto... - por Ana

(Paródia do poema “Desencanto”, de Manuel Bandeira)

Ele faz versos como quem chora
De desalento, lá no seu canto...
Não leias seus posts, se por agora
Não tens motivo algum de pranto.

Seu verso é sangue, choro demente,
Tristeza esparsa, remorso vão...
Dói-lhe nas veias. Amargo e quente
Cai gota a gota, do covardão.

E nesses versos de angústia louca
Assim dos lábios o medo escorre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Ele faz versos como quem morre.
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As Nossas Palavras XXVI - por Alba Vieira

Se uma vela é apagada,
Outra chama se acende.
Nada se perde completamente.



Visitem Alba Vieira
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O Poder Aquisitivo do Povo - por Adir Vieira

Estou quase concordando com os políticos mentirosos quando falam que o poder aquisitivo do povo de baixa renda subiu muito.
Passei a observar isso nos restaurantes mais caros, onde cada pessoa paga em média R$ 40,00 excluindo-se bebidas e sobremesas. Habitualmente, seja em finais de semana ou não, as filas se formam nas portas, obrigando o gerente do local a se utilizar de microfone para a chamada do próximo cliente.
Se olharmos os frequentadores, não se esmeram no vestir nem na própria aparência, o que querem é, junto com parentes ou amigos, desfrutarem das iguarias oferecidas, e como se só restasse a eles aquilo, comerem até cansar, o que demonstram as várias idas ao buffet para mais uma vez encherem seus pratos.
Os locais de hoje têm pleno conhecimento disso, pois os restaurantes mais parecem galerias, onde os garçons se utilizam até de carrinhos para o transporte de pratos e talheres e retiradas dos mesmos ao fim da refeição.
Locais como esse antes reuniam grandes grupos para comemoração de aniversários, mas hoje são as pequenas ou grandes famílias que lá estão a cada fim de semana.
Fico aqui pensando se hoje só restou ao povo o lazer de comer ou se as mães de família, antes tão presentes em casa, podiam planejar sua festa caseira aos domingos reunindo a família, o que atualmente não se usa mais.
Penso que com tantas mães fazendo sua renda fora de casa, engordaram a renda familiar possibilitando gastos como esse, com normalidade.
Observo o povo ali presente e vejo que as pessoas estão mais feias, gordas e desleixadas. Também, só podem comer...



Visitem Adir Vieira
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Manuel Bandeira em “Desencanto” - Citado por Ana

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo algum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.



In “A Cinza das Horas”.
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Euclides da Cunha em “Página Vazia” - Citado por Penélope Charmosa

Quem volta da região assustadora
De onde eu venho, revendo inda na mente
Muitas cenas do drama comovente
Da Guerra desapiedada e aterradora,

Certo não pode ter uma sonora
Estrofe, ou canto ou ditirambo ardente,
Que possa figurar dignamente
Em vosso álbum gentil, minha Senhora.

E quando, com fidalga gentileza,
Cedestes-me esta página, a nobreza
Da vossa alma iludiu-vos, não previstes

Que quem mais tarde nesta folha lesse
Perguntaria: “Que autor é esse
De uns versos tão mal feitos e tão tristes”?!!



Estes versos faziam parte de um álbum da jovem Francisca Praguer Fróes,
que ganhou o poema do então engenheiro e jornalista — de volta da “região assustadora” (Canudos) de onde vinha — no dia seguinte de seu retorno à capital baiana: 14 de outubro de 1897.
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Bíblias de Neons - por Violeta

Ponto um – O paradoxo
Sempre o mesmo. As faces depressivas são sempre delicadas. Conheço-as tão bem. Sinto-as vir ainda ao longe. Sei que são sempre dolorosas, mas não as posso evitar. Instalam-se e o resto é “mais do mesmo”. Não há nada mais estúpido e paradoxal que isto. Sou feliz, mas… deprimida. Não me dói nada, apenas a alma. Uma dor tão absurda que quase mata. Eu sei que é apenas uma substancia que falta no meu delicado “rapaz cinzento”. Uma espécie de defeito de fabrico do meu cérebro, mas a verdade é que muitas vezes me incomoda. Preferia não entender nada disto, porque o pior é ter a percepção de tudo e de não conseguir controlar. O passo seguinte é sempre o da auto-medicação.

Ponto dois – A Terapêutica
Duas horas. Duas horas numa suite de hotel. Sozinha. Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... Sozinha sim. Precisava de uma desintoxicação. Imperativamente. Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh…. Eu sei. Eu sei que sou perigosa sozinha. Eu sei disso, mas por vezes tenho mesmo de ficar. Preciso prender-me a mim mesma e enfrentar-me. O que nem sempre resulta, mas se não olhar para dentro não me posso ajudar. Shhhhhhhh… é sempre o mesmo. Trouxe ajuda: Som, Palavras e o Sol também por cá apareceu. Já não era capaz de ouvir, nem de ler nada do que me andava a rodear. Era urgente o isolamento, o sair do círculo e o respirar. Às vezes a melancolia vai embora assim.

Ponto três – No cars go
2006, Arcade Fire. Eu sei que já passaram três anos, mas há coisas que são mesmo intemporais. Precisava de ouvir, de chorar (pensava que já nem sabia chorar), de sentir, de me sentir. As coisas são mesmo assim. Há sítios onde os carros não vão mesmo. Não vão! Tenho de ser eu. O espelho negro e o seu terrível reflexo, não permito que me iniba. Não posso permitir. Definitivamente. Há um biquíni no fundo da mala e lá fora está uma pipoca e uma sereia à minha espera.

Ponto quatro – “Deixa o carro a trabalhar…”



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