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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 17 de outubro de 2010

Memória x Vida - por Alba Vieira


A memória é mesmo uma faca de dois gumes...
Garante usufruir, depois de já vividos, os momentos bons. Permite que tenhamos outra vez a alegria que experimentamos ao receber um sorriso, um afago, um olhar, uma ação favorável quando é despertada.
Mas, essa mesma capacidade de reter o que nos foi benéfico possibilita que não deixemos para trás as dificuldades. Se podemos nos lembrar dos erros, eles continuarão a nos pedir modificações, reparação e aprendizado. E é certo que isso tem as suas vantagens. Entretanto, nem sempre é possível reverter as falhas do passado e, nesse caso, a memória é um tormento constante, trazendo sofrimento.
Quantas vezes desejaríamos apagar da mente situações vivenciadas com desespero, que foram impostas por outro que, aproveitando a nossa fragilidade, nos atingiu? Tantas vezes experimentamos sensações ruins ligadas à memória de ocorrências que por tão traumáticas não podemos recuperar totalmente, mas cuja dor permanece viva em nós!
Às vezes, é possível pensar que é uma benção a deterioração da mente, apagando o conhecimento do passado tanto remoto quanto recente, criando um vácuo onde parece que a dor é menor. Mas, será que isso realmente ocorre? O que sobra quando a memória se esvai?
É cada vez mais comum a doença de Alzheimer. Mas, será que ela protege o seu portador do que pesa em sua existência ou rouba dele os momentos de glória, os aprendizados, as relações afetivas?
E na velhice que se estabelece naturalmente, quando esquecemos de fatos recentes, talvez sem muita importância no contexto geral, servindo-nos apenas numa atuação competente no presente e lembramos perfeitamente do passado remoto? Será que isso talvez proporcione um convite à reavaliação de nossa vida, com a possibilidade de maior compreensão dos fatos? Quem sabe seja interessante iniciar esse inventário aproveitando a chance que a natureza nos dá, antecipando a análise retrospectiva da vida que, inevitavelmente, seguirá a nossa morte.
Será que perder a memória é possibilidade de poder começar tudo outra vez? Apagar o quadro-negro da vida e reescrevê-la sem tantos erros? Mas, será que começamos realmente a nossa vida como uma tela em branco? Se assim fosse, como poderíamos aceitar a justiça de tantas diferenças entre os homens?
A memória é um bem precioso, mesmo que tantas vezes acabemos deturpando seus conteúdos por pura incapacidade de lidar com a realidade. É uma ferramenta incrível que nos permite acessar a nossa vida e fomentar o auto-conhecimento.
E, se o sentido da vida é experimentar no plano material para aprender e evoluir, é imperativo que ao longo da caminhada possamos fazer um balanço do que já foi vivido. E se evoluir implica em transformação, essa será mais proveitosa quanto maior o conhecimento que tivermos de nós mesmos.
Mas... não basta lembrar. É preciso meditar para entender. E a compreensão dos fatos e das pessoas traz a aceitação da realidade. O conhecimento da realidade nos permite tomar nas nossas mãos as rédeas da nossa vida, uma vez que, no íntimo, cada um de nós sabe exatamente ao que veio nessa existência. Assim, será possível corrigir a rota, caso esta esteja alterada por força das circunstâncias, da nossa incapacidade momentânea ou reincidente de trilhar o caminho pretendido, previamente acordado.
Meditar, ir para dentro de si mesmo é também mergulhar nas profundezas da mente, podendo ter contato com memórias ancestrais. O conhecimento de memórias de vidas passadas muitas vezes nos permite montar o quebra-cabeça que dá sentido a essa vida e corrobora com os aprendizados.
Parece que é preferível lembrar-se, mesmo que isso nos traga dor, porque se ela de fato existe, é melhor ter a consciência a sofrer as consequências da presença do seu fantasma, eternamente a nos espantar. Entretanto, é importante respeitar as possibilidades de cada um, em cada momento. E buscar ajuda para lidar com os conteúdos de memórias perturbadoras é, muitas vezes, imprescindível. Conscientizar permite ressignificar e livrar da dor aquele que o faz.
Memória é vida. E, se a consciência sobrevive, estamos vivos para sempre, mesmo após a morte do corpo físico.
E, mesmo que na vida física a memória se deteriore, ela certamente se recupera na vida do espírito, já que a vida é eterna.
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Imagem: Pintura “Segredo”, de Alba Vieira.
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Visitem Alba Vieira
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Micro - por Leo Santos

Quem és pequeno ser,
chegas mesmo a ser,
ou é acinte o que propus?

Dizes pertencer à natureza,
mas, desafinas de sua pureza,
não vês como ela caminha pra luz?

Se és mesmo seu produto,
porque andas tão poluto
ao invés, de lha fazer jus?

Vives nas chagas do planeta,
rasgos de sua baioneta,
feridas que não se cura;

Ainda que tanto te ufanas,
não se avexa de só fazer da cana,
álcool, em prejuízo da doçura.

E agora que tapastes o sol,
laboras, do artifício em prol,
ocultando tua noite escura.

Sua presunção encerra,
o ter ido ao quintal da terra,
pensando dominar o espaço;

Constróis vastos mirantes,
estudas estrelas distantes,
seguindo-as, passo a passo;

A teus pés, estrelas se apagam,
mas numa última chispa indagam,
quem és, pequeno fracasso…?
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Visitem Leo Santos
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Separação - por Marília Abduani

O corte na esperança
rompeu o dia.
Devagar os olhos fecham-se
estáticos.

A névoa da ausência desfez os laços
lassos que se divergem,
isolam- se
no exílio do pranto.

O grito na noite
acorda a saudade.
Insônia.
Mais nada.
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Tentativas - por Ana

Queria te dizer palavras
Que não soassem clichês.
Queria te fazer perguntas
Que não contivessem “por que?”.
Queria viver nosso amor
Por anos antes de morrer.
Queria chorar nossa dor
Em versos lindos de dizer.

Mas... inspiração limitada,
Poetisa malformada,
Escritora fracassada,
Deixo linhas mal traçadas

Que dizem do meu amor
Que lateja sem pudor,
Que falam de nossa dor
Que sonha com o esplendor,
Que vivem em um ardor
Que agoniza em estupor,
Que choram sem um rumor,
Qual vela no toucador.
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Cretinices - por Fatinha

Querido Brógui:

Essa edição é em homenagem a nós, professores, e à nossa árdua batalha no dia-a-dia. Não é inédita, aliás, pra falar a verdade, nem requentada mesmo é. Digamos que ela é “trequentada”. Ela é datada de 2002, não havia nem ainda o “Querido Diário” e, quando ele nasceu, eu requentei. Sendo assim, é a terceira vez que empurro o mesmo texto pela sua goela abaixo e ele ainda é, seis anos depois, a fiel, pura e cruel realidade de meu alunado.
Lá vai:

“Querido Diário:

Neguinho fica por aí espalhando que essa humilde e simpática professora de História é grossa, que é malcriada, que tem tolerância zero. Já me disseram que eu rosno e que meu olhar irado congela qualquer criatura num raio de cem metros.
Após o meu relato, diga sinceramente se a cretinice do alunado tem limites. Se você não é professor ou nunca teve contato com crianças, atire a primeira pedra.

Cretinice 1
Sete horas da manhã, cara inchada, ainda com cheiro de travesseiro, chegando ao meu local de trabalho, sabendo que vou ter que encarar dúzias de adolescentes e pré-adolescentes e crianças e colegas etc., etc., etc.
“A senhora vai dar aula?”
“Não, eu não vou dar aula, só vim aqui porque acordei às cinco e meia da manhã e como não tinha nada melhor pra fazer eu vim aqui passear e ver se você estava bem de saúde.”

Cretinice 2
Mesmo contexto.
"A senhora veio?”
“Não, eu não vim. O que você está vendo é um holograma, está tendo uma visão do inferno, você está sonhando e tendo um pesadelo.”

Cretinice 3
Mesmo contexto.
“Por que a senhora veio?”
“Por que você veio?”

Cretinice 4
Dia de prova.
“Professora, eu não assisti a nenhuma aula da senhora. O que eu escrevo na prova?”
“Seu nome. E vê se põe letra maiúscula.”

Cretinice 5
O trabalho é para ser feito em folha separada para que eles me entreguem no final da aula.
“Precisa colocar o nome e a turma?”
“Não. Ontem comprei pilhas novas pra minha bola de cristal.”

Cretinice 6
Seis meses depois de iniciado o ano letivo, o aluno pergunta:
“Qual é mesmo a matéria que a senhora ensina?”
“Grego arcaico.”

Cretinice 7
Acabo de passar um exercício no quadro.
“É pra copiar?”
“Não. É que eu estava com vontade de me sujar toda de giz, cheirar um pouquinho de pó e ficar com câimbra no braço.”

Cretinice 8
Continuando a cretinice nº 7, o aluno copia tudinho.
“É pra fazer?”
“Não. Leva pra casa que sua mãe responde pra você.”

Cretinice 9
Já em desespero, com a bexiga quase explodindo, pego a bolsa e aviso que vou descer.
“A senhora vai pra casa?”
“Não. Vou usar o banheiro aqui da escola mesmo.”

Cretinice 10
Dando continuidade, provando minha tese que cretinice não tem limites, o aluno retruca:
“Vai fazer o quê?”
“Brincar de amarelinha.”

Está com pena dos alunos? Tá achando que sou demasiadamente cruel, irônica, debochada e deseducadora? Pois você não entende nada de educação.
Passados alguns meses nessa salutar convivência, ao ouvir perguntas cretinas, apenas digo em voz baixa e com um sorriso sarcástico nos lábios: “É pra eu responder ou se trata de uma pergunta meramente retórica?” E o aluno, que é cretino, mas não é burro, rapidamente responde: “É meramente retórica.”
Viu? Eles sabem o que é retórica. Sou ou não sou uma professora de mão cheia?

Esse texto é dedicado à Michelle, minha ex-aluna, futura professora, provando que ainda há almas a serem salvas nesse mar de cretinice e que, por essa almas, vale o sacrifício.
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Postado, originalmente, em 17/10/2008.
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Visitem Fatinha
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Parabéns, Professores! - por Adir Vieira

Hoje é um dia importante, que devemos festejar,
pois todo mundo na vida teve um mestre a lhe ensinar.
Eu mesma, que sou de um tempo
em que mestre não era tia,
fico aqui, hoje, a pensar, como se mudou esse dia...
Professora, quem não lembra
da sua primeira, aquela,
que com sua mão na dela,
ajudou a formar os “as”.
Hoje, as coisas são outras, vamos prá escola brincar.
Artes, ginástica olímpica, tocar instrumentos, rezar
- dependendo da escola -
são mais importantes que ler, escrever certo, pensar...
Hoje, pobres professoras, com tanta psicologia,
com tantos direitos humanos,
deixaram de ser aquela
a quem reverenciamos.
Pobres dos jovens de hoje que,
quando o tempo passar, não saberão qual a “tia”
que na memória terão, com a globalização.
Talvez tudo tenha mudado,
embora as crianças também, mas
o que importa hoje é darmos parabéns.
Vamos parabenizar a todas, as de ontem, as de hoje,
sabendo sempre que elas, uma ou quatro na turma,
desejam para nós o saber.
Dedicadas sei que são, pois, com tantas dificuldades,
ainda existem aquelas que ensinam, além do projeto.
Mesmo com computador, pesquisas e tudo o mais,
sempre uma novidade vai caber a elas ensinar.
Parabéns mestres, tias, professoras,
chame quem quiser a seu modo,
recebam o nosso carinho e nosso reconhecimento.
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.................................................Visitem Adir Vieira
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Não Adianta Plástica - por Poty

Nada adianta se não te faz bem,
Nada adianta se tua morada interior não se encontra bem,
Se você não se sente segura para seguir a vida.
Quando a plástica recobre os defeitos externos e encobre os internos,
Para quê uma boa estética se a ética encontra-se desmoronando?
Se quiseres fazer, que faças, mas seja num ato de reconciliação do corpo com suas energias.
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Visitem Poty
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A Marcha dos Palhaços - por Tércio Sthal

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Mas depois de iludir a massa..................................................
a cada um deles irão perguntar:..................................................
quanto você quer..................................................
pra deixar de fazer sua graça?..................................................
(Tércio Sthal)..................................................
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Ordinários, marchem:
Isto é uma ordem!
A lei não permite fazer graça
nos programas humorísticos,
mas admite que se faça
no programa eleitoral gratuito.

Palhaços, marchemos:
Até Alta Corte iremos!
Pelo direito de fazer graça
nos programas humorísticos,
e que a democracia se faça
presente nos horários políticos.

Sejam, pois, iguais os direitos
de todos os candidatos,
e, independente dos trejeitos,
o voto eleja, de fato,
quem tenha a ficha limpa
e não mascare os próprios feitos.

E nós, todos os palhaços,
a invadir todos os espaços,
não venderemos nossa alma,
ganharemos, do povo, palmas,
faremos o povo rir e cantar,
ao invés de sofrer e chorar.
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Visitem Tércio Sthal
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Um Convite: - por Paulo Tamburro

No meu blog humor, “HUMOR EM TEXTO”, a crônica desta semana é:
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“TENTANDO EXPLICAR OS SENTIMENTOS: HOMEM E MULHER”
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Eis um pequeno trecho:

“Temos procurado através de intensas pesquisas teóricas, e muito mais práticas, compreender melhor as múltiplas possibilidades que podem ter um homem e uma mulher nos eventos de prazer da sexualidade, quanto aos seus comportamentos, atitudes, emoções e as suas sutis e históricas diferenças.

É tudo muito complexo!”

Tenho certeza de que seu comentário será muito útil para compreendermos melhor esta eterna procura do homem e da mulher.

Um abração carioca!
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Anjo P - (Anônimo)

Você é minha filhinha bonitinha
te amo de paixão
você é não sei mais o quê...
Faz arroz com feijão

Minha filhinha bonitinha
te amo de paixão
você é só minha garotinha
só pra você é meu coração

Não fala que fui eu que fiz
diz que foi você que criou
diz que fez porque quis
e que em mim se inspirou
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Preguiça - por vestivermelho

hoje percebi que estou muito cansada, nem estou querendo pensar...
crise brava de muitas coisas para fazer e sem tempo de parar e escrever, ler ou mesmo visitar os amigos...
fico aqui quieta. A expressão mais exata é que estou jiboiando rsrs... olhando, esperando para dar o bote... vou esperar mais um pouco, quem sabe aparece algo interessante... se não, vou deitar e apagar. dormir... sei lá quanto...

desabafo de vestitristonha
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