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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

MC Créu, a Revanche - por Fatinha

Querido Brógui:

Após um dia exaustivo domesticando adolescentes, pré-adolescentes e congêneres, sento-me para estudar na agradável varandinha da UERJ, com vista para o morro da Mangueira. Sempre começo a estudar cantarolando: “Madrugada lá no morro que beleza, ninguém sofre, não há tristeza, ninguém sente dissabor…” Pobre Cartola, ainda bem que não está vivo para ver no que se transformou sua amada Mangueira.
Mas não é isso que venho contar.
Lá pelas tantas, começam a arrumar a Concha Acústica. Vai rolar um show com Tereza Cristina e o Grupo Semente. Para quem não conhece, é samba da melhor qualidade. Fico até animadinha. Imagina só: eu, atracada com o caderno de Processo Penal, ouvindo um sambinha? Nota dez.
Mas, como a felicidade para os cornos é coisa breve, um tal DJ coloca uma musiquinha pra esquentar a galera. Você deve estar pensando que música pra esquentar um show de samba deve ser… samba. Engano seu. Tome funk-favela, aquele gênero musical cujas letras são ininteligíveis já que os pretensos intérpretes das pérolas têm uma dicção impossível. Isso se desconsiderarmos o fato de serem desafinados até quando estão calados.
Graças a Deus, consigo blindar os meus ouvidos e continuo a ler o caderno. Porém, uma das “músicas” furou a blindagem e entrou tímpanos adentro sem cerimônia. A “cantora” berrava sem parar: “Eu tô solteiraaaaaaaaaaaaa!!!! Eu tô solteiraaaaaaaaaaaaa!!!! Eu tô solteiraaaaaaaaaaaaa!!!!”.
Fala sério. Com uma voz daquela, não é de se surpreender que esteja solteira. Aí ela começou a gritar mais alto: “Eu sou gostosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Eu sou gostosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Eu sou gostosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!”
Fala sério. Esse é o ápice da autoestima. Uma criatura dessa jamais precisará de terapia. Tem coragem de gravar um CD sem saber cantar e ainda ficar anunciando a plenos pulmões seus dotes calipígeos.
Como eu estava muito interessada no show, permaneci firme e forte sentadinha no meu camarote, lendo tudo o que você sempre quis saber sobre inquérito policial e nunca teve coragem de perguntar. E tome funk-favela. Pensei eu: “Esse DJ não vai conseguir me expulsar daqui.”
Bem, ele conseguiu. Meteu um MC Créu nas minhas ideias e isso eu não tive capacidade de suportar. Sinto muito, Tereza Cristina, da próxima vez escolha melhor o DJ.



Visitem Fatinha
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As Nossas Palavras XXVI

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Wordle: As Nossas Palavras XXVI
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Clique na imagem para ampliar.
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Imagem: Wordle
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Franz Kafka em As Nossas Palavras XXV - Enviado por Lélia

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Existe uma meta, mas não há caminho; o que chamamos caminho não passa de hesitação.
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Era Uma Moça... - por Gio

(Paródia da música infantil “A Casa”, de Vinicius de Moraes)

Era uma moça muito engraçada
Falava muito, fazia nada
Ninguém podia falar dela não
Pois a menina perdia o chão

Era pior que camelo com sede
Socava os punhos contra a parede
Ficava mesmo no ti-ti-ti
Muita pirraça, mais nada ali

Já me cansei desse lero-lero
Decreto: largo com um a zero!
Já me cansei desse lero-lero
Decreto - Monge, é um a zero!




Visitem Gio
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A Panela de Ferro de Ontem que Substitui o Teflon de Hoje - por Adir Vieira

Ontem tive vontade de comer uma omelete. Não aquela comum, que fazemos com ovos e uns temperinhos.
No meu sonho de degustação estavam, além dos ovos, o presunto, o bacon, o queijo coalho, o orégano, a salsa e a cebolinha.
Armei meu arsenal de ingredientes, untei minha frigideira e iniciei então a confecção da omelete, enquanto meus lábios já sentiam, através do aroma que se espalhava no ar, aquele gostinho exato do meu desejo.
Já quase douradinha, usei a espátula para soltá-la das paredes da frigideira sem qualquer dificuldade e lá fui eu para a primeira virada. Calculei mais uns poucos minutos para colocá-la no prato e esperar que liberasse o calor da fritura.
Reiniciei o processo de virada e, para minha surpresa, ela se negou a soltar-se. Usei jeitos e trejeitos para evitar qualquer dano, já que sua aparência era ainda mais apetitosa, assim, quase pronta.
De nada adiantou. A omelete fincou pé no fundo da frigideira e só houve uma maneira de tirá-la dali: despedaçando-a!
Desalentada e com muita raiva, porque a beleza do prato me conduz a um maior gosto no comer, tentei lembrar da minha infância e do utensílio onde minha mãe fazia tal iguaria.
Como num passe de mágica, a cena me veio à mente e visualizei ali, imponente, a grande panela de ferro.
Ela, sim, desbancava qualquer “teflon”. Jamais se negava a devolver ao prato a comida preparada intacta e perfeita.
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Acróstico III - por Gio

Incrível como o homem atual
Negando o seu senso ceticista
De não crer mais no imaterial
Esquece o que há em sua vista
Pondo toda a sua fé em ídolos.
Estes, que nem sempre são de barro
Não têm na sua forma algo restrito -
Desde uma ideia a um cigarro,
Ênfase aqui: o nosso é um grito.
Na ânsia de livrar-se dos problemas
Costuma jogá-los à própria sorte
Inútil, ainda escravo, diz seu lema:
Aqui eu brado “Independência ou Morte”!




........Visitem Gio
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Bruna Lombardi no “Intervalo” - Citada por Penélope Charmosa

João, nós temos visita
vamos fingir felicidade
a casa organizada
os sentimentos em ordem.
Vamos fingir harmonia
e equilíbrio emocional
vamos pôr a empregada
de avental.
Vamos sorrir serenos
falar baixo, pisar leve
(que a paz more conosco)
mesa posta, flor no vaso
cerimônia, chá servido
comentários em geral.
- João adora... eu prefiro
você também? que engraçado.
É, a vida é assim mesmo
mas não há nenhum problema
que não possa ser superado -
E depois etc. e tal
tudo em volta funcionando
com a maior perfeição
todos os gestos medidos
para dar boa impressão.
As coisas dentro dos eixos
o coração em horário.
João, nós temos visita
tira o jornal do sofá
guarda a angústia no armário.



In “No Ritmo Dessa Festa”.
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