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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




sexta-feira, 17 de abril de 2009

Nascimento - por Alba Vieira

É vida nova:
Natureza surgindo,
Sábia criação.

É bebê lindo,
Delicado presente,
Bate coração!

Promessa boa,
Caminho luminoso
Saúde, neném!



Visitem Alba Vieira
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Coitado do Meu Estômago - por Adir Vieira

Cuido para que a cada dia
Meu jantar seja perfeito.
Dele isolo as gorduras,
Atenta aos ingredientes...
Como alface, chuchu e vagem,
Arroz com tomate e só,
Viso não ter meu estômago,
Reclamando quiproquós.
Enquanto como, visualizo,
Não meu prato ali, de verde,
Mas um baita sanduíche
De três camadas com aliche...
Vou me deliciando com o creme,
Mostarda, pimenta e ketchup,
Um patê bem variado, incrementando
Tal peixe.
Do pão, não preciso falar, tem que redondo ser,
Alto, fofo, bem clarinho,
Para eu ter muito prazer.
Sobremesa nem se fala,
Mas dei um jeito para tal:
Coloquei no mesmo prato
Balas de coco artesanais.
Embora essas delícias
Só dançassem no pensamento,
Meu estômago, coitado,
Aprontou e ficou doente.




Visitem Adir Vieira
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Olhar - por Ana

O palhaço me olhou nos olhos e riu. De mim. Gargalhou, pulou, se jogou no chão sacudindo as pantalonas coloridas com vivacidade e furor. Estava me desafiando, explícito. Zombando, diminuindo, tripudiando, humilhando. Idiota ridículo! Repleta de ódio, sem poder agredi-lo, me retirei dali prometendo nunca mais voltar.
Por isso não gosto de me olhar no espelho...
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Paulo Coelho e Dan Brown - por Kbçapoeta

O Código Da Vinci - Dan Brown



“Sou suspeito para falar de Paulo Coelho porque adoro a fase que ele e Raul Seixas eram parceiros.
Mas entre ele e ‘Código Da Vinci’ fico com o mago.”
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Resposta a “Paulo Coelho: Argh!!!!”, de Ana.
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E você? Que autores gostaria de comparar?
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Amor em Dose Dupla - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Queria te contar que estou muito feliz com sua vinda. Não sei se saberei te fazer entender o quanto já és importante em minha vida.
E eu que não tinha nada, apenas a esperança de que um dia você viria, de repente recebo a notícia, em um bar movimentado, que você ia chegar.
Sua mãe trouxe-me os seus sapatos - pés sempre foram sinônimos de segurança... sapatos então que protegem os pés me dizem que são a proteção, a segurança da segurança.
Junto com os sapatos havia um bilhete de três frases curtas, mas que soaram a meu ouvido como um coro de um canto gregoriano: Música, Imagem, magia, iluminação.
Poesia, amor, emoção.
Tudo isso passou por mim em instantes e me fez tão feliz que se eu não estivesse ali, no meio de um bar, teria gritado:
- Eu sou feliz!
Sua mãe estava radiante e seu pai com um ar de rei, como se me dissesse:
- Não te falei que ele viria?
E eu ali, no meio das mesas do bar, me senti rainha única e poderosa diante das minhas amigas...
Eu ali é que reinava, pois você estava vindo.
Sorri o sorriso dos vencedores.
Eu teria você em meus braços, poderia curtir o tempo que eu quisesse.
Iria cobrir você de beijos, e à noite falaria para você, só para você, no seu ouvido, sussurrando como foi o meu dia, até sobre a saudade que eu viesse a sentir de você.
Lembrei dos meus planos para quando você chegasse, assim como seu primo.
Iríamos passear, acampar, escalar sonhos, curtir locais novos, ver cores e o arco-íris e ir atrás do pote de ouro que existe no final de cada um deles.
Com certeza alguém terá ciúme do nosso amor, mas o que importa isso?
Não sou egoísta, posso até aceitar que me rotulem de ciumenta e carente, mas egoísta nunca!
Lógico que se você deixar de me ver, de me procurar, de me telefonar, de me visitar, morrerei aos poucos de ciúme, mas mesmo assim nunca deixarei de te amar.
Fico sonhando com a cor dos seus cabelos, com a cor dos seus olhos, com o seu jeito de ser.
Fico imaginando o seu sorriso como aquele riso cristalino que sem querer coloquei no meu celular. Acho mesmo que foi ele que te chamou para mim.
Acho que Deus ficou com pena da minha solidão, dos meus desejos e dos meus sonhos e os transformou em realidade.
Acho mesmo que Ele ficou com tanta dó que resolveu me dar em dose dupla o que eu tanto queria e assim eu não podia reclamar nem questionar e só teria que ter tempo para amar e não poderia dizer que estava me sentindo sozinha.
Você estava ali pronto para me receber, para me amar.
E eu ali, ansiosa, esperarei o tempo previsto para ouvir o seu primeiro choro. Acho mesmo que o primeiro choro será assim:
- Cadê a vovó Ana?
E depois o primeiro riso, a primeira gargalhada, aquela que trará de volta a alegria de um passado distante onde eu ouvi a gargalhada primeira de sua mãe.
Também poderei estar presente quando você for para a escola e na porta, se chorar, tentarei convencer sua mãe a deixá-lo voltar. Se não der certo, fico ali esperando por você para que você saiba que não está sozinho.
Estarei por perto quando as gengivas coçarem e incomodarem e te fizerem chorar - talvez um dos seus primeiros contatos com a dor.
E pelo método antigo, coçarei com a chupeta ou com brinquedos de borracha ou outro brinquedo macio.
Estarei também por perto quando o dentinho romper as gengivas e sair aquele pontinho branco que será a alegria de todos.
Estarei por perto quando você estiver crescendo, amando e sofrendo.
Terás meu colo para as dores das palmadas que porventura vieres a receber.
Terás meus braços para te ampararem quando iniciares os primeiros passos e tiveres medo de cair.
Terás meu colo para as febres infantis que quiserem te incomodar e te abater.
Terás meus braços para te receberem sempre que quiseres ir para a casa da VOVÓ - onde tudo pode.
Terás meus sonhos, meus olhos atentos ao menor sinal de tristeza tua e se preciso me transformarei em palhaço, mágico, ator ou dançarina e o que preciso for para trazer de volta ao teu rosto o teu sorriso maroto.
Terás meus ouvidos atentos a todas as tuas causas e que podem te fazer crer que sempre terás alguém disposto a te ouvir.
E terás, acima de tudo, essa avó coruja e que pretende ser, se possível, a avó que todos os netos sonham ter: aquela de colo macio e olhar terno, aquela que tem de sobra paciência e um colo acolchoado.
E, mais do que tudo isso, terás sempre em mim muito mais do que uma simples avó - terás uma eterna amiga!

Sua avó ANA.



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Fuga - por Bruno D’Almeida

Ao tilintar da hora marcada,
o dia nasce maquinal.
Cordas, cerdas e engrenagens
pregam o dia na parede.

Pastando pela pobre rua
pessoas pisavam nos passos;
colisões, contrições de passagens
do cidadão da cidade insentida.

Fui trair a cria no trabalho
medindo calado coisas e casos,
fazendo coisas que não gosto,
fingindo casos que não invento.

O fim da tarde foi meu fim.
Embriagado pelo breu da técnica
já não via, apenas oculava
já não vivia, apenas vegetava.

À noite, cansado, caído,
desabei implodido nos teus braços,
que como eu, clamavam
a fuga do dia maquinado.

Senti então, aliviado,
do fundo da pele cansada,
beijos e suspiros;
recompondo,
reerguendo na alma
a tímida certeza,
de que dentro do corpo,
ainda sou sangue,
ainda sou carne.



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Frota - por Kbçapoeta

Como podes ver
A frota está de partida
Não são piratas
Tão pouco Vikings
São mais que isso
Guerreiros das águas
Sua rede não é digital
Mas se ela cair
Não terá comida na mesa.



Inspirado em “Esperas”, de Raquel Aiuendi.
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Jorge Amado - por Ana

Jorge Amado... Li Jubiabá, Mar Morto (gostei), Capitães da Areia (gostei muito!), Terras do Sem-Fim (gostei), Seara Vermelha (gostei), Gabriela, Cravo e Canela, A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água (Gostei demais!), Teresa Batista Cansada de Guerra, Tocaia Grande.



Resposta a “Obras”, de Leo Santos.
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E você? Que autor você gostaria de comentar?
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Convite - por Poty

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Este vai ser um momento inusitado em minha vida...
Estarei como convidado e participante deste show com voz,
recitarei poesias e ainda mais: com uma música composta a partir de minha poesia!
Vai ser dezzzzz, vão lá!!!

ZARABATANA CAFÉ
CENTRO CULTURAL HENRIQUE ORDOVÁS FILHO
CAXIAS DO SUL
DIA 1° DE MAIO - 21 HORAS
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Amargarás o Teu Futuro Passado - por Vagner Heleno

nossa chibata falará mais alto que o grito de todos os povos
estes já ensurdecidos pelo próprio grito de pavor e segredo
nossos açoites serão tão largos como fendas na terra
nossa dor tão doída que nem a última gota cairá
a firme certeza que teremos é que a morte tardará a chegar

é pecado morrer, é proibido amar, falar, pensar, escrever, divagar
nossa miséria é fundida entre a fuligem de nossos ossos
e a memória irreacionária de nosso passado incrédulo
crêreis somente na vã filosofia do outono-inverno
crêreis somente que o futuro é premissa de melhora
afora discorro entre os becos, a fim de chorar
mas colho infortuito perigo, meu choro é inimigo
o estado não o quer!



Visitem Vagner Heleno.

Banho - por Vicenzo Raphaello

Era um dia nublado, pesado, destes que doem na alma. Inquieta, com nuvens ainda mais escuras dentro de mim, procurava resolver aquela aflição de forma racional. Impossível... Minha alma estava cinzenta, dolorida, o coração batia com dificuldade, como se quisesse parar diante de tanto esforço. Resolvi não pensar, sentar e me acalmar aos poucos. Fiquei quieta, olhos no nada, mente vazia, enquanto os olhos se inundavam de uma dor que eu jamais conhecera. As lágrimas escorriam pesadas, abundantes, mostrando-me um sentimento que havia em mim num lugar intocável, numa tristeza anônima. Sem soluços, sem desespero, sem compreensão, banhei-me naquela fonte repentina e, lavando-me em dor, clareei minha alma, libertei meu coração e perfumei meu dia. Ao levantar, era um outro alguém que se despedia de uma realidade interior absolutamente desconhecida e enigmática.

Esse meu lavar de dentro para fora me fizera compreender que a angústia tão profunda era que, na verdade, ficara ainda aquele gosto amargo da minha incompreensão do meu próprio eu.
Não há como fugir das nossas limitações a não ser racionalizando aquilo que não compreendemos e aí algum alívio dar ao coração.




Complemento a “Banho”, de Ana.
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