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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tudo Que Vai... Volta. - por Gio

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A perda - ou melhor, a não-obtenção - da bolsa do meu antigo estágio acabou tendo um lado bom: consegui uma outra bolsa, maior, melhor, e em uma área que eu gosto mais. Ou seja, ainda tá valendo o velho sistema das “linhas tortas” - coisas podem dar erradas hoje, para darem mais certo amanhã.

“Tudo que vai, volta”... Uma amiga minha vive dizendo isso, e concordo totalmente com ela. Essa adaptação de uma das Leis de Newton à nossa realidade leiga tem se mostrado verdade a cada dia que passa. Uma injustiça no trabalho, uma mentira contra você, uma trapaça, um amigo que provou não ser tão amigo assim... Tudo tem seu preço. As máscaras caem, como dizem por aí.

E tome cuidado pra não ficar no lado contrário... Se vai prejudicar alguém, prepare-se para as consequências. Ou vai virar de costas, e deixar o bumerangue te acertar na nuca?

O negócio é ter paciência, saber esperar. Só não fique parado aguardando a “Providência Divina” fazer as coisas por você. Correr atrás nunca matou ninguém!



Visitem Gio
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Epitáfio - por Ana

(Paródia de “Epígrafe”, de Manuel Bandeira)


Foi bem-nascido, o menino,
Foi, como os demais, feliz.
Depois, deu a doida em seu destino
E fez dele o que bem quis.

Veio a Samurai aguerrida,
Encheu-o de bofetão,
Levou tudo de vencida,
Passou como um furacão,

Trucidou, partiu, abateu,
Lutou sem piedade ou dó.
Ah, que horror!
..................Vencido e só,
- Só! - o Monge faleceu:

Agonizou em gritos dementes,
Se despediu da vida sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou apenas cinza fria.

- Uma pouca cinza fria...
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O Pote de Mel Estraçalhado - por Adir Vieira

Embora vinte e oito de agosto, o mês do desgosto, o dia hoje surgiu como um bonito dia de setembro, da tão esperada primavera.
No seu decorrer percebi logo que era agosto mesmo... O sol brilhante não conseguiu mascarar essa marca de dias pesados.
Para começar, já na mesa de café, gritos vindos do vizinho de cima e batidas fortíssimas de porta denotavam que a boa energia do dia estava fadada a ir pelos ares.
Não liguei, pois quem mora em apartamento sabe que isso é bem comum. Pensei não deixar que aquele ponto obscuro pusesse tudo a perder, mesmo ficando por demais nervosa, o que sempre ocorre quando entro em contato com qualquer tipo de discussão.
Liguei o som e iniciei minhas atividades prediletas na cozinha, tentando antecipar os trabalhos de final de semana. Coloquei à mão os ingredientes necessários para fazer um bolo de chocolate com cobertura, mas um gesto desatento de minha parte fez com que eu esbarrasse num pote de vidro de mel levando-o ao chão, sem piedade, estraçalhado.
Joguei para o alto a boa energia do dia, literalmente, quando vi paredes, geladeira e armário, depois da faxina de ontem, totalmente respingados daquele mel grosso e espesso, preparado com afinco pelas abelhas. XÔ!



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Ratos - por Alba Vieira

Eles estão jogados, caídos, subjugados, presos nas ruas, dormindo entre ratos, sonhando com a humanização possível(?).
Meninos perdidos, sujos, sem consciência, manchados com a nódoa das ruas, refletindo toda a sujeira e descaso dos que por eles passam sem os enxergar.
Arrasados, desfalecem sob o sol a pino do verão, em qualquer lugar, e só não irão morrer se forem despertados à força e levados por mãos compassivas, que ainda existem, para a sombra. Porque, no seu declínio de todas as horas, não reconhecem a luz, seu locus é lúgubre eternamente.
Esses meninos vão morrer e não deveriam, tão cedo! Famílias inteiras se desintegram e ocupam as ruas. Eles não se refugiam nas ruas mais desertas, ficam intencionalmente nas ruas principais. Mas não os enxergam! O que esperam da vida? Há vida para eles? O que lhes proporciona o crack? Que lacunas são preenchidas neles?
Será que no barato da droga, no êxtase tão efêmero onde se “integram”, onde naquele instante cada um deles é um com o todo, vale todo o resto do tempo, em que continuam excluídos, à margem, no lixo, dividindo com os ratos o espaço, imitando deles a respiração rápida e superficial que não faz parte da sua própria natureza e que advém do medo?
Eles são feitos ratos. São ratos que fedem, cinzentos, rápidos, fugidios, rechaçados, inspirando medo quando de fato só precisam de proteção.
E se são ratos por estarem assim, então porque os ratos que estão no poder não os veem? Por que não reconhecem sua mesma natureza de ratos, usurpadores do que não lhes pertence e direcionam recursos oriundos dos impostos arrancados covardemente dos trabalhadores para transformar essa triste realidade das ruas?
A quem pertencem esses meninos?
Só os compassivos se ocupam deles que, deslocados, continuam proliferando nas ruas, ameaçando quem passa com a barbárie por efeito das drogas e levando junto aqueles que ainda não se transmutaram em ratos também.
Quem será capaz de proteger-lhes de si mesmos?
Que programa social de verdade pretenderá modificar-lhes o destino realmente?
Não podem ser deixados à deriva simplesmente. Se assim for, arrastarão para o fundo aqueles que se julgam a salvo nos seus lares.
Urge que se faça alguma coisa para reverter essa situação absurda e desumana, senão por amor, ao menos por algo tão humano como o egoísmo, prevenindo o que está certo:
QUE PROLIFEREM CADA VEZ MAIS OS RATOS E TRAGAM A PESTE QUE DIZIMARÁ A TODOS – A PESTE NEGRA DA FALTA DE COMPAIXÃO.



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Passou, Amor - por Luiz de Almeida Neto

Inteligente, bonita, engraçada.
Toda a felicidade, numa piada
e o universo num grão de mostarda,
com pitadas de entusiasmo
pra alegrar a vida,
esquecer a despedida
e acabar com o meu cansaço.

Mas já passou.
Passou, amor,
passou o amor.

E foi de vez, sem dar desculpa
tal qual letra de samba,
sem aplausos, indiferente.
Angústia, aperto, tentativa de fuga
música que ninguém dança,
dor que ninguém sente.

Mas já passou.
Passou, amor,
passou o amor.

Agora tem você a acalentar,
colar pedaço,
fugir de estilhaço,
tentar navegar.
Pensamento de solidão,
fome de compaixão,
coberto de arrependimento.
Setinhas pra baixo,
não sei o que acho,
confusão por dentro.

Porque passou.
Passou, amor,
passou o amor.

Você quer, sente, amor.
O que eu quero eu não sei,
perdeu a graça.
De nós dois só você pode compor
Trono de mentirinha pra rei
com nuvens de fumaça.

Acabou, enfim só,
como tanto busquei
sem saber.
Falou, sem dó
que eu que não sei
esquecer.

Mas não é isso
é que passou.
Passou, amor,
passou o amor,
e eu não sei mais do que preciso.



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Bruna Lombardi e “Melissa” - Citada por Penélope Charmosa

Agora que você não tem
nenhum deus que te rói a entranha
nenhum demônio que atiça
tua manha
nenhuma missa
nenhum bicho que te assusta
e te arranha.

Agora você vive de prazer e de preguiça.
Agora tua luta está ganha.



In “No Ritmo Dessa Festa”.
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