Eu te toco trêmula, incerta e amedrontada.
Sem permissão, ousei.
Recuei o tempo, busquei atalho.
Deparei-me com um fruto mal formado, incompleto,
desejando sementes.
Não sei se existem, se um dia existirão.
Não colho, esse fruto:
percebo o aroma prometido, acaricio o contorno inacabado,
esticando o corpo para tocá-lo.
Gostaria de aguardar tranqüila, sob a sombra fresca, o amadurecer.
Mas desconheço seu tempo e sei do meu.
Amadurecerei também, pela força dos dias;
envelhecerei em espera;
morrerei talvez sem alcançá-lo pleno.
Por isso não consigo afastar os olhos de minha alma desse fruto,
acreditando que o calor de meu carinho possa trazê-lo até mim
em um verão mais próximo do que aquele que não consigo imaginar.
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O bioma no universo paralelo
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Querido Brógui, Tentando minimizar os efeitos desastrosos da boquinha
nervosa com tempero de festas de final de ano e molho de férias, fui dar
uma leve cam...