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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Amizade - por Pryscilla Mattos

Quando você resolve ser amigo de alguém, você não pede nada em troca. Apenas oferece sua amizade, nível de conhecimento que engloba muitas coisas. Ombro amigo, zelo, valor e outras coisas que sejam sinônimo de bons relacionamentos. E quando a pessoa que teve sua amizade aceita começa a brincar com o sério?!
Andei reparando: faço de tudo para os meus amigos, ou melhor, pra quem eu ofereci minha amizade e o mínimo que eu queria de volta era a consideração deles. Mas isso nunca acontece, até mesmo os amigos mais próximos que estão lá sempre, eles também, na maioria das vezes, não reconhecem o trabalho que eu tive pra fazer algo pra eles. Não que eu deseje ter amigos perfeitos, ninguém é, mas um pouco de “simancol” às vezes é bom, né?
Eu fico muito triste, chateadíssima quando essas coisas acontecem, e , às vezes, por eu ser muito sincera, palavras acabam saindo quando não deveriam ser ditas.
Desde criancinha eu sempre fui injustiçada com amizades, era a amiguinha falsa que falava mal de mim para as outras, era a invejosa que queria tudo que eu tinha, e hoje são os amigos superficiais. Eles estão perto de você, vivem fazendo “declarações em praça pública” de que são teus amigos e te amam, mas na hora que você REALMENTE precisa eles somem. Se resumem a nada.
Provavelmente na vida tenhamos apenas um ou dois amigos, se tivermos sorte (favor não contar com a família), mas a vida seria tão mais saborosa se as pessoas se respeitassem mais. O problema é que, pra isso, elas precisam ter amor próprio, mas algumas têm tanto que passam por cima das outras, aí vira essa coisa que nós chamamos de mundo.

Enfim, chega. Saindo totalmente das regras de redação, não tô a fim de fazer início, meio e fim nesse texto.

Boa sorte com seus amigos.
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As Únicas Águas - por Casé Uchôa

Hostil o solo, a terra, a mãe da vida
Vida não nasce neste solo mãe
Só aridez aonde vai a vista
A vida seca de esperança

Osso de boi morto de sede
Vira brinquedo nas mãos do menino
Pobre menino, morto de fome e sede
Tanta tristeza e dor em seu destino

A reza, e a chuva não vem
A reza, e a chuva cai não
A reza, e a chuva não cai
A reza é a dor do sertão

Pobres mulheres, as suas lágrimas
São as únicas águas com que podem contar
Pobres mulheres, as suas lágrimas
São as únicas águas que não vão ver secar

O padre fala na missa de domingo
De esperança e fé em Deus
Mas Deus não fala, não dá notícias
Terá abandonado os filhos seus?


Inspirado em Haikai, de Alba Vieira.
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Cantigas - por Alba Vieira

Para mim são canções que vão além…
Além do tempo, das pessoas, dos significados.
Talvez morem no astral
E, por isso mesmo, falem ao coração da gente
E atravessem gerações.
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Viver - por Raquel Aiuendi

Só quero estar onde sempre estive
Só quero morar onde nunca morei
Só quero amar quem nunca amei
Só quero viver, viver. Viver
Liberdade, pra quê?
Não quero me prender
Nem me soltar
Quero ser e estar
Ao mesmo tempo, mesmo momento
Que o pensamento!…
Correr entre carros e pistas
Jogar a rede
Matar a sede, jogar a isca
E num instante perder o prumo, o rumo
Seguir outro caminho
De repente sumo, sumo, sumo
Destino pra quê?
Se já conheci você?
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Flores Mortas - por Escrevinhadora

Regávamos as flores que desabrochavam em nosso quintal. Eram umas flores magras que mal aberto o botão, espalhavam suas pétalas na calçada. Mas eram as nossas flores, era o nosso jardim.
Os vizinhos plantavam couve, abóbora, hortelã, pimenta. Regavam suas hortas.
Nós, sonhadores e improdutivos, regávamos nossas flores. E repartíamos gratuitamente com o olhar dos passantes as cores que enfeitavam nosso jardim.
Não nos sobrava luxo, não nos faltava o essencial.
Um dia o irmão mais velho se casou. Trouxe a mulher pra morar com a gente.
A cunhada colhia as flores. Cortava umas hastes bem longas, pra colocá-las num vaso sobre a mesa da sala. Dizia que era pra enfeitar a casa.
Nenhum de nós gostava daquilo. Nenhum de nós dizia nada.
Aquelas flores murchas, meio mortas, não enfeitavam nada. Entristeciam a casa.
Fomos deixando de lado o jardim. Folhas secas acumulavam-se no chão. Galhos ressequidos despontavam nas roseiras. Já não regávamos nossas flores.
O pai que estava meio velho adoeceu, logo morreu.
A mãe, cheia de tristeza, disse que não suportava conviver com as lembranças. Foi morar com uma tia também viúva.
A irmã caçula mudou-se pra uma cidade maior, em busca de uma vida diferente.
O irmão mais velho e a cunhada compraram um apartamento num bairro novo.
Fiquei sozinho na casa. Comprei umas flores de plástico que coloquei no vaso da sala.
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Tédio - por Alba Vieira

Tédio é morte:
Sossego da mesmice
De nada tentar.
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Semeadura - por Raquel Aiuendi

O mundo é o quintal
De irmãos em comunhão
Andar caminhos
Para aparar espinhos
Que a mata virgem
Cultiva durante anos
Sem medo ou vertigem
Dos sentimentos de hermanos
Pelos milhares de cantos
Do planeta é o trabalho
Dos nômades em plantão
Pelo sim e pelo não
E o que mais?:
No plantio da Paz.
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Mote do Moita - por Ana

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Mote
Deus apesar de ofendido
não se vinga de ninguém



O mundo anda perdido,
repleto de maus bocados…
Releve os seus amados,
Deus, apesar de ofendido.
A cura já vem lá vindo:
o amor e a paz também
nos atos dos homens de bem.
O esperar é custoso,
mas Seu agir é bondoso,
não se vinga de ninguém.
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Crime Passional - por Passa-Tempo

Amor,
Não entendo o porquê...
Porque me deixaste aqui sozinho...

Porque, na velocidade da luz,
vejo minhas mãos banhadas em sangue
E, em meus braços,
Seu corpo frio e sem vida
me faz lembrar de nossos momentos.
Os momentos de meu amor platônico,
Momentos em que eu chorava só em meu quarto,
Ouvindo músicas que me faziam lembrar de seu sorriso.

Pego seu casaco de seda
E sinto-me acariciando seus longos cabelos cor de mel.
Onde estás agora, meu amor?
Ouço sua voz me chamando,
Ouço a sua risada
E "bum"!
Tudo acaba em apenas uma bala.
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Manhã - por Alba Vieira

A passarada
Cantarola de manhã.
Bem-te-vi, te vi.
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Ame o Próximo Como a Ti Mesmo - por Vagner Heleno

aos que sofrem, aos que precisam de nós

há uma forma de confissão
a predileta dos mártires
dos que estendem a mão

sem padre, sem repetido jargão
que é o arrependimento do fraco
que é o mais fácil para a razão

hoje e sempre,
há sempre muita dor por aí
e são chances de ficar em paz
a verdadeira luz de quem faz
é estar presente lá, ou aqui

há quem deseje a luz e a pureza
a quem quer que esteja aí
faça, façamos algo pelo amor
pelo amor de deus, faça
façamos algo por itajaí
pelas viúvas de blumenau
pelos órfãos de lá

nem fome, nem frio irão lhes faltar
falta é o aperto de mão, o abraço
carecem de nós, olhos de deus
de um afago de irmão, de um alento

nem lama, sem casa, não lhes faltam chorar
lhes falta um sorriso que os abrigue
um bocado de humanidade e de calor
alguma refeição pra alma, não o pão

um carinho sem olhar a documentação
sem imposto, nem olerite,
sem o crédito cartão, sem frescuras
eles só querem o que todos querem
aquilo tão sonhado, lido e repetido
pouco feito, mas muito teorizado
aquela ajuda, aquele abraço
aquela tal de boa-ação

“eu vou, por que não?”
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Aprendendo a Viver - por Yuri

Aprender a viver
é descobrir que toda magia não está em falta
e que toda falta se transforma algum dia em magia
e muita fé…
e descobrir que o amor não é uma simples dor
também nos pode fazer bem.

E que temos que aproveitar cada segundo de nossas vidas,
cada segundo como se fosse o último, pois passa rápido
e beijar sem medo com todo nosso amor
e a combater a razão a pedacinhos do coração
e que, sim, estes… até o final…

E que tudo acaba bem, se não está bem é porque ainda não acabou
e é melhor pensar assim do que viver afogado na beira da solidão.


Visitem Yuri
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Cair para Levantar - por Yuri

Você abriu meus olhos para o mundo, foi como um enviado da vida, para eu poder entendê-la bem mais, e até hoje fico me perguntando: por que acabou?
Pois é, eu tentei, poderíamos ser felizes voando por aí, mas não. E assim foi.
Às vezes me pego olhando pela janela e vendo como as coisas passaram, e dói. Ainda restam cicatrizes... Infelizmente...
O ventou levou tudo, como olho na janela a ver todas as estações e ver que é... o tempo passou mesmo, e hoje estou aqui sem você.
Mas como cada dor tem seu lado bom, o lado bom é que caímos para poder levantar novamente com mais equilíbrio em si. Com mais responsabilidade e cuidado, porque cada vez que caímos aprendemos mais...
E você me deu asas pra isso, e logo se foi...
E eu chorei e eu senti, e hoje estou aqui, com a força que você me ensinou, a seguir... e logo hoje mais, aqui em frente, me dei conta de que tudo era tão mágico quando imaginava que fosse verdadeiro, e depois tudo foi tão falso quando vi que era mentira...
Nunca imaginei voltar ao tempo e escrever de você.
Pois vale como uma grande experiência.
Obrigado, de qualquer forma, por me fazer amadurecer.
Sei que seguirei, mais uma vez, sem nossa historia e sem você.
Sei que um grande amor pode me esperar, começarei de novo e espero que sem dor, ao menos uma lembrança de uma coisa que vivi; e depois tudo parece um peso que está se deixando ao cicatrizar...
Não importa a decisão, importa que seguimos em frente mais uma vez e é o próximo ingresso para o próximo tropeço, cair novamente e levantar mais forte de que antes... Assim é a vida, meu amigo(?)!
Caímos para levantar mais fortes, e a cada segundo a contagem do relógio avança e a vida continua…


Visitem Yuri
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Olhando o Lado Bom do Desemprego - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Esse texto é em homenagem a minha amiga Silvania que ficou desempregada e estava muito triste e preocupada. Como ela, muitos que se encontram nessa situação, sentem-se tristes e acabam só enxergando um lado - o lado ruim, o de engrossar a fileira dos PHD’s. Mas existe um outro lado - o lado bom. Quem foi a adolescente que não leu Pollyana? “Todo lado ruim, tem seu lado bom”.
Pensando nisso, resolvi listar para a minha amiga o lado bom do desemprego e assim fazê-la sorrir e esquecer as preocupações…
Pesquisei, entrevistei e me interessei e acabei fazendo uma listinha de itens que, com certeza darão ao desemprego um ar mais feliz.

1. Acordar tarde - Imagine o despertador do celular mudinho, dentro da bolsa até a hora que você quiser. Nada de acordar com aquele sonzinho irritante.
2. Não ter o que fazer - Simplesmente não fazer nada, absolutamente nada que não quiser. Olhar, olhar, pensar e não ter o que fazer por obrigação.
3. Não ter chefe - Quer coisa melhor do que não ter chefe enchendo o saco, reclamando de tudo, encontrando erros nas coisas que você fez com o maior amor do mundo? Aquele ser que te cobra e não te dá nada nem um muito obrigado por você acordar cedinho, fazer um bolinho e levar para o café da manhã do chefe e, é claro, dos colegas, enfrentar o espera-espera de uma vaga no estacionamento e nem um muito obrigado?
4. Não ter horário para almoçar - Acordar às 11 horas com o sol na cara e de pijama ir tomar café como se fossem 5 horas. Almoçar às 4 da tarde e pensar que você pode emagrecer e economizar fazendo apenas 2 refeições?
5. Economia de combustível - Você não mais ficará chateada como quando enchia o tanque do carro e ele acabava em uma semana de tanto engarrafamento que você pegava, o vai-e-vem casa- trabalho, trabalho-casa. Agora seu carro fica quietinho na sua porta, só saindo nos finais de semana ou se pintar uma chance de emprego. Economizar, essa é a palavra chave!
6. Jogar paciência - Pense que coisa boa. Você estressada jogando paciência para desestressar e de graça…
7. Sem plano de saúde, sem doença - Você vai curar tudo, pois tudo é psicológico. Sem plano de saúde, sua saúde vira de ferro. É inacreditável!
8. Usar a internet dia e noite - Quando no seu trabalho você podia abrir seus e-mails? Só podia acessar os sites oficiais. Assim, você poderá colocar em dia aqueles 300 e-mails que você nunca leu nem respondeu.
9. Caminhar no Parque da Cidade - Imagine o ar fresco, o contato com a natureza: nos dias de hoje, contato é a palavra-chave nem que seja com a mãe natureza. Outra coisa boa: você pode treinar correr e assim, quando nada, concorrer nas olimpíadas ou mesmo correr dos cobradores, pois você estará bem treinada.
10. Excesso de liberdade - Já pensou bem nisso? “Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós” Que sensação gostosa!
11. Pesquisar, testar e concorrer com uma receita especial no concurso da Knorr e ainda abocanhar o prêmio; se você não tinha tempo, agora tem de sobra, portanto, mãos à obra!
12. Assistir todo o dia o “Hoje em Dia”, anotar todas as dicas e, quem sabe, conseguir descobrir qual o número que abre o cofre do Brito. Se você estivesse trabalhando perderia as dicas e não conseguiria nada. Viu só que legal?
13. Finalmente o mais sonhado de todos: Ter tempo, muito tempo para pensar nos números, verificar estatísticas e tentar ganhar na MEGA SENA e assim deixar de ser desempregada para ser MILIONÁRIA!

Mas se nada disso te alegrar, pense que você tem o SEGURO DESEMPREGO e, com isso, 3 meses de alegria, alegria!
.

Despedida - por Raquel Aiuendi

O raio cai
E não vou dizer...
Direi então: vai!!!!
Não quero te ver
Tão cedo
Ou mesmo tarde
Sem medo
Fico pela metade
Assim mais inteira
Ficarei
Minh’alma-sementeira
De amor
Serei
Mais livre pra andar
Pra viajar
De ti sairei...
.

Cora Coralina em “Saber Viver” - Citado e Complementado por Elyana Cordeiro

Não sei… se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira, pura… enquanto durar

[Durar minha vida!!!]
.

Epitafiando no Umbral - por Kbçapoeta

Aqui jaz um menino,
Que nunca ficou velho.
Um cérebro que talvez fique a maquinar;
estratégias,
para explorar esse lugar.
Tenho terra, flores e vermes.
O que mais posso querer?
Quando em pé comia o alimento,
Que a terra dizia merecer.
Nada mais justo!
Doar-me às larvas.
Voltar para terra,
com esses olhos;
que ela há de comer.

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Vinte e Nove - por Kbçapoeta

Na íris do meu olho
Vejo tinta, pincel e cor.
Uma aquarela, sobre a rede bordada.
Ao lado tem uma camisa escrito “LOVE”.
Logaritmos numéricos
calcularam meu número
Meu número de sorte é o vinte e nove
Vinte nove desilusões irei sobreviver
Vinte nove amizades em inimigos irão se converter
Vinte nove vezes passarei por isso
Vou suportar
Pois sei que é meu número de sorte.

.