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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Haikai - por Kbçapoeta

O lobo entrou
No teatro mágico
Domou o lobo



Dedicado à obra “O Lobo da Estepe”, de Hermann Hesse.
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Alternativa - por Kbçapoeta

Antes de mais nada gostaria de explicar:
Não há certo ou errado!
Tudo não passa de um mosaico
com imagens mil.
A razão me cobra coerência.
Mas logo hoje em que o juízo abre falência?
Nunca mais serei sensato,
acordar cedo bater o ponto no escritório.
Tolices
Agora eu quero é o nada.
ser como um galho seco que flutua em um rio caudaloso,
sem destino mas com o seu fim certo:
Apodrecer.
Assim é a vida
E até que me prove o contrário…




Abraço a todos do “Duelos”
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Sigo o Destino - por Kbçapoeta

Sinto como se estivesse
Em estado de coma
E, tua voz a sussurrar.
vejo tuas mãos sobre a mesa,
Comparada com as minhas
Parecem tão pequenas,
Aí me pergunto:
como meu destino,
cabe em sua mão?
vejo que tudo se resolve,
pois é só um pequeno problema;
se meu mundo parece sujo
basta lavar as suas mãos…

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Se - por Kbçapoeta

Se por um momento nosso olhar se cruzasse
Se por acaso a vida fosse só alegria
Se uma vez na vida fosse o vencedor
Se a vitória de um não fosse a derrota do outro
Se falar a verdade não ferisse ninguém
Se contar uma mentira não deixasse você magoada
Se andar nu pela rua não fosse atentado ao pudor
Se fumar ópio ao sol do meio dia não fosse crime
Se pudesse beber absinto com cicuta
Se não sofresse com a desgraça alheia
Se você tivesse me dito sim
Se você não me dissesse não
Se meu caminho fosse igual ao seu
Se você me amasse
Se não fosse poeta
Se eu fosse quem sabe, feliz

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Quero Ser Grande - por Thiago Benício

[...]
Eram exatas dez horas, eu em meu canto de sempre – meu quarto – a pensar sobre as coisas que costumo pensar, na maioria coisas fúteis e sem sentido – sonhava em ser super-herói, mas não naquele dia. Ante as noites que passava sem noção de como poderia ser meu futuro, hoje penso que ainda não tenho idéia alguma sobre os rumos que deverei tomar em minha singela vida. A janela do quarto mostrava uma paisagem diferente naquele dia, não parecia mais ser como antes.
O tornar-se adulto era uma coisa bastante complicada para que minha cabeça jovem pudesse assimilar, aliás, ainda acho que está se formando uma mentalidade fixa somente agora. Os carros que passavam pela rua de baixo pareciam sem graça, sem atrativo para que ficasse olhando; estava tudo mudado. Via as crianças de lá como crianças que eram, não como colegas que me pareciam há tempos antes. Enfim, tomei o curso de ir ao banho, como era costumeiro, e ao olhar-me num espelho, notei em minha face coisas esquisitas, vermelhas e que até doíam se nelas tocasse. Estranho fiquei, mas pensei que fosse coisas de mosquito.
No banho, notei que alcançava até o suporte de xampu sem precisar ficar nas pontas dos dedos, achei muito bom, pois não mais escorregaria pulando feito louco para poder lavar a cabeça. Após tudo aquilo, decidi ir jantar, e mais alguma coisa estranha fui notar, minha voz. Estava doente, só poderia, voz rouca sem gritar, cara com pintas vermelhas e um caroço na garganta, que diziam ser “pomo-de-adão” e eu, sem saber, ficava desesperado.
Como costumeiro, após jantar fui pro sofá, acompanhado de meu pai, assistindo ao filme após a novela das oito, acabei pegando no sono, na hora de ir pra cama, meu pai já não me carregou até meu quarto, teve de me chamar – “Acorda, filho, vai pra cama.” – O sono queria me derrubar, subi as escadas sem entender, afinal toda noite meu pai me levava pro sono maior.
Era meia-noite, a janela ainda aberta, acabei despertando e fui dar uma olhada em meus cadernos, que já não tinham mais os carimbos da tia Débora, tampouco os recadinhos da tia Jô. Foi então que percebi, não era mais criança, tinha que começar a caminhar por mim mesmo.
Fechei a janela, deitei-me sobre minha cama sem desenhos; dormi pra acordar pra um outro dia cheio de descobrimentos, afinal, era quase-adulto e esperava por um futuro inconseqüente.
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A Dinastia das Tias - por Jorge Queiroz da Silva

Eu confesso que a vida segue dinastias, mas a principal delas, é por certo, a das “Tias”.
Fico admirado de, somente agora, eu prestar atenção a um detalhe que sempre foi predominante em minha vida.
Eu não conseguia, até hoje, fazer qualquer afirmação a respeito deste assunto, talvez até pelo fato de não ter sido em vida contemplado com uma tia, pois os irmãos de minha mãe eram todos homens.
Dessa forma, só me forneceram “tias postiças”, ou seja, na realidade, como se diz no contrabando, “tias do Paraguai”.
Ainda pelo motivo de residir no Rio de Janeiro, eu não pude conhecer a família oriunda de meu pai que, por certo, me contemplaria com seis maravilhosas “tias”.
Pelo fato de nunca ter viajado para o Recife, não cheguei a conhecer nenhuma delas, porque meu pai faleceu prematuramente, aqui no Rio de Janeiro.
Assim sendo, só me resta citar a relação carinhosa que mantive, ao longo da minha vida, com as tias de minha mãe e com as tias de contrabando e, por fim, também com as tias de aluguel que, pela minha observação, são aquelas que andam buscando crianças bonitas e engraçadinhas que as chamem de “tias” para o orgulho da sua alta estima.
Daqui para a frente, vou rebuscar no fundo das minhas lembranças o que pude observar em relação às tias, que me autorizaram a titular o assunto com o gracioso título de “A Dinastia das Tias”.

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Tia Emília - por Jorge Queiroz da Silva

E vem aí, então, a primeira tia: “a tia Emília”. Não pensem vocês ser ela a mesma daquele programa infantil, do “Sítio do Pica Pau Amarelo”. Ela era, com certeza, a figura da tia que mais me impressionou. Era tia de minha mãe, alta, esguia, sisuda, só vestia roupas pretas e com bordados em branco. Era uma viúva convicta, sempre de salto alto, sempre de chapéu e usava um véu no rosto, a perfeita dama antiga. Eu, ainda criança, ficava muito impressionado quando a minha mãe anunciava sua chegada. Eu, então, dava uma corrida até a porta e ainda tinha tempo de observá-la, toda cheia de pose, descendo do carro de aluguel que a trazia sempre que nos visitava. O clima da minha casa mudava, minha mãe me avisava:
- Olha lá, meu filho, não fale demais para não dizer muita coisa que ela possa ficar nervosa ou preocupada, ela é pessoa muito exigente, ela foi casada com meu tio Júlio, irmão do teu avô, que era um diplomata, que viveu no exterior, na embaixada brasileira na França. Ele foi o responsável pelo meu nome de batismo, “Hermance”, um nome de origem francesa.
E eu, então, muito comportado, pedia a sua benção e ficava de olho nela, observando ela retirar das mãos a luva de couro preta, pendurar a sombrinha no porta-chapéus, levantar o véu do rosto e me observar, dizendo:
- Ô, “Mancinha”, como este menino esta “magrinho”!
E olhando para mim dizia:
- Deixe-me ver as suas mãos.
E berrava com uma voz rouca:
- Que unhas sujas menino, vá lavar estas mãos! Se não, eu não te dou as balas que trouxe para você.
Eu já sabia o que ocorreria em seguida. Minha mãe me chamava e me dizia:
- Vai correndo até a padaria e traga um daqueles pães doces grandes e bonitos para eu servir um lanche para ela. Traga, também, duzentos gramas de queijo minas e um pacote de manteiga.
Lá ia eu, então, para trazer, feliz, as coisas que iriam compor o nosso lanche.
E, assim, durante todo o tempo em que ela lá estava, eu a admirava e observava sua postura, sua colocação de voz, seu jeito de sentar.
Era o tipo da mulher chique e vaidosa, a verdadeira emergente da elite social que ali se fazia presente e que, depois de conversar e saber de minha mãe, as novidades, abria a sua bolsa e me dava uma nota de dez mil réis, dizendo que era para eu comprar o que quisesse. Dito isso, pedia que eu fosse à esquina parar um carro de aluguel para que fosse embora. Antes de sair repetia sempre a mesma frase:
- Fique sempre assim, menino, muito bonzinho, para ser um grande homem!

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Ruanda - por Rosa Cancian

“Parecido com Gaza
Aconteceu em Ruanda
Tempos recentes
Genocídio indecente.

Olhos vendados
Braços cruzados
Ações travadas
Ruandeses acabados.

Falta comida
Imprensa tímida (intimidada?)
ONU ‘omitida’
Nação destruída.”



Inspirado em “Em Gaza ou Alhures”, de Alba Vieira.
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Solidão - por Rosa Cancian

“Tomando café sozinho
ou chopp acompanhado,
estudando ou
estourando no supermercado
correndo da polícia
ou de zoeira suado…
É!!!!!!! Não tem jeito
às vezes a dor
é a única companheira
em noites de lua ou trovão
dormindo ao lado de alguém
ou não.”

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Proteção - por Passa-Tempo

Uma brincadeira ou uma carícia;
Um beijo ou um abraço;
Sentir a pureza sem malícia de um amasso;
Te tenho ao meu lado, sei que sim;
Quem me dera ser tangível para mim!
Te quero na palma da minha mão;
Assim como estou na sua;
Me deixa em seu ar flutuar como uma pluma;
Com o bater do coração,
Sentir todo o calor de sua PROTEÇÃO!!!

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À Margem - por Rosa Cancian

“Estar à margem,
sentir-se um fora da lei,
ser impedido e
barrado por pessoas
que nos marginalizam
nos fazem fracos…
Mas marginalizados unidos
guarnecem-se de fortaleza
corpórea e moral
para experimentar a doce sensação
da inclusão.”

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Amor - por Rosa Cancian

Desejar tudo de bom
Afeição profunda
Afetividade
Simpatia
Amizade
Zelo
Cuidado…
Copiei tudo isso
Do dicionário
Pois é essa a definição
Dada por ele
Ao sentimento que
Tenho por ti:
Amor!!!!!!!!!

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Amor - por Raquel Aiuendi

Amor é uma palavra
Não é um sentimento
Um sentido.
Amor é retórica
De convencimento,
Para a conquista.
Amor é sexo
Com ou sem nexo
No relacionamento
Um anexo.
Amor reflete a necessidade
Que um ser
Tem
De outro ser.
Longe de ser felicidade
Quando também
Serve para enganar.
Por isso
Amor não é ter
É doar.

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Amor - por Rosa Cancian

“Não vejo nenhum inconveniente
Em dizer que te amo
Loucamente
Em tempo permanente
E de modo indecente!”

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Haikai - por Raquel Aiuendi

Fecho janelas,
Filme nos vidros todos,
Ouço música.



Resposta ao “Haikai” de Ana.
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Cada Qual com Seu Cada Qual… - por Ana

Eu me escovo todo dia
da cabeça até o pé,
pois não gosto de caraca,
muito menos de chulé.

Meus irmãos são fedorentos,
Minha mãe é uma porquilda,
Meu pai é tipo Shrek,
Minha casa é uma pocilga.

Eu nasci bem diferente
Deste povo relaxado,
Mas não me acho melhor:
Cada um com um predicado.

Mas eles me discriminam,
Não me entendem nem por nada,
Acham que sou idiota,
Me chamam de besta lavada.

Isso me faz pensar…
Como o mundo é engraçado!
O diferente é estranho,
Só há o certo e o errado.

Em termos do preto e branco
Que a humanidade estabelece
Todos vão se situando…
Não percebem o que acontece:

Que nada é absoluto,
Que tudo aqui se mistura,
Se olharmos bem pra trás
Não há raça que seja pura.

Mas eu ouço cada coisa!
Cada fala sem igual!
Mas a vida é assim mesmo:
Cada qual com seu cada qual…

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Em Gaza ou Alhures - por Alba Vieira

Dor insana, cruel e desalmada,
Dor imposta, injusta e que, sempre deflagrada,
Afeta aqueles indefesos entre loucos desvairados
Que, em sua ira, matam e ferem
Tantos, mesmo sendo tão poucos,
E o mundo, de tantos que assistem
Impassíveis, deixando acontecer,
Por motivos impensáveis, tantos crimes
Que fazem qualquer sanidade enlouquecer…

Pois que usem o poder que possuem
Da lucidez, do amor e da compaixão
E influenciem, aos poucos, o Poder que hoje nada faz,
Para conter ignóbil situação
Que perdura por séculos e séculos…

Mas só compreende e pode aceitar
Aquele que apenas observa e confia,
Não tentando buscar a razão,
Pois, no Espírito, para tudo encontra a explicação.

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Moments Over - por Passa-Tempo

Eu só queria ter você nesse momento. Em meio a festas, comidas e bebidas, eu pareço estar feliz, as pessoas me olham como se eu tivesse tudo, mas com você distante eu sinto como se não tivesse nada. Como pode alguém, que me fez tão feliz, me trazer a tristeza de uma hora para outra? Foi com você que eu passei os dias mais felizes da minha vida e, hoje, é sem você que eu passo os mais tristes. Olhos profundos e encantadores, sorriso meigo e dócil esconderam uma personalidade forte e devastadora, que hoje eu temo. As lágrimas que aqui derramo são um pouco do meu orgulho, regando esse solo morto e sem sentimento. Creio que um dia superarei o fato de ter você distante... espero eu, fazer com que isso vire passado; já me disseram que a melhor coisa do mundo é sentir-se amado... por que tudo o que passamos está acabado? Momentos tão felizes, momentos de alegria, momentos de amor depositados em quem não merecia?
Admito, o erro foi meu, afinal, te amar é errado, e eu não queria estar certo, eu só queria estar bem perto daquilo que aparentemente me faria bem. Não vou dizer que você me faz mal, você me ajuda a cada dia, a cada dia que eu olho suas fotos e me pergunto se tudo aquilo foi em vão... será que o que foi especial pra mim, não passou de um simples Passa-Tempo para você?
Hoje percebo que não estava com o meu amor nos meus momentos felizes, estava apenas com a ilusão de um iludido coração!

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Certeza - por Rosa Cancian

“Se a humanidade amasse verdadeiramente uns aos outros, haveria fome e miséria no mundo?”
É um questionamento comum com uma resposta óbvia mas, infelizmente, muitas pessoas ainda não estão dispostas a viver essa resposta.

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Haikai - por Alba Vieira

É lua cheia,
Transborda meu desejo:
Quero seu beijo.

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Medo de Chuva - por Alba Vieira

Chove bem forte. Há relâmpagos. Vejo tudo esbranquiçado quando olho pela janela. Estremeço a cada trovão. Fecho os olhos pra não enxergar a chuva, agora mais fina, que cai insistentemente.
Estou angustiada. Esta chuva que não pára me deixa assim: apavorada. Suo frio e quase desmaio. Penso nos que estão ao relento, nos que precisam sair e encontrarão dificuldades, e nos que moram em casas perigosas, em terrenos instáveis que podem deslizar a qualquer momento. Sinto na pele o frio do desamparo. Mas sei que são apenas justificativas para este incômodo.
Sei que este medo de chuva não é meu, atual. E sim da criança que fui e que ainda hoje fica tão vulnerável se a chuva não cessa.
Então saio de mim. Caminho até ela, que quase desfalece em um canto da casa e a seguro pelas mãozinhas frias, faço que se levante, a tomo nos braços e coloco no colo.
Aperto-a contra o meu peito protetor.
Agora respiro outra vez profundamente, neste corpo de adulta que não manifesta, porque já não sente medo de chuva.

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Central de Atendimento - por Thiago Benício

– Central de Atendimento, boa tarde!
– Boa tarde! Com que eu falo?
– Joana. Em que posso ajudá-lo, senhor?
– Joana, eu gostaria de fazer o cancelamento de minha assinatura da tevê a cabo.
– Pois não senhor. Qual o número do seu RG?
– 12-469-566-5.
– Aguarde um momento, por favor…

Musiquinha…

– Eu falo com Juarez Jordano Própolis?
– Sim é ele mesmo…
– Senhor, em que posso ajudá-lo senhor?
– Joana?
– Não, aqui quem fala é Paloma…
– Oi, Paloma. Eu havia informado a Joana, que gostaria de cancelar minha assinatura da tevê a cabo.
– Qual o seu código de assinante, senhor?
– Que código?! Não sei de nenhum código, não…
– Este código se encontra acima do código de barras, na sua conta.
– Espera aí, tenho que pegar essa conta…

(…)

– Alô!
– Pois não senhor, conseguiu o código?
– Sim. É 18-462-564-8963 tracinho 2.
– Um momento, por favor…

Musiquinha…

– Senhor Juarez?
– Sim!
– Senhor, aqui quem fala é Rebeca, tudo bom?
– Olha aqui, Rebeca. Não estou pra brincadeira! Primeiro falei com uma Joana, depois Paloma e agora você, e ainda não consegui fazer o que quero! Será que é demais?! Estou querendo encerrar minha assinatura com esta porcaria de vocês, já estou há meia hora no telefone e ainda não consegui!!!
– Ok, senhor. Estamos aqui para melhor atendê-lo. Por favor, me informe seu CPF…
– PQP!!! Não seria mais simples buscar pelo meu nome, ou vocês são burras demais pra isso?! Não vou informar meu CFP coisa nenhuma!
– Senhor, por que se altera? Eu vou estar verificando esse cancelamento… Um momento…

Musiquinha…

– Sr. Juarez, em que posso ajudá-lo?
– Sim! Quem é nessa p…?!
– Olá senhor, aqui quem fala é Diogo, como vai?
– Péssimo, seu FDP!
– Senhor, se passar a me ofender eu não posso ajudá-lo…
– Dane-se! Vai à merda você e toda essa equipe!
– Senhor acalme-se!
– Estava calmo, até ligar para vocês!
– Senhor, já que está insatisfeito com nossos serviços, por que não cancela a sua assinatura?

‘Tu-tu-tu-tu…’
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Volta porr... - por Rosa Cancian

Traidora vida
que me torna a face sem sangue
minhas ações debilitadas
meu peito pungente
meus órgãos vitais sem airosidade.
Só a desventura prevalece
sinto-me uma diminuta criatura
nunca mais as calorosas aglomerações
corresponderam às minhas expectativas.
Que lúgubre o meu viver!
Neste meu solitário subsistir
só me alumbrarei com
extremo prazer se
puder desfrutar novamente
de sua delgada presença.

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Oração - por Rosa Cancian

Deus:
Preciso de sua compreensão
não estou tendo a sabedoria divina
não sei se o que faço é
o que de fato te agrada.
Sei que não mereço sua atenção,
mas sei que a tenho,
pois És bondoso, És pai.
Em nossos tempos poderia
sem ofendê-lo chamar-te de mãe!
Aquela que cuida sem esperar gratidão;
acolhe mesmo não tendo espaço físico disponível;
aquela que ama como Tu.
Por isso Te imploro
envia sua força como for possível:
energia, espírito santo, entidade
sei lá…
manda tudo que achar
que irá desvendar os seus
mistérios em minha vida.
As pessoas se escandalizam,
criticam, intervêm e
até nos impedem de viver.
e é a minha ignorância divina
que me desnorteia,
nunca sei o que devo ou o que posso.
Sou sua filha
e tô te pedindo arrego
como aquele cara o fez
(o filho pródigo) lembra?
Não precisa sandálias, anéis,
festa, nem convidados
basta que Tu venhas desvendar
toda a escuridão que existe em minhas
faculdades mentais, afetivas e morais...
Amém!!!

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