Creative Commons License


Bem-vindo ao Duelos!
Valeu a visita!
Deixe seu comentário!
Um grande abraço a todos!
(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mantras Anti-vodu - por Fatinha

Querido Brógui:

Hoje trago o meu manifesto contra a acomodação, contra o derrotismo, contra a desesperança, a dor de corno, o pessimismo, a covardia e todas essas coisas voduzentas que nos perseguem.
Viver nesse mundinho tá complicado, eu sei.
Tá brabo acordar todos os dias e tentar vestir uma blindagem que nos afaste de todas as coisas nefastas que existem, os horrores, os escândalos, a violência, a fome. Reunir forças para sobreviver, talvez viver com alguma dignidade, conseguir ter alguns momentos de prazer. Vencer as frustrações, os desencontros, os desenganos, não pedir penico, cair e levantar, tentar outro caminho. Mudar, encarar riscos, saber que sempre há a possibilidade de tudo dar errado e dar de ombros.

Ô coisa cansativa!

Para ajudar, tenho uns mantras que recito diariamente. Como sou pop e católica de formação, meus mantras incluem o Salmo 23, “Jorge da Capadócia” do Jorge Ben e “Tente Outra Vez” do Raulzito.
Não recito todos de uma vez, nem em sua integralidade, apenas repito uns pedaços nas horas de agonia.

Nada como mandar um: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará, ainda que eu caminhe por um vale escuro como a própria morte, não temerei, porque Deus está comigo.” Isso, recitado com fé, dentro do ônibus, enquanto olho pros lados pra ver se tem alguém com cara de que vai tomar meu celular a qualquer momento, é refrescante.

Na hora que tenho vontade de arremessar meus códigos do 7º andar da UERJ, depois de levar mais um pau em mais uma prova, cantarolo baixinho: “Vai, tente outra vez, não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida.” No mínimo evita que eu responda por homicídio culposo caso o código acerte o quengo de um transeunte.

Por fim, quando os derrubadores de plantão encostam-se à minha carcaça, recito: “Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem, para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam e nem mesmo em pensamento eles possam me fazer mal.” É batata, como diria Nelson Rodrigues. O encosto vai rapidinho procurar outra alma pra sugar.

Então Querido Brógui, eu confesso: estou apelando para o sobrenatural. Eu não acredito nisso, mas que existe, existe. Tenho outros mantras, mas vou guardar esse assunto para o dia em que eu não estiver inspirada para inventar novidades.



Visitem Fatinha
Jorge Ben Jor, Raul Seixas

O Que Foi Não Volta - por Adir Vieira

Ontem revolvi lembranças em minha mente.
Estive mais uma vez diante de fatos passados, lembranças vívidas em meu coração. É sempre assim quando eu volto àquela casa. A casa onde passei, desde a infância, muitos e muitos anos. Ali, envolta pela família, aprendi, cresci, sofri e me alegrei. Sobretudo entendi o significado mais completo do amor. Amor pelos entes queridos, pelo cerco familiar, pela grande dependência que, desde então, saberíamos ter por toda a vida, uns com os outros.
Hoje, lá não mais existem objetos meus, mas olhando aquelas paredes agora, vazias, reponho em poucos segundos o meu quarto, meus pertences e vejo, como num passe de mágica, as pessoas, como se lá ainda estivessem. As conversas que ressurgem atropelam-se umas com as outras, como a me lembrar que já não estou lá.
Ao mesmo tempo em que a paz me aquieta, um aperto no coração sinaliza a angústia e aquela falta latente, não sei se dos familiares que já se foram ou se da própria vida em plenitude.
Estranho e tão sabido esse sentimento dilacerador de que a vida é isso. Um tempo que não depende de nós.
E haja coragem para reconhecer fielmente essa afirmação.



Visitem Adir Vieira
.

Odre de Baco - por Kbçapoeta

Relaciono minha essência
Com sua existência,
Faz-se natural a leveza do tudo
Longe do alcance de minha
Compreensão,
Universo singular, estático,
Pseudo isso ou aquilo.
Difícil descrever
O alicerce da coluna
Que sustenta o liame
Do certo ou do errado.
Deveras crer
Ser a borboleta de Confúcio.
Delícias e delírios
Entorpecem nossa mente.
Meu ser é seu ser.
O coração assimétrico
Continua oblíquo,
O etéreo se fundiu.
Foi perfeito!
Presenciar a alquimia
Das almas.
Gênios que se tocam.
Sublime!
O corpo é mera manifestação
Que urge vital,
Prazerosa e dionisíaca.
Refaço minha busca
Imerso nessa cabernética loucura.



Visitem Kbçapoeta
.
.

Augusto de Campos e sua “Ferida” - Citado por Penélope Charmosa

fer
ida
sem
ferida
tudo
começa
de novo
a cor
cora
a flor
o ir
vai
o rir
rói
o amor
mói
o céu
cai
a dor
dói
.