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Eróticos.)




sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Minha Lua - por Ana

Bem, Lua em Gêmeos...

Não consegue decidir nada sozinha,
a não ser que tenha absoluta certeza de que escolhe o melhor.
Está sempre apontando caminhos possíveis;
buscando soluções que não deixem nada importante de fora
e, para ela, tantas coisas são importantes!

É uma Lua cheia:
de idéias, de informações, de sentimentos os mais variados.
Lua destituída de preconceitos,
já que tantas coisas são consideradas e tudo deve ser analisado.

Não é uma Lua minguada, não é oculta,
não se mostra parcialmente.
Ela é quase infinita de possibilidades;
ela vai e vem e retorna e dá voltas e brilha (como brilha!),
mansa, plácida, sem respostas prontas
mas coerente consigo mesma.

É uma Lua permissiva, sem autoproibições,
tentando sempre a justiça,
o acordo com Vênus e Sol
(por vezes com Marte e Plutão);
aceita muito bem Urano,
mas se revolta com Saturno.

A Lua em Gêmeos ilumina os mundos
sentindo a si mesma sem julgar o que banha;
entrega-se inteira à visão alheia, a distância;
não se importa em dialogar sobre si,
mas somente ela toma as decisões
e no seu tempo certo, sem pressa alguma.
Por isso, às vezes sofre muito, perde oportunidades,
rumina desnecessariamente.

A Lua em Gêmeos necessita de um pouquinho só
(muito pouquinho, só uma pitadinha mínima)
de objetividade
para que não corra o risco
de se atrapalhar e alongar em questões
que podem ser resolvidas mais simplesmente,
mas tem muito a ensinar para quem souber e quiser ouvi-la.

A Lua em Gêmeos é sim e não e talvez e pode ser e mas
e ao invés de e por isso e se e porque e por que?
e porquê e por quê?

Basta-se com a coerência, seu único objetivo.

Dá-se inteira e recebe da mesma forma;
não é mesquinha, não é árida.

Traz, dentro de si, um universo de infindáveis galáxias.

Não é cansativa, mas é difícil acompanhá-la.
Podem, sim, considerá-la chata os ressequidos,
os analfabetos de sentimentos, os vazios sem ambição,
os emocionalmente mortos, os depressivos,
os intransigentemente objetivos, os mudos que se isolam,
os surdos que não querem ver.
Perdem-na os tolos e guiam-na os sábios,
jogam-se sobre ela as crianças (posto que é macia)
e deliciam-se com ela os que sabem aproveitá-la.

Amo a minha Lua farta, láctea, receptiva, gratuita.

Por vezes ingênua,
irrita-se profundamente consigo ao perceber-se tola
e retira de sua cegueira mais um ensinamento.

Em suma, a Lua em Gêmeos é linda,
é minha amiga,
é uma grande parte de mim,
tem a cor da minha alma,
resume o meu espírito,
domina a minha vida.
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Livros Marcantes... - por Luiz de Almeida Neto

A Morte de Ivan Ilitch - Léon Tolstói
O Idiota - Fiódor M. Dostoiévski
O Jogador - Fiódor M. Dostoiévski


“Não posso dizer que li muito Tolstoi. Apesar de que sempre que falo em Dostoiévski, ele surja naturalmente na conversa. Mas adorei ‘A morte de Ivan Ilitch’. ‘O Idiota’ é fantástico também, mas pra mim marcou muito (talvez até mais que ‘O Idiota’) ‘O Jogador’.”



Resposta a “Léon Tolstói e Boris Pasternak”, de Ana.
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E você? Que livro foi marcante para você?
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Léon Tolstói e Boris Pasternak - por Ana

A Morte de Ivan Ilitch - Léon Tolstói
Ana Karênina - Léon Tolstói
Doutor Jivago - Boris Pasternak
Guerra e Paz - Léon Tolstói



“(...) E Tolstói? Também adoro! ‘Anna Karênina’ (considero o melhor), ‘Guerra e Paz’, ‘A morte de Ivan Ilitch’…
Pasternak, com ‘Doutor Jivago’…
Ah! Os russos!…”
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Resposta a “Os Irmãos Karamázovi”, de Luiz de Almeida Neto.
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E você? Que livro e/ou autor você adora?
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Bota Movimento Nisso! - por Adhemar

Moro no Ipiranga de novo, desde 2003. E sempre ia (e vou) à prefeitura, no centro, de ônibus elétrico (sem trilhos, mas pendurado no “teto” da rua). Aproveitava o trajeto para ir e vir escrevendo, os dois textos de hoje foram feitos em sequência, na volta pra casa (“Inversão”, logo abaixo, foi escrito primeiro). A brincadeira com o barbeiro (já falecido) era meu pai quem fazia para zoar a antiguidade dos dois: do bairro e do cortador de cabelo...



Visitem Adhemar
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Inversão - por Adhemar

Vou voltar vendo as mesmas coisas
que vi quando vim;
mesmos lugares, mesmas cismas,
tudo cinza.
Movimento inverso,
divertido,
convertido,
com versos.
Vitrines, visões,
desfiles e tapumes,
vedações, convites,
convicções convexas.
Cenário, feiúra, ilusões.
Feiras e convenções,
tudo nos trilhos.
Trigueiras farinhas, divinos pães.




Visitem Adhemar.................................
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Reflexões em Movimento - por Adhemar

O homem é mais rápido do que eu. As paradas são curtas, ele sai antes que eu acabe as frases, ou as palavras. O ônibus é elétrico, uma espécie de bonde, só que sem trilhos. Coisa da Idade Moderna, não poluente nem barulhento, prato cheio para um nostálgico como eu. A passagem não chega a custar uma pedra lascada, mas também ainda não é um bilhete eletrônico. Os passageiros se cumprimentam, coisa esquisita numa cidade grande. Mas o bairro é antigo; daí a força da união das pessoas. O meu barbeiro é o garoto que aparece sozinho à direita no quadro da independência!
Bom, meu ponto chegou, adeus. Se estiveres lendo este escrito é porque entendi os mal traçados garranchos no suave balanço do asfalto.



Visitem Adhemar
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Mãe Terra: a ação do campo energético da Terra sobre os seres vivos, de Mellie Uyldert - por Alba Vieira


“Este livro extraordinário chama atenção para o fato hoje incontestável de ver a Terra como um organismo vivo que sente e reage.
Mostra que como corpo vivo a Terra recebe e emite energia, que há locais onde o entroncamento de linhas de força gera radiação que produz um acréscimo de energia que pode ser sentida e medida.
Lembra que os animais reagem a estes campos energéticos naturalmente.
Registra que se verificou que locais sagrados foram construídos, no passado, exatamente sobre estes pontos de força.
A pesquisa feita pela autora mostra, ainda, a relação destas fontes de energia com a presença de monumentos, pedras colocadas sobre pedras, cavernas... e como este conhecimento do passado pode ser usado para beneficiar os seres vivos, trazendo-lhes fontes naturais de energia.
Assinala, ainda, os princípios de Feng-shui e deixa claro que, se o homem enxergar os padrões energéticos de todos os seres vivos e inanimados e da própria Terra, sabendo respeitá-los, só terá benefícios. Caso contrário, a Terra reagirá cada vez mais com terremotos, maremotos e outras catástrofes naturais, como bem mostram as alterações climáticas tão frequentes hoje.”
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E você? Que livro você achou extraordinário?
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Verdade - por Raquel Aiuendi

Montanhas
Cheias de pequenas gentes
Douradas: Serras Peladas
Estampadas: lixões
Que diferença?
Qual o preço do humano?
Verdade
Só se pode dar valor
Ao que existe.
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Contramão - por Adhemar

O coração tremeu de frio.
Encolhido no seu canto,
tão quieto e tão sem espanto,
tão calmo e tão gentil...

Espera o calor de algum ponto,
mistério do coração tão discreto:
com frio mas de orgulho ereto,
não revela o seu terno encanto.

A magia de tanto segredo
é o amor que ele leva guardado;
o calor do beijo esperado
que ele espera tão firme e sem medo.

Mas se tudo for assim mesmo,
por que é que ele treme de frio?
Relembrar só lhe traz arrepio
pois busca o amor meio a esmo...

Ela está distante a tal modo
que ele se sente sozinho.
A incerteza da volta é o caminho
do coração que não a tem ao seu lado.

Este verso ficou complicado
como tudo o mais do amor.
Ele dela não tem o calor
mas espera fiel e calado.

Amar de verdade é assim:
um gostar tão sem limite
que nem de leve admite
que ela não goste de mim...


(Para BSF)
.
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Visitem Adhemar.................................
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Zaira Leite


Nasceu sob o signo de Touro, a 27/04/1920,
em Estrela do Norte, Lorena, São Paulo.
.Foi criada em Realengo, no Rio de Janeiro,
onde viveu até 2003, quando faleceu.
.
Possuía o segundo grau
e escrevia poemas e trovas.
.
Participou dos I, II e III Jogos Florais de
Nova Friburgo, tendo três trovas publicadas
na Coleção Trovadores Brasileiros
da Editora Vecchi.
.
Na foto está com dois de seus inúmeros bisnetos,
que também participam do Duelos.
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Teu Ciúme - por Casé Uchôa

E por ouvires o que não te digo
E escutares o que não te mostro
É que não posso mais ficar contigo
É que não quero mais saber de ti

E por achares o que não escondo
E por pensares que sabes de tudo
É que prefiro estar calado, mudo
É que preciso me afastar daqui

E assim, talvez, depois que eu me afastar
Percebas a desconfiança vã
Que te comeu por dentro, devagar
Feito a lagarta dentro da maçã

Quem sabe ainda dê pra consertar
Eu nada sei do dia de amanhã
Que outras voltas meu mundo dará
Se minha vida vai ser plena e sã
.

Ciúme

Crie um texto sobre este tema e deixe aqui, em “comentários”, que nós postaremos.
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Menino de Rua - por Alba Vieira

Jogado ao léu
Dormindo sob o céu
Carapinha cor de mel
Olhado como réu
Se faz um escarcéu
Gritando qual pinel
Deixando escorrer o fel

Lá vai ele pelos becos
Escorrega entre os passantes
Suplicando por comida
Nada rouba, apenas pede

Pede que o olhem
Que saibam da sua dor
Resolvam seu desamparo
Ofereçam-lhe algum amor
.

Letrista

Se você escreve letras para músicas, deixe-as aqui, em “comentários”, que nós postaremos.
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Dostoiévski - por Ana

Crime e Castigo - Fiódor M. Dostoiévski
O Idiota - Fiódor M. Dostoiévski
Os Irmãos Karamázovi - Fiódor M. Dostoiévski
Recordações da Casa dos Mortos - Fiódor M. Dostoiévski


“Também adorei ‘Os Irmãos Karamázovi’! Aliás, gosto de tudo que ele escreveu! Ele é espetacular! Denso demais, aprisiona a gente, dá pena de terminar de ler. Os que gostei mais, além do que você citou, foram: ‘Recordações da Casa dos Mortos’, ‘Crime e Castigo’ e ‘O Idiota’.”



Resposta a “Os Irmãos Karamázovi”, de Luiz de Almeida Neto.
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E você? Que livro e/ou autor você adora?
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Horóscopo

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Nostalgia

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Ordem de Despejo

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No Ônibus

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Artigos

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Meu Signo - por Escrevinhadora

Sou de Gêmeos e isso é mais que apenas
um signo
é quase um estigma
uma conjunção astral que marca minha sina
que me faz ser e não ser
que afasta e aproxima.
Shakespeare deve ter sido de Gêmeos
ou jamais teria escrito
to be or not to be.
Sou de Gêmeos
e há um duplo de mim que circula por aí
em atitude de evidente desafio
um arremedo do que eu sou que me revela
e às mentiras que eu pacientemente crio.
.William Shakespeare

A Maçã no Escuro - por Ana

A Maçã no Escuro - Clarice Lispector


“Não gostei muito, mas adorei o título e o cartão que veio junto com o livro é lindo: a foto de uma maçã boiando num lugar meio escuro!”
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Resposta a “Nem Todos Estão Aqui...”, de Raquel Aiuendi.
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E você? De que livro não gostou muito?
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Gente Lixo - por Raquel Aiuendi

Montes de lixo
O que é isso aqui?
Gente, não bicho
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Quero Meu Dinheiro de Volta - por Adir Vieira

Estou no caixa de um grande supermercado. Diferentemente do mercadinho próximo à minha casa, a moça que me atende é seca e sem visão. Treinada apenas para pegar os produtos, olhar e aproximar seu código de barras da caixa registradora atual, ignora o cliente e trabalha como um robô.
Não nego seu direito a essa forma inóspita de trabalho, mas obrigo-a a reparar em mim quando ela, num gesto brusco, revelado pelo seu cansaço ou talvez pelo seu mau humor, deixa cair uma garrafa de suco já registrada em minha conta, espalhando todo o seu conteúdo em cima do balcão.
De pronto, estabelece-se entre nós um diálogo sem sentido. Diz ela que não pode excluir o produto porque já fechou a nota e que eu, portanto, devo aguardar que a recepcionista vá em busca de nova garrafa. Digo-lhe que aguardarei e após quase dez minutos, quando uma imensa fila tem tempo para se formar atrás de nós, a recepcionista retorna com a resposta de que não tem em estoque o produto por mim escolhido e quebrado pela caixa. Começo a me enervar com o mau atendimento quando ela diz que me dará um crédito para ser utilizado em outra ocasião. Sua voz soa magnética como a de um robô, o que, agora, já me irrita. Nego-me a aceitar tal crédito e a resposta que ela me dá é de que devo aguardar pelo gerente. Aí quem se irrita é a fila que não entende o porquê da espera. Aviso à pessoa imediatamente atrás de mim que quero o meu dinheiro de volta e ela indaga sobre o valor do produto, prontificando-se a pagá-lo pelo mercado, devido ao seu ínfimo valor, para que ao menos a fila ande com a minha saída.
Argumento que não abrirei mão dos meus direitos de consumidora e digo que não aceitaria sua proposta nem que o produto custasse um centavo.
Ao mesmo tempo, compreendo porque meu país está de pernas pro ar. Nem o próprio consumidor se respeita.
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História - por Raquel Aiuendi

Duro aprendizado
Vergões encravados
Em minh’alma
De onde jorram
A seiva existencialista
De meu ser:
Dor que na eternidade
Encontra a cura
Nos braços Daquele
Que me diz
Sua imagem e semelhança.
Esperança aflita de Luz neste escuro túnel:
a HISTÓRIA.
Meu negro olhar alcança
Um ensolarado horizonte;
Nas batidas do coração,
Suor escorrente,
No ritmo da cultura
Sobrevivente,
O olhar, negro, conquista
Com passos de guerreiro
Determinantes,
Mais uma vitória
Num mundo distante.
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A Indecisão - por Adir Vieira

Preparo-me para uma recepção de formatura.
Meu traje tem que ser bonito, único e adequado.
Posto-me diante do guarda-roupas para resolver a questão.
Pés, mãos, cabelos já foram preparados para a ocasião e não deixaram dúvidas quanto ao estilo.
No entanto, o traje, sapatos e bolsas, são a questão principal.
Peças e mais peças são provadas por mim. Faço maratona diante do espelho para definir o que combinar com os sapatos vermelhos de salto agulha.
O vestido longo, preto, tem pedras cor de mel na faixa da cintura e não cai bem com os sapatos abertos na gáspia. Escolho então a túnica bege com calças tipo pantalona, em tecido de festa e acho que acertei. No entanto os sapatos vermelhos destoam dos frisos marrons na borda inferior da túnica.
Após várias outras tentativas, decido-me enfim pela peça única em branco e para combinar com os sapatos vermelhos, orno-a com um cordão comprido e dourado com duas pedras vermelhas na ponta. Olho-me e confirmo que encontrei o modelo acertado.
Reparo que a cadeira ao lado está repleta de roupas a serem guardadas e, enfadonhada, lembro-me de outrora, quando não tinha escolhas e era bem mais feliz.
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Janela

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Acróstico

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Déjà vu - por Alba Vieira

Era fim de tarde. Rio de Janeiro. Pessoas voltando do trabalho para suas casas. Trânsito intenso, carros se arrastando numa fila interminável em direção ao túnel.
Olho para o lado e uma janela se abre em mim. Vejo uma casa. Linda! Janelas envidraçadas, de vidros tão transparentes e molduras delicadas, de cor marfim, que compõem um cenário familiar. Através das janelas posso ver um enfeite na parede que me é fatal. É a ponte que leva para outro tempo. Lembranças? Fragmentos de um passado que está tão vivo em mim. Fico paralisada, como que atingida em cheio no ponto mais vulnerável do meu ser por uma flecha envenenada. E o veneno é doce, sinto este quase torpor.
Continuo seguindo o fluxo dos carros, mantendo a atenção, mas já não estou ali. Estou suspensa, roubada do meu corpo, presa a um momento que quero manter comigo. Quero vivê-lo inteiro, quero saber de onde vem esta sensação, esta alegria que transborda no meu coração e extravasa em lágrimas que embaçam meus olhos.
Tento manter-me ali, naquele passado, naquela casa, tento resgatar o que representa para mim esta visão. O que vivi num lugar assim? Por que é tão arrebatador este momento? Por que preenche o meu espaço mais vazio? O que é aquele enfeite? O que me passa aquele cenário? O que desperta no meu ser? É quase a busca de um orgasmo, é tentar ficar toda ali para deixar entrar aquela sensação maravilhosa. É estar alheia de mim, é me deixar e assim poder ser outra uma que fui.
Pego finalmente, capto o seu significado. E sou só alegria, só amor, transbordo em contentamento naquele túnel, naquela tarde, nesta realidade em que vivo agora. Sou feliz.
Volto. Estou outra vez no meu corpo, dona completa de mim, consciente de tudo que faço, da direção. Retomo o meu dia, o meu caminho. Mas sou outra. Estou acrescida, no meu quebra-cabeças, daquele pedacinho que resgatei hoje. Minha paisagem está mais colorida, meu peito mais leve. Sei mais um pedaço de mim. E gosto dele. Gosto do que sou.

Emoção fluindo. Emoção que transborda. Sentimentos à flor da pele: não fragiliza, só fortalece, porque se é mais então.

Dias mais tarde relembro o que vivi. É bom. Estou diferente, sei que estou, gosto de estar mais nova, mais renovada por ter estado em outros ares. E quero prolongar este prazer. Quero traduzir para mim o que captei de mim. E o elo é o enfeite na parede. Uma máscara de porcelana, com fitas de cor clara (acho que azul), com pequenos salpicados de purpurina que completam a peça. Fixo sua imagem e uma energia nova me percorre. Sei o que foi. Sei o que fui naquela vida. Se hoje posso olhar para os outros e me dedicar, é porque já recebi muito antes. Foi uma vida de pura dedicação, de doçura, de delicadeza e carinho. Foi um grande amor, de entrega total, de compromisso, de ser preenchida por alguém, de ser junto com alguém. É um amor que guardo ainda hoje em mim. É uma energia que flui do coração. É uma fonte que jorra incessantemente. Sou eu para o mundo. Sou eu plena e amada. Sou eu só amor. É isso a sensação. É tudo isso que vem quando focalizo o elo/enfeite/ponte para a descoberta do amor.
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Adir Vieira

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Sou uma pessoa que adora viver.
Busco a felicidade nas pequenas coisas, aquelas que,
como eu digo, são impossíveis de serem compradas
e mostram o interior do ser humano.
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Adoro exercitar novos conhecimentos e foi aí que apareci nos Duelos, falando das coisas corriqueiras que nos cercam.
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Sou do Rio de Janeiro.
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Sol em Capricórnio, lua em Touro e ascendente em Áries.
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Horror - por S. Ribeiro

Minha face é transparente como as asas de um lepdóptero qualquer, mas, com certeza, se saíssem besouros de minha boca as sutilezas alheias não me fragilizariam. Estou tão quente e pequeno, quem quiser que me pise, melhores amigos? Bah! Melhor eu sozinho do que o fio tênue do respeito derretendo sobre meu rosto aguardando o horror do desprezo.
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O Bloco - por Adir Vieira

Estamos no Carnaval.
Assumo minha raça africana e vejo-me saltitando feliz no bloco de sujos.
Foi o primeiro que passou na rua onde moro, no subúrbio. Devia ter aproximadamente umas quinhentas pessoas. Diferentes umas das outras mas, inexplicavelmente, integradas no sentimento. A atitude geral é única e visa, exclusivamente, jogar para fora emoções reprimidas e alegrias do momento.
Ali não existe médico, professor, estudante ou mendigo. Todos querem cantar e pular e eu me junto aos demais, sem sentir.
Todos se sorriem, se afagam e se cumprimentam como se fossem amigos de outrora.
Reparo, naquele momento, que já percorri duas ou três quadras com o grupo e, extasiada, vejo-me ensaiando passos de porta-bandeira, quando um dos integrantes junta-se a mim para compor o par, usando como estandarte a vassoura do gari.
Graças a minha ingenuidade, minhas roupas são comuns, aquelas usadas para ir à padaria à tardinha e quando meu lado inconsciente avisa-me de onde estou, posso desviar-me do bloco pela lateral e retornar a casa, comportadamente, como se em algumas horas eu não tivesse viajado à lua.
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Carta à África - por Raquel Aiuendi

Minha África:
De onde jorram os vermelhos da história de negros passados, solo-mãe, solo-filha, solo-vó, solo, solo...
Me encontro agora na África-solo dos passos de Jesus, dos passos que sempre serão, eternamente...
Negro é o princípio, negro é o meio e o fim; negros os meus olhos que a vê (a vida) assim.
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André Dametto

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André Dametto nasceu no Rio de Janeiro, em 1980,
sob signo de Áries, ascendente Câncer e lua em Gêmeos.
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Se pudesse, passaria o tempo aprendendo
e se divertindo.
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Profissionalmente, atua como professor, coach e consultor, em busca de repertórios para eternizar a alma através das letras e da fotografia.
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A Perua II - por Adir Vieira

A perua se faz notar sempre do mesmo jeito.
Suas roupas são diferentes das de todo o mundo. Se a moda é saia comprida ela usa microssaia. Se os tecidos da ocasião são discretos, ela usa os mais berrantes.
Adereços não lhe faltam e têm que ser multicoloridos. Nunca lhe faltam cremes, pós e qualquer produto que colora a sua face e deixe sua pele com outro aspecto. Chego a pensar que qualquer empresa de cosméticos que tivesse como cliente apenas dez ou vinte delas, jamais fracassaria e em menos de dois anos já teria formado várias filiais.
A perua caminha diferente, senta diferente, fala diferente e, logicamente, pensa diferente.
Crê firmemente que os adereços e as vestes têm o poder de transformá-la de bruxa em princesa. Se arrisca uma olhada ao espelho, nunca se vê, verdadeiramente.
Sua voz assume entonações diversas, dependendo de com quem está falando e de onde esteja.
Seus braços, então, acredita ela, que foram pendurados ao corpo com a função de auxiliar a linguagem e todo o resto.
Se caminha, são eles que se mexem antes dos pés, se fala, cada palavra é acompanhada de gestos e mais gestos, como se o ouvinte fosse deficiente auditivo.
A perua é única. Acha que o mundo é dela.
Quer fazer mal a uma perua?
Finja-se de morto quando ela estiver por perto ou quando passar por você peruando.
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Paixão - por Raquel Aiuendi

Jogos de palavras
Podem ser trocas
De palavrões
Mas com senões,
Sesins,
Jogos de palavras
Assim
São só paixões.
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À sua Urgência, Amiga Alba Vieira - por Paulo Chinelate

De perto conheço
A angústia que tens
No entanto te peço
Teu tempo uns vinténs.

Sentir o que sentes
Comum é de fato
Pois somos viventes
Da dor deste parto.

Conheço a doença
Que agora reclamas
Pois tem ela presença
Neste globo em chamas.

Somos requisitados
A todo momento
Por seres agitados
Em aconselhamento.

É pura ilusão
De nossa vaidade
Querer do cristão
A solidariedade.

Desta síndrome, Alba
Sofreram os prelados
Angústias na alma
Ouvindo os pecados.

Sozinhos ficavam
C’os males alheios
E se estertoravam
Dos próprios anseios.

Os queixumes ouvir
D’outros é vitória
Tirando proveito
Da dor da escória.

Somos convidados
Ao aprendizado do amor
No entanto guindados
À lição pela dor.

Não desista amiguinha
Ao conselho do Santo
Pois “só se recebe”
Com a mão “do é dando”.
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Resposta à “Urgência” de Alba Vieira.
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Escrevinhadora

Meu nome é Fatima, já passei dos 50 mas ainda não me dei conta.
Sou formada em Direito, gosto da vida no campo, de exercícios físicos, de cinema, de livros e de uma cachaça de vez em quando, pra relaxar.
Atualmente moro em Brasília por força do meu trabalho, mas não vejo a hora de me aposentar e me dedicar exclusivamente aos poemas.
Escrevo para exorcizar meus demônios (na maior parte do tempo funciona...).
Já publiquei um livro de poesias e estou atualmente trabalhando no segundo. Mas meu sonho de verdade é escrever um romance.
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Horror

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1.000 POSTS!

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Queridos amigos:

Chegamos à marca de 1.000 posts!

Quero agradecer a todos vocês
que contribuíram para este sucesso do Duelos!

Foi a partir da colaboração de todos,
participantes e leitores,
que consegui tornar realidade este projeto
que agora é nosso.

Um enorme abraço extremamente agradecido!

E vamos continuar nos divertindo!
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Nossos Livros

Esta categoria foi criada com o intuito de trocar idéias e divulgar os livros que lemos.

Deixe, em “comentários”, o nome do livro que você está lendo no momento ou que você já leu e considera inesquecível, comentando-o ou não.
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Verdade

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Confiança

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Pedido

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Sorte

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Solidariedade

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É Carnaval - por Alba Vieira

Bata o bumbo
Esquente o pandeiro
E sambe no pé.
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Haikai - por Raquel Aiuendi

Quebrei bacia
Sem cacos ao chão, estou
Inteira, então.
.

Saudade - por Alba Vieira

Pra mim são cinzas:
Ela saiu do cordão,
Partiu coração...
.

Sonho - por Raquel Aiuendi

É tempo de flores,
Em lugar longe daqui,
jardins multicolores
cujos jardineiros ali
eram tanto meu avô
quanto a minha avó.
Os jardins a compor
Deles, todos os dias,
Cuidavam: alegria
Dedicação eram tudo
Num paralelo mundo
Ao qual fui chamada
Algo a ser informada
Sem algum transtorno,
De lá, tranqüilo retorno
E em forma de sonho
Essa viagem eu ponho.
.

Folia - por Alba Vieira

Só de gandaia,
Confete, serpentina,
Lá vai menina...
.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Melancolia - por Anônimo

Melancolia - um certo distanciamento.
Um dos modos possíveis de se estar na existência.
.

Tristeza

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Ana

.
Sou Ana, a que faz feliz
(é o que todo mundo diz).
.
Na vida fui psicóloga mesmo antes de cursar a faculdade, na medida em que sempre ajudei as pessoas
a encontrarem o sentido, o entendimento
e a coerência em suas vidas.
.
Sou a irmã mais velha de onze
e tudo que já vim sabendo
ou tive que aprender com as experiências da vida
procuro passar para os que me cercam,
hoje também escrevendo, aqui do Rio de Janeiro.
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Sol em Touro (como Zaira Leite e S. Ribeiro),
lua em Gêmeos (como o André Dametto)
e ascendente Sagitário (como Jorge Queiroz da Silva).
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Urgência

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Sinceridade

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Reflexões

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Humor

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AGRADEÇO A TODOS VOCÊS QUE COLABORAM E NOS PRESTIGIAM!
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Alpendre das Almas

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Consolo

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Destino - por Raquel Aiuendi

Guri na curva
Por onde todos passam
Como vai crescer?
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Alba Vieira

Moro no Rio de Janeiro, mas sou cidadã do mundo!
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Adoro a solidão,
mas vivo cercada de gente por todos os lados.
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Virginiana, tenho lua em Leão e ascendente em Aquário.
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Médica por profissão, tenho alma de artista, que considero a profissão mais importante do mundo porque traz vida e brilho às pessoas.
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Gosto de cantar, pintar e escrever.
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Valorizo a simplicidade como bem mais importante
e sigo observando as pessoas, a vida e a mim mesma.
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Kalim Autuori

Kalim Autuori é uma artista impressionista da Zona Oeste do Rio de Janeiro, oriunda de uma família de artistas plásticos: seu pai, Gouvêa, e sua mãe, Norma Autuori, passaram aos filhos essa técnica do impressionismo espatulado.
Kalim trabalha com pintura em tela, parede, tecido, pátina, dá aulas de pintura etc.
Suas telas expressam equilíbrio de cores e luzes; expõe no Rio de Janeiro, em Brasília... e suas obras chamam atenção de todo admirador do impressionismo.
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Harmonia Profundo Mar - por Kalim Autuori

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A intenção de postar imagens neste blog
é propiciar inspiração para textos referentes a elas.
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A Morte Não Mata... - por Paulo Chinelate

Amigo...
A Morte não mata...

Não mata nossa memória
Nossas esperanças
Fica a história
De quando crianças

Se a morte não mata
Chorar por ela pra quê
Mesmo que o amado pai parta
Só por que mais não o vê?

A morte não mata
O Espírito Imortal
E ao final a gente constata:
Vive do lado de lá bem normal.
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Resposta a “Carta para Meu Pai”, de Vicenzo Raphaello.
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Bailando - por Luiz de Almeida Neto

Vai você aí
com essa ginga de me deixar de cara
com esse seu corpo
de não me deixar participar
e eu vou seguindo.

Vai você aí
com essa sua cintura
de não me deixar dizer nada
de me fazer virar piada
e eu vou seguindo.

Vamos ver quem tem razão
se eu estive solto
seu cabelo também solto
resistindo à paixão,
como quem não quer nada
sei que não sou nada
de machão.

Vamo que dá
e a gente se acomoda
triste de quem se incomoda
de quem não sabe a nota
da nossa canção
pra visualizar
essa nossa troca
de saia-e-calção.

Vai que dá certo
e eu me arrumo
pra dá nó eu assumo
e até perco o prumo
e deixo de ser esperto.

Tô todo remendado
como seu gingado
e não é tão fácil
esquecer você tão ágil
tão frágil.

Sem me dizer
que é tão fácil
me fazer de otário
esquecer o itinerário
da sua casa,
fazer pouco caso
dos meus casos
da minha instrução
se seu aperto de mão
já é um contágio.

Rebola,
que só isso
já faz a gente
se apaixonar
já faz a gente
se encontrar
de noite
tarde
e não demora,
e não faz mal.

A gente se enrosca,
faz um gingado,
um rebolado,
como quem não quer nada.
E amanhã
Quem sabe o que vai acontecer amanhã
Podemos nem nascer.
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Folia - por Alba Vieira

Acordei feliz,
Saí de joaninha,
Cantei marchinha...
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Morte

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

COMO POSTAR COMENTÁRIOS AQUI

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QUERIDOS AMIGOS,
PARA POSTAR COMENTÁRIOS AQUI FAÇAM O SEGUINTE:

ESCREVAM A MENSAGEM NA CAIXA DE COMENTÁRIO,
PARA A IDENTIFICAÇÃO (“COMENTAR COMO”)
ESCOLHAM A OPÇÃO "NOME/URL",
ABRIRÁ A CAIXA PARA ESCREVER O NOME E URL
(BASTA PREENCHER O NOME, NÃO PRECISA URL),
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QUEM PREFERIR, PODE ENVIAR OS TEXTOS PARA:
shintoni@terra.com.br
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AGRADEÇO A TODOS QUE NOS ACOMPANHAM,
CONVIDO TODOS VOCÊS A CONTINUAREM CONOSCO
E DEIXO UM ENORME ABRAÇO PARA TODA A GALERA!
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Amor - por Raquel Aiuendi

O meu amor
É educado
Pra ser amor
Trancado
E não ser traído:
Nele mesmo
Um amor
Traidor.
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A Pêra do Paraíso - por Paulo Chinelate

Interessante como as nossas lembranças afloram ao sabor de um pormenor qualquer.
Ao entrar ontem no supermercado, como bom hábito mineiro, dirigi-me à banca de frutas e verduras. Deparei-me com uma raridade: “pêra da terra”, redondinha, crespa e bem rígida. Não resistindo, selecionei seis das mais graúdas enquanto divagava no tempo. Reportei-me à infância; possivelmente entre oito e nove anos, 1956 talvez. Tinha já feito a primeira comunhão na velha Igreja de São José do Botanágua em Juiz de Fora e nestas condições era distinguido em continuar as aulas de catecismo no Seminário dos Padres Jesuítas na Avenida Rio Branco, às margens do córrego do Ypiranga (hoje Av. Independência), local agora ocupado por condomínios assassinos de um passado gostoso, saudoso.
Voltemos ao causo. D. Ana Reis, velha beata, se encarregava de recolher-nos aos sábados à tarde pelas bandas do Bairro Costa Carvalho e conduzir-nos ao seminário em apreço.
O padre Tomas Enríquez, que nos atendia, era um homem circunspecto, tinha sido prisioneiro em cárcere comunista chinês onde sofrera torturas - escrevera o livro de suas memórias: “Três Cárceres Comunistas”. Pois bem. O nosso professor dava-nos a aula costumeira e em seguida um intervalo para o gostoso futebol regados a um acesso às fruterias que rodeavam o campo. Voltávamos depois para sermos ouvidos em confissão. Eu pensava que o esporte servia para chocalhar os pecados e, parcialmente desgrudados, fossem despejados nos ouvidos cansados do velho prelado.
Naquele sábado não fora diferente; antes que nos liberasse à farra deu-nos simples recado: podíamos saciar nossos estômagos famintos com os sapotis, jambos brancos e roxos, pitangas e mangas e tantas outras frutas. Estava proibido, no entanto, colher e concomitante usufruto das pêras. Nenhuma sequer.
Dado o recado foi-se o nosso reverendo às suas preces vesperais do velho breviário. E nós... bem, aí começa realmente nossa história. Mal o rabino dera as costas, insurgidos por uns alunos mais velhos, a turba avançou nada mais nada menos à única pereira existente no farto fruteiral do lindo sítio. Enquanto um que outro subia na árvore outros recebiam a chuva de pêras. Iam dando conta a cada dentada que elas estavam ainda verdes. Não satisfeitos iam esperimentando uma a uma. O resultado: um tapete de frutas parcialmente mordidas e abandonadas.
Em seguida o óbvio: o padre, ao final do recreio veio nos buscar. Não pôde disfarçar a ira de que foi tomado. Fez-nos recolher em balaio grande todo o estrago feito. Como castigo não receberia ninguém em confissão. Não possuíamos, ainda no fragor da batalha pecaminosa, o predicado necessário: o arrependimento.
O “esbrega” que recebemos da velha senhora Ana, no retorno do imbróglio passeio foi descomunal.
No sábado seguinte, ressabiados, fomos ao encontro novamente das feras. Recordo-me somente de estar ajoelhado no confessionário e o ouvidor sagrado muito zangado comigo. Não conseguia arrancar de mim a confissão do maldito pecado da desobediência da semana anterior, por mais que eu repetisse a ele que eu não fizera parte das travessuras.
Fui o único, mais uma vez, certamente, a voltar para casa sem a absorvição. Ele se negara a ma dar.
E agora no supermercado, creio eu, as pessoas não se deram conta que o riso que eu espelhava no rosto pertencia ao meu viajar longínquo.
Em Tempo: O velho abade deve hoje, na espiritualidade, saber que fui o único, realmente, que não comeu da maçã, digo, da pêra do paraíso.


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Carta para Meu Pai - por Vicenzo Raphaello

Você se foi sem dizer adeus
deixou para um estranho
dizer
que aqui já não estavas mais

Na súbita partida
ficou em mim
a dor de uma perda
que o tempo não apaga

Ficaram em mim
Lembranças
de imagens do homem
que aos olhos do filho
tudo podia

Você se foi
sem dizer adeus
Foi cedo demais
A mãe se foi
pouco tempo depois

Su e eu mais velhos estamos
meus filhos cresceram
casaram
Tenho uma neta
Sofia filha de Ka
já descasada

Tenho aflições
tenho alegrias
até uma casa
na beira de um lago
eu fiz
E você se foi
aqui não está
para que pudesse comigo
de tudo isso
compartilhar
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Chuva - por Raquel Aiuendi

Não para chuva
Também não anda nunca
Sempre escorre
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Li e Gostei

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Gratidão

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Difícil Ofício de Ser Escritor - por Bruno D’Almeida

Estava muito longe e decidiu que não poderia participar do lançamento do livro de seu melhor amigo. O jeito foi mandar uma carta:

Hoje é o lançamento do seu livro. Parabéns. Quero lhe parabenizar não pelo lançamento, vinhos e exemplares e autógrafos, beijos e abraços e lágrimas. Quero lhe congratular, pura e simplesmente, por ser escritor. Não por olhar o mundo de uma forma diferente, mas por constatar, com as antenas ávidas da percepção, que ele é mesmo diferente, muito diferente do que parece ser. O mundo é muito mais do que um cantor idiota segurando minigarrafas de refrigerante. Não há espaço pronto para o escritor no mundo. Temos que buscá-lo. E por não haver lugar delimitado, há um certo desencaixe, por assim dizer, do escritor com a forma que está organizada a sociedade. Não se encaixar com padrões e normas estabelecidas. Ter um relógio próprio, que não conta apenas horas cronológicas, mas psicológicas. Não que o escritor seja uma criatura anômala, diferente. Apenas não que ser um igual.

Não há vagas para escritores. Se quisermos lidar com a palavra, teremos que ser professores, jornalistas, publicitários, advogados. Ou ser qualquer outra profissão e escrever no limbo, nas frestas, em muros e portas de banheiro. Usar a poesia no amor pelo que se faz, mesmo que não seja para escrever. Usar poesia como um bálsamo para a vida. Se não há livros para publicar, há de se transformar nossa vida e as pessoas que amamos em grandes obras.

O escritor não vê o ônibus lotado; vê vidas, sonhos e desilusões vagando sobre rodas. Não vê um gato; vê ócio, nuance e sensualidade. O escritor não vê um casal de namorados; vê cumplicidade, amor, desamor, amor com desamor. Não escreve palavras; escreve histórias, sentimentos, anseios, muito mais do que uma sopinha de letrinhas. Aliás, ele não só escreve, nem só vê: ele dá vida a um mundo paralelo, que não é uma imitação da realidade, mas uma nova visão dela.

Há milhões de escritores anônimos. Escrevem para si, para o outro, para rasgar ou incendiar papéis, com palavras ou fogo mesmo. Estão escrevendo neste exato momento, entregando poemas ou cartas em datas importantes, ou datas que se fazem especiais. Estão olhando vivências, andanças, lembranças, caminhos. Estão mirando pessoas na rua e nos desertos e oásis da mente. Estão criando poemas apaixonados, secos, molhados, sociais, apáticos, gregos e troianos. Estão ávidos por experiências e acontecimentos. Mesmo que ninguém, ou quase ninguém veja, eles, os escritores, estão sedentos. Podem estar lendo as presentes linhas agora mesmo.

Como já disse, parabéns pelo livro que você lançou. Parabéns pela materialização de um sonho, mas que antes de acontecer já era realidade no seu íntimo. Palmas, palmas eufóricas e extasiantes para alguém que teve a coragem de fazer um lançamento e dizer, para quem quiser ouvir: sou escritor. Palmas para quem dá estímulo e esperança a nós, também escritores, de que esta cachaça nunca deixará de ser tomada: um brinde à Literatura que nasce e renasce a cada dia, trazendo novos rebentos como você. Mais uma vez, parabéns.

Ao ler o que escreveu, percebeu a grande besteira que quase acabara de fazer. Colocou a carta no bolso, pegou uma avião e resolveu entregá-la pessoalmente.


Casa Grande da Vovó... - por Zaira Leite

Casa grande da vovó...
Dos seus sonhos de criança;
Foste a doce realidade.
Hoje tudo é cinza e pó...
Guardaste minha esperança,
Deste-me em troca a saudade...

Naqueles tempos risonhos
Dos seus mais felizes sonhos
Foste o encantador cenário;
Cidade, parque ou floresta
Para o meu viver em festa
De teatro imaginário.

Eras boa e acolhedora,
E em teu recesso outrora
Eu pedia a vovozinha,
Que mais feliz me tornasse
E uma história me contasse
De pastor e princesinha.

Em fantasias... quimeras...
Trago minh’alma perdida
E envolta em terna ilusão,
De te rever tal qual eras,
Com a linda entrada florida
De rosas, cravos, tinhorão.

O tempo por mim vivido
Sob esse teto querido
Para sempre hei de lembrar,
Dos meus avós os carinhos,
Que para mim foram aminhos
Numa rede a me embalar...
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Nostalgia - por Raquel Aiuendi

Nostalgia, um SNI:
Sentimento Não Identificado
Que não mora em mim
Apenas se encontra alojado
Por tempo que não posso estimar
É algo como uma resultante
Por não ter com quem partilhar
Esse maravilhoso impulso: amor
Que me faz mais feliz, amante
Amada, feminina e... menina.
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Anos - por Poty

A vida segue,
Anos se passam,
Seremos os mesmos!
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Paz - por Vicenzo Raphaello

Não sinto paz
por quê?
Talvez saiba.
mas tão profundo
é
dói tanto
que nem a mim
me revelo.
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Diversão - por Poty

A diversão é a fase da alegria que faz bem a vida... Aí vem a tristeza... Não deixe ela tomar conta de tua mente, apenas são momentos que fazem pensar e seguir em frente...
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Resgate - por Adhemar

Passei na loja de penhores
e lá deixei
uns tantos antigos amores:
- fora de hora
- usados
- gastos
Alguns sem brilho,
meio embaçados;
alguns sem uso,
mesmo assim meio estragados.
Tinha uns fora de moda,
tinha muitos fora dos trilhos.
Outros tantos
totalmente por fora...
Inesperados?
Quilos e quilos!

E lá na loja de penhores
deixei também:
- amores não correspondidos
- amores pequenos
- romances compridos
Tudo apurado,
não deu vintém.

Passei então
com toda essa carga emotiva
no estabelecimento
de lixo reciclável...




Visitem Adhemar.................................
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Incerteza - por Poty

A incerteza da vida nos pertence e faz com que amizade seja a certeza de viver para com ela e com ela. É nas incertezas da vida que se sabe quem é amigo.
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Melancolia

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Melancolia - por Vicenzo Raphaello

Camões/Chopin
Prelúdio nº 4 em Mi menor
Aflora lá do fundo d’alma
toda melancolia ali guardada
mesmo sentimento
já por Camões revelado

“Há dias que n’alma me tem posto um não sei quê
que nasce não sei de onde
de onde vem não sei como
e dói não sei porque”

E cá fico eu
a escutar Prelúdio nº 4 em Mi menor
.Luís Vaz de Camões

Amigos - por Poty

Amigos são
Amigos são sempre
e para sempre!
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Alma Penada

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Dor

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Silêncio

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Despedida

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União

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Ilusão

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Certeza

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Proteção

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Destino

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Fronteiras

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Se...

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Fábulas

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Perda

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Eu Vi - por Kbçapoeta

Eu vi
Fumavas feito louca
Por aí
Em bares que bebia sem porquê
Estava atrás
Estavas atrás de você
Eu sei
Que ainda insiste em procurar
Quem sabe um dia achar
O seu próprio eu
Que já fora meu
Em Cuiabá
encontrar você
.

Eu Não Sou Virtual... - por Poty

Eu não sou virtual,
Sou real,
Apenas uso este meio de comunicação para conversar com quem está longe de mim...
Somos reais!
...Seja qualquer coisa,
Seja algo a mais,
O que vale é ter sentimentos reais...
Desejos,
Fantasias,
E sonhos são momentos virtuais que podem acontecer na real dependendo de quem quer fazer a seu belprazer.
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O Céu Não é Mais o Mesmo - por Kbçapoeta

O céu não é mais o mesmo.
Antes as nuvens eram de algodão
E Deus e os anjos cuidavam delas.
Agora o céu é metrópole,
Com cidades-colônias e dinheiro que equivale a tempo.
A televisão é uma espécie de “Big Brother” da vida real.
Prazer pela ótica humana não existe lá.
Comida e sexo são coisas desnecessárias.
Música espero que não seja gospel,
Com suas rimas pobres e o clichê:
Jesus te ama.
Mas como sou humano, limitado pela capacidade física,
Não sei como será, mas espero que seja bom.
E quem sabe...
Minha mãe possa colocar as violetas em sua janela?
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Não Sou Terapeuta... - por Poty

Não sou terapeuta
Nem pensarei,
Sei disso!
Porque defendo que seja assim!
Sem hipocrisia a dor/o amor/a paixão sem razão/com emoção; razão às vezes/emoção nem sempre...
O exercício é um ato do fazer!
Só assim será capaz de aprender!
Enquanto há vida estaremos aprendendo.
Não é só amar, mas viver é desprende-se, não tem posse/é ser livre!
Porque está preso ao bem viver é não ter uma boa relação...
O resto é ter bom senso/com dissenso;
Extravasar até não faz mal!
É gritar diante de o mau viver!
Nem pretendo ser seu psicólogo/psicanalista... seja o que for!
Cada um(a) faça de sua vida/seu amor/sua paixão o que bem quiser e se o outro aceitar?! Que seja assim! Quem sou eu para dela tirar proveito...
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Precipitação - por Kbçapoeta

Hoje está chovendo
Na cidade faz muito calor.
Você ainda está sozinha revirando-se na cama.
Mas saiba que está tudo bem.
Epifanias são coisas da sua cabeça.
Haverá um dia que você dirá:
Hoje é o dia mais feliz da minha vida!
Espero que esse dia chegue logo...
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Beldade - por Zuzza

...hoje resolvi falar um pouco de você, e de tudo aquilo que às vezes sinto vontade mas não consigo achar respostas, falar um pouco de meus sonhos, onde você se faz para sempre, a toda vez que meus olhos eu fecho, falar um pouco de minha solidão, que se faz tão grande e imensa quando você comigo não está
...simplesmente falar um pouco de minha vida, que se resume apenas a sua
...falar um pouco das lembranças que ao longo das horas e dos minuntos se fazem grandes ao esperar te ver, falar um pouco de meus sentimentos que, embora sozinhos assim como ao vento, sempre acham um caminho de me fazer sonhar com você
...a todas as horas que eu vivo que eu respiro
...falar um pouco das estrelas que deixamos de contar, daquela canção, que já não mais nos lembramos, daquele dia de ontem que já se passou, daquela noite que, para sempre gravada, ficará em nossas lembranças, assim como a um lindo sonho que, hora ou outra, sempre virá a nos acordar pela madrugada a fora
...ao sentir saudades, ao recordar as lembranças, ao fechar os olhos e tentar em vão de um pouco novamente dormir
...hoje resolvi falar um pouco do amor que eu sinto por você, mesmo que as palavras não rimem, mesmo que não dê para escrever uma canção, mesmo que não seja um belo poema, resolvi somente colocar numa página em branco toda a verdade que explode ao meu peito e às vezes chega a machucar por tanto eu lhe amar
... falar das noites frias em que eu não estava ao seu lado para um pouco lhe aquecer, falar daquele dia ensolarado, em que a paz do abandono estava ao seu lado e eu mais uma vez não fazia parte do mesmo sorriso, do mesmo sorvete, das mesmas brincadeiras, das mesmas palavras
...falar do filme que ontem você sozinha assistiu, mas que, do final, ficaram apenas para os atores, e mais uma vez eu não estava aí, com você presente para um pouco enxugar estas lágrimas
...falar da emoção ao te ver, e querer que na minha mão você um pouco segure, a toda hora para o meu pulso sentir meu coração forte neste momento bater
...hoje, para ti, resolvi um pouco escrever a mais pura verdade
...hoje apenas falar um pouco de você e lhe dizer o quanto te amo e o quanto eu ainda te amarei


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A Dor Sem Amor - por Poty

A dor vem com sabor de sangue, de amargo... Dor não se vê, sente-se!
Vai vagando como uma ferida aberta, corroendo, putrefando... Deixando buraco a sagrar.
Ela magoa!
Dizem que têm dor de amor!
Não sei se rima,
Mas é sofrimento...
Dor/amor/flor são extremos, por isso estão no seu limite!
Não combina,
Mas mexe com a adrenalina.
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Diálogo

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Cartas

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Abundância

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Aqui Jaz...

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Crônicas

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Desejo

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Alucinação - por eros.ramirez

Por um instante achei que estava tudo bem. O barulho da chuva contra a janela. O cheiro de terra molhada. A alta umidade como um abraço. Gravidade zero.

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Amor - por Vicenzo Raphaello

Estava desprotegido
caí num buraco.
Difícil dele
foi sair.

Olhar

De repente
o olhar rompe
o tênue tecido invisível
de uma emoção reservada
Desvenda-se
Cresce
Nos olhar evitamos
Evitamos o desnudar de desejos
de todos insuspeitos.



Resposta a “Proteja-me do Amor”, de Ana.
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Para um Coração que Sofre - por Vicenzo Raphaello

Deixa prá lá
nunca nele
espaço
falta
pra outros amores
abrigar.


Resposta à “Dor de Amor” de vestivermelho.
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Tipos Inesquecíveis

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Desilusão

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Mar

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Memórias

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Felicidade

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Amor - por Vicenzo Raphaello

Nasci
vivi amores
de amores morri
.

Jardim

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Fuga

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Meu Tempo - por Vicenzo Raphaello

Tanto tempo
faz que nasci
13,5 bilhões de anos-luz!!!!!!!
Quiuspa...
Descubro então
que mais velho sou
que o sol
que a terra
que a lua
de quebra
de muitas estrelas
Mas pera aí!!!!!
da mesma idade somos também
Contento-me
então
com minha terrena idade
setenta e poucos
anos (sem luz dos...)
onde um pouco da minha história
posso contar
sem que em meio a
tanto tempo
no tempo possa me perder.
.

Estância - por Zuzza

... é meio assim sem querer, onde num simples olhar a gente para ao tempo, e de olhos bem abertos a gente sonha, navega entre desejos onde nunca alcançados, se queima em abraços apertados, faz juras ao vento, brinca só com a solidão de malmequer bemmequer, e de sonhos que a todo momento nos vêm acordar pela madrugada afora; a gente se lança, a gente dança, agente canta...
é meio assim, como passe de mágica, com beijo roubado, molhado, que se pede mais, se pede bis, e na ausência de não ter o seu corpo sobre ao meu, em êxtase, grudado, no cavalgar de ilusões e fantasias que a minha cabeça rola e roda a todo momento, e de um simples quarto qualquer à beira da estrada, o castelo se faz real, se faz presente, se faz inteiro...
é meio assim onde nos amamos, nos entregamos, nos damos, onde o preço é alto, é fatal, é complicado, onde aos toques de nossas brincadeiras a gente se leva, se eleva, se completa, onde a cada batida de nossos relógios o tempo nos controla, nos persegue, não nos dá trégua...
mas é meio assim... onde numa cama, embora quadrada, redonda, de simples lençóis, recheadas de palavras e desenhos, a gente entra em nossa história, em nossa verdadeira vida, a gente vira ao avesso, se embebeda de prazeres, cantamos juntos a musica perfeita aos simples toques de nossas explosões aos nossos corpos bem juntinhos, coladinhos, molhadinhos, onde a cada gota de nosso suor a gente saca que não tem jeito, que o remedio é tomar até que se cesse, se acabe e a gente junto reza para que esse dia nunca se acabe...
é meio assim o nosso amor, onde meu eu tem a certeza que o pecado se esconde em seus cabelos loiros, em seu sorriso bem gostoso, em seus gestos meigos e doces, e do tentar que nos faz mais e mais nos entregarmos, a gente brinca, a gente se ama, onde simplesmente entendemos que somos meio assim, sem começo... meio... nem fim...
- cujo alguém é quem lê, né...
.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carnaval

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Bloco dos Desamados - por Luiz de Almeida Neto

Este ano não serão necessárias
as máscaras.
Seremos todos estranhos,
incógnitos ao fim da noite.
Os gritos poderão ser gemidos
em becos ou vielas,
e as bebedeiras podem virar desgraça,
ou algo maravilhoso,
na linha tênue do destino.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
Vai passaaar!!!
E blá-blá-blá,
passe lá o que quiser,
o bloco tá na rua
e pouco importa.

Seremos todos anônimos,
porque nesses tempos ninguém
vale mais que outro,
e ninguém vale muita coisa mesmo.
Mas não se aflija,
vai ser bom,
é bom de vez em quando
nos entregarmos.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
E não quero nem sabeeeeer!!!
Hoje minha feliciiiidaaade
vai inundar a cidaaaaaaade!!!

A cachaça vai inundar nossos corpos
e controlar nossas ruas,
e seremos não muito mais que bichos,
caçando nas esquinas,
trocando amores por mais goles,
brincando com a inocência alheia,
mostrando que se pode ser “legal”
afinal de contas,
isso é o carnaval.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
E vai, vai, vai
desceeendo!!!
Vai, vai, vai, rebolando...
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Solidão

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Promessa

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Haikais

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16 Anos - por Raquel Aiuendi

16 anos+1=17
Luas que luara minha vida
Presente numa comprida
Estrada que se torna curta
Se à memória não me furta
16 anos+1=17
De amor
Que você merece.
.

Carta para um Senador de Honra - por Vicenzo Raphaello

Porcos políticos encastelados em castelos medíocres, símbolos de vaidade provinciana.
Sob pele bexiguenta ou cabelos brilhantemente alisados circulam sob a empáfia de gestos e cabocla atitude feudal.
Escravagistas, posseiros, exploradores de mão-de-obra barata, como baratos são os dinheiros que retiram do cofre público com juros subsidiados, pagar a perder de vista e se vista não houver pagar não há.

Riqueza fácil
Vermes de uma instituição putrefata, que exalam o mau cheiro de cinismo criminoso.
Mestres de conchavos, onde cada um amarra seu rabo no rabo do outro e aí se protegem mutuamente (ilustríssimos companheiros).
Cada conchavo, menos escola, menos saúde, menos saneamento, menos pesquisa, mais morte, mais desesperança. (Aí um Beira Mar qualquer é aprendiz.)
Eleitos pela desinformação de um povo maltratado, inconsciente de que a origem da sua miséria gerada é por aqueles que por eles são eleitos.

Pobre País
Pobre País nas mãos desta corja que se perpetua no poder, à custa de migalhas como milho dado aos bois, cevando seu curral para deles tirarem a carne.
Pobre País cujas elites corruptoras alimentam os corruptos, num círculo vicioso que não se consegue romper.
Pobre País em que os escândalos passaram, como numa atitude fatalista, a serem aceitos; assim é,
assim será.
Pobre País em que ética não se sabe o que é, o que vem de cima é a lei de Gerson.
Pobre País dos apadrinhados e apaniguados que trocam o nome para parente não serem.
Pobre País em que a esmola conforta a miséria e alimenta a miséria.
Pobre País dos partidos anacrônicos que, no permanente jogo das cadeiras, os jogadores sempre são os mesmos.
Quando faltam cadeiras, aumentam-se as cadeiras.
O vizinho do norte tem muito a apreender aqui em nossas terras, a chave do segredo não é a perpetuação, mas a troca de mentirinha, aceita como o bom jogo democrático.

Senadores honrados, as mudanças estão em suas mãos, denunciem com fatos e provas que acredito possuírem.
O receio de retaliação ou processo não pode ser motivo de silêncio.
A coragem fica para a História.
A coragem é dignificada.
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Otimismo

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Segredo

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Céu

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Controle

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Velhice

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Máscara

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Sedução

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Natureza

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Dualidade

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Beleza

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Banho

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Brasil

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Pensamentos e Provérbios

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Ano Novo

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Novos Tempos

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Ovelha Desgarrada

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Violência

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Fases

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Criação

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O Quarto

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A Vida Continua...

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Amanhã

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Convite

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Vinte Anos Depois - por Vicenzo Raphaello

Tinha beleza
olhos negros
boca linda
corpo mignon
movimento arisco

Vinte anos depois
a moldura
da tua boca
dos teus olhos
mudaram
teus movimentos
estão vinte anos mais lentos
.

Escrever - por Vicenzo Raphaello

Dei pra escrever
difícil
pois
nem um memo consigo
quanto mais poesia

Talvez
até um dia possa juntar palavras
e em texto
o abstrato transformar
em elegantes metáforas
e o concreto formar

Me assusta porém
talento não ter
e aí
parar de escrever.
.

A Você - por Zuzza

... queria apenas me desculpar por todo o tempo que não pude estar ao seu lado,
o quanto eu realmente gostaria me desculpar pelas palavras que não tive coragem de lhe dizer pessoalmente,
me desculpar por aquelas noites em que a lua resolvia ir embora,
me desculpar por entre as vezes em que o Sol resolvia acordar cedo e eu então tinha que me ir,
me desculpar pelo tempo, por ter lhe conhecido tão agora, tão presente,
me desculpar pelo frio, onde às vezes eu não estava contigo bem aí ao seu lado contigo abraçado para um pouco lhe esquentar
me desculpar pela minha infantilidade, pela minha insegurança
me desculpar pelos meus sentimentos que às vezes acho que te sufocam
... Me desculpar simplesmente, por não ter pedido mais desculpas...
me desculpar por entre aquelas horas, em que atrasado eu chegava,
por aquele beijo mal dado,
por aquele simples abraço, que por entre meus anseios, não foi para ti o suficiente
me desculpar pelos sonhos em que eu não fiz parte
me desculpar simplesmente por te amar
... meio assim, sem início, meio nem fim ...

.

Urgência - por Giovani

Essa urgência é diferente,
Das urgências de outrora;
Essa urgência é mais urgente,
Tão urgente que me afoba.

Me afobo por em teu beijo pensar,
Doce como nada que provei;
Desses lábios que me fazem desejar,
Ser tudo que jamais serei!

A urgência que sinto é outra,
É urgência dessa vida deixar,
Para em outra vida retornar...

Quem sabe noutra vida serás minha,
Fazendo dessa urgência repentina,
Apenas urgência de te amar?
.

Recomeçar

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Não sei como começar... - por Ana

Não sei como começar... Então vou direto ao ponto: Mãe, você não presta!
Quando eu era criança, roubava minhas balas, torturava meu papagaio e afogava meu preá.
Quando eu era adolescente, roubava minhas roupas, torturava meus namorados e afogava meu coelho.
Quando me tornei adulta, roubava minhas amigas, torturava meus cachorros e afogava meu canário.
Agora que sou velha, rouba minha dentadura, tortura meus gatos e afoga minha tartaruga.
Se você não parar com isso, vou assaltar o seu barraco, dizimar as suas éguas e asfixiar os seus micos de estimação.
E, na sua morte, vou quebrar a sua urna, sujar as suas cinzas e varrer tudo pra baixo do tapete.
.

Não Desista... - por Anônimo

Extraordinária lição traz esse poema, me lembra Santo Agostinho, um pouco de Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios. A luta entre o bem e o mal, mal esse tão sutil que nos torna quase alvos facilmente atingíveis...
Amiga Ana, também não sei trair, mas explico: não sei trair os outros, a mim mesmo eu traio a toda hora, me machuco, me penalizo...
Mas existe um dom que poucos conhecem... não é dito na igreja, nem no exército... o dom de querer o “impossível”... Assumir erros não é sinal de fraqueza, é sinal de que quer buscar a perfeição, caminho difícil, quase impossível nos dias de hoje. Quem dele não desiste pode até morrer por isso, mas se no caminho morrermos contamos com a misericórdia do Pai, que nos conduzirá não por nossos méritos, mas por nosso desejo de acertar, ao paraíso e à perfeição...
Não desista, não desista... não desista...


Resposta à Traição, de Ana.
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Apenas Algumas Palavras - por Zuzza

(...)
Às vezes nos deixamos nos levar por sonhos, simples sonhos, que em nada fazem sentido, sem nenhuma promessa, meio assim como nada a nos oferecer, nada a nos dar, sem significado nenhum, mas sonhamos com o perfeito e, deste perfeito, que alguém chegue e que nos dê somente um pouco de atenção, um pouco só de amor, um pouco apenas, pelo mínimo que se possa dar; apenas algumas risadas, algumas simples palavras, palavras assim sem serem pensadas, sem serem elaboradas, apenas simples palavras, que cheguem e preencham um pouco da solidão que há por dentro de nós, e sonhamos acordados com um pouco de conforto, com um ombro amigo que apenas nos diga boa noite, e que desta boa noite soe um simples beijo, um beijo mal dado, um beijo até roubado, mas que nos conforte um pouco, que nos mostre pelo menos uma pequena luz a nossa realidade para cobrir um pouco do mundo frio e solitário.
Às vezes nos enganamos por deixar e fechamos nossos olhos para um pouco sonhar acordado, sonhar com alguém, que de tão longe se possa sentir o seu perfume pelo ar, que deixe o vento a acariciar, como que sendo tocado, como sendo levado, voando e voando num sentimento sem fim, mesmo sem do lugar sair, mesmo sem asas, e então deste mágico instante, como conto de fadas, voltamos à Terra do Nunca, de novo somos crianças e nos deixamos levar, por horas e horas a fio, e da realidade que em fração vem em segundos, novamente acordamos.
E então nos vemos de novo na vida real.
E entendemos que estamos amando a uma pessoa.
(...)

Física Quântica - por Raquel Aiuendi

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Quanto mais física
Mais quântica terá.
.
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Possível Paraíso - por Kbçapoeta

Sabes, eu acredito na outra vida
uma em que o corpo não pereça
onde não exista cobiça
e o sexo oposto seja inexistente
em vez de sexo oposto
seja o sexo complementar
onde os canastrões não ganhem as melhores meninas
e elas tão inocentes não sofram
o bruto sempre será surrado
quando um surto de violência passar em sua mente
a mentira seja como uma língua arcaica que não existe mais
os jornais não contarão mais tragédias apenas piadas
e o sofrimento será mérito apenas da arte na dramaturgia
- Dinheiro? o que é isso?
Dirá qualquer cidadão de bem
política será vista como um atributo
apenas um instrumento arcaico de épocas remotas
e o sorriso terá todos os dentes
e das bocas sairão os melhores perfumes
e as mais lindas palavras
não existirão mais cidades
e sim, paraísos
.

Além do Material - por Alba Vieira

Tudo no universo emana energia que interage com a energia de outros seres animados ou inanimados. Estamos ligados em teia a tudo o que existe, influenciando e recebendo influências continuamente e a resultante deste processo mostra o padrão ondulatório de cada ser, que é único, sendo, portanto, mandatório, na sua avaliação, individualizar.
As pesquisas mais recentes comprovam que nada ocorre no universo sem que haja repercussão disto para todos e estas alterações no padrão energético hoje já podem ser quantificadas.
A aplicação prática desta lei é conscientizar que somos sempre afetados ao mesmo tempo que afetamos os outros seres e coisas e a própria natureza, simplesmente existindo, o que aumenta nossa responsabilidade e abre nossos olhos para ter cuidado com energias que sentimos que nos afetam e nem sempre conseguimos determinar a origem do agente no mundo material. É necessário ampliar a mente e usar a intuição.
As alterações de humor em cada um de nós, por exemplo, muda nosso padrão ondulatório e ao interagir com o padrão de alguém de nossa família, do nosso trabalho ou mesmo com aqueles que passam por nós na rua, no metrô, dentro dos coletivos etc., modifica o padrão destas pessoas. Por exemplo, se fico irado e saio para trabalhar deste jeito, acabo sujando a aura de outras pessoas.
Sabemos, intuitivamente, que isto ocorre quando nos sentimos diferentes em contato com outra pessoa - seja para melhor ou pior -, entretanto, devemos estar atentos para o fato de que não só modificações internas, mas também externas, ambientais, irão nos atingir e que esta influência não se restringe aos seres vivos, ocorrendo, também, a partir de seres inanimados.
O interessante, no que se refere a este conhecimento, é entender que, já que esta rede de influências existe e é permanente, podemos usá-la de forma positiva para agir intencionalmente, através da concentração do nosso pensamento, para melhorar qualquer aspecto da realidade.
Hoje, comprovadamente, podemos usar as curas a distância, nos valendo, inclusive, do poder curativo da oração. E isto é científico na concepção quântica do universo.



Visitem Alba Vieira
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The End - por Zuzza

(...) hoje me encontro triste, triste por saber que de mim você se foi e que, por mais que eu tente, o tempo não mais volta como antes era, triste por saber que aquela nossa linda estrada, que um dia trilhamos juntos, já tenha desaparecido com o passar do tempo, que aquela nossa estrela que lá no alto brilhava, como sendo testemunha de nosso amor, já não mais brilha como outrora.
Me encontro só, me encontro sozinho, deixando o tempo passar por mim, deixando sonhos me agonizarem por dentro, me encontro distante da realidade do que eu um dia vivi ao seu lado, onde, com o passar do tempo, meus cabelos brancos me trazem à tona a realidade de um passado bem distante que já se foi. Me encontro só em nossa casinha branca que, com todo o nosso amor, foi construída entre nossos sonhos e desejos; paro o tempo ao me sentar naquele mesmo banquinho de madeira que antes sentávamos todas as noites a estrelas contar, ao olhar a lua e fazermos jura de amor e, do fato presente, deixo a lágrima escorrer ao meu rosto num pranto de saudade e dor, e fecho os meus olhos ao imaginar nossos filhos, que nunca tivemos, a correrem sobre o campo aberto.
Onde da noite afora que se chega, sem nada mais a fazer, abraço-me ao frio da madrugada e deixo o amor em meu peito um pouco me esquentar, me iludindo, cada vez mais e mais, que você ainda se encontra ao meu lado, e deste calor de meus sentimentos, neste momento eu não mais choro, não mais sinto medo do mundo, não mais sinto sequer o frio do vento gelado ao bater de encontro a minha face.
(...) hoje me encontro um sonhador, mas não como antes, me encontro realista, maduro, e de tantas histórias lindas que passei ao seu lado, minha mente não se esquece de nenhuma; por mais que o tempo ande depressa, hoje me encontro distante da realidade do que um dia eu vivi ao seu lado, distante dos sonhos que um dia juntos tivemos.
(...) hoje me encontro triste e sozinho, mas ainda tenho sonhos que me sustentam pelo pouco que me resta, e ainda tenho forças de conseguir os meus olhos fechar e sonhar um pouco acordado, que você ainda continua aqui, bem ao meu lado.

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