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Eróticos.)




domingo, 20 de outubro de 2013

Folhetim da Periferia - por Vicenzo Raphaello (Erótico)

Odete no telefone.
- Vem ele acabou de sair, tá indo pra Nova Iguaçu, só volta à noite.
Lá vai ele apressado, foi uma sorte reencontrar aquela mulherão após tantos anos, era o tipo da gostosona, seios fartos, cintura quase fina e a bunda, que bunda, bunda de tanajura, que esconde, lá, uma aranha que quando se agita é loucura só.
Ele estava em casa sem nada fazer, na verdade pouco fazia, vivia de um bico aqui outro ali, mas mais de pequenos golpes em cima de mulherada já mais pra lá do que pra cá. Michê de periferia.
Odete ainda menina mostrava curiosidade por aquilo que os meninos tinham pendurados entre as pernas, divertia-se em brincar com os escondidinhos que cresciam quando neles tocava, aprendera desde cedo a gostar de sentir a excitação que provocava na molecada, aquele calor e sabor na sua boca e a esguichada que vinha depois era divertido.
Crescera, agora galhinhona do pedaço, vivia cercada de marmanjos, mas casamento nem pensar, era mulher falada.
Temperamento alegre, despachada, adorava dançar, vez ou outra ia a um salão de baile onde era soberana, faziam fila para com ela dançar, divertia-se vendo o sufoco de seus parceiros para disfarçar o volume que crescia sob as calças, era o sucesso do pedaço.
Fora ali que conheceu Orestes, sujeito tímido já nos seus cinquenta e tantos, dono de uma calvície precoce que lhe acentuava a idade, esguio com um início de uma barriga a avolumar sob a camisa. Funcionário público concursado, cheio de mesuras e gentilezas, próprias de quem passara a vida submisso para manter o cargo, assistente do chefe de gabinete, “o faz tudo”.
Homem só, viera da Bahia, parentes não tinha, amigos eram poucos, conhecidos na verdade, mulheres só aquelas do trabalho, mantinha-se distante e respeitoso, apesar de pensar em algumas quando aliviava-se com uma Playboy na mão, era virgem aos cinquenta.
Seu prazer estava nos bailes dos sábados, lá num salão da Cinelândia, sentado na mesa da pista ficava a olhar os pares dançando, na expectativa de ser convidado para uma rodada, era uma espera permanente.
Até que surgiu Odete que, despachada, tirou o solitário para uma dança, foi encanto na primeira roçada, Orestes vermelho não conseguiu esconder a excitação e a mancha que crescia na calça, Odete divertida provocava mais.
Foi o passo para ela juntar suas coisas e morar com ele, ganhou estabilidade, perderam-se as revistas. Orestes, limitado por seus pudores e respeitos, não avançava mais do que o papai e mamãe, Odete, conformada, era o receptáculo daquela relação.
Daí, foi um passo para ela reencontrar o Edu de outros tempos, e conversa vai conversa vem acabaram atracando-se na cama do Orestes, durante o expediente do infeliz.
- Amor, hoje vou até Nova Iguaçu, volto tarde.
- Tá, vai com cuidado.
Ele sai, ela pega o telefone.
- Vem rápido, ele viajou e volta tarde, temos mais tempo.
Edu chega apressado, Odete o espera vestindo uma camisola que nada cobria, despertando fogo no garanhão, aos beijos e apertos vão para o quarto, iniciando uma luta fingida dele querer a tanajura e ela negaceando.
Entre mordidas, chupões, tapas e gemidos ele pede:
- Me dá a tanajura.
- Só se você pagar.
- Pago, pago, mas dá logo.
- Quanto?
- Não me atice, a vara vai estourar.
Silêncio.
Escutam a porta do apartamento se abrir.
- Melou, disse ela, num pulo fecha a porta do quarto.
- Du, pega tua calça e pula a janela.
- Queridaaa tô aqui, esqueci um documento.
- Ô Odete são dois andares, diz ele indeciso sentado no peitoril da janela com a calça e sapatos nas mãos.
- Pula rápido, e dando um tranco, o infeliz despachado é dois pisos abaixo.
- Amor acorda, abre a porta.
- Ai, ai quebrei a perna, fica o outro gemendo se arrastando tentando se recompor com as roupas que caíram com ele.
- Ô amor te acordei, mas era preciso, meu documento ficou aqui.
- Ai, ai vem o gemido lá do pátio.
- Odete, tem alguém gemendo lá no pátio.
- É o gato da vizinha, deixa pra lá.
- Ai, ai, huummm como dói.
- Odete gato não fala, diz ele indo em direção à janela. Odete tem um homem com a perna quebrada, vou lá.
- Esquece, olha teu documento aí, e vai senão você perde o ônibus.
Orestes sai do quarto e vai ao pátio.
- O que aconteceu? Posso ajudar?
- Sim, diz o quebrado, pega lá meu sapato e me ajuda aqui, aquela tanajura do segundo me empurrou da janela pra escapar do flagra do corno do marido, que chegou na hora errada.
Orestes, lívido, cerra os punhos e manda uma porrada quebrando as fuças daquele já estropiado. Arrasado sobe, encontra Odete aos prantos sobre a cama.
- Sua vadia porque? Com o cinto nas mãos parte para cima dela e no seu descontrole Odete descobre o homem que se escondera por tantos anos atrás dos seus preconceitos e respeitos, entre xingamentos, cintadas e bofetadas segura as pernas da tanajura levando os joelhos até os seios, expondo aquele escuro marisco como nunca antes houvera visto. Come-o por traz, pela frente, enfia onde enfiar ele podia, em pé ela ajoelhada é obrigada a sugar toda a raiva que vinha daquele frustração.
Exaurido, Orestes ajoelha-se e chora abraçado em Odete que não chora mais.
A viagem ele perdeu.
Odete alegria ganhou.
Edu coxo ficou.

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