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terça-feira, 25 de agosto de 2009

De Volta ao MC Créu - por Fatinha

Querido Brógui:

Correndo o risco de ser repetitiva, preciso novamente voltar ao assunto da edição passada: MC Créu.
Hoje, enquanto gastava o meu já combalido cérebro lendo pela nogentésima vez o que é uma intervenção de terceiros, escutava a trilha sonora de uma festinha de aniversário. Só coisa boa: começando por axé, passando por pagode e acabando em funk. Adivinha qual era a música repetida ad nauseam? A tal da música do Créu. Não tenho a menor ideia de qual seja o nome dessa pérola (se é que tem nome), mas acho que tanto faz.
Sim, finalmente fui apresentada a essa ode à indigência cultural. E novamente me deparei com a constatação de que todo castigo pra corno é pouco. Não bastasse estar enfurnada em casa num domingo chuvoso estudando Processo Civil, ainda tive que aturar o tal do funk estuprando meus ouvidos.
Minha mente filosófica filosofou: como pode um cantor (que não canta) fazer sucesso com uma música (que não é música), que tem uma letra composta por apenas uma palavra (que não é palavra), com uma melodia pobre (que não é melodia), tendo como partner uma dançarina (que não é dançarina) dançando uma coreografia (que não é coreografia)?
Difícil essa pergunta, não?
Eu não cheguei a nenhuma conclusão a não ser a de que esse mundo está perdido. De qualquer maneira fiquei curiosa. Preciso ver a fuça desse gênio que consegue ganhar dinheiro na maior cara de pau tendo como único trunfo a burrice alheia e a bunda da Mulher-Melancia.
O que vale é que essas coisas são sazonais. Daqui a pouco todo mundo esquece que essa criatura veio à Terra e ela voltará para as profundezas de onde nunca deveria ter saído.



Visitem Fatinha
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As Nossas Palavras XXIV

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Wordle: As Nossas Palavras XXIV
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Imagem: Wordle
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Provérbio Inglês em As Nossas Palavras XXIII - Enviado por Adhemar

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A beleza pode abrir portas, mas somente a virtude entra.
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Visitem Adhemar
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Há Coleira À Vista - por Ana

(Paródia de “À Primeira Vista”, de Chico César)

Quando não tinha nada, ocorreu
O tapa na orelha, ofendeu
Quando desafiei, se escondeu
Faltou-lhe coragem, tremeu

Quando a coisa fedeu, distraiu
Com o Parmegiana, encobriu
O roxo do olho, fugiu
Do Duelochat e ganiu...

Quando implicou, eu vim
Quando procurei... Tava aqui?
Quando lhe achei, combati
Quando vi você, arrebentei...

Amarelô o Gio! É vaia! Vaia!
E a Ana a massacrar o tantã...
Ohhh!
Amarelô o Gio! É vaia! Vaia!
E a Ana a massacrar o tantã...
Ohhh!



Resposta a A Primeira Rixa, de Gio.
Referências: comentário de Gio em Escrevinhadoce, de Ana;
Parmegiana, de Gio;
Duelochat entre Gio e Ana;
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Jaula para a Fera, Gaiola para a Presa - por Gio

Ana, por favor, peço: um pouquinho
Tu, agora, vais ter que esperar
Acabou o meu tão útil bloquinho
E agora, como vou te desenhar?

Novamente tu entendes tudo errado
Nas palavras desse seguidor de Ghandi
Talvez agora esteja explicado
Porque o duelo aqui tanto desande

Ou, talvez, entenda como convir
Adultera para poder responder:
Se o cara diz, na frase, “pode vir”
Logo entendes “Tô pensando em correr!”

Não chamei tuas respostas de fracas
Só apontei - não fazem sentido algum
Pare de fazer pirraça, maritaca
Sabes que só reclamei do dois-a-um

E foi esse o meu ponto de discóridia
Apelares, sempre em caso de medo
Esgotou o tempo e a misericórdia
Resta a paciência, esse é o segredo

Paciência para lutar contra alguém
Que ao levar, se esconde atrás da dinda
Desaforos, descarrega mais de cem
Depois corre, esperando um “Criança linda!”

Vejo, o teu dom mesmo é pra piada
Do Duelo deves desistir, guria
Antes que o negócio vire palhaçada
Retome a função de “Doutora Alegria”

Mas, se caso optares por ficar
E chamares mais reforços, venha então
Só depois, não te botes a chorar
Quando estiver estirada no chão.



Resposta a Jaula pro Mongim..., de Ana.
Referência a Fantasia, de Ana.
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Clarice Lispector e os Defeitos - Citada por Alba Vieira

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Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
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Bruna Lombardi em “Descrição II” - Citada por Penélope Charmosa

Ela tem uma espécie de luz quando caminha pela casa.
É cristalina, um mar que a gente olha e vê o fundo, o
olho dela. Sempre de branco fica zinzando pela casa
distraída, coisas inúteis, coleções de búzios, de
desenhos, bugigangas, nomes para as coisas e esse
jeito de sentar-se sobre as pernas, como se pensasse.
Às vezes mãos no bolso. Mas quase sempre um livro,
umas tintas, um bichinho, uns papéis, uma fruta,
umas bobagens, ou. Sempre nas mãos alguma coisa
sem motivo.
Animalzinho leve demais para enfrentar o vento, que
se encosta e se espreguiça, que se enrola e se enrosca,
mimada pela vida, sensual, comodista.
Insensata até as lágrimas, feroz sem se dar conta,
cruel sem percebê-lo, bicho de garras pronto pro
bote, frívola, caprichosa, egoísta, mas com uma
responsabilidade grave, aguda e maternal como todas
as mulheres.
Frágil de se olhar, mas força interna, de orgulho e de
arrogância e dessas sabedorias estranhas de intuir, de
adivinhar de repente coisas impossíveis, só pelo
gosto de me deixar perplexo.
Olhar de quem tem parte, alma de bruxa. Dona do
absurdo e de toda fantasia. Cúmplice de toda
extravagância e de toda sorte de inventos. Conversa
com as coisas, gosta de sapos. Mágica como um
feitiço, bonita como um mistério.
Não é coisa desse mundo, é uma intrusa. Uma maga
com poderes secretos e perigosos, que desafia todas
as leis.
De repente coisa séria, antiga, profundamente
conhecedora, misturada com o sofrimento, marcada
desde sempre pelo traço inconfundível da fatalidade.
Orgânica. Uterina. Humana até o desespero.
Subitamente tem um reino e todas as coisas lhe
obedecem.
E depois ri. E quebra tudo com seu riso, a unidade,
a expectativa, o silêncio, a rotina, a sensação de
morte e o termo indivisível. Uma quebra o seu riso.
Uma ruptura.
Seu riso natural de água, de fogo, de graça, de
malícia, de irresponsabilidade desaba sobre nós que
temos medos.



In “No Ritmo Dessa Festa”.
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