Eu poderia dar o nome de vida
a esse despenhadeiro para a morte.
Não revolver a terra,
nem lançar a semente,
não burilar o seixo
ao sabor da corrente.
Desprezar meu madeiro,
inventar nova sorte.
E nessa estranha vertigem eu poderia
estrangular a voz do sentimento
ao som dos falsos guizos,
na folia das máscaras
de mentirosos sorrisos.
Toldar a luz do bem,
A transparência da alma e o véu do pensamento.
Eu poderia ignorar a fonte
De infinita doçura e do amor universal
Calando a consciência
Na erosão dos sentidos,
No conteúdo das taças
Do vinho em efervescência
Numa atração incoerente pelo erro fatal.
Mas não teria, porém, no caminho de volta,
Uma só flor sequer da colheita outonal;
Vazios, os meus braços.
E não haveria uma bandeira branca
Desdobrada, ao transpor minha reta final.
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O bioma no universo paralelo
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Querido Brógui, Tentando minimizar os efeitos desastrosos da boquinha
nervosa com tempero de festas de final de ano e molho de férias, fui dar
uma leve cam...