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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Por Quem Os Sinos Dobram, de Ernest Hemingway - por Ana

 
Já tinha lido "O Velho e o Mar", de Hemingway, que recebeu o Nobel. Gostei do livro. Então resolvi ler "Por Quem os Sinos Dobram", esperando que fosse, pelo menos, bom. Mas não foi o que ocorreu, infelizmente.

Minha impressão foi tão ruim que li todas as resenhas do
Skoob e todos os comentários e sinopses que encontrei na internet, antes de escrever a minha, a fim de verificar se eu estava sendo exigente demais ou havia perdido algum sentido infinitamente profundo e oculto na obra... Vi que não, e mais: outros tiveram a mesma impressão que eu. Então... o que achei?

Concordo com guibre quando diz, em sua resenha no Skoob
, que os diálogos do romance (a la Sabrina) tornam o livro extremamente enfadonho e de baixa qualidade. Se a intenção foi apontar a contradição entre a imaturidade emocional do protagonista e sua capacidade profissional, bastava uma página (ou meia) de conversação amorosa.

Concordo com Ricardo, também do Skoob,
 quando diz que a narrativa ganhou ritmo após o início das descrições das ações. Mas logo desacelerou, pois continuou mesclada com diálogos amorosos.

Foram mais de 300 páginas cansativas, para se chegar a um final que trouxe vestígios do autor de "O Velho e o Mar", num texto que se pode chamar, em alguns pontos, de literatura, realmente. A ideia que ficou foi a de que as últimas páginas foram o ponto de partida para o recheio, e que o autor não soube construir um bom livro na ordem inversa.

Algo me chamou muito a atenção: quase todo o tempo, tive a noção exata de que estava lendo sobre espanhóis através da visão de um norte-americano. Eles eram híbridos (retratados americanizadamente), simulacros, aguados, superficiais, com raros trechos que fugiram a esta regra. Em poucos momentos senti a força da fala e da forma espanhola de ser.

Em suma, o melhor do livro é o título.
E não é à-toa que em quase todos os comentários a respeito da obra o que mais se lê é a citação de John Donne (aquele que escreveu o poema que foi usado por Caetano Veloso na música "Elegia"). É o que possui, efetivamente, maior valor literário.

Mas descobri, ao final da leitura, que a questão não é por QUEM os sinos dobram, mas pelo QUE: o próprio livro.
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Meu Amigo Pedro - Raul Seixas & Paulo Coelho - por Kbçapoeta



      Clássica música dos geniais Raul Seixas e Paulo Coelho, a letra da canção trata das diferenças de visões de mundo e conflito de gerações.
      Raul dedica esta canção ao seu irmão Plínio, que, diferente de Raulzito, tomou um rumo mais “normal” na vida.
     Por outro lado, a concepção da letra teve a importantíssima colaboração de dom Paulete (apelido dado por Raul a Paulo Coelho), o lendário parceiro do maluco beleza.
     Pelo lado de Paulo, a canção expõe a conturbada relação de amor e sofrimento que o mago teve com seu velho e imponente pai, o senhor Pedro Queima Coelho.
     Na infância, adolescência e até no início de sua juventude, o velho Pedro não conseguia entender o universo do seu esquisito filho, chegou a internar o futuro escritor em uma clínica psiquiátrica com tratamento muitas vezes a base de eletro choque.
     No documentário Raul- o início, o fim e o meio, Plínio Seixas afirma que tal música fora feita para ele, e que gosta da mesma.
     Na biografia “O mago”, de Fernando Morais, ele revela que a letra fora feita para o pai de Paulo Coelho, o senhor Pedro Queima Coelho.
     Óbvio que o nome Pedro fora devido ao parceiro de Raul ter criado o “esqueleto" da letra, mas, Raulzito colocou elementos e a parte musical para assim também estender a música ao irmão mais novo, e assim, transformando “Meu amigo Pedro” em uma obra de arte, pois, um dos pilares da arte é sua plurissignificância.
    “Meu amigo Pedro”, composta nos anos 70, período que Raul e Paulo mergulharam de cabeça na “Lei de Thelema” , porémque resultou em esta grande composição para a música popular brasileira e também para o rock and roll brasileiro, ou, como preferia o baiano, um ye ye ye realista.


MEU AMIGO PEDRO

Música: Raul seixas

Letra: Raul seixas e Paulo Coelho

Lp: Há 10 mil anos atrás

Ano:1973



Muitas vezes, Pedro, você fala

Sempre a se queixar da solidão

Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro

É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia

Sem saber se é bom ou se é ruim

Quando quer chorar vai ao banheiro

Pedro, as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso

Ou me queimo torto no inferno

Eu penso em você, meu pobre amigo

Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Mas tudo acaba onde começou

Tente me ensinar das tuas coisas

Que a vida é séria e a guerra é dura

Mas se não puder, cale essa boca, Pedro

E deixa eu viver minha loucura

Lembro, Pedro, aqueles velhos dias

Quando os dois pensavam sobre o mundo

Hoje eu te chamo de careta, Pedro

Que você me chama vagabundo

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Mas tudo acaba onde começou

Todos os caminhos são iguais

O que leva à glória ou à perdição

Há tantos caminhos, tantas portas

Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer

Mas não me critique como eu sou

Cada um de nós é um universo, Pedro

Onde você vai eu também vou

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Pedro, onde 'cê vai eu também vou

Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou



Compositores: Paulo Souza / Paulo Coelho De Souza / Raul Seixas / Raul Santos Seixas

Letra de Meu amigo pedro © Warner/Chappell Music, Inc





                                                                         Visitem Kbçapoeta

domingo, 29 de dezembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira


Ainda no útero da montanha há apenas um rio.
Em corrida para a foz, os rios são muitos.
Sumindo no mar, tornam a ser um.
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sábado, 28 de dezembro de 2013

Mário Quintana e as Indagações - Citado por Penélope Charmosa

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A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.



In “Do Caderno H”.
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Post Inesquecível do Duelos - Indicado por Ana

Indico este post como inesquecível do Duelos, pois é mais uma obra-prima do Moita. Lindo, perfeito, tocante!... Você está fazendo falta por aqui, mestre! Um abraço.



AO FILHO QUE NÃO NASCEU
(MOITA)

Minha mulher esperando
por sete meses seguidos.
Muitos nomes sugeridos
e a espera aumentando.
Coração desfibrilando,
o cérebro no apogeu.
Até que aconteceu
a morte do prematuro.
Todo amor dedico, eu juro
ao filho que não nasceu.

Dois filhos eu adotei
para ver se reparava
aquela tremenda trava
que com amargura fiquei.
Nada melhor encontrei
dentre o que aconteceu.
A família esqueceu
daquilo completamente.
Dedico-os como um presente
ao filho que não nasceu.




Visitem Moita
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mário Quintana e a Carta - Citado por Penélope Charmosa

Quando completei quinze anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na minha vida.



In “Do Caderno H”.
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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Mário Quintana, Lógica e Linguagem - Citado por Penélope Charmosa

Alguém já se lembrou de fazer um estudo sobre a estatística dos provérbios? Este, por exemplo: “Quem cospe para o céu, na cara lhe cai”. Tal desarranjo sintático faria a antiga análise lógica perder de súbito a razão.



In “Do Caderno H”.
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domingo, 22 de dezembro de 2013

Pedro Paixão e o “Quarto 909” - Citado por Violeta

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“O quarto é o 909. A porta fica aberta. Quando chegares, entra.” E deitei-me sobre a cama, duas almofadas debaixo da cabeça, um livro de poesia nas mãos. Por mais que tentasse ler, regressava sempre ao mesmo verso, “porque aqui não se pode amar, senão deixar-se amar”, por me parecer mesmo verdade e ficar a pensar nisso ou porque a ansiedade me imobilizou qualquer gesto. Eu estava à tua espera há muito tempo, é bem verdade.
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Pintura: “quarto”, de Violeta
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.Excerto do capítulo “Quarto 909”, do livro “Amor Portátil”.
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sábado, 21 de dezembro de 2013

Chove Frio - por Ana

Chove de forma pequena e lenta; chuva que chora; que impede o sol, não permitindo o dia plenamente iluminado; que embaça as cores e as formas de maneira pouca, mas suficiente para determinar um certo distanciamento. Chuva gelada, que pesa no amontoado de suas ralas gotas, mais por perdurar e ser insistente do que por fazer barulho, alardeando sua presença. Chuva quase silenciosa... incômoda para quem sai e triste para quem fica.
Eu gosto de chuva, amo esta refrescante manifestação da natureza, mas sei que hoje muitos cariocas estão, mais do que nunca, desejando o sol para derreter a solidão fria que brota destes pingos que congelam dentro de cada um como estalactites em grutas indefesas.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mário Quintana e os Escritos - Citado por Penélope Charmosa

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Se é proibido escrever nos monumentos, também deveria haver uma lei que proibisse escrever sobre Shakespeare e Camões.



In “Do Caderno H”.
William Shakespeare, Luís Vaz de Camões

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Reencarnação: reivindicando o seu passado, criando o seu futuro, de Lynn Elwell Sparrow - por Alba Vieira

 
Livro excelente que coloca a reencarnação como instrumento a possibilitar o crescimento pessoal e espiritual, indo além dos conceitos filosóficos e teológicos.
A autora se baseia na obra de Edgar Cayce, um dos maiores médiuns do mundo.
Aborda a filosofia da reencarnação. Apresenta as leis do carma (lei da continuação, das consequências, do retorno positivo e do equilíbrio). Mostra como usar e despertar as memórias de vidas passadas para o autoconhecimento e aprimoramento da alma. Fala das possibilidades de conhecer as vidas passadas, seja através de leituras mediúnicas, regressão por hipnose ou por caminhos não hipnóticos como imaginação criativa, meditação ou devaneios. Acrescenta ainda o acesso através do déjà vu, dos sonhos ou mesmo observação cuidadosa de experiências da vida diária.
Mas, o aspecto mais interessante da sua obra é chamar a atenção para a consciência de Cristo ou seja, estar aberto para a ‘graça’, que é algo que está impresso na mente profunda de todos nós e pode ser despertado pela vontade e que permite que façamos nossa evolução espiritual através da aceitação da nossa unidade com Deus. Isso permite que alcancemos a harmonia, o equilíbrio fazendo jus à nossa natureza espiritual, através da pura aceitação dessa verdade, não precisando mais alcançar o equilíbrio pelo ensinamento da lei de causa e efeito (carma).
 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Friedrich Nietzsche e a Moral do Agir - Citado por Penélope Charmosa

Não acusamos a Natureza de imoral, se ela nos manda uma trovoada e nos molha: porque chamamos imoral à pessoa que prejudica? Porque, aqui, admitimos uma vontade livre exercendo-se arbitrariamente; ali, uma necessidade. Mas essa distinção é um erro. E mais: nem em todas as circunstâncias chamamos “imoral” mesmo ao ato de lesar com intenção; por exemplo, mata-se deliberadamente um mosquito, sem hesitação, apenas porque o seu zumbido nos desagrada, castiga-se com intenção o criminoso e inflige-se-lhe sofrimento, para nos protegermos a nós e à sociedade. No primeiro caso, é o indivíduo que, para se manter ou até para não se expor a um desagrado, faz sofrer intencionalmente; no segundo, é o Estado. Toda a moral aceita que se faça mal de propósito, em legítima defesa: ou seja, quando se trata da conservação de si próprio! Mas estes dois pontos de vista bastam para explicar todas as más ações cometidas por seres humanos contra seres humanos: ou se quer prazer para si ou se quer evitar desprazer; em qualquer dos sentidos, trata-se sempre da conservação de si próprio. Sócrates e Platão também têm razão: seja o que for que o homem faça, ele faz sempre o bem, isto é, aquilo que lhe parece bom (útil), consoante o grau da sua inteligência, consoante a respectiva medida da sua racionalidade.



In “Humano, Demasiado Humano”.
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sábado, 14 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BRILHO NO OLHAR - por Kbçapoeta


Certa maneira de olhar
Revela-se estranhamente
Quando
A luz do seu olhar reflete no meu

Foi assim que meu olhar
Percebeu o seu

Naquele átimo você sorriu
Corou
Pois o brilho
Dos meus olhos


Era a luz que desejavas


Visitem Kbçapoeta

domingo, 8 de dezembro de 2013

Para Ler Como um Escritor: um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los, de Francine Prose - por Alexandre

 
 

 
Vale a pena ler


O começo do livro foi para mim um tanto monótono, mas depois que comecei a encontrar verdadeiras preciosidades de observações sobre como grandes autores criavam suas obras, passei a dar mais valor ao livro.

Gostei muito do que encontrei no capitulo Dialogo. Aprendi muito. Não pensei que um dialogo pode nos transmitir tantas coisas. Ou mesmo os Gestos, uma vez apropriados podem salientar certas características de um personagem.

Mas o que mais gostei de ler foi o capitulo Aprendendo com Tchekhov e Ler em busca de coragem. O primeiro nos mostra que Tchekhov lidava muito bem com detalhes, descrições e o método de envolver o leitor — habilidades marcantes. Em Ler em busca de coragem, encontramos motivações para enfrentar as dificuldades que o escritor encontra frequentemente: a insegurança de começar um livro, os processos complicados da edição estética do livro do escritor iniciante, o medo das editoras e o mais temível — pelo menos pra mim— a divulgação. Pois um livro que ninguém conhece, ninguém compra, ainda mais se não aparecer no Jô — rs. Permitam-me citar um trecho do referente capitulo: “Se a arte exigiu a vida de (Issac) Babel, podemos certamente enfrentar qualquer inconveniência ou esforço que pareça exigir de nós.”

Sinto-me encarregado de impugnar o “acréscimo à edição brasileira de Italo Moriconi” por ser enfadonha e especulativa. Concordo que os leitores brasileiros iriam se familiarizar com a obra mais facilmente com algum comentário sobre nossa graciosa literatura. Mas Moriconi o fez de forma desagradável. O digo por “seu capitulo” se perder em reflexões que, a essa altura do livro, são desnecessárias por já terem sido citadas por Prose. (Se quiserem podem ver meu comentário sobre isso no meu histórico de leitura, do mesmo livro.)

Nossa, que resenha grande! Vamos terminar logo então.

Recomendo Para Ler Como um Escritor pois nos dá uma visão muito ampla sobre as opções que temos para escrever romances e contos. Mesmo que “de cara” seja chato, insista. Mesmo que não goste do capítulo do Moriconi, termine. Foi o que eu fiz :).
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sábado, 7 de dezembro de 2013

Ana Hatherly, Ambiguidade e Ação - Citada por Penélope Charmosa

A Mentira é a recriação de uma Verdade. O mentiroso cria ou recria. Ou recreia. A fronteira entre estas duas palavras é tênue e delicada. Mas as fronteiras entre as palavras são todas tênues e delicadas.
Entre a recriação e o recreio assenta todo o jogo. O que não quer dizer que o jogo resulta sempre. Resulte seja o que for ou do que for.
A Ambiguidade é a Arte do Suspenso. Tudo o que está suspenso suspende ou equilibra. Ou instabiliza. Mas tudo é instável ou está suspenso.
Pelo menos ainda.
Ainda é uma questão de tempo. Tudo depende da noção de tempo ou duração ou extensão. A aceleração do tempo pode traduzir-se pela imobilidade, pois que a imobilidade pode traduzir-se por um máximo de aceleração ou um mínimo de extensão: aceleração tão grande que já não se veja o movimento ou o espaço ou a duração.
Tudo está sempre a destruir tudo. Ou qualquer coisa. Ou alguém. Mas estamos sempre a destruir tudo ou qualquer coisa. Ou alguém.
Os construtores demolem. No lugar onde estava o sopro, pormos pedras ou palavras: sinônimo de construção. Ou destruição. Ou ação.



In “O Mestre”.
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Vou Ler... - por Ana


Kbça, depois que li seu comentário a respeito de “Vinhas da Ira”, percebi que faltava esta leitura em meus dias.  Já comprei e espero ler em breve.  Estou ansiosa. Valeu pela lembrança!
.John Steinbeck

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira

A queda das flores não consterna a árvore. Ela sabe que, se as flores não morrerem, os frutos não nascem.
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domingo, 1 de dezembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira

Quando eu disse ao caroço de laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele me olhou estupidamente incrédulo.
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Antoine de Saint-Exupéry (Biografia) - Enviada por Ana

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (29 de julho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.
Apaixonado desde a infância pela mecânica, estudou a princípio no colégio jesuíta de Notre-Dame de Saint-Corix, em Mans, de 1909 a 1914. Neste ano da Primeira Guerra Mundial, juntamente com seu irmão François, transfere-se para o colégio dos Maristas, em Friburgo, na Suíça, onde permanece até 1917. Quatro anos mais tarde, em abril de 1921, Antoine inicia o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, depois de reprovado nos exames para admissão da Escola Naval.
A 17 de junho obtém, em Rabat, para onde fora mandado, o brevê de piloto civil. No ano seguinte, 1922, já é piloto militar brevetado, com o posto de subtenente da reserva. Em 1926, recomendado por amigo, o Abade Sudour, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação, onde começa então sua carreira como piloto de linha, voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar, na mesma equipe dos pioneiros Vacher, Mermoz, Guillaumet e outros. Foi por essa época, quando chefiou o posto de Cap Juby, que os mouros lhe deram o codinome de Senhor das Areias.
Faleceu durante uma missão de reconhecimento sobre Grenoble e Annecy. Recentemente, o alemão Horst Rippert assumiu ser o autor dos tiros responsáveis pela queda do avião e disse ter lamentado a morte de Saint-Exupéry. Em 3 de novembro, em homenagem póstuma, recebeu as maiores honras do exército. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa de Marselha. Seu corpo jamais foi encontrado.

Obra
Suas obras são caracterizadas por alguns elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França. Destaca-se “O Pequeno Príncipe”, romance de grande sucesso de Saint-Exupéry. Foi escrito durante o exílio nos Estados Unidos, quando teria feito visitas a Recife.
“O Pequeno Príncipe” pode parecer simples, porém apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o geógrafo, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O personagem principal vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu repensar o que é realmente importante na vida.
O romance mostra uma profunda mudança de valores, e sugere ao leitor o quão equivocados podem ser nossos julgamentos, e como eles podem nos levar à solidão. O livro leva à reflexão sobre a maneira que nos tornamos adultos, entregues às preocupações diárias e esquecidos da criança que fomos e somos.
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. – Antoine de Saint-Exupéry

Livros
1926 - O Aviador
1929 - Correio do Sul
1931 - Voo Noturno
1939 - Terra dos Homens
1942 - Piloto de Guerra
1943 - O Pequeno Príncipe
1943/1944 - Lettre à un Otage
Póstumos
1948 - Citadelle
1953 - Lettres de Jeunesse
1953 - Carnets
1955 - Lettres à sa Mère
1982 - Écrits de Guerre
2007 - Manon, Danseuse
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Fonte: Wikipédia
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Viagem nas Cores - por Alba Vieira

Viajar nas cores é deixar a imaginação levar você por caminhos inesperados, tortuosos, promissores e sempre gratificantes.
É ampliar sua visão, permitir que ela se estenda para além do que é evidente.
Tentar enxergar o que está por trás é uma necessidade nos tempos atuais. Se o concreto não preenche suas lacunas, se tantas vezes o assusta, tente ver por outro ângulo.
Continuar a viver mantendo a esperança, única possibilidade existente para termos paz, só depende da transformação que pode ser efetuada em cada um de nós, se assim quisermos.
É sempre possível melhorar e resgatar os valores que parecem irremediavelmente perdidos, desde que consigamos ampliar a consciência e desenvolver a flexibilidade. Devemos então estar abertos para as mudanças e sermos rápidos nesse processo de adaptação à nova realidade.
A pintura abstrata traz um universo de cores que se misturam e compõem imagens que podem ser concebidas por cada observador, segundo o seu ponto de vista.
Assim, a proposta de viajar nas cores é exercitar a capacidade de desenhar a paisagem do caminho que você fará ao caminhar, com as cores que se permitir combinar, enxergando novas possibilidades em tudo o que viver. Ou seja, é treinar desenvolver a habilidade de criar a sua própria realidade, de acordo com os seus pensamentos e sentimentos.
Ter uma boa viagem só depende de você.



Visitem Alba Vieira
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sábado, 30 de novembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira

Gostaria de ser como a água do riacho que lava e, com seu acalanto, faz dormir as pedras ribeirinhas e segue adiante, sem esperar agradecimentos.
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O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde - por Ana

 
 
A busca involuntária pela verdade

 
“O Retrato de Dorian Gray” é intrigante, revoltante, por vezes detestável, se nos deixamos levar pelas reações que surgem às atitudes do protagonista.  Uma pessoa sem escrúpulos, se aproveita de um fato inusitado que ocorre em sua vida e permite que ele esteja mais à vontade para agir da forma amoral que lhe é peculiar.
Ao mesmo tempo, é um livro instigante, questionador e inesquecível.  Todos que o leram, certamente se colocaram, em algum momento, no lugar de Dorian Gray, e pensaram, inevitavelmente, como agiriam se tivessem a oportunidade que ele teve.  Se pudessem ter liberdade para manifestar seu lado sombrio sem o risco comum da punição social.
O livro é um teste de caráter para cada leitor: provoca uma séria discussão com a nossa própria sombra, que inveja um retrato como aquele e tenta, a todo custo, nos convencer das vantagens de tê-lo.
O retrato, afinal, torna-se nosso.  Visitamos nossos desejos mais obscuros, nossas tendências recalcadas, nossas vontades represadas, nossos pensamentos proibidos.  Oscar Wilde nos faz abrir a porta de nosso reino abissal, nos obriga a percorrer nossos recantos mais sombrios, nos faz descobrir um espelho indesejado e olhar profundamente em nossos próprios olhos, buscando a verdade mais terrível.
Ou não.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Uma Amizade com Deus: um diálogo incomum, de Neale Donald Walsch - por Alexandre

 
 


 
 
Continuação de Conversando com Deus.



Para quem leu a trilogia Conversando com Deus, este livro irá além do que lemos na trilogia. Temos aqui a oportunidade de ter uma amizade com Deus.
O centro do livro são os Sete Passos para a Amizade com Deus. Mas uma coisa que chamou muito a minha atenção foi a apresentação do que acontece no momento em que deixamos o mundo físico.
Em resumo, este livro se preocupa com as implicações práticas da trilogia Conversando com Deus. E recomendo.
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Assassinato - por Vicenzo Raphaello

Estava a vazar

Veio o incauto inseto
e lá me pica
que vermelha fica

Num gesto preciso
meu jato acerta
o infeliz mosquito

Assim assassinado
para a descarga vai
o pobre coitado

Cometido foi
o crime perfeito

Apesar da prova que fica
a escondida picada
e tábua molhada.
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O Jogo - por Leo Santos

Tenra vida lançou-se ao mar
porque abriu mão de viver;
outra fez o mesmo,
pois não abriu mão daquela,
tentando convencer que ela,
não estava em tempo de morrer;

Que estranha opção! Qual razão,
pra um pulso tão jovem,
lançar-se ao fogo?
Danando a terra
quebrando sementes, atos dementes,
de quem perdeu tudo no jogo.

Mas qual jogo?
Se nem idade tinha,
pra frequentar um cassino…?
A vida começa a morrer,
quando nosso labor, nosso lazer,
se dão num barco clandestino.

Mercadores de ilusão
atraem a alma pra alto mar,
sorte trágica!
A terra firme da família tem muita luz,
e somente na penumbra,
se opera sua mágica…



Visitem Leo Santos
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Alfred Montapert, Pensamento e Ação - Citado por Penélope Charmosa

O movimento não é progresso, assim como a atividade não é realização. O esquilo na sua gaiola rotativa faz movimento e mostra atividade sem chegar a parte alguma. Quem se deixa ir ao sabor das ondas pode ter grande atividade mas mover-se para trás. A sua energia pode dissipar-se, como o vapor de água no espaço vazio, se falar demais sobre os seus planos. Seja um executor, não um falador.
Pense, sim, mas não divague até outra pessoa pensar, resolver e agir. O homem que tem de ser convencido a agir antes de entrar em atividade não é um homem de ação... tem de agir conforme respira. Proceda como se fosse impossível falhar. Só as suas ações determinam e mostram o seu valor. Se ficar recostado e quieto vendo o mundo passar - o mundo passa mesmo. Não há nenhuma força do destino a planejar a vida dos homens. O que nos sucede, de bom ou de mau, é quase sempre o resultado da nossa ação ou da falta dela. A ação é a base de qualquer realização.



In “A Suprema Filosofia do Homem”.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Comunicação com os Espíritos, de Linda Georgian - por Alba Vieira

 
Este livro é interessante porque relata a experiência de pessoas com capacidades mediúnicas e pessoas comuns que tiveram contatos com pessoas que já tinham morrido. O seu objetivo é dar conforto àqueles que perderam entes queridos, afirmando que a vida continua após a morte, só que em outra dimensão. Nos esclarece sobre formas que podemos desenvolver para alcançar a comunicação com os mortos, através de observação e preparação de nossos corpos físico e emocional, a fim de ser possível ultrapassar as barreiras dos nossos cinco sentidos. Mostra ainda como entender a alma em uma dimensão cultural, filosófica e científica. Descreve como outras culturas encaram a morte e como diferentes religiões lidam com ela Demonstra ainda como os xamãs através do contato com ancestrais mortos promovem a cura de doentes. É uma leitura interessante.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira


Sentindo dilaceradas suas carnes e a queda de seus membros, a mangueira agradecia ao homem que a podava. Agradecia aquela dor necessária ao esplendor de sua floração, à fartura de sua futura safra.
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Auguste Comte e as Mulheres - Citado por Ana

 
Superiores pelo amor, mais dispostas a subordinar a inteligência e a atividade ao sentimento, as mulheres constituem espontaneamente seres intermediários entre a Humanidade e os homens.
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domingo, 24 de novembro de 2013

Lya Luft e a “Canção na Plenitude” - Citada por Penélope Charmosa

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.



In “Secreta Mirada”.
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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Minha Princesa - por Adir Vieira

Acordo mais cedo do que de costume.
Teimo em ficar na cama, mas não consigo.
Sei que é a saudade que vou sentir que, como a me lembrar que vou sofrer, veio me acordar.
Levanto e olho ao redor. Vejo seu ursinho na mesinha de cabeceira e um sorriso surge em meu rosto, misto de alegria e tristeza, quando lembro do ritual que, com ela, fazemos todas as noites. Com as mãos postas, pergunta: - Estão preparados? À nossa afirmação, só então aperta a barriguinha do urso que começa a rezar o Pai Nosso. Todas as noites, com sono ou sem sono, seguimos com grande prazer essa sua vontade de nos fazer participar das suas orações antes de dormir.
Caminhando pela casa, vejo por todos os lados vestígios de sua presença - se abro uma gaveta, encontro desenhos ou anotações suas com aquela letrinha arredondada que, já tão cedo, identifica sua personalidade sensível. No banheiro, o rolo de papel higiênico desenrolado até o chão aponta que por ali ela passou há poucos minutos. Até a posição das cadeiras, na sala, identifica que numa de suas corridas para nos pegar de surpresa esbarrou em uma delas.
Sua garrafinha de água sempre em cima da pia da cozinha, com água filtrada e quente, me faz vê-la, nos seus gestos delicados, com toda a calma dizendo que preciso enchê-la de novo.
Olho três adesivos colados em minha geladeira e sorrio sozinha da minha permissividade com ela. Eu, que cheia de manias de limpeza, não gosto de nada fora dos seus lugares, vou ter que conviver com o Bob Esponja e com a Isa TKM olhando para mim, pois se tirar ela vai dizer, com aquela voz única, que eu não tive consideração com ela.
De repente, vejo um cartaz colado mais acima, escrito por ela mesma, que diz eu amo vocês! Foi colado semana passada, talvez porque, também ela, já sentia saudades antecipadas.
Amanhã vem o reinício das aulas e ela precisa retornar para casa, para sua vidinha.
E eu preciso fazer sua mala e me dar conta de que não esqueci de nada. Preciso também retornar a minha vida, aos meus interesses, ao meu amor, aos meus amigos...
Sei que apesar de todo o trabalho que uma criança requer, parte do meu coração vai com ela e, como sempre, até as próximas férias, nossa saudade vai estar clamando por sua volta.



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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Alegria Depois da Chuva - por Alba Vieira

Céu azul voltou
A chuva que despencou
Lavou as almas



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Mário Quintana e os Leitores - Citado por Penélope Charmosa

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Há leitores que acham bom o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.



In “Do Caderno H”.
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terça-feira, 12 de novembro de 2013

ETC E OUTRAS COISAS - por Kbçapoeta




        É estranho os seres humanos buscarem uma unidade, religião, entendimento com o próximo se eles são tão díspares entre si.
        Chego quase a afirmar que, o que une as pessoas são as diferenças, como o que alivia os
homens não é a presença de Deus, mas, sim a sua ausência.
        Em nossa sociedade de agora ou de outrora as verdades sempre foram transitórias. Vejamos alguns exemplos disso: Ovo, chocolate, sexo, drogas, religião, trabalho, sono e muitos outros exemplos que poderia citar.
       Atualmente minha verdade, consciência e entendimento transitório sugerem-me que um mundo igual, uniforme e corriqueiro seria um tédio. Não evoluiria e talvez nem existisse.
       Crentes dizem que Deus surgiu, fez surgir o mundo, pessoas e formas de vidas diferentes, porém a ciência afirma que o choque de micro células diferentes que se completaram é que fez surgir o mundo.
       A certeza é que tanto Deus ou a ciência admitem que as formas de vida existem por causa das manifestações das diferenças que se deram através do contato com o diferente, ou seja, a vida animal, humana e até o sexo se deram pela junção dos diferentes.
      O prazer pleno se dá através do outro. Nem a masturbação funciona se não houver a imagem de outro ser diferente.
     Não estamos sozinhos no mundo justamente por que somos diferentes, etc e outras coisas



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"Ser diferente é do caralho"
Vozes populares

Mário Quintana e o Estilo - Citado por Penélope Charmosa

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O estilo é uma dificuldade de expressão.



In “Do Caderno H”.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Post Inesquecível do Duelos - Indicado por Ana

Esta é mais uma poesia lindamente sensível da Aiuendi, que traz imagens e analogias muito interessantes e que me deixou muito emocionada pelo tema e pela forma de expressão. Parabéns, Raquel! É muito, muito linda!



IRRECUPERÁVEL
(RAQUEL AIUENDI)

Melancia... Melancia...
Abacate... Mamão...
Laranja, melão, tangerina...

Eu, criança, arregalando os meus olhos
diante de tanta diversidade,
apalpando, tentando alcançar
com o tato o paladar nunca sentido
por mim, e meus olhos refletem
uma imagem nunca vista em casa...
O suco dessas frutas escorrem
pelos cantos dos meus olhos,
como lágrimas de inconsolo
e terna tristeza...

Melancia... Melancia...
Abacate... Mamão...
Laranja... Melão... Tangerina...

perdidas de minha mão.
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Mário Quintana e o Sofrimento do Poeta - Citado por Penélope Charmosa

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Um poeta sofre três vezes: primeiro quando ele os sente, depois quando ele os escreve e, por último, quando declamam os seus versos.



In “Do Caderno H”.
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Alberto Moravia e o Desespero do Homem de Ação - Citado por Penélope Charmosa

Há uma ligação muito estreita entre a adoração da ação e o uso do homem como meio de atingir fins que não são o homem. Como há uma ligação aproximada entre este desespero e a ação, entre a razão e a ação. A proeminência dos valores da ação sobre os da contemplação indica, sobretudo, que o homem abandonou totalmente a busca duma ideia aprazível do homem e o desejo de o colocar como fim. E que na impossibilidade de agir segundo um fim, ou de agir para ser homem, ele decide agir de qualquer maneira, apenas para agir.
O homem de ação é um desesperado que procura preencher o vazio do seu próprio desespero com atos ligados mecanicamente uns aos outros e compreendidos entre um ponto de início e um ponto de conclusão, ambos gratuitos e convencionais. Por exemplo, entre o ponto de início da fabricação dum automóvel e o ponto de conclusão dessa fabricação. O homem de ação suspenderá o seu desespero enquanto durar a fabricação do veículo; suspendê-lo-á precisamente porque no seu espírito fica suspensa qualquer finalidade verdadeiramente humana: sente-se meio entre os outros homens, meios como ele. Concluída a máquina ele encontrar-se-á, é verdade, mais inerte e exânime que a própria máquina, mas arrolhará subitamente com uma promoção, com uma medalha, um pagamento a dobrar, ou simplesmente com a construção de um novo automóvel. Efetivamente apresentar-se-á a envolver-se no fluxo alienatório da ação.



In “O Homem Como Fim”.
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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Mário Quintana e a Vida - Citado por Penélope Charmosa

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Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.



In “Do Caderno H”.
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Friedrich Nietzsche: Toda Ação é Egoísta - Citado por Penélope Charmosa

Não pode haver ações que não sejam egoístas. Palavras como “instinto altruísta” soam aos meus ouvidos como machadadas. Bem gostaria eu que alguém tentasse demonstrar a possibilidade de atos desses! O povo e quem se lhe assemelha é que acredita que eles existem. Também há quem creia que o amor maternal e o amor carnal são sentimentos altruístas!
É um erro histórico supor que os povos sempre equipararam o sentido de egoísmo e de altruísmo ao de bem e de mal. Bem mais antiga é a concepção de lícito e ilícito, respectivamente como bem e mal, em conformidade com o cumprimento ou falta de cumprimento dos costumes.



In “A Vontade de Poder”.
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Mário Quintana e a Poeira - Citado por Penélope Charmosa

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Ah, esses livros que nos vêm às mãos na Biblioteca Pública e que nos enchem os dedos de poeira. Não reclames, não. A poeira das bibliotecas é a verdadeira poeira dos séculos.



In “Do Caderno H”.
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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira

É hora de aprender o desapego.
Que as coisas que perderes, as amizades que se forem, que vão só. Que não arrastem também tua tranquilidade e um pedaço de teu coração.
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Auguste Comte e a Arte - Citado por Ana

 
A arte reconduz suavemente à realidade as contemplações demasiado abstratas do teórico, enquanto impele com nobreza o prático para as especulações desinteressadas.
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sábado, 2 de novembro de 2013

Dia Triste, Este Dois de Novembro! - por Adir Vieira

Hoje, para mim, o dia amanheceu triste. Por mais que eu viva, o dia de Finados sempre trará para minha alma aquelas impressões doídas, aquela tristeza sem saber do quê, aquela falta de vontade de fazer o que quer que seja... Foi assim que na minha infância aprendi a reverenciar esse dia em que, logo ao acordar, tínhamos que rezar pelos mortos, pedir a Deus por eles e jamais ouvir música, brincar alegremente, mesmo que nosso coração pedisse.
Era um dia de respeito e ao invés de rezarmos pelos mortos (graças a Deus nossa família não tinha muitas almas para reverenciar), rezávamos para que o dia terminasse logo, para voltarmos a nossa rotina de correrias e algazarra.
Com tanto treinamento nesse sentido, mesmo depois de adulta e sabendo o que meus pais queriam me ensinar, minha alma ficou impregnada dessa necessidade de sentir tristeza nesse dia tão pesado para tantos.
Ao longo dos anos e por muitos e muitos anos, nossa família pôde rezar por vizinhos, parentes distantes, artistas mortos.
Como ninguém fica impune, os anos foram passando e levando nossos avós, pais, parentes mais próximos por força da idade ou por motivos de saúde. Hoje, temos nosso coração voltado para aqueles entes queridos que já se foram.
Pedindo a Deus que os mantenha em paz, daqui continuo rezando para o dia passar logo...



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Georg Lichtenberg e o Empenho - Citado por Penélope Charmosa

Conquistar o êxito graças a obras que não exigiram a totalidade das nossas forças é uma coisa perigosa para o aperfeiçoamento do espírito. Segue-se, normalmente, que se espezinha no mesmo local. É o que incita La Rochefoucauld a pensar que ainda não aconteceu que um homem tivesse realizado tudo aquilo de que seria capaz. Considero esta ideia verdadeira para a maior parte.



In “Aforismos”.
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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Metamorfose, de Franz Kafka - por Ana


“A Metamorfose” é uma profunda dor, é uma angústia desesperadora que se arrasta por páginas de tristeza e inexorabilidade.  Não há saída, não há escolha, apenas uma aterradora constatação: Gregor Samsa tornou-se um inseto.  Repugnante, indesejável... um inseto.  Repudiado pela família, envergonhado em sua natureza, apavorado com a possibilidade de contato social, ele é a cada dia mais e mais esmagado por sua nova condição.
É um livro que fala sobre a dificuldade de se viver a diferença.  Sendo uma diferença pejorativa, então, é alvo de incompreensão, agressões, isolamento, podendo chegar ao exílio (imposto por si mesmo ou pelos demais).  Fala da impossibilidade de se lutar contra a natureza (mesmo que seja esta fantástica de Kafka) que nos aprisiona vitaliciamente.  Fala das relações condicionadas pela aparência, pela igualdade física, pela semelhança, pela capacidade produtiva; relações que se dissipam diante do que é estranho, desigual, improdutivo.  Fala da vulnerabilidade diante dos outros, dos olhares externos que determinam a sua vontade de manter ou abandonar a vida.  Fala da feiura do ser humano, os não-metamorfoseados, aquela feiura interna, irmã da insensibilidade, do desprezo, da violência.
É um livro sobre o esgoto humano, que apenas inicia uma reflexão sobre o que existe de pior no ser humano, pois não a esgota.
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

domingo, 27 de outubro de 2013

Mário Quintana e a Palavra Escrita - Citado por Penélope Charmosa

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Por vezes, quando estou escrevendo estes cadernos, tenho um medo idiota de que saiam póstumos. Mas haverá coisa escrita que não seja póstuma? Tudo que sai impresso é epitáfio.



In “Do Caderno H”.
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sábado, 26 de outubro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

As Sete Leis Espirituais do Sucesso: um guia prático para a realização dos seus sonhos, de Deepak Chopra - por Alba Vieira



Discorre sobre sete leis espirituais que se respeitadas nos levam ao sucesso e mostra que são leis espirituais da vida. O objetivo do livro é chamar os leitores para entenderem e aplicarem estas leis no dia a dia e estimularem outras pessoas a fazer o mesmo, criando inclusive redes de atuação no mundo.
As sete leis são: lei da potencialidade pura, lei da doação, lei do carma, lei do mínimo esforço, lei da intenção e do desejo, lei do distanciamento e lei do darma ou propósito de vida.
São todas leis muito simples, mas que na prática, quase sempre são negligenciadas ou mal compreendidas. É importante entender que essas leis são seguidas na natureza, em todos os processos de criação. Conhecendo-as, estaremos em harmonia com a natureza, podendo ser criadores da realidade que nos cerca, sem ansiedade, com alegria e amor.
Lei é o processo como o não manifesto se transforma em manifesto.
Tudo que existe, tudo o que contemplamos vem do campo da potencialidade pura, que é o não manifesto, a divindade, o Eu, a consciência. É o invisível, o desconhecido. A partir daí, origina o manifesto. É o visível, o conhecido. Na verdade, estas seriam as leis físicas do universo, como uma dança, o movimento da divindade, da consciência.
Lei da potencialidade pura - Diz que se nos alinharmos com o Eu, o campo quântico, da potencialidade pura podemos criar uma nova realidade. Isto é criatividade. Mas para isto teremos de abandonar a objeto-referência e passarmos para a auto-referência, saber quem realmente somos: seres espirituais, ilimitados. Ajuda ficarmos em silêncio por pelo menos trinta minutos, duas vezes ao dia, entrarmos em contato com a natureza e praticarmos o não julgamento.
Lei da doação - Orienta a criar fluxo, dar e receber todos os dias, agradecer às dádivas da vida, estar aberto a receber. Manter o fluxo dando carinho, amor e afeição. Desejar em silêncio alegria para todos.
Lei do carma - É lei de causa e efeito, mostra que colhemos o que plantamos e é bom ficar alerta para as escolhas que fazemos consciente ou inconscientemente. Trazer para a consciência, estar no presente. Antes de escolher, saber as consequências para si e para o mundo. Pedir ao coração a orientação nas escolhas de acordo com a sensação de conforto ou desconforto.
Lei do mínimo esforço-Saber que há inteligência em tudo na natureza, então tudo é perfeito e ocorre sem esforço, sem ansiedade. É o princípio da não resistência. Partir da aceitação (da certeza de que tudo e todos são como devem ser nesse momento), da responsabilidade e da indefensibilidade (não precisar defender pontos de vista).
Lei da intenção e do desejo - Depois de aceitar tudo como é no presente, fazer uma lista dos seus desejos e olhar sempre, colocando esta intenção no futuro, no campo de potencialidade e deixar que o universo organize e cuide de tudo.
Lei do distanciamento - Livrar-se dos condicionamentos do passado e abrir-se para o futuro desconhecido, estar nas mãos da mente criativa que rege o universo. Deixar tudo e todos serem como são, sem impor suas ideias. Aceitar a incerteza (possibilidades) e entrar no campo de potencialidade aberto à aventura, aos mistérios, à magia, à diversão.
Lei do darma ou propósito de vida - Saber que há em você uma divindade, prestar atenção ao espírito que não é limitado pelo tempo ou pelo espaço. Fazer uma lista dos talentos únicos e saber que quando os expressa cria abundância, perde a noção do tempo, tem alegria e deve colocá-los a serviço da humanidade, perguntar como deve servir, ajudar.

Essas leis se aplicam a todos os aspectos da vida, inclusive à saúde.
 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Auguste Comte e a Regeneração da Sociedade - Citado por Ana

 
Nenhuma renovação mental pode realmente regenerar a sociedade a não ser quando a sistematização das ideias conduz à sistematização dos sentimentos, a única socialmente decisiva, e sem a qual jamais a filosofia substituiria a religião.
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Parabéns, Médicos! - por Adir Vieira

Dia 18 de outubro foi dia do médico e diante do caos em que se encontram os hospitais no Brasil, me sinto bafejada pela sorte, tendo em minha família e muito próximas de mim duas médicas, minhas irmãs mais novas.
Com especialidades diferentes, como diferentes personalidades que são, cada uma cumpre o seu papel com esmero e seriedade, dando a toda família a segurança tão necessária, nesse momento em que carecemos de ter perto de nós pessoas que nos esclareçam dos males comuns a todos, sem estardalhaços.
Nesse caminho de experiências com a própria família, ambas demonstraram excelente qualidade técnica e sobretudo o equilíbrio para nos deixar tranquilos no infortúnio.
Lembro das duas, na época da formação, onde, dentro de casa, vivíamos esbarrando em ossos e crânios de gesso e, se acordávamos durante a noite, sempre víamos em cima da mesa um grande volume aberto naquelas fotos horrendas, nos mostrando como somos por dentro. Acho que veio daí minha ojeriza por jalecos brancos. Fazendo parte de uma família não abastada, sabemos de todas as dificuldades de ambas para seguir seu caminho.
Hoje parabenizo as duas, com meu carinho e meu reconhecimento e, sobretudo, com o meu orgulho pelo que são.



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domingo, 20 de outubro de 2013

Folhetim da Periferia - por Vicenzo Raphaello (Erótico)

Odete no telefone.
- Vem ele acabou de sair, tá indo pra Nova Iguaçu, só volta à noite.
Lá vai ele apressado, foi uma sorte reencontrar aquela mulherão após tantos anos, era o tipo da gostosona, seios fartos, cintura quase fina e a bunda, que bunda, bunda de tanajura, que esconde, lá, uma aranha que quando se agita é loucura só.
Ele estava em casa sem nada fazer, na verdade pouco fazia, vivia de um bico aqui outro ali, mas mais de pequenos golpes em cima de mulherada já mais pra lá do que pra cá. Michê de periferia.
Odete ainda menina mostrava curiosidade por aquilo que os meninos tinham pendurados entre as pernas, divertia-se em brincar com os escondidinhos que cresciam quando neles tocava, aprendera desde cedo a gostar de sentir a excitação que provocava na molecada, aquele calor e sabor na sua boca e a esguichada que vinha depois era divertido.
Crescera, agora galhinhona do pedaço, vivia cercada de marmanjos, mas casamento nem pensar, era mulher falada.
Temperamento alegre, despachada, adorava dançar, vez ou outra ia a um salão de baile onde era soberana, faziam fila para com ela dançar, divertia-se vendo o sufoco de seus parceiros para disfarçar o volume que crescia sob as calças, era o sucesso do pedaço.
Fora ali que conheceu Orestes, sujeito tímido já nos seus cinquenta e tantos, dono de uma calvície precoce que lhe acentuava a idade, esguio com um início de uma barriga a avolumar sob a camisa. Funcionário público concursado, cheio de mesuras e gentilezas, próprias de quem passara a vida submisso para manter o cargo, assistente do chefe de gabinete, “o faz tudo”.
Homem só, viera da Bahia, parentes não tinha, amigos eram poucos, conhecidos na verdade, mulheres só aquelas do trabalho, mantinha-se distante e respeitoso, apesar de pensar em algumas quando aliviava-se com uma Playboy na mão, era virgem aos cinquenta.
Seu prazer estava nos bailes dos sábados, lá num salão da Cinelândia, sentado na mesa da pista ficava a olhar os pares dançando, na expectativa de ser convidado para uma rodada, era uma espera permanente.
Até que surgiu Odete que, despachada, tirou o solitário para uma dança, foi encanto na primeira roçada, Orestes vermelho não conseguiu esconder a excitação e a mancha que crescia na calça, Odete divertida provocava mais.
Foi o passo para ela juntar suas coisas e morar com ele, ganhou estabilidade, perderam-se as revistas. Orestes, limitado por seus pudores e respeitos, não avançava mais do que o papai e mamãe, Odete, conformada, era o receptáculo daquela relação.
Daí, foi um passo para ela reencontrar o Edu de outros tempos, e conversa vai conversa vem acabaram atracando-se na cama do Orestes, durante o expediente do infeliz.
- Amor, hoje vou até Nova Iguaçu, volto tarde.
- Tá, vai com cuidado.
Ele sai, ela pega o telefone.
- Vem rápido, ele viajou e volta tarde, temos mais tempo.
Edu chega apressado, Odete o espera vestindo uma camisola que nada cobria, despertando fogo no garanhão, aos beijos e apertos vão para o quarto, iniciando uma luta fingida dele querer a tanajura e ela negaceando.
Entre mordidas, chupões, tapas e gemidos ele pede:
- Me dá a tanajura.
- Só se você pagar.
- Pago, pago, mas dá logo.
- Quanto?
- Não me atice, a vara vai estourar.
Silêncio.
Escutam a porta do apartamento se abrir.
- Melou, disse ela, num pulo fecha a porta do quarto.
- Du, pega tua calça e pula a janela.
- Queridaaa tô aqui, esqueci um documento.
- Ô Odete são dois andares, diz ele indeciso sentado no peitoril da janela com a calça e sapatos nas mãos.
- Pula rápido, e dando um tranco, o infeliz despachado é dois pisos abaixo.
- Amor acorda, abre a porta.
- Ai, ai quebrei a perna, fica o outro gemendo se arrastando tentando se recompor com as roupas que caíram com ele.
- Ô amor te acordei, mas era preciso, meu documento ficou aqui.
- Ai, ai vem o gemido lá do pátio.
- Odete, tem alguém gemendo lá no pátio.
- É o gato da vizinha, deixa pra lá.
- Ai, ai, huummm como dói.
- Odete gato não fala, diz ele indo em direção à janela. Odete tem um homem com a perna quebrada, vou lá.
- Esquece, olha teu documento aí, e vai senão você perde o ônibus.
Orestes sai do quarto e vai ao pátio.
- O que aconteceu? Posso ajudar?
- Sim, diz o quebrado, pega lá meu sapato e me ajuda aqui, aquela tanajura do segundo me empurrou da janela pra escapar do flagra do corno do marido, que chegou na hora errada.
Orestes, lívido, cerra os punhos e manda uma porrada quebrando as fuças daquele já estropiado. Arrasado sobe, encontra Odete aos prantos sobre a cama.
- Sua vadia porque? Com o cinto nas mãos parte para cima dela e no seu descontrole Odete descobre o homem que se escondera por tantos anos atrás dos seus preconceitos e respeitos, entre xingamentos, cintadas e bofetadas segura as pernas da tanajura levando os joelhos até os seios, expondo aquele escuro marisco como nunca antes houvera visto. Come-o por traz, pela frente, enfia onde enfiar ele podia, em pé ela ajoelhada é obrigada a sugar toda a raiva que vinha daquele frustração.
Exaurido, Orestes ajoelha-se e chora abraçado em Odete que não chora mais.
A viagem ele perdeu.
Odete alegria ganhou.
Edu coxo ficou.

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sábado, 19 de outubro de 2013

Hermógenes - Citado por Alba Vieira

Nossa alma é besouro ávido pela liberdade ampla.
A janela envidraçada da ignorância, que parece não existir, é que a retém, prende, limita, frustra ao mesmo tempo que a convence de que já está livre.
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Fazendo a Minha Tarefa... - por Adir Vieira

Ainda agora saboreio a alegria de vê-la trabalhando, tão menina, num projeto que era meu, açambarcado por ela.
Percebo a genética da família presente em todos os seus atos, tão pequenina.
Vejo o cuidado com que organiza as caixas de doces e as dispõe, sozinha, por sobre a bancada, numa ordem, segundo ela, que impeça a quebra dos doces mais delicados, se colocados nos saquinhos embaixo da bananada grande e pesada. Vejo sua percepção inteligente quando evidenciando que comprei apenas um quilo de balas sortidas e deveria contá-las antes do ensacamento, para saber quantas poria em cada saco.
Vejo suas mãos pequenas e ágeis, numa calma sem fim, enchendo um a um todos os sacos de doces. Já no centésimo, ia como uma autômata, numa ordem fremente até ajeitar a grande maria-mole, sua predileção.
Expliquei que “dar doces em homenagem a São Cosme e Damião”, mesmo fora do dia original e, principalmente com tanta dedicação de sua parte, permitia que ela fizesse um pedido em troca.
Imediatamente lembrou que como não gostava muito de ficar sentada estudando, os santos bem que poderiam ajudá-la a fazer as provas.
Vejo sua alegria no término da tarefa quando, com os olhinhos brilhando, me pede para separar quatro saquinhos para os amiguinhos diletos.
Essa é ela, minha sobrinha querida. Luz de nossas vidas!



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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Florbela Espanca “Da Minha Janela” - Citada por Alba Vieira


Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito, murmurado...
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!

Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado...
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!

Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Um branco lilás que se desfaça!

Amor! Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!...



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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Post Inesquecível do Duelos - Indicado por Ana

Mais uma poesia de Alba que é absolutamente delicada, bela e sensível! Amei demais esta poesia!
Parabéns, Alba!



TEUS OLHOS
(ALBA VIEIRA)

Teus olhos me veem
Teus olhos me vêm sempre à mente
Teus olhos me guardam
Teus olhos não mentem
Teus olhos faróis
Me guiam silentes



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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

mahler e eu - por Cármino Caramello


acordei com vontade de fumar
os cigarros dos meus pais
que eles nunca fumaram
e de agradecê-los por fumarem
sua vida inteira

eles não estão
e os cinzeiros estão espalhados pela casa
então não há problemas
vou jogar na privada
e vai estar tudo bem

eu acendo o primeiro
e vou fumando com prazer
mentalmente
trago por trago

enquanto mahler
me adverte
na ausência deles
polidamente
como se soubesse
lidar comigo

e você sabe que banheiros
são ótimos lugares
para refletir
relaxar
resfriar-se
e conversar

logo mahler
me acompanha
entusiasmado
ele havia parado
mas não há problema
estamos falando
de assuntos corriqueiros

e é impressionante
como duas pessoas lúcidas
podem se comunicar
com tanta objetividade
que é quase fluído

eu conto pra ele
que o filtro é feito de nuvem
e que foi um amigo nosso
que está perdendo os cabelos como ele
que me disse isso

quando paro
e olho para frente
vejo mahler
fumando minha mãe
no mesmo instante
abaixo os olhos
e vejo o meu pai-cigarro
queimando em minha boca

eu lembro-o
de cuidar do coração
e sugiro
que não demoremos muito mais
se senão nos atrasaremos
ele consente
e depois de mais um pouco de conversa
se despedi

em seguida
eu dou descarga

Para: Minha Menina - por cleo.nefertiti

Talvez essa possa ser minha última carta, me desculpe pelo drama mas as coisas estão muito difíceis por aqui sem você. Eu lhe disse que não iria agüentar muito longe de casa.
Os campos já estão preparados e os soldados estão prontos para o combate, não queria estar aqui mas sim com você naquele antigo farol que nos acompanhou até minha partida, não quero que chore pois suas lágrimas só me fazem sofrer ainda mais, eu as sinto em meu coração.
Não sei se será nossa última baralha ou a primeira esperança de eu voltar para seus braços, minha querida. Acordo pensando em você, durmo imaginando como estará nessa casa fria me esperando. Saiba que se eu sair dessa vou te levar aquele parque que tanto sonha ir, faremos um piquenique e farei aquela geléia que tanto ama…

Fiz aquilo, uma coisa que nem imagina… É isso mesmo, fiz uma tatuagem em sua honra… Um amigo daqui me ajudou te desenhei em mim para que todos saibam que meu coração será sempre seu… Sempre… Sempre… Vou colocá-lo nesta carta, então quanto chegar até você e as letras estiverem pulsando não se assuste é só meu coração que está nestas…

Você lembra de nossa musica? A ouço todo o tempo, pois sei que faz o mesmo… A música do nosso primeiro beijo, embaixo daquele grande farol… Você não parava de cantarolar:

Se eu o beijar onde está machucado,
Se eu o beijar onde está machucado,
Você se sentirá melhor, melhor, melhor?
Você vai sentir alguma coisa mesmo?
Você se sentirá melhor, melhor, melhor?
Você vai sentir alguma coisa mesmo?

Nunca vou esquecer… E quando sobreviver cobrarei cada beijo que me prometeu…

Cada bomba que estoura em meus ouvidos parece a certeza de que nunca mais vou lhe encontrar… tenho tanto medo de lhe perder, todo esse tempo que esperei para lhe conquistar e saber que posso te perder em poucos segundos… Não quero mais brincar de soldadinho de chumbo, mas sim de vida real… Ha!! Como quero sentir algo real não apenas ilusões… Sim. Algo real com você minha doce menina…

TE AMO!

Jonn Spektor

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Epitáfio - por Clarice A.

Estou indo mais uma vez
Não sei quantas terei que voltar
Só não posso esquecer a lição
Nas próximas, mais cuidar, louvar e amar
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Lobo do Mar - por Casé Uchôa

Nos portos que conheci
Deixei pedaços de mim
Lembranças que trago agora
Dos dias que já vivi

Verões que não voltam mais
Trovões que não mais ecoam
Saudades de cada cais
Gaivotas que já não voam

Espectros do que eu fui
Visitam-me a cada noite
Remorso que me possui
Carrasco com seu açoite

E o velho lobo do mar
Não resistiu à lembrança
E voltou a navegar
Alimentando a esperança
De encontrar pela frente
Trovão, raio, tempestade
Onda gigante, naufrágio…
A morte é melhor que a saudade.

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As Voltas do Meu Coração - por Carol Conrado

As Voltas do Meu Coração - Fanny Abramovich


“As voltas do meu coração
um livro que conta a história de duas amigas que se reencontram depois de décadas e uma delas passa por experiências incríveis na época da ditadura.”



E você? Que livro deseja comentar aqui?
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A Vida... - por Carlos Oliveira

A vida é tão efêmera que num breve piscar de olhos nossas pálpebras podem se cerrar para sempre e apenas passarmos a enxergar com a verdadeira energia que movimenta o universo: o amor.

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Avidez - por Camila Oliveira

Quando acordou a noite
O corpo dele ao seu lado jazia,
Respirou fundo,
Berrou alto,
Tocou-o,
Beijou a boca fria.

Correu muito,
Tropeçou no escuro,
Levantou, andou rápido,
Procurou muro.

Chorou ardente,
Ouviu polícia,
Desejou mais uma vez,
Ter dele a carícia.

Choveram perguntas,
Nenhuma tinha explicação,
Ela disse: - Não tenho culpa,
Devolvam meu coração.

Amarraram-na;
Gritando: - Mentira, louca,
Estapearam-lhe a cara,
Taparam sua boca.

- Por que não me deixam tocá-lo?
Não quero seu corpo,
Entregue-me sua personalidade,
Reanime-o, quero sua vivacidade!

- Faça suas contas de matemática;
Mas volte para mim,
Então, vocês, não me deixem sozinha,
Ou chegará meu fim.

Olhos vermelhos,
Eram doentios,
Ninguém a impediria de matar,
De deixar outros lábios frios.

Perguntou-se novamente:
- Que monstro agora sou eu?
Olharam-na diretamente,
Estavam com medo do que aconteceu.

Ela quis sentir o gosto,
De viver eternamente,
Mesmo que a morte simplesmente,
Doesse a carne, mas aliviasse o coração.

Ouviu-se gritar novamente,
Era a dor da carne humana,
Mas a dor era profana,
Daquela vida esvaída no chão.




Visitem Camila Oliveira
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Mais do Novo - por Cacá

“Um país se faz com homens e livros.”
(Monteiro Lobato)
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.......Deixem-me fazer aqui uma propaganda: submetemo-nos diariamente a todo o tipo de publicidade possível, imaginável, apelativa, abominável, insuportável, condenável, massificante, coisificante e inútil.
.......Será que só conseguimos nos sentir bem e felizes através do consumo de bens materiais? Não conta a alma, a satisfação que não precisa de enfeites, de ostentação?
.......Pois bem, o produto que eu quero disseminar aqui se chama leitura. Especialmente de livros. Toda leitura é bem-vinda, ensina, inclusive, o discernimento daquilo que é bom do que não é. Do agradável ou não. Da leitura que soa como música sem ruído. Afora o aprendizado, sem dizer o prazer que proporciona. Eu gostaria que esse comercial tivesse o efeito que provoca o de um sorvete, de um chocolate, de uma cerveja, de um belo vestido, de um carro novo. Mas esse efeito tem um probleminha: não é palpável, não é degustado com a boca. Ele é que toca a gente. Nos olhos, na mente e no coração.
.......Eu poderia fazer como se faz na publicidade que fazem dos bens que podemos ter, argumentando com os benefícios de uma televisão, da satisfação com uma comida pré-pronta, de uma escova que alisa os cabelos. Mas o argumento já está dentro das palavras, das letras, das histórias. Só lendo para perceber num curto espaço de tempo a diferença que se opera em nossa vida. Ao passo que os bens materiais, se vão, se desgastam, enjoam ou não preenchem de modo duradouro aquele desejo que tanto ansiávamos. Talvez até um pouco e por pouco tempo, fazendo-nos inclusive a desejar mais, cada vez mais para no final, não trazerem o preenchimento de uma lacuna que não está na aparência física, não está num cômodo da casa. Está dentro da alma.
.......Se for dar um presente ao seu filho ou filha, não deixe de fazê-lo para que não se frustre. Criança precisa de brincar. Mas dê um mais baratinho e inclua um livro com o troco. Se ele torcer a cara, pode ser que destorça mais tarde, com um sorriso iluminado. Se for para amigos ou parentes, não hesite um minuto.
.......E o mote final seria assim: Livros são como árvores. Plante a sua no jardim do coração de quem você gosta.

Visitem Cacá
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

domingo, 6 de outubro de 2013

Bruna Lombardi em “Transgressão” - Citada por Penélope Charmosa

oceanos onde possamos navegar, partir, tornar a voltar
muitas fronteiras, novos horizontes
em que nada se limite aos poucos sentidos
nem se restrinja a moralidades, a códigos
a crenças e princípios
nem se submeta a leis, homens, governos
lugares comuns, discursos e ismos
nem se afogue em mitos, lendas, ideologias.

Nada dessa raça de indivíduos com pés, hábitos, lágrimas, valores
e mãos vazias tentando agarrar um inatingível deus
tentando se esconder nas suas vestes
se desculpar na sua misericórdia
com oferendas, rituais e sacrifícios e toda essa farsa.

Um lugar onde se fosse ao fim das coisas
se penetrasse em cada uma delas até sugar-lhe o bagaço
até chupar-lhe as vísceras
sem medo algum, sem bloqueio, sem barreiras
construídas pelas seitas e tabus.

Continentes onde a fúria natural jorrasse livre
sem que se paralise o pensamento
onde se ouse a ação, o grito, a loucura, o drama,
a gargalhada exploda em milhões de átomos e estrelas e uivos
de animais e agonias de angústia medonha e longa
como a noite dos tempos,
a paixão desenfreada, a dança.

Que desmorone nas pessoas esse comportamento adquirido
condicionado, esses costumes de cultos formais
a obrigação, a disciplina
essa pontualidade com a vida
essas mentiras todas herdadas,
impostas, aceitas.

Que se dissolva tudo. Que tudo escorra
nos canais de irrigação.
Que sejam os desejos insensatos e os vôos sublimes.
Que sejam as cores, luzes, o som, o cheiro, o gosto, os poros sexuados.
Que fluam o sêmen, o sangue, os rios, a urina e as palavras.
Que se restaure toda a verdade
tudo o que carrega o tempo e a gênese.
Que tudo se purifique até alcançar
o significado obsceno do êxtase.



In “No Ritmo Dessa Festa”.
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sábado, 5 de outubro de 2013

sexta-feira, 4 de outubro de 2013