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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Bloco dos Desamados - por Luiz de Almeida Neto

Este ano não serão necessárias
as máscaras.
Seremos todos estranhos,
incógnitos ao fim da noite.
Os gritos poderão ser gemidos
em becos ou vielas,
e as bebedeiras podem virar desgraça,
ou algo maravilhoso,
na linha tênue do destino.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
Vai passaaar!!!
E blá-blá-blá,
passe lá o que quiser,
o bloco tá na rua
e pouco importa.

Seremos todos anônimos,
porque nesses tempos ninguém
vale mais que outro,
e ninguém vale muita coisa mesmo.
Mas não se aflija,
vai ser bom,
é bom de vez em quando
nos entregarmos.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
E não quero nem sabeeeeer!!!
Hoje minha feliciiiidaaade
vai inundar a cidaaaaaaade!!!

A cachaça vai inundar nossos corpos
e controlar nossas ruas,
e seremos não muito mais que bichos,
caçando nas esquinas,
trocando amores por mais goles,
brincando com a inocência alheia,
mostrando que se pode ser “legal”
afinal de contas,
isso é o carnaval.

Deêê-Dererêê-Tchuruuu
E vai, vai, vai
desceeendo!!!
Vai, vai, vai, rebolando...
.

Um comentário:

Raquel Aiuendi disse...

'Seremos todos anônimos,
porque nesses tempos ninguém
vale mais que outro,
e ninguém vale muita coisa mesmo.'

É verdade... o ser humano está se invalidando...

Um abraço, poeta!