Querido Brógui:
De volta aos teclados depois de algumas semanas às voltas com uma fratura de fêmur. Não o meu, o do papai. Encontramo-nos agora em fase de adaptação, mas tudo vai andando bem. Andando bem em sentido figurado, já que papai ficará de molho, sem pôr o pé no chão, até meados de janeiro. Com isso, estou agora desenvolvendo uma nova habilidade, qual seja, a de pilotar cadeira de rodas.
Não sei se você já parou pra pensar o quão trambolho é uma cadeira de rodas. A que eu aluguei é monstruosa, e olha que eu escolhi uma sem aqueles rodões traseiros que me obrigariam a arrancar todos os portais da casa, além de remover todo o mobiliário que a guarnece. Como papai não pode dobrar a perna, a miserenta da cadeira ainda tem a tal da extensão, aquele negocinho pra manter a perna esticada. Conseguiu imaginar as dimensões da coisa? E o peso?
Pois é. Nada mais me restou além de ter que aprender a pilotar o trambolho. Da primeira canelada até hoje, a coisa melhorou bastante. Já descobri as melhores rotas entre os diversos cômodos da casa, se o melhor é passar pelas portas de ré ou de frente, estou usando as luvas da academia pra não destruir minhas mãozinhas. Como apenas as rodinhas da frente têm jogo, não raro tenho que apelar para minha herança lusitana e levantar a traseira da cadeira pra poder fazer as manobras. Com isso, estou trabalhando os meus bíceps, que, dentro de dois meses, estarão tão poderosos quanto os da Madonna.
No mais, toda essa situação nos leva a rever nossos paradigmas. Ouvir meu pai expressar o desejo de voltar a andar como antes, considerando que o fazia (com muito sacrifício) com a ajuda de uma bengala, dá o que pensar, não?
De volta aos teclados depois de algumas semanas às voltas com uma fratura de fêmur. Não o meu, o do papai. Encontramo-nos agora em fase de adaptação, mas tudo vai andando bem. Andando bem em sentido figurado, já que papai ficará de molho, sem pôr o pé no chão, até meados de janeiro. Com isso, estou agora desenvolvendo uma nova habilidade, qual seja, a de pilotar cadeira de rodas.
Não sei se você já parou pra pensar o quão trambolho é uma cadeira de rodas. A que eu aluguei é monstruosa, e olha que eu escolhi uma sem aqueles rodões traseiros que me obrigariam a arrancar todos os portais da casa, além de remover todo o mobiliário que a guarnece. Como papai não pode dobrar a perna, a miserenta da cadeira ainda tem a tal da extensão, aquele negocinho pra manter a perna esticada. Conseguiu imaginar as dimensões da coisa? E o peso?
Pois é. Nada mais me restou além de ter que aprender a pilotar o trambolho. Da primeira canelada até hoje, a coisa melhorou bastante. Já descobri as melhores rotas entre os diversos cômodos da casa, se o melhor é passar pelas portas de ré ou de frente, estou usando as luvas da academia pra não destruir minhas mãozinhas. Como apenas as rodinhas da frente têm jogo, não raro tenho que apelar para minha herança lusitana e levantar a traseira da cadeira pra poder fazer as manobras. Com isso, estou trabalhando os meus bíceps, que, dentro de dois meses, estarão tão poderosos quanto os da Madonna.
No mais, toda essa situação nos leva a rever nossos paradigmas. Ouvir meu pai expressar o desejo de voltar a andar como antes, considerando que o fazia (com muito sacrifício) com a ajuda de uma bengala, dá o que pensar, não?
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Postado, originalmente, em 05/12/08.
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Visitem Fatinha
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Um comentário:
Fatinha, sei bem o que é isso: ver uma pessoa desejar ardentemente algo que normalmente a maior parte das pessoas não deseja. Isso demonstra, mais que tudo, como as coisas são relativas...
Um beijo.
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