vou ficando: um cupim sem asa
iças fenecidas (menos uma cópula)
tudo pede um pouco de razão
exige parte que você pode não ter
quiçá não ser
por isso o cancro dos caules
por isso a pétala que cai
sem causar dor
por isso meus olhos novos
anseiam luz na morte de tudo
durmo e acordo, esfarelo sonhos
no ônibus o que preciso é comum
só a necessidade nos faz irmãos
compartilho a flor que não gritou
o dia passando nem parece enxergar
a mão inteira que busca um pouso
a boca oferecida esperando gosto
por isso a lâmpada queimada por
isso o pé cego mata cogumelos:
assim caio em mim cogumelo pisado
assim recolho as provas de que já
me tocaram, já toquei, pretendo amar.
todo fim me faz assim
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Visitem S. Ribeiro
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2 comentários:
S. Poeta, você tem aparecido tão pouco por aqui e eu com pouco tempo para visitá-lo lá na sua gaveta-galáxia... Sinto falta demais... Mas quando você vem, é isto que traz! Esmagador. Forte. Decisivo. Adoro o que você escreve!
Desejo a você um 2011 de muitos desejos realizados, muito amor plenamente correspondido, desafios brandos (só para manter o corte e a noção precípua da vida) e muita inspiração e postagens aqui, pra gente se esbaldar!
Muitos beijos de ano novo!
Ah ANA, é verdade... Obrigado pelas boas palavras e pelo bons conselhos hehe. Desejo o mesmo pra você. Beijos no coração.
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