Perdida entre extremos, vaga, uns a põem no começo, outros, no fim da vida. De qualquer modo, no caminho eterno, é sinal verde para que avancem nossos reconhecimentos ao encontro dos desafetos; afinal, mortinhos da silva, jamais usarão isso contra nós.
Daí, o dito que certas pessoas ficam boas depois que morrem. Será por isso que, às vezes, nos fazemos de mortos?
Os egípcios enchiam os túmulos de tralhas que seriam necessárias na “outra vida”. Os cristãos são exortados a encherem de boas obras a vida, para terem, enfim, um tesouro no céu.
Há também os suicidas, que apostam nela como quem compra um bilhete lotérico “no escuro”. Desses, versou Napoleão: “Não há nada de grande em acabar com a própria vida como quem perdeu tudo no jogo; resistir a um infortúnio imerecido requer muito mais coragem”.
O fato é que, se ela for simplesmente o fim, será o galardão da maldade. Aqueles que, temendo seu assalto, cercaram-se com as grades do prazer desmedido e irresponsável. Todavia, os “bens” do corpo não transcendem ao apetite dos vermes... que dizer da alma e do espírito? Aquela, é a pessoa-em-si, este, o ser-em-Deus. Aquele que foi e voltou - aliás, o único -, ensinou que o espírito, por ter morrido, carece nascer de novo; senão, restará apenas a pessoa-em-si, com seus muitos desejos viciados sem meios para os suprir; uma eterna crise de abstinência, um fogo que nunca se apaga, um inferno. Não é de estranhar que, para tais, a morte assuste tanto, uma vez que enseja a castração do livre-arbítrio, a colheita das escolhas de quando se tinha escolha. Não assusta, pois, a morte-em-si, antes, as consequências, afinal, como disse o Quintana, “a morte não é assassina”.
Seu peso, talvez, seja diretamente proporcional às ilusões que acalentamos, como versa o poema que segue:
Daí, o dito que certas pessoas ficam boas depois que morrem. Será por isso que, às vezes, nos fazemos de mortos?
Os egípcios enchiam os túmulos de tralhas que seriam necessárias na “outra vida”. Os cristãos são exortados a encherem de boas obras a vida, para terem, enfim, um tesouro no céu.
Há também os suicidas, que apostam nela como quem compra um bilhete lotérico “no escuro”. Desses, versou Napoleão: “Não há nada de grande em acabar com a própria vida como quem perdeu tudo no jogo; resistir a um infortúnio imerecido requer muito mais coragem”.
O fato é que, se ela for simplesmente o fim, será o galardão da maldade. Aqueles que, temendo seu assalto, cercaram-se com as grades do prazer desmedido e irresponsável. Todavia, os “bens” do corpo não transcendem ao apetite dos vermes... que dizer da alma e do espírito? Aquela, é a pessoa-em-si, este, o ser-em-Deus. Aquele que foi e voltou - aliás, o único -, ensinou que o espírito, por ter morrido, carece nascer de novo; senão, restará apenas a pessoa-em-si, com seus muitos desejos viciados sem meios para os suprir; uma eterna crise de abstinência, um fogo que nunca se apaga, um inferno. Não é de estranhar que, para tais, a morte assuste tanto, uma vez que enseja a castração do livre-arbítrio, a colheita das escolhas de quando se tinha escolha. Não assusta, pois, a morte-em-si, antes, as consequências, afinal, como disse o Quintana, “a morte não é assassina”.
Seu peso, talvez, seja diretamente proporcional às ilusões que acalentamos, como versa o poema que segue:
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Relevos
Pro jovem,
a morte é um precipício,
o desperdício de tudo
o que pensa ter para viver;
Ao adulto parece um monte,
horizonte extático,
onde, mais dia menos dia,
fará a subida;
O ancião
passeia com ela pela campina,
traquina criança festejando a absolvição,
de sua sentença de vida.
É que a voz das paixões seduziu ao mancebo,
ilusões. O que nunca terá,
mas teme perder;
O homem maduro, pelo caminho trilhado,
não se engana, antes, resignado,
dá sua mão ao porvir;
Enquanto o ancião que já morreu tudo,
celebra a liberdade,
antes de dormir.
Pro jovem,
a morte é um precipício,
o desperdício de tudo
o que pensa ter para viver;
Ao adulto parece um monte,
horizonte extático,
onde, mais dia menos dia,
fará a subida;
O ancião
passeia com ela pela campina,
traquina criança festejando a absolvição,
de sua sentença de vida.
É que a voz das paixões seduziu ao mancebo,
ilusões. O que nunca terá,
mas teme perder;
O homem maduro, pelo caminho trilhado,
não se engana, antes, resignado,
dá sua mão ao porvir;
Enquanto o ancião que já morreu tudo,
celebra a liberdade,
antes de dormir.
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Visitem Leo Santos
Mário Quintana
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2 comentários:
Leo:
Arrasou na escolha do tema.
Arrasou ao vencer a enquete.
Arrasou com o post, sobretudo o poema!!!!
Voltou com tudo, tche!
Ótimo 2011 pra você!
Mas bah, guria, que privilégio contar com seu carinho e companhia! Obrigado pela atenção especial que dedicas aos meus modestos textos. Um ano cheio de via plena, e paz pra voçe! Bjo
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