um incêndio de sol
rasga, num sonâmbulo equilíbrio,
a bruma cega do mármore,
abrindo uma nova janela
no litoral negro do abismo.
A pulso,
um pássaro de oxigénio
escala a engrenagem metálica
de um sinuoso horizonte,
irradiando,
num silêncio de narinas,
o cristal sereno das marés,
pousadas numa ilusão de eternidade.
A mortalha breve do tempo,
aspirando o pólen matinal,
suspende o abraço de gelo
que cerca a métrica azul
de uma metamorfose de estrelas,
adiando uma vez mais
o bordado húmido da terra
e resgatando, ao pranto dos labirintos,
o voo suspenso da quimera,
cada vez que respiramos,
iludindo
o murmúrio transparente da morte.
.
.
Visitem Runa
.
Um comentário:
Bem, Runa, eis que neste caminho mortal deparo-me com mais uma pérola sua deixada cuidadosamente neste solo virtual.
Com a respiração suspensa, envio um grito potente para além-mar: VOLTE SEMPRE, RUNA!!!!!
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