Entre os cínicos impropérios do destino
Sigo buscando, agoniada, meu norte.
É difícil, com a bússola viciada
Que me deu de presente a vida, sua consorte.
Tramo formas de encontrar meu rumo...
Desbravo matas densas, escalo infindáveis sendas,
Rogo aos deuses, em choro, aos brados,
Faço promessas, deito oferendas.
Qual o sentido d’eu estar aqui?
Eu pergunto, inquieta, a toda hora,
Estudo estrelas, aprendo as ciências,
Mas é ela, a dúvida, minha eterna senhora.
Então desisto, não hei-de compreender:
Este véu espesso não há pensar que corte.
E assim, quieta, eis que me ocorre:
Caberá a mim definir a minha sorte.
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Someday I’ll Love Ocean Vuong / Um dia amarei Ocean Vuong [Ocean Vuong]
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*Beautiful photomechanical prints of Lotus Flowers (1887–1897) by Ogawa
Kazumasa.*
Ocean, não tenha medo.
O fim da estrada é tão distante
que ela já ...
4 comentários:
Ora, ora, mas a sua eternidade está materializada! Esse poema é uma obra de arte saída do mais evidente talento. Sorte? Lindo, lindo, lindo! Paz e bem.
poema muito lindo e obrigado pelo carinho. bjos!
Cacá:
Elogia assim não... fico morrendo de vergonha... Ainda mais o elogio vindo de alguém que escreve tão bem!
Mas agradeço, emocionada.
Beijo.
Sibilino, meu querido Sibilino:
Muito obrigada por seu elogio, muito obrigada mesmo... Eu não sou merecedora, realmente. Fico tão lisonjeada... ainda mais vim de você, que domina a escrita como ninguém!
Beijo.
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