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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Prenúncio - por Ana

Estava eu voltando do trabalho, por volta das 17 horas, indo para pegar o ônibus para casa. Quando estava atravessando uma das pistas internas da rodoviária, repentinamente me vi em outra situação.

Me vi, à noite, ao lado de uma lanchonete na própria rodoviária, olhando uma mulher loura que aguardava alguém. Então surgiu um Passat meio velho que parou ao lado dela e o homem que dirigia abriu a porta para que ela entrasse. Neste momento, o cenário mudou novamente: eu estava, então, num quarto de hotel e via o casal sentado na cama conversando. De repente, o homem levantou, tirou um revólver da cintura, atirou na mulher - que caiu morta na cama - e logo em seguida sentou-se novamente na cama e atirou nele mesmo, que caiu deitado ao lado da mulher. Fiquei olhando para os dois corpos feridos, ambos, no coração.

Então, de repente, estava eu novamente na rodoviária, na situação normal, mas já tendo atravessado a pista. Ao invés de me dirigir ao ponto do ônibus que me levaria a casa, parei para pensar. O que tinha acontecido? O que significava aquilo tudo? Seria um aviso? Se fosse, não havia acontecido nada ainda e eu deveria alertar a mulher a respeito do risco que ela estava correndo. Decidi ficar exatamente no local em que me vi antes, ao lado da lanchonete, esperar a noite cair e a mulher chegar para falar com ela. (Nem pensei que ela poderia me considerar uma louca de pedra e ter mais medo de mim do que do homem.)
O tempo foi passando... Às 20 horas resolvi questionar minha decisão. E se não fosse naquela mesma noite? E se fosse na seguinte, daí a uma semana, daí a um mês? Neste caso, eu estava ali à toa, não fazia sentido nenhum ficar esperando um fato que eu não sabia quando iria ocorrer. E se já tivesse ocorrido? E se não fosse nada disso, fosse apenas uma primeira alucinação de um quadro esquizofrênico que estava se instalando em mim sem que eu me desse conta?
Às 20:05 resolvi ir embora.

No dia seguinte, indo para o serviço de manhã cedo, li uma das manchetes expostas no jornaleiro:
POLICIAL MATA EX-MULHER PSICÓLOGA E SE SUICIDA
Comprei o jornal. Li a reportagem que descrevia exatamente tudo o que eu vira no dia anterior: o Passat, o local do encontro, a ida a um hotel para conversarem sobre o divórcio, os tiros nos corações, os corpos mortos sobre a cama. Mas nada me impressionou mais do que a hora em que eles se encontraram na rodoviária: noite anterior, às 20:15.
.

4 comentários:

Luiz de Almeida Neto disse...

Bgd pelas boas-vindas aki do Duélogos, Ana. Mt obrigado mesmo pela atenção. Abraço.

Ana disse...

Disponha... rsrsrs

Alba disse...

Ana,
Muito interessante a sua história. Esse estado alterado de consciência acontece com pessoas sensíveis e se a própria pessoa pode comprovar o acontecimento depois, é bom. Pena que não deu pra tentar ajudar a evitar a tragédia. Mas, talvez não fosse pra ser evitada mesmo. O objetivo poderia ser a pessoa entrar em contato com essa capacidade que possuía simplesmente.Gostei muito. Beijo.

Ana disse...

Mas, Alba... Pra que saber ou poder saber se não se puder fazer nada? Pra mim é meio sem sentido...
Beijo.