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Eróticos.)




terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Pobre Menina Rica - por Adir Vieira

Eram cinco as meninas que conversavam.
Da mesma idade todas, embora os tipos físicos destoassem entre si.
Uma loirinha, mais alta, tinha os olhos voltados para o social, para o que denotasse aparência e isso se fazia sentir no traje que usava - sandálias maiores que os pés, de solado grosso e alto, shorts de adulta e blusinha bordada com florões, deixando a barriga totalmente descoberta.
A outra, ao lado, vestia roupas simples de menina daquela idade, não arriscava falar muito. Era amiga da loirinha e estava de visita, parecia não conhecer as demais.
Uma morena, bem mais alta, já parecia adolescente e suas atitudes mostravam uma criança grande desengonçada. Morava no mesmo prédio e era amiga da loirinha também.
A quarta, bem mais baixa e mais esperta que todas, era magrinha e parecia uma adulta em miniatura. Trajava shorts com pedrarias e sandálias bem mais altas do que as da loirinha.
Notei que a quinta era simples demais – trajava roupas de criança mesmo, criança daquela idade – e seu rostinho meigo era seguro e seus comentários, na conversa, sem compromisso, diziam convicção.
Sentada ali ao lado, entre a algazarra que faziam, parei de ler para prestar atenção na conversa. Sempre me interesso pelos papos de crianças.
Reparei que o pivô era a quinta. As quatro tentavam descobrir, a partir da afirmação da loirinha, se era verdade ou não o fato dela, a quinta, ser rica.
Eis que, do nada, surge a mãe da menina para buscá-la para o jantar e outras duas incitam a terceira a desvendar o mistério, indagando da mãe. Depois do empurra-empurra habitual, uma delas se encorajou e fez a tal pergunta:
- Tia, perguntamos à Taissa se ela era rica e ela respondeu que sim, é verdade?
Percebi que a mãe, sem nada entender, apenas respondeu:
- Se ela disse que é, podem acreditar que sim, porque só somos o que verdadeiramente sentimos ser.
A mãe e a menina despediram-se do grupo que, um pouco decepcionado e sem mais o que comentar, desfez-se…
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 2 fevereiro 2009 @ 10:29

Como você é atenciosa! Como consegue captar estes acontecimentos tão especiais que ocorrem em situações tão banais!…
MUITO BOM SEU TEXTO!!!! ADOREI!!!! PARABÉNS!!!
Beijos.