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domingo, 31 de janeiro de 2010

Fronteiras - por Cacá

“Eu já subi demais
Eu já desci demais
Eu já fiz coisas que um jipe não faz”
(Cantiga entoada em minha cidade na época de menino.
Autor desconhecido)
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Quando menino eu precisava sempre subir um morro, seja para matar a curiosidade, seja para simplesmente atingir o outro lado das montanhas da minha cidade indo para a escola. Era a minha fronteira. As montanhas de Minas sempre foram as minhas fronteiras geográficas. Lá de cima é que a gente tomava conhecimento que o horizonte era um infinito de possibilidades.

Quando conheci o mar eu não gostava de voltar para casa. Ficava olhando lá naquele lugar onde criança achava que ele faz a curva e entorna. Acho que não é só do espaço que dá para perceber a forma arredondada da terra; no mar também, pois era nítida a minha sensação de que lá naquele local onde a vista alcançava o fim do horizonte, o mar entornava. Imaginava que ali ninguém podia chegar, sob o risco de cair num buraco que representava o fim do mundo físico. Eram estas tão somente as minhas fronteiras.

Depois a gente cresce e o significado de fronteiras passa a ser mais ameaçador do que montanhas e águas derramadas no redondo fim do mundo. Até porque, limites a gente passa a conhecer pouco a pouco. Durante a fase de crescimento, são os pais dizendo que isso pode e aquilo não pode; é a escola com seus ensinamentos de sociabilidade, por si mesmos repletos de limites. Para os que possuem alguma religião, é ela, talvez, a que impõe mais fronteiras, através da intimidação psicológica, o que limita mais a gente, se não conseguimos separar a fé no divino da subserviência cega a preceitos e cânones. Tem depois o patrão que, puxa vida, vai colocar limites assim, lá não sei onde... Mesmo para quem cria a possibilidade de não depender dele, enfrenta limites na concorrência como empreendedor ou autônomo.

Aprendemos a respeitar um tanto de coisas importantes outras nem tanto. Mas os limites aprendidos têm também a função de fornecer discernimento e ajudar nas escolhas futuras.

Certo é que não vejo possibilidade de vivermos a não ser cercados; numa liberdade que tem no seu próprio conceito social amarras com nós indestrutíveis e outros que são apenas laços que podemos afrouxar às vezes em busca de mais liberdade, sempre tentando minimizar o que nos é fronteiriço. E nisso entra o pensamento, a única liberdade da qual podemos gozar sem nenhuma fronteira.
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