Pra me ajudar a viver
Neste mundo de aimeudeus.
Antes isso que morrer.
É que eu andava deprimido
Vendo tanta injustiça.
Cheguei a tomar comprimidos
Depois de ter ido à missa.
(Procurei Deus, não resolveu.
Procurei um analista.
Procurei um pai-de-santo.
Continuava a desdita...)
Depois de tentar suicídio,
Ainda lá no hospital,
Pensei no que ia fazer
Pra remediar o mal
De ver um mundo cinzento,
De ver tanta ignorância,
Ver tanta desigualdade,
Tanta dor na nossa infância...
Nesta hora resolvi
Mudar o meu ponto de vista.
Não ia ficar sofrendo
Com espírito derrotista:
A energia que eu gastava
Com autocomiseração,
Poderia utilizá-la
Em outra combinação.
Fui pra casa decidido,
Peguei o telefone e liguei,
Fiz inscrição na Escola,
Cursei, me empenhei, me formei.
Foi assim que aconteceu
D’eu criar a fantasia.
Hoje só vivo com ela:
Sou mais um Doutor da Alegria!
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Poesia cujos título e primeiro verso foram utilizados para a versão coletiva Fantasia - As Nossas Poesias XVII.
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