Vamos sentar aqui nestas cadeirinhas tão confortáveis para conversar?
Puxa, Mellon... Você me fez mergulhar profundamente nesta solidão que vivenciamos em meio às multidões. Se falta alguma coisa? Faltam muitas! E sobram umas tantas outras, também!
Um dia fui a Niterói e lá precisei perguntar a respeito da localização de uma rua aos moradores. Dirigi-me à moça que estava a meu lado esperando para atravessar a rua, pedi a informação, que prontamente recebi. Agradeci e segui ao lugar desejado. Algo me ficou soando como estranho e fiquei matutando o que seria. Então me dei conta: a moça não havia se assustado quando me aproximei dela; não havia em seus olhos medo ou desespero; ela conseguiu ouvir o que eu dizia, normalmente, compreender as minhas palavras todas sem precisar reprocessá-las mentalmente e me deu a informação com tranquilidade e clareza; ao meu agradecimento, ela sorriu!
Foi tudo isto que estranhei... Por quê? Porque na cidade do Rio de Janeiro (separada de Niterói apenas por uma longa ponte), isto não acontece há muito tempo. As pessoas não só estão absolutamente sozinhas, como consideram que QUALQUER pessoa é um assaltante, sequestrador ou assassino em potencial. Nas calçadas e nos sinais (quando dá), as pessoas guardam uma distância enorme uma das outras, agarradas às suas bolsas, mochilas, pastas, pochetes, e quase pulam, em pânico, se esta distância é menor que a normal. Se alguém se aproxima para pedir uma informação, o desespero é total, o cérebro não funciona, os olhos ficam medindo o perguntante de cima a baixo, procurando o revólver, a faca, a escopeta, o caco de vidro ou similar.
Se falta alguma coisa? Falta paz, falta a noção de que somos inocentes até prova em contrário, falta segurança.
Sobram pavor, desespero, violência, indiferença etc.
E as pessoas fizeram o que descreveu muito bem o Bruno no domingo: trocaram os amigos (e os contatos humanos) por um mp3. São pessoas isoladas, robotizadas, apavoradas, literalmente correndo pelas ruas da cidade, fugindo de todos, esbarrando em muitos, atropelando tantos, enclausuradas em seus sons berrados nos ouvidos, de preferência com óculos escuros para não verem também.
E assim caminha a desumanidade...
Ainda bem que existem lugares como o litercafé do Duelos onde a gente pode se aproximar uns dos outros, conversar, brincar e se divertir...
Gostoso este cookie, né?
A conta é por minha conta.
Até mais.
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Puxa, Mellon... Você me fez mergulhar profundamente nesta solidão que vivenciamos em meio às multidões. Se falta alguma coisa? Faltam muitas! E sobram umas tantas outras, também!
Um dia fui a Niterói e lá precisei perguntar a respeito da localização de uma rua aos moradores. Dirigi-me à moça que estava a meu lado esperando para atravessar a rua, pedi a informação, que prontamente recebi. Agradeci e segui ao lugar desejado. Algo me ficou soando como estranho e fiquei matutando o que seria. Então me dei conta: a moça não havia se assustado quando me aproximei dela; não havia em seus olhos medo ou desespero; ela conseguiu ouvir o que eu dizia, normalmente, compreender as minhas palavras todas sem precisar reprocessá-las mentalmente e me deu a informação com tranquilidade e clareza; ao meu agradecimento, ela sorriu!
Foi tudo isto que estranhei... Por quê? Porque na cidade do Rio de Janeiro (separada de Niterói apenas por uma longa ponte), isto não acontece há muito tempo. As pessoas não só estão absolutamente sozinhas, como consideram que QUALQUER pessoa é um assaltante, sequestrador ou assassino em potencial. Nas calçadas e nos sinais (quando dá), as pessoas guardam uma distância enorme uma das outras, agarradas às suas bolsas, mochilas, pastas, pochetes, e quase pulam, em pânico, se esta distância é menor que a normal. Se alguém se aproxima para pedir uma informação, o desespero é total, o cérebro não funciona, os olhos ficam medindo o perguntante de cima a baixo, procurando o revólver, a faca, a escopeta, o caco de vidro ou similar.
Se falta alguma coisa? Falta paz, falta a noção de que somos inocentes até prova em contrário, falta segurança.
Sobram pavor, desespero, violência, indiferença etc.
E as pessoas fizeram o que descreveu muito bem o Bruno no domingo: trocaram os amigos (e os contatos humanos) por um mp3. São pessoas isoladas, robotizadas, apavoradas, literalmente correndo pelas ruas da cidade, fugindo de todos, esbarrando em muitos, atropelando tantos, enclausuradas em seus sons berrados nos ouvidos, de preferência com óculos escuros para não verem também.
E assim caminha a desumanidade...
Ainda bem que existem lugares como o litercafé do Duelos onde a gente pode se aproximar uns dos outros, conversar, brincar e se divertir...
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Resposta a Crônica das 3 Horas, de Mellon.
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