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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Brincadeira de Roda - por Ana

À tarde, em lugares calmos e familiares, muitas coisas podem acontecer: as brincadeiras das crianças nas calçadas, os sonos dos cachorros nos portões, as fofocas gerais dos vizinhos nas cadeiras enfileiradas diante das casas, as corridas dos grupos enlouquecidos dos meninos atrás das pipas avoadas, as notícias chegando nas mãos de carteiros cansados arrastando os sapatos gastos, os ônibus escolares despejando bagunças nos braços de mães zelosas, chuvas repentinas que esvaziam as ruas de toda esta vida cotidiana...
Podem acontecer coisas vãs e inexpressivas, além de fúteis ou profundos terrores humanos. As mesmas paredes que protegem dos olhares e ataques externos podem ser prisões quase invioláveis que abrigam o sadismo e suas invisíveis vítimas. Aquelas infantis, idosas, indefesas... que são, repentinamente, imprensadas na roda do destino.
Porque o evidente não reflete o todo, porque a dor se esconde sob várias formas, porque viver é sério, não é brincadeira de roda.



Texto cujos título e início foram utilizados para Brincadeira de Roda - As Nossas Histórias VIII.
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Um comentário:

alba disse...

Pura realidade. Dura realidade. Sinais por vezes indeléveis, só evidentes para aqueles que sabem do quanto nós humanos somos capazes no nosso desvario de cada dia. É preciso estar atento e forte, não temer nem a morte, que muitas vezes para tantos é preferível à aniquilação de todos os dias.