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Eróticos.)




quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Recado (de mim para mim) - por Alba Vieira

O que tenta me mostrar a vida que não consigo enxergar?
Por que estou com esta dor tão forte e limitante?
Que a situação em que me encontro me impede, limita, restringe, eu sei.
Que isso tem a ver com a direção de vida, com as fronteiras entre o que a cabeça pensa, o coração sente e o que o instinto determina, também estou sabendo.
Não posso ignorar que tenho me excedido, que por mais flexível que eu tente ser, há momentos em que a vida pede demais e eu não consigo acompanhar.
Sei disto tudo, mas com o que não consigo atinar é com a necessidade de sofrer, de ter uma dor tão aguda, tão desesperadora, que me dá tanto medo e dificulta minhas funções normais.
Mal consigo engolir ou falar.
Sei que aí também é bandeira: o corpo me aponta as coisas que preciso e não consigo engolir e deixa bem claro que é melhor ficar calada.
Se engulo, não desce; se falo, tem que ser bem baixo.
Mas o que é mais triste e, ao mesmo tempo, desafiador e orientador nos sintomas,
é que este torcicolo me impede de olhar as pessoas nos olhos, olhar para cima.
Só consigo, ainda que com bastante dor, manter os olhos baixos, a boca fechada, o pescoço reto de quem deve seguir sempre em frente.
O braço esquerdo também está limitado, expressando dificuldade no sentir.
Preciso integrar as mensagens para me transportar, digo, transformar.
Ato falho. Valeu…
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