Certamente não foi a paz que eu pedi, certamente não foi a paz que eu sonhei para hoje. Planejei todos os detalhes para desfrutá-la sem máculas, daí não consigo entender o ocorrido. No meu projeto pensei artimanhas, pesei minhas manhas, curti os pré-caminhos, vasculhei os escaninhos da mente e sem querer ser persistente, avaliei sem medidas todas as entrelinhas. Imaginei eu, somente eu e nada mais, num ambiente tranqüilo, de inteira paz. Natureza ao redor, mas nem um bichinho sequer para fazer ruídos incompreensíveis. Isolei de mim tudo o que me lembrasse o corre-corre da rotina diária. Queria a paz do campo, a paz das flores, dos arbustos empertigados na sua imponência… queria prender-me aos patos nadando no córrego, quando do silêncio me cansasse; queria comer fruta direto do pé; queria, enfim, quase a irresponsabilidade ambulante sem tempo, sem vinculações… No entanto, em meio a esses pensamentos, descubro-me, de repente, dentro do carro, na estrada, a caminho da minha vida sem paz.
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