Estou angustiada. Esta chuva que não pára me deixa assim: apavorada. Suo frio e quase desmaio. Penso nos que estão ao relento, nos que precisam sair e encontrarão dificuldades, e nos que moram em casas perigosas, em terrenos instáveis que podem deslizar a qualquer momento. Sinto na pele o frio do desamparo. Mas sei que são apenas justificativas para este incômodo.
Sei que este medo de chuva não é meu, atual. E sim da criança que fui e que ainda hoje fica tão vulnerável se a chuva não cessa.
Então saio de mim. Caminho até ela, que quase desfalece em um canto da casa e a seguro pelas mãozinhas frias, faço que se levante, a tomo nos braços e coloco no colo.
Aperto-a contra o meu peito protetor.
Agora respiro outra vez profundamente, neste corpo de adulta que não manifesta, porque já não sente medo de chuva.
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Um comentário:
Comentário por Ana — 24 janeiro 2009 @ 11:23
Muito legal! Muitas pessoas deviam lidar assim com ceus medos! Parabéns!
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