Urubu já pousou lá no lixão
Vamos lá catar papel, renovar nossa agonia
Que eu até desistiria de viver, humilhação
Acorda Tom, vem ver
Que a vida não melhorou
Acorda Tom, vem ver
Deixa de ser sonhador
Quem sabe a gente encontre
Nas sobras de um banquete
Algo que se aproveite
Pra matar a nossa fome
Quem sabe a gente conte
Com um pouco de sorte
Pra escapar da morte
Mas escapar pra quê?
Acorda Tom, vem ver
Que a vida não melhorou
Acorda Tom, vem ver
Deixa de ser sonhador
Vem ver que essa cidade
Por falta de caridade
Desde a tua tenra idade
Te largou, te abandonou
Vê que a rotina é dura
Não há espaço pra candura
No menino que atura
Do lixo ser catador
Vê que não há beleza
Na criança que peleja
Na dor que tudo caleja
Na falta do cobertor
Vê que não há poesia
No lixo de todo dia
Desespero que judia
Da alma do sofredor
Acorda Tom, vem ver
Que a vida não melhorou
Acorda Tom, vem ver
Deixa de ser sonhador
Inspirado em O Homem no Lixo, de Ana.
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2 comentários:
Casé:
Gostei tanto do seu poema que assim que comecei a ler minha mente começou a trabalhar sozinha montando versinhos inspirados nele. Quando estiver pronto posto aqui.
Que bom, Ana!
Espero pra ver, ok?
Grande abraço!
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