Desconstrução. Acordei com esta palavra na cabeça. Acho que já me desconstruí em vários aspectos e há, ainda, outros tantos a serem postos abaixo.
Fico me imaginando como uma construção em que, aos poucos, seriam retiradas as telhas e buracos no teto surgiriam deixando o sol entrar. E ele iria iluminar os cantos mais escuros do ser, desvendando mistérios e desnudando a alma; mas os mesmos buracos terminariam com a proteção de um teto espesso, talvez milenar.
Desconstruindo as paredes/limites, estenderia os campos de atuação, alargando a consciência e permitindo a expansão em todos os sentidos. Algumas paredes, já infiltradas pela água/emoção, cairiam sem resistência, esfarelando, desintegrando, úmidas, caindo sem barulho. Outras, secas que se fortaleceram ao longo do tempo, acostumadas ao sol forte que as cobria diariamente, resistiriam mais, sendo necessários golpes mais duros da vida para demoli-las, não raro fazendo estrondos ao despencarem.
E, sem teto, sem paredes/limites, mais vulnerável, sentindo frio, me restariam os alicerces e a base, o solo.
Entretanto, seria preciso também desconstruir a base. A base é sólida, os alicerces, profundos, enterrados, com ferros entrelaçados num emaranhado de formas de ser/sentir que já não devem subsistir.
Será que um processo comum de demolição é ineficaz? Será preciso um cataclismo que possa varrer de vez as partes que ainda resistem?
Enquanto o cataclismo não vem, o prédio/eu fica em ruínas. Adoro ruínas. É sinal da ação do tempo, de resistência, de fé na vida. Um prédio em ruínas, bem velho, marcado pela passagem do tempo, me fascina, sempre me atraiu. Adoro notar o limo verde nas paredes, as teias de aranha nos telhados, os chapéus de sapos nos jardins. Tudo isto marca o que tenta ser imutável e mesmo assim não é, não consegue ser, porque o fluir da vida, o tempo, tudo transforma.
E a desconstrução dá espaço para o novo. É o porvir da pessoa, a expectativa, o grande salto. Só que, para ser concretizado, é preciso ir lá embaixo, demolir tudo, descer ao reino dos infernos, desnudar-se, sair do castelo guardado a sete chaves, baixar as pontes levadiças e permitir a chegada dos arautos que trazem as notícias dos novos tempos/formas de ser.
Meu despertar de hoje, pensando em desconstrução, talvez me desperte para alguma coisa. Quantos novos dias devem chegar com promessas de ruína para me sacudirem e tirarem do curso calmo dos dias de mediocridade?
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Fico me imaginando como uma construção em que, aos poucos, seriam retiradas as telhas e buracos no teto surgiriam deixando o sol entrar. E ele iria iluminar os cantos mais escuros do ser, desvendando mistérios e desnudando a alma; mas os mesmos buracos terminariam com a proteção de um teto espesso, talvez milenar.
Desconstruindo as paredes/limites, estenderia os campos de atuação, alargando a consciência e permitindo a expansão em todos os sentidos. Algumas paredes, já infiltradas pela água/emoção, cairiam sem resistência, esfarelando, desintegrando, úmidas, caindo sem barulho. Outras, secas que se fortaleceram ao longo do tempo, acostumadas ao sol forte que as cobria diariamente, resistiriam mais, sendo necessários golpes mais duros da vida para demoli-las, não raro fazendo estrondos ao despencarem.
E, sem teto, sem paredes/limites, mais vulnerável, sentindo frio, me restariam os alicerces e a base, o solo.
Entretanto, seria preciso também desconstruir a base. A base é sólida, os alicerces, profundos, enterrados, com ferros entrelaçados num emaranhado de formas de ser/sentir que já não devem subsistir.
Será que um processo comum de demolição é ineficaz? Será preciso um cataclismo que possa varrer de vez as partes que ainda resistem?
Enquanto o cataclismo não vem, o prédio/eu fica em ruínas. Adoro ruínas. É sinal da ação do tempo, de resistência, de fé na vida. Um prédio em ruínas, bem velho, marcado pela passagem do tempo, me fascina, sempre me atraiu. Adoro notar o limo verde nas paredes, as teias de aranha nos telhados, os chapéus de sapos nos jardins. Tudo isto marca o que tenta ser imutável e mesmo assim não é, não consegue ser, porque o fluir da vida, o tempo, tudo transforma.
E a desconstrução dá espaço para o novo. É o porvir da pessoa, a expectativa, o grande salto. Só que, para ser concretizado, é preciso ir lá embaixo, demolir tudo, descer ao reino dos infernos, desnudar-se, sair do castelo guardado a sete chaves, baixar as pontes levadiças e permitir a chegada dos arautos que trazem as notícias dos novos tempos/formas de ser.
Meu despertar de hoje, pensando em desconstrução, talvez me desperte para alguma coisa. Quantos novos dias devem chegar com promessas de ruína para me sacudirem e tirarem do curso calmo dos dias de mediocridade?
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Um comentário:
Comentário por Ana — 29 dezembro 2008 @ 10:31 |Editar
Absolutamente maravilhoso!
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