Chove fino e constante lá fora, mas, aqui dentro, é sol em minha alma. A alegria se instalou tão acelerada que não percebi o chão molhado, as árvores chorando e os pássaros recolhidos. Tudo aqui dentro, fora e dentro de mim, é como o calor abrasador, motivado pela minha alegria de então… Não penso no mendigo sem proteção, pois a chuva, embora fina, lhe tirou o abrigo… Não penso naquela criança que volta da escola a pé e que, surpreendida com a chuva de repente, não tem a capa na sacola… Não penso nos moradores daquela casa humilde que pode desmoronar a qualquer momento se a chuva fina persistir… Não penso no ancião que acabou de deixar o hospital depois de tanto tempo e sequer pode se alegrar com a volta à vida aqui fora… Não penso naquelas pessoas que residem em áreas carentes, enlameadas e perigosamente escorregadias devido à chuva fina… Não penso em nada, é sol em minha alma e me descubro egoisticamente feliz na minha alegria.
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Um comentário:
Comentário por shintoni — 20 dezembro 2008 @ 11:16 |Editar
Touché! Isso é que é duelar!
Gostei muito do “sol em minha alma”!
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