Já há algum tempo não visito esse supermercado. E hoje estou aqui novamente.
Embora a maioria das pessoas não goste dessa prática, sempre me deliciei percorrendo os corredores de alimentos. Acho que esse gosto remonta à minha infância, quando não tinha condições, nem dinheiro, para apreciar coisas que fugissem ao feijão com arroz.
Ao adentrar a porta principal, sinto a mesma sensação de quando vou a Paris, aguça-me a curiosidade de conhecer produtos novos.
Sigo sempre o mesmo ritual.
Percorro todas as gôndolas como se não soubesse o que quero comprar.
Vou do início ao fim, com os olhos espertos, como os do detetive na expectativa do fato inédito.
Viajo em satisfação, por pelo menos, umas duas horas.
Sigo pelos corredores com a mesma paciência daquele que procura um defeito mínimo numa peça de valor.
Saboreio os aromas e gostos das mercadorias.
Até a bancada dos peixes, com seu odor desagradável, assume para mim um visual delicioso.
A arrumação dada pelo balconista e as crostas de gelo do balcão formam barrancos idênticos a um mar de ondas, onde as variadas espécies nos sugerem os mais deliciosos pratos.
E o corredor dos pães artesanais? Esse, então, me faz sentir dona do mundo. Fico pensando em como alguém, com as próprias mãos, pode desenhar formas, recheá-las com doces ou salgados, amassá-las ou acarinhá-las até adquirirem o ponto ideal e, por fim, transformá-las em gostosos quadrados ou círculos açucarados?
Parece que tudo posso quando vejo a gôndola dos temperos. Aí, sim, minha imaginação atinge os píncaros do imaginável. Desenho na mente misturas e mais misturas e, pacientemente, penso e decido qual será o prato do dia.
Já decorridas mais de duas horas nesse passeio, pego um carrinho e vou enchendo-o ao meu bel prazer.
As filas nos caixas, nessa altura, já exibem quinze ou mais pessoas na minha frente, mas nem a expectativa da demora me impede de deliciar-me com as compras.
Sou só eu e o meu carrinho, repleto nas minhas possibilidades e prometendo, com suas iguarias, novas horas de satisfação junto ao fogão de casa…
Embora a maioria das pessoas não goste dessa prática, sempre me deliciei percorrendo os corredores de alimentos. Acho que esse gosto remonta à minha infância, quando não tinha condições, nem dinheiro, para apreciar coisas que fugissem ao feijão com arroz.
Ao adentrar a porta principal, sinto a mesma sensação de quando vou a Paris, aguça-me a curiosidade de conhecer produtos novos.
Sigo sempre o mesmo ritual.
Percorro todas as gôndolas como se não soubesse o que quero comprar.
Vou do início ao fim, com os olhos espertos, como os do detetive na expectativa do fato inédito.
Viajo em satisfação, por pelo menos, umas duas horas.
Sigo pelos corredores com a mesma paciência daquele que procura um defeito mínimo numa peça de valor.
Saboreio os aromas e gostos das mercadorias.
Até a bancada dos peixes, com seu odor desagradável, assume para mim um visual delicioso.
A arrumação dada pelo balconista e as crostas de gelo do balcão formam barrancos idênticos a um mar de ondas, onde as variadas espécies nos sugerem os mais deliciosos pratos.
E o corredor dos pães artesanais? Esse, então, me faz sentir dona do mundo. Fico pensando em como alguém, com as próprias mãos, pode desenhar formas, recheá-las com doces ou salgados, amassá-las ou acarinhá-las até adquirirem o ponto ideal e, por fim, transformá-las em gostosos quadrados ou círculos açucarados?
Parece que tudo posso quando vejo a gôndola dos temperos. Aí, sim, minha imaginação atinge os píncaros do imaginável. Desenho na mente misturas e mais misturas e, pacientemente, penso e decido qual será o prato do dia.
Já decorridas mais de duas horas nesse passeio, pego um carrinho e vou enchendo-o ao meu bel prazer.
As filas nos caixas, nessa altura, já exibem quinze ou mais pessoas na minha frente, mas nem a expectativa da demora me impede de deliciar-me com as compras.
Sou só eu e o meu carrinho, repleto nas minhas possibilidades e prometendo, com suas iguarias, novas horas de satisfação junto ao fogão de casa…
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Um comentário:
Comentário por Ana — 17 janeiro 2009 @ 13:03
Mais uma vez participamos das suas atividades diárias de uma forma tão real. Senti que estava acompanhando seu passeio pelo supermercado: as gôndolas, os peixes (cheguei até a sentir o cheiro e a friagem do local), as filas quilométricas (argh!)… Muito bom! Adoro seus textos!
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