Todas as vezes que me encontro “vazia de mim”, recorro a um trabalho manual para, através dele, ocupar a mente e as mãos. Estatisticamente, evidenciei quantas foram as vezes que assim me achei ao longo da vida adulta, pelo número elevado de sacolas com pequenos pedaços de tecido cortados assimetricamente e outros em crochê, em forma de quadrados ou círculos, alguns estampados e vibrantes nas cores, empilhados segundo sua forma e a espera, sempre a espera… À espera de que pudessem ser unidos para dar forma talvez a colchas de retalhos apreciadas por mim, trabalhos fenomenais em costura feitos por uma vizinha da infância… Estatisticamente também constatei que esses “vazios de mim”, rapidamente se preenchem à sua própria custa (ou não?), impedindo a seqüência do trabalho final e fazendo com que os antigos e novos retalhos retornem às suas sacolas de origem, até que um novo “vazio de mim” se instale.
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Um comentário:
Comentário por shintoni — 20 dezembro 2008 @ 11:18 |Editar
Profundo existencialismo! Fascinante!
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