Era sempre assim que acontecia.
A urgência de realizar nossos sonhos adolescentes sempre nos levava, antes, a tentar sentir, através da mãe, sua aceitabilidade.
Às vezes sonhávamos juntas, eu e minhas irmãs, quando nosso sonho atingia apenas a ida à casa de um parente próximo. Às vezes sonhávamos separadas, imaginando uma praia deserta, bem distante, onde a sonhadora e seu príncipe encantado viveriam, longe de tudo, seus momentos especiais. Não importava qual sonho era, se banal ou inatingível.
Sabíamos, antes de tudo, que aquele olhar perscrutador estaria ali, presente, no momento de pedirmos autorização para vivê-lo e em alguns segundos desistiríamos do sonho, tamanha seria a insalubridade de sua beleza quando esmiuçado por aqueles olhos nos fazendo do mesmo abrir mão.
Era sempre assim. E o pior é que tínhamos a certeza, e a temos até hoje, de que precisávamos ser “protegidas”… Existiriam sempre bandidos de alma a nos aguardar, existiriam sempre percalços desnecessários de viver, existiriam sempre lágrimas a derramar se não aceitássemos, de pronto, sua justificativa para não o permitir.
Hoje podemos sonhar e viver qualquer sonho, mas como ir em frente, se faltam aqueles olhos para nos abençoar?
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A urgência de realizar nossos sonhos adolescentes sempre nos levava, antes, a tentar sentir, através da mãe, sua aceitabilidade.
Às vezes sonhávamos juntas, eu e minhas irmãs, quando nosso sonho atingia apenas a ida à casa de um parente próximo. Às vezes sonhávamos separadas, imaginando uma praia deserta, bem distante, onde a sonhadora e seu príncipe encantado viveriam, longe de tudo, seus momentos especiais. Não importava qual sonho era, se banal ou inatingível.
Sabíamos, antes de tudo, que aquele olhar perscrutador estaria ali, presente, no momento de pedirmos autorização para vivê-lo e em alguns segundos desistiríamos do sonho, tamanha seria a insalubridade de sua beleza quando esmiuçado por aqueles olhos nos fazendo do mesmo abrir mão.
Era sempre assim. E o pior é que tínhamos a certeza, e a temos até hoje, de que precisávamos ser “protegidas”… Existiriam sempre bandidos de alma a nos aguardar, existiriam sempre percalços desnecessários de viver, existiriam sempre lágrimas a derramar se não aceitássemos, de pronto, sua justificativa para não o permitir.
Hoje podemos sonhar e viver qualquer sonho, mas como ir em frente, se faltam aqueles olhos para nos abençoar?
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2 comentários:
Comentário por Ana — 19 dezembro 2008 @ 9:00 |Editar
Muito bonito! Emocionante…
Comentário por vicenzoraphaello — 3 fevereiro 2009 @ 16:29 |Editar
Onde ?
Onde está você ?
Só encontro tuas lembranças
no vazio que me envolve
Onde está você ?
Doe
a ausência
do teu calor
das tuas mãos
do teu cheiro
Quanto tempo mais neste vazio ?
Onde está você ?
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