.....O mês de dezembro talvez seja o que traga mais recordações para eles. E lá estão os quatro de cinco irmãos (um deles já tinha compromisso com a família da mulher) reunidos na casa da irmã. São três irmãs e o mais novo dos homens e há muitos anos reúnem-se no Natal. Colocam a conversa em dia e invariavelmente comentam sobre o passado. Quando crianças, a parcimônia do Papai Noel. Aliás, naquela pequena rua de subúrbio onde moravam, salvo raríssimas exceções, Papai Noel era parcimonioso com todas as crianças, o que não estragava a noite nem a diversão. Eram muitas crianças e as brincadeiras garantidas.
.....A anfitriã mostra a árvore nova, de fibra ótica com led’s, enfeites novos, e o irmão, que sempre as surpreende, pergunta às três: lembram da nossa árvore de goiabeira? Excelente memória, chamado por elas de miolinho de ouro, ele parece ter suas lembranças numa prateleira ao alcance das mãos tal é a rapidez com que as traz de volta. A mais velha e a caçula lembram-se logo, a do meio vai buscar no fundo do baú, escondido em algum canto da memória. E encontra. A lembrança vem nítida e forte. Já eram crescidos, e queriam uma árvore de Natal, mas cadê a verba? Inexistente. O pai fazia questão de caprichar na mesa, gostava de fartura, não dava muita bola para essas coisas. Decidiram improvisar. Foram para o quintal, escolheram um galho bem ramificado da goiabeira, cortaram, pintaram de prateado, colaram algodão, penduraram bolinhas vermelhas, plantaram-no num vaso e lá estava a árvore de Natal pronta enfeitando a sala. Talvez para os que olhassem com olhos de mesmice, aquela árvore naquela casa simples fosse tosca, mas eles estavam satisfeitos com a sua arte e na verdade ela ficou bem jeitosa. Diferente. Para completar a noite de Natal, a ceia no capricho preparada pela incansável mãe. Assados, bolo, ameixas, nozes, avelãs, castanhas e as rabanadas: as fatias de pão molhadas no leite, passadas nos ovos batidos, fritas, secas em papel e envolvidas na mistura de açúcar e canela, inesquecíveis. Alguns vizinhos apareciam para dar um abraço nos seus pais, pessoas queridas. Gratas recordações de um tempo feliz vivido por eles, um tempo em que o apelo ao consumo, as grifes e as inovações tecnológicas não eram presentes como hoje. Mas a vida segue seu curso e daqui a alguns anos a árvore de hoje, assim como a de goiabeira, será mais uma lembrança. Outra modernidade a substituirá. Insubstituível é o amor fraterno que os une e reúne e os faz recordar a vida, neste Natal e em quantos o sucederem.
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.....A anfitriã mostra a árvore nova, de fibra ótica com led’s, enfeites novos, e o irmão, que sempre as surpreende, pergunta às três: lembram da nossa árvore de goiabeira? Excelente memória, chamado por elas de miolinho de ouro, ele parece ter suas lembranças numa prateleira ao alcance das mãos tal é a rapidez com que as traz de volta. A mais velha e a caçula lembram-se logo, a do meio vai buscar no fundo do baú, escondido em algum canto da memória. E encontra. A lembrança vem nítida e forte. Já eram crescidos, e queriam uma árvore de Natal, mas cadê a verba? Inexistente. O pai fazia questão de caprichar na mesa, gostava de fartura, não dava muita bola para essas coisas. Decidiram improvisar. Foram para o quintal, escolheram um galho bem ramificado da goiabeira, cortaram, pintaram de prateado, colaram algodão, penduraram bolinhas vermelhas, plantaram-no num vaso e lá estava a árvore de Natal pronta enfeitando a sala. Talvez para os que olhassem com olhos de mesmice, aquela árvore naquela casa simples fosse tosca, mas eles estavam satisfeitos com a sua arte e na verdade ela ficou bem jeitosa. Diferente. Para completar a noite de Natal, a ceia no capricho preparada pela incansável mãe. Assados, bolo, ameixas, nozes, avelãs, castanhas e as rabanadas: as fatias de pão molhadas no leite, passadas nos ovos batidos, fritas, secas em papel e envolvidas na mistura de açúcar e canela, inesquecíveis. Alguns vizinhos apareciam para dar um abraço nos seus pais, pessoas queridas. Gratas recordações de um tempo feliz vivido por eles, um tempo em que o apelo ao consumo, as grifes e as inovações tecnológicas não eram presentes como hoje. Mas a vida segue seu curso e daqui a alguns anos a árvore de hoje, assim como a de goiabeira, será mais uma lembrança. Outra modernidade a substituirá. Insubstituível é o amor fraterno que os une e reúne e os faz recordar a vida, neste Natal e em quantos o sucederem.
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