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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Remando Contra a Maré - por Ana

É difícil a verdade,
Ela não é pra qualquer um...
Mas eu te digo: a mentira
Não leva a lugar nenhum.

Ela é aranha ladina,
Tece teia invisível
E depois, se livrar dela,
É praticamente impossível.

Mas há teias por todo canto,
Está todo mundo a fiar
Redes que se entrelaçam
Nos horrores do falar.

Poucos são os corajosos
Que mostram a cara sem medo;
Os sensatos, equilibrados,
Que não criam arremedos

Daquilo que foi vivido,
Daquilo que antes foi dito,
Daquilo que foi ouvido,
Do que nem por todos foi visto.

A mentira é filha dileta
Do medo, seu pai-patrão,
E de mãe por vezes aética:
A poderosa imaginação.

Neste caldeirão genético
Ela se forma, impunemente,
Pois quem não possui estes pais
Habitando a própria mente?

Em algumas pessoas, no entanto,
Só se encontra a verdade,
Talvez porque nelas, aqueles pais
Não cheguem à maturidade:

Pessoas com medo mínimo
Ou pouca imaginação.
Aí não cresce a mentira
Como primeira opção.

Mas, como disse, são algumas,
As outras com isto consentem
E, com o tempo e a prática,
Elas mentem que nem sentem.

Por isso, meu caro Gio,
Considerando a manada,
Ser mentiroso é tão simples...
A verdade é que é complicada...



Resposta a “A Verdade a Ver Navios”, de Gio.
.

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