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terça-feira, 23 de julho de 2013

Sobre Pessoas Econômicas - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Antigamente eu acreditava que pessoas econômicas só fossem aquelas que economizam dinheiro, nada mais.
Contudo com o tempo aprendi, convivendo com tanta gente que passou pela minha vida, que as pessoas podem ser econômicas de carinho, de palavras, de sorrisos, de tudo, até de luto.
Tem aquelas pessoas que escrevem em uma linha e querem que a gente consiga entender toda uma vida às vezes numa única frase.
Não quero dizer que gosto de pessoas prolixas.
Não! não é isso.
Falo daqueles que parecem ter preguiça de usar os dedos no teclado, a cabeça para pensar, a mente para usar…
Outras, são tão econômicas que beijam de leve rapidinho como se fosse uma borboleta que roçou no seu rosto e quando você percebeu ela já tinha ido…
Existem pessoas que mandam e-mails tão curtos que você acha que no teclado do computador delas estão faltando letras e por isso elas economizam tanto…
E os economizadores de sorriso? Já conheceu algum? ele ri pela metade. É como se fosse rir e de repente parasse. O sorriso fica assim no meio do nada, desconcertado, inquieto, incerto.
O econômico de afetividade é assim, um meio sorriso, um abraço pela metade, um carinho pairando no ar mas que nunca chega em você, uma ligação onde só se ouve o alô e ela cai, o abraço que vinha e desistiu no caminho…
Porque será que as pessoas estão assim? Será que é reflexo da bolsa americana? da quebra dos bancos? do medo? da insegurança? do amanhã?
E pensar que quanto mais você dá, mais você recebe. Talvez seja isso… As pessoas econômicas dão menos porque não querem receber muito.
No skype elas aparecem sempre como ocupadas, no msn off line e na vida ocupadas demais para se dar aos outros.
Existem até os econômicos do luto: choram por segundos e param em minutos…
Sofrem por minutos e esquecem num segundo…
Ah…. que coisa sou tão perdulária nos meus abraços, nos meus carinhos, nos meus afagos, na minha saudade, na minha dor e no meu luto….
Sou perdulária na minha forma de ser, de me dar, de receber.
Efetivamente não nasci para ser miserável no amor…
Descobri que nas letras e no afeto eu sou gastadora, perdulária, incontida, irreverente sou assim gente como a gente.

.

3 comentários:

Anônimo disse...

Comentário por ana — 12 janeiro 2009 @ 15:35

O ATAQUE
Ana Maria Guimarães Ferreira

O calor estava insuportável naquele dia de outubro.
Da minha sala, sem janelas e sem ventilação, eu via as gotas de suor caírem pelas minhas costas e molharem minha blusa.
O sono queria a todo custo, tomar minhas pálpebras e eu, lutava bravamente para manter os olhos abertos, sem conseguir e foi assim, no meio de um olhar sonolento que eu o vi e me assustei, pois não esperava ninguém ali, àquela hora e muito menos mudo, me olhando assim furtivamente e ao mesmo tempo insistentemente.

Observei de relance seus bigodes que apesar de não correr vento por ali, pareciam se mexer.
Mas ele permanecia assim, imóvel, estático a me olhar como um busto de bronze que você conhece, mas que a simples aparição no meio do nada te leva a mil conjecturas.

Assustei-me ao olhar de novo para ele, constatar que ele estava realmente ali e que me olhava com bastante interesse.
Na verdade quando nossos olhares se cruzaram, nos dois nos assustamos.

Dei um grito misto de medo e de pavor. Aquele grito agudo, mas que sai da garganta com dificuldade quando olhei de novo ele havia sumido do meu ângulo de visão.

Mas eu sabia que ele estava ali me espreitando, sentia no ar e quase que inconscientemente, numa tentativa de sobrevivência, quando vi estava em cima da cadeira com um monte de processos na mão.

Eu subi no primeiro lugar que encontrei e que achei que poderia me servir para ver tudo, para ter uma visão de todos os cantos onde ele poderia ter se escondido.

Minha respiração ofegante, o suor aumentando e eu rezando para alguém aparecer e me salvar…
Mas nada parecia que todos tinham se evaporado.
E eu me vi assim, em cima da cadeira, tremendo de medo que ele pudesse me atacar, mas não criava coragem de largar tudo e fugir.

Por isso dizem que o medo paralisa. É verdade.
Ali estava eu paralisada com toda aquela papelada nas mãos sem conseguir assim me segurar em algum lugar e descer.
Olhei de novo e não mais o vi o que aumentou meu medo. Imaginei que ele poderia estar escondido em algum canto sem muita luz, á espreita e quando eu descesse, ele me atacasse.

Queria gritar por socorro, mas as palavras não saiam de minha boca seca. Eu estava muda!

O tempo parecia não correr, como eu estava parado.
Ninguém chegava…
Ninguém aparecia para me salvar.
Os minutos pareciam horas e eu ali sentindo o corpo todo tremer e suando como uma bica.
As pernas doíam de estarem na mesma posição.
Os olhos vasculhando tudo e não vendo nada!

O que ele faria? Onde eu estava que eu não conseguia vê-lo, mas eu sabia, tinha a certeza que ele ainda estava ali, a espreita, pronto para dar o bote.

Cinco minutos se passaram, mas parecia que toda a eternidade estava passando por mim.
Ninguém.
Apenas o silêncio incrível.
Até que finalmente apareceu meu herói.

Não veio montado no cavalo branco, mas com certeza vinha para me salvar.
A sensação de alívio me trouxe de volta à realidade.
- Ana, O que você esta fazendo ai parada em cima dessa cadeira cheia de processos na mão? Você pode cair daí . Venha desça.

Segurei naquelas mãos salvadoras, me joguei nos braços do meu herói e ai vi o marginalzinho…

Parece que viu que eu não estava mais só e passou correndo por nós.

O rato correu e foi se esconder num buraco que eu imagino devia ser a sua casa.

Anônimo disse...

Comentário por ana — 12 janeiro 2009 @ 15:39

Mapa Mundi

Tuas mãos de menino
Percorreram meu corpo
Pelo prazer de brincar….
Tuas mãos de homem
Percorreram meu corpo
Pelo prazer de amar….

E tuas mãos andantes,
Percorreram vales e montanhas
Curvas e abismos
Parando no lago dos meus olhos
Para descansar

Escalaram a montanha dos meus seios
E atingiram o cume
E eu
Mapa mundi entre tuas mãos
Aprendi a ter ciúmes
Do que tocavas
Aprendi a conhecer-me
E terra por terra,
Monte por monte,
Aprenderam a obedecer-te
A adorar-te

Depois
Tuas mãos menino
De tanto brincar cansaram
E abandonaram meu corpo
À mercê das marés
Que pensastes que viriam
Depois que te fosses…….
Ilusão!
Meu corpo menino
Tal como a praia deserta
E a terra desconhecida,
Só teve um descobridor….Você!

Maria Guimaraes Ferreira

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 17 janeiro 2009 @ 11:55

Concordo que as pessoas não deveriam economizar nos bons sentimentos e na manifestação dos afetos carinhosos… Se todos fossem como você, o mundo seria bem diferente… Parabéns!