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Eróticos.)




domingo, 14 de dezembro de 2008

Desespero - por Alba Vieira

Tudo está errado, tudo torto, tudo fora do lugar, fora de esquadro. Sinto-me submersa num mar de lama muito preta que me cobre o corpo deixando só a cabeça de fora, enquanto me esforço para mantê-la na superfície, tendo uma opressão no peito, um cansaço por evitar ficar totalmente submersa. Às vezes quase perco as forças, me entrego e deixo soterrar por esta lama negra tão mais densa e pesada que se mar fosse.
Tudo se movimenta no sentido inverso do que gostaria e preciso, tudo oprime. Cerro a mandíbula, mordo o nada, trinco os dentes, berro minha indignação num grito inaudível ao mundo. Estou triste, fechada, sem saída, presa, refém de uma realidade dura, incompreensível, cheia de incoerências, insanidades e dores desnecessárias. Convivo com a loucura, refém do objeto do meu amor e de todo o seu lastro, crias e erros.
Ainda trago vivas na memória as lembranças de um passado feliz, harmonioso, dominado pela ordem, regido por alguém equilibrado, organizado, lógico, coerente, racional. Sinto saudade de um tempo em que havia respeito por horários, sono, trabalho, estudo. Hoje, esbarro em semiloucos perdidos vagando desvairados em busca de um sentido para a própria existência infeliz.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 1 janeiro 2009 @ 11:58 |Editar

Bota desespero nisso!